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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 31.10.22

Fomos com os miúdos a um casamento e eles amaram

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Tudo começou quando um colega que o Milton estima muito nos convidou para o seu casamento.

O casamento era na ilha onde vivemos e considerámos ter condições para levar os miúdos. E foi o que fizemos.

Confesso que tinha algum receio de passar o tempo todo atrás deles, com medo que se metessem em trabalhos ou que fizessem muito alvoroço. Mas, curiosamente, não foi nada isso que aconteceu.

Bom... eles fizeram alvoroço e , sem dúvida que o comportamento deles chamou a atenção, mas acho que foi no bom sentido ou, pelo menos, no sentido divertido da coisa.

Tudo começou depois de almoço, quando nos começámos a vestir. Todos colaboraram e mostraram interesse em ir arranjadinhos, pasme-se.

Depois, na igreja, comportaram-se com alguma serenidade. Claro que andaram por cima dos bancos (e por baixo dos bancos também), mas nem fizeram muito barulho.

Depois, na festa, foi a alegria total. Deliraram com as entradas e as bebidas e os espaço e as flores. De facto estava tudo muito bonito, mas não imaginava que até as crianças fossem influenciadas por isso. O facto é que eles estavam muito felizes, muito animados com os noivos e com o facto  dos noivos falarem com eles. 

Depressa começaram a  brincar e a fazer macacadas juntos, o que atraiu outras crianças e, em menos de nada, andava um grupinho de crianças a brincar animadamente. E foi a noite toda nisto.

Brincaram, dançaram a noite toda e o Eduardo fez uma amiguinha de 5 anos, com quem andou na brincadeira o tempo todo. Estavam uns fofos aqueles dois. A Lara e a Maria também fizeram um amigo, um menino uns dois anos mais velho que a Lara, mas muito querido e divertido. Acho que nunca vi os meus filhos tão sociáveis com meninos que tinham acabado de conhecer.

Eu e o Milton, à boleia dos miúdos e do ambiente fantástico da festa, também nos divertimos muito e fartámo-nos de dançar. Ficámos na mesa com um colega do Milton e a namorada e gostei muito de os conhecer melhor. 

Foi uma festa mesmo feliz e animada! Cheia de pessoas boas e gentis.  Aquelas pessoas que gostam umas das outras e estão ali para aproveitar o momento. Foi mesmo especial.

Os miúdos pediram-nos logo para irmos a mais casamentos. E, nós, na verdade também temos muita vontade.

 Por aí, os vossos miúdos também são apreciadores de casamentos?

Qua | 26.10.22

Uma forma diferente de motivar uma criança de 8 anos para a leitura

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Ler é vida, felicidade, conhecimento, liberdade e tantas coisas mais.
Por isso, o desejo de partilhar o meu amor por livros com os meus filhos fez-me levá-los à biblioteca desde que eles ainda gatinhavam. Fiz os seus cartões de leitor e passámos a frequentar a biblioteca e a levar livros para casa, pelo menos duas vezes por mês. Também os levo, sempre que possível, a assistirem às "Histórias Requinhas", que são sessões de leitura de histórias para crianças na biblioteca de Ponta Delgada.

Por isso, os meus primeiros três conselhos para estimular a leitura nas crianças são:

1- Ter sempre livros em casa
2- Contar-lhes histórias de uma forma interessante, apaixonada e teatralizada, principalmente quando são pequeninos
3- Levá-los à biblioteca com frequência e mostrar-lhes como existem tantos livros, sobre tantos temas e com cores, texturas e até sons diferentes.

Mas, a minha vontade de ver os meus filhos a ler é tão grande, que comecei a pressionar um pouco a Lara para ler mais. Ela leu os livros todos da coleção "O Diário de um banana" e depois não quis ler mais nada.

Um pouco depois interessou-se por livros de banda desenhada da Disney, que se habitou a ler à noite na cama, antes de dormir e, assim que acabaram os livros (que eram do pai), desinteressou-se outra vez.


Eu insistia, trazia-lhe vários livros diferentes da biblioteca e a coisa passou a tornar-se um pouco ingrata. A Lara  irritava-se com a minha insistência e rapidamente percebi que "o tiro me estava a sair pela culatra". 

Então, decidi parar de insistir. Não voltei a dizer-lhe para ler, nem a mostrar qualquer preocupação com isso.

Continuei a trazer livros da biblioteca, mas limitava-me a deixá-los à vista.

Um dia, mesmo antes de dormir, vejo a Lara a ir espreitar a estante que reservamos na sala para os livros da biblioteca (é uma estante quadrada, pequena, que leva os 20 livros que trago de cada vez).

Escolheu uns dois ou três e levou-os consigo. Continuei muda.

