O Milton precisava de substituir uma lâmpada do farol do carro e, após comprar a dita cuja, guardou-a algures perto do manipulo das mudanças. Estávamos a regressar com os miúdos da escola, quando ele se lembrou de que poderia colocar a lâmpada nessa tarde e começou a procurá-la junto ao local onde a tinha deixado. Não a encontrou. Eu procurei também e nada. Perguntámos aos miúdos se tinham mexido nela. Diz o Eduardo: "Sim, tirei-a para brincar com ela." Nós: "E (...)
Cá em casa, não temos o hábito de nos sentarmos na sala a conversar sobre "coisas sérias". Os miúdos têm idades muito diferentes e é difícil mantê-los atentos a uma conversa que não lhes interesse muito. Por outro lado, quando existem problemas, seja na escola, seja em casa, é praticamente impossível abordar os assuntos de forma racional. Se está a ocorrer um conflito entre dois deles e um bate no outro, é muito difícil trazê-los à razão naquela altura. As emoções (...)
Aprendo muitas coisas sobre mim, com os meus filhos. Umas melhores que outras. Neste verão, descobri que gosto de parques aquáticos. Nunca fui a um parque aquático quando era criança. Fui, uma vez, ao parque aquático dos Açores, já adulta mas nem me lembro bem como foi, por isso não deve ter sido uma experiência muito marcante. Este ano, foi diferente. Fui, em família, a três parques aquáticos diferentes: dois bastante grandes na Gran Canária, e ao parque aquático dos (...)
De manhã, o Eduardo chega ao pé de mim e diz: "Mãe, fecha os olhos." Leva-me até à sala pela mão e diz-me que já posso abrir os olhos. Vejo todas as almofadas, que geralmente estão espalhadas pelo chão, perfeitamente alinhadas no sofá. Faço um grande espanto e dou-lhe uma data de beijos naquelas bochechas boas, enquanto o Eduardo se ri, envergonhado. Meu rico filho. A fazer uma surpresa à sua mãe logo de manhã. Tem 4 anos e já tanto jeito para lidar com as (...)
Vivo numa luta diária contra a ansiedade e contra os gritos. Os meus, principalmente. Por qualquer coisa, até sem me aperceber, começo a falar alto, mesmo que não seja a gritar. Sempre que estou muito feliz ou entusiasmada, também tenho a tendência para elevar o tom de voz. É uma característica minha. Como podem compreender, é desagradável, tanto para mim como para quem está à minha volta. Por isso, todos os dias tento mudar um pouco. Faço yoga, meditação e, sempre que (...)
De manhã, no carro, surgiu o tema. Devo ter perguntado aos meus filhos, como faço ocasionalmente, se alguém lhes batia na escola. Não coloco muito peso na pergunta. Na verdade, tento falar disso de uma forma descontraída, como se estivesse a falar de uma banalidade qualquer. Não quero que eles achem que precisam de me esconder alguma coisa que se passe na escola. Em menos de nada começaram a contar as suas histórias. E, pelo que conheço deles e pelo que vou perguntando às (...)
Praia. Piscina. Parque Aquático. Sol. Dormir. Ler. Comer. Basicamente foi isto, com um passeio lá pelo meio a Puerto Mógan, uma pitoresca aldeia piscatória apelidada de "Pequena Veneza" por ser atravessada por vários canais. Claro que há muito mais para fazer na ilha, mas o que nos estava a apetecer era mesmo isto: sol, água e descanso. Consegui ler um livro inteiro, praticamente na mesma posição: deitada sobre uma confortável espreguiçadeira, ora ao sol, ora à (...)
O nosso bebé fez quatro anos. Já se torna complicado considerar o Eduardo um bebé há bastante tempo, mas, por algum motivo, os quatro anos parecem-me o limite para isso. Qualquer dia vou ter mesmo de deixar de lhe dar comida à boca e começar a coloca-lo a adormecer na sua própria cama. Talvez este seja um tópico para desenvolver num outro texto. À semelhança das irmãs, este ano o Eduardo pediu para fazer uma festa com os seus amiguinhos da escola. Escolhemos o sítio, (...)
O Eduardo tem, desde bebé, um apetite imenso. Acorda sempre a dizer que tem fome e ao fim do dia, após o jantar e a sobremesa, revela vontade de comer outra refeição. Na escola, com um ano e sem saber falar, já me diziam que se ele não fosse o primeiro a ser servido, gritava e chorava tanto que as pessoas acabavam por lhe dar a comida a ele primeiro. Num destes dias, a Lara disse-nos que, sempre que almoça (que é mais tarde que o irmão), vai buscar um pão à cantina e (...)