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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 28.11.22

A nossa cozinha

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Este é um bocado da minha casa, da cozinha.

Nesta fotografia encontra-se um pouco da biografia da minha família. Ora vejamos, da esquerda para a direita: desenhos na parede, feitos pelos meus filhos na creche, entre os 2 e os 4 anos; um quadro feito pela Lara num curso de pintura; numa praleira, frascos com aveia, massa integral e folhas de chá secas, do quintal de amigos.

Ao lado das folhas de chá, cartas para o Pai Natal dos meus 3 filhos, inclusive da mais crescida, com 8 anos, a quem conto tudo sobre a vida, mas que faço questão que acredite em magia e no Pai Natal.

Ter | 22.11.22

5 razões pelas quais não conduzo

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Tenho carta de condução desde os 18 anos. Passei nos testes à primeira e conduzi, regularmente, durante algum tempo.
Gosto de conduzir "para a frente" ou seja, não gosto de fazer grandes manobras com o carro e não sei estacionar em lugares apertados.

Sabem aquela sensação do carro ser uma extensão de nós e agirmos com a desenvoltura de fazer o que quisermos com a máquina? Não sei o que é. Nunca soube.

Entretanto fui viver para Lisboa e passei a andar sempre de metro. Depois, fui viver para Ponta Delgada e deparei-me com ruas muito estreitas, de um só sentido e lugares muito apertados para estacionar.  Pessoal, para conduzir aqui têm que ter uma visão lateral aguçadíssima e ter a capacidade de passar o vosso carro por um espaço onde só têm 20 cm de espaço de cada lado do carro. Na minha rua, observo quase todos os dias, carros e carrinhas a espremerem-se para passar por carros estacionados em lugares proibidos.

Bom... de modo que, após algumas tentativas para conduzir aqui, depressa me apercebi que aceitar que o melhor seria não conduzir seria um caminho direto para a felicidade da alma e a tranquilidade da mente. E, depois de vários anos sem conduzir, revelo que foi uma decisão acertadíssima e que me deixa muito confiante e à vontade.

Colocada esta extensa introdução, vamos às 5 razões pelas quais não conduzo:

1)Sou demasiado distraída (e, como dito anteriormente, pouco hábil para manobrar o carro em sítios estreitos);

2) Tive a oportunidade de poder escolher viver num sítio que fica a poucos minutos do meu trabalho, da escola dos meus filhos e de todo o tipo de serviços. Basicamente faço a minha vida toda a pé. Sendo que adoro caminhar, junta-se o útil ao agradável.

3) Tento optar por um estilo de vida cada vez mais sustentável e andar a pé e usar transportes públicos contribui muito para este objetivo;

4) Também sou uma pessoa poupadinha e, como todos podemos sentir, o combustível está a transformar-se em ouro liquido;

5) Temos um carro na família e tem sido suficiente. Não vejo razão para investir em mais um carro, com todos os investimentos que isso implica. Lá está, felizmente, o local onde vivo e o estilo de vida que tenho permitem-me não conduzir. Por opção, não o faço, mas é evidente que, bastava viver noutro local ou trabalhar mais longe, para a realidade ser diferente.
Sempre que preciso de carro e o Milton não está disponível uso um táxi. É prático e muito mais barato do que "sustentar" um carro.

E por aí? mais alguém que opte por não conduzir? Contem-me tudo. 

Qui | 17.11.22

Deliciosos pastéis de alho-francês no forno, como alternativa à sopa

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Esta semana fiquei sozinha com os miúdos por quatro dias, o que me deixa sempre um pouco stressada.

Normalmente estamos sempre juntos e eu e o Milton repartimos todas as tarefas entre nós. Estar sozinha com eles implica ter de tratar de tudo sozinha: gerir as emoções e potenciais conflitos entre eles, tratar dos lanches, das refeições, da roupa, dos banhos e de tudo o que envolve a rotina de 3 crianças.

Obviamente que existem imensas pessoas que estão acostumadas a tratar, sozinhas, da logística que envolve várias crianças, mas como não estou habituada achei que iria ser bastante desafiante e tirei férias nos dias de semana em que iria ficar sozinha com os miúdos. Foi uma boa decisão, que me deixou bastante mais tranquila e que, pelo menos psicologicamente, deve ter contribuído para correr tudo tão bem.

O facto é que os miúdos estiveram irrepreensíveis e colaboraram em tudo impecavelmente. E, mais uma vez,  confirmei que ter a casa sempre cheia de gente, é uma das coisas que mais felicidade me proporciona. Não vos consigo explicar a alegria que sinto, todos os dias, ao ver a confusão de movimento e vozes que enche a casa.

É uma alegria que não brigou, de forma nenhuma, com o sentimento de felicidade e leveza que senti, também, quando deixei os miúdos na escola  sabendo que, estando de férias, teria o dia inteiro só para mim. 

De modo que, nestes dias, estava tão inspirada que, sem querer, fiz um jantar que todos adoraram, inclusive eu (apesar de ter enjoado um pouco os pastéis de legumes no forno).

Digo que fiz este jantar, sem querer porque, procurando uma alternativa à sopa, misturei tudo o que tinha em casa com os parcos conhecimentos que tenho de cozinha, sem seguir uma receita específica.

Ficou tão bom que sinto que tenho de partilhar. É uma receita simples, saudável e muito saborosa. Espero que gostem.


Pastéis de Alho Francês no Forno


- 250 g de alho-francês 
- 250 g de brocolos 
- 2 cenouras médias
- 1 curgete pequeno
- 1 cebola roxa
- 3 ovos
- 1/2 chávena de chá de flocos de aveia
- 3 colheres de sopa de azeite 
- 1 colher de sopa de cominhos
- 1 colher de chá de ervas finas
- 1 colher de sopa de açafrão da terra
- 3 colheres de sopa de molho de soja


Cozer a vapor o alho-francês, os brócolos e o curgete, e reservar.
Colocar no copo da bimby ou numa picadora, a cenoura e a cebola e picar finamente.
Juntar todos os outros ingredientes na bimby (30 segundos, velocidade 7) ou numa picadora para misturar bem.
Num tabuleiro forrado com papel vegetal, colocar colheradas da massa.
Levar ao forno pré-aquecido a 180º entre 15 a 20 minutos.

Servir com massa integral, arroz integral ou uma salada.

Espero que gostem. Bom apetite! 


Seg | 14.11.22

Os melhores livros que já li aos meus filhos

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Encontrar bons livros para crianças não é fácil, pelo menos para mim.

Por outro lado, rodear os meus filhos de livros, desde que eram bebés, é praticamente uma das minhas missões mais importantes como mãe. 

Deposito muita esperança nos livros: espero que entretenham os meus filhos, que os façam sonhar, que os façam rir, acreditar em magia, que os façam viajar e, também, que lhes ensinem um pouco do que é realmente importante na vida.

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Entre as centenas de livros para crianças que já passaram cá por casa, há uma coleção que se destaca de todas as outras: os livros do Sapo, do ilustrador e escritor holandês Max Velthuijs.

Esta coleção tem vários livros e já os trouxe para casa várias vezes. Neste momento, estou a ler um aos meus filhos todas as noites antes de irem para a cama. Leio o livro e depois ficamos uns minutos a conversar sobre a história e a refletir sobre o que acabámos de ouvir.


Em cada livro, o autor fala-nos de um tema diferente: pode ser o amor, a tolerância, o medo, a curiosidade, o materialismo, as expetativas, a depressão, a amizade, entre tantos outros. A diferença entre estes livros e os outros é que o autor apresenta-nos os temas de uma forma especialmente bonita e sensível, através de personagens deliciosos: o sapo, sensível e sempre pronto a abraçar o novo e o diferente; o porco, trabalhador, muito amigo  e muito conservador; a pata, sempre bem disposta e pronta a animar os outros; a lebre, sábia, pragmática e segura; e o rato, aventureiro e sempre disponível para ajudar o próximo.

A interação entre os personagens é um retrato muito poético e, ao mesmo tempo, realista das interações humanas que testemunhamos todos os dias. E é isso que torna os livros tão especiais. Fazem-nos refletir sobre temas importantes sem nos contarem as histórias de uma forma óbvia ou moralista. É um convite à reflexão, mais do que uma exposição de bons valores e bons comportamentos.

Depois de ler centenas de livros infantis, asseguro-vos que estes são os melhores que encontrei. 

Tendo sido escritos nos anos 80 e 90, não refletem algumas das caraterísticas dos tempos atuais, mas o essencial está lá, até porque acredito que a justiça, a bondade e a ética são intemporais e independentes de qualquer contexto.

Conhecem estes livros? 

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Qui | 10.11.22

Rolo de atum para desenrascar um jantar


Quem é fã de sopa nesta casa? Ninguém. Todos comemos porque é prático, é saudável, é cultural, mas adorar mesmo, ninguém adora.

De modo que, pelo menos para as crianças (Milton incluído), é sempre melhor ter uma alternativa à sopa.

Nestas demandas encontrei uma receita muito interessante na página  A Pitada do Pai, que adaptei ao nosso gosto e conveniência: rolo de atum.

Sem mais demoras, partilho convosco esta maravilha, tal como fiz:

Rolo de atum, para um jantar repleto de semblantes felizes

Ingredientes:

4 ovos
3 latas de atum 
1 molho de espinafres (usei duas canecas de espinafres salteados congelados, que estão mais soltinhos e são mais fáceis de usar)
4 colheres de sopa de farinha de arroz
5 colheres de sopa de maionaise 
1 cebola roxa picada
sal q.b.
pimenta q.b.
fio de azeite 

Forrar um tabuleiro de forno com papel vegetal.
Colocar as claras numa taça as gemas no robô.
Bater as claras em castelo e reservar. 
Juntar os espinafres, o sal, o alho em pó, o sal e a pimenta às gemas e triturar. Envolver com as claras em castelo.
Colocar no tabuleiro e levar ao forno cerca de 15 minutos a 180ºC.
Enquanto está no forno colocar o atum , a maionaise e a cebola roxa numa taça.
Deixar arrefecer a "base" e de seguida barrar com a pasta de atum.
Enrolar com cuidado com a ajuda do papel vegetal ou um pano húmido.
Cortar em fatias e servir quente ou frio.


Acompanhei com uma salada de alface.

Bons jantares para vocês, de preferência sem sopa. 

Seg | 07.11.22

A enervante imaginação que se tem aos quatro anos

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O Milton precisava de substituir uma lâmpada do farol do carro e, após comprar a dita cuja, guardou-a algures perto do manipulo das mudanças. 

Estávamos a regressar com os miúdos da escola, quando ele se lembrou de que poderia colocar a lâmpada nessa tarde e começou a procurá-la junto ao local onde a tinha deixado. Não a encontrou. Eu procurei também e nada. 

Perguntámos aos miúdos se tinham mexido nela.

Diz o Eduardo:

"Sim, tirei-a para brincar com ela."

Nós: 

"E onde é que a puseste, Eduardo."

Continua ele, muito sério, como sempre que conta estas coisas:

"Levei-a para casa, para brincar. Depois apareceu um monstro e eu lutei com o monstro. Ele lutou comigo e eu lutei com ele e dei-lhe socos e pontapés, mas não consegui salvar a lâmpada. Ele comeu-a."

Nós:
"Eduardo, onde está a lâmpada?"

Diz ele, sempre sério:

"O monstro comeu-a. É verdade."

Lá procurei melhor a lâmpada e encontrei-a no porta-luvas.

Diz, o Eduardo:

"Tinha-me esquecido. Afinal consegui salvar a lâmpada. Depois trouxe-a de novo para o carro.

Sempre com vontade de salvar o dia, o Eduardo.


Qui | 03.11.22

Sou totalmente apologista da inovação em quase tudo na vida, menos numa coisa.

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Imagem de Imagem de 檯燈 關 por Pixabay 

Gosto de pessoas diferentes.
Aprecio pensamentos "fora da caixa".
Sinto-me atraída pelo exótico.
Gosto de mudanças.
Gosto de experimentar coisas novas, conhecer sítios novos, aprender matérias diferentes.
Gosto, inclusive, de mudar de opinião, se encontrar uma opinião melhor do que a que tinha antes.
Palavras como tradição, conservadorismo e costumes dão-me urticária.

Mas no que diz respeito a comida, o caso não só muda de figura como se inverte totalmente. Sou muito conservadora.
E lido mal com desilusões gastronómicas.

Sou aquela pessoa que, quando encontra o prato perfeito num restaurante, pede sempre o mesmo. Até porque, quando decido inovar, arrependo-me praticamente sempre.

No Mac Donald's comia sempre o Mc Royal Deluxe.
Nas sandes, sempre salmão com queijo brie e legumes assados.
Na gelataria italiana, sempre gelado de pistachio.
Da "Olá" o novo Magnum de amêndoa (aqui já houve inovação).
A bebida, sempre vinho tinto.
A sobremesa, mousse de chocolate.
O peixe, dourada.
A sopa, de miso.
A batata, doce.
Comida preferida de todas, sashimi.
Petisco, queijo.
Doce tradicional, malassada.

E assim vou indo, sem grandes maluqueiras a nível de comida. 
E vocês?