Alguns dias depois, reparei que estava a ler um dos livros e que andava com ele para cá e para lá, para o ler em todas as oportunidades que tinha. Fiquei muito feliz mas, mais uma vez, nada disse. Até era capaz de chamar-lhe a atenção por estar a ler em alturas indevidas só para disfarçar o meu entusiasmo: "Lara, para de ler na casa de banho! Sempre a ler esse livro, pá! Larga isso!" dizia-lhe eu.

E pronto, já está a ler outra vez, desenfreadamente e sem grande intervenção direta da minha parte. Vou trazendo os livros da mesma coleção, da biblioteca, sempre que vejo que está quase a acabar um livro e mais nada.

Isto dos miúdos entrarem na fase de quererem contrariar os pais tão cedo, exige de nós muita criatividade e ginástica emocional.

Qui | 20.10.22

"Shots" de educação matinal, entre afazeres banais

o-que-é-certo.jpgCá em casa, não temos o hábito de nos sentarmos na sala a conversar sobre "coisas sérias". Os miúdos têm idades muito diferentes e é difícil mantê-los atentos a uma conversa que não lhes interesse muito.

Por outro lado, quando existem problemas, seja na escola, seja em casa, é praticamente impossível abordar os assuntos de forma racional. Se está a ocorrer um conflito entre dois deles e um bate no outro, é muito difícil trazê-los à razão naquela altura. As emoções estão a ferver e, realmente, eles não vão querer ouvir nada que tenha para lhes dizer que não seja a favor da sua causa.

De modo que aproveito os contextos mais banais do nosso quotidiano para explicar as coisas mais importantes aos meus filhos. É quando estão a meio do almoço, meio ensonados a acordar, a meio caminho da casa de banho, durante um passeio ao jardim ou no regresso da escola que lhes f
alo muito sobre minimalismo, desperdício, e sobre o facto de não ser mau sermos diferentes dos outros.

Isto é muito importante para mim.

Há coisas que negligencio muito. Os meus filhos têm dificuldade a sentar-se a uma mesa quietos, não cumprimentam as pessoas quando entram num sítio, não comem sempre de garfo e faca e gritam muito (em casa). A Lara ainda não percebeu que não pode escalar tudo o que lhe aparece à frente e o Eduardo foge dos colegas sempre que os vê fora do contexto escolar, mesmo quando tudo o que quer é brincar com eles. A Maria porta-se muito bem em público, curiosamente, mas consegue fazer perguntas muito inconvenientes.

Há outras coisas que reforço, até demais. Falo quase todos os dias da importância de uma alimentação saudável. Explico até à exaustão que não existem pessoas superiores a eles, nem inferiores, só diferentes, e isso que é ótimo.

Tento que eles nunca sejam os agressores numa briga, mas que nunca deixem de se defender como puderem.

Digo-lhes sempre que não são as pessoas mais importantes do mundo, e têm que o saber estimar e dividir, empaticamente, com os outros, mas que serão sempre as pessoas mais importantes do mundo para mim.

Asseguro-lhes que podem ser o que quiserem e fazer o que quiserem, mas que, caso decidam manter-se na nossa sociedade, há regras que têm que ser cumpridas, como não andar nu na rua ou comer com as mãos.

E assim vamos indo, educando os miúdos o melhor que sabemos.

A verdade é que só podemos dar aquilo que temos. É o que fazemos. Colmatamos o que nos falta em "berço" com o que nos sobeja em "idealismo".

Sex | 14.10.22

5 doces que adoro

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Já vos falei aqui de coisas que a generalidade das pessoas adora comer, mas eu não comeria a não ser que me pagassem... muito. E mesmo assim, não garanto.

Hoje vou falar de doces que adoro e que poderia comer, alegremente, todos os dias.

Na verdade, alturas houve em que comeria mesmo todos os dias, se me apetecesse mas, aos 40 anos sou muito mais conscienciosa do que aos 20, no que à alimentação diz respeito.

Por isso como doces apenas uma ou duas vezes por semana, geralmente depois de almoço, no fim de semana.

E, sempre que possível, os meus eleitos são estes:


Gelados artesanais italianos
Adoro! Desde que os provei em Itália que são os meus gelados preferidos de sempre, até agora. Felizmente, em Ponta Delgada, há uma gelataria que tem uns mesmo bons: a Abracadabra. São deliciosos.

Mousse de chocolate caseira
Um gosto que adquiri nos Açores, com a mousse de chocolate do Restaurante Alcides. Continuo a não gostar de sobremesas de chocolate, exceto uma mousse caseira bem feita.  Uma das minhas sobremesas preferidas.

Arroz Doce
A minha avó fazia um arroz doce muito simples, mas muito saboroso. Hoje, é uma das minhas sobremesas preferidas, mas tem de ser parecido com o da minha avó, no ponto certo, nada de pudins de arroz. 

Malassadas
É um doce típico dos Açores (não vou arriscar na ilha) que se vê muito no Carnaval e no dia das amigas. É uma massa frita, polvilhada com açúcar e canela.Também me faz lembrar os filhoses que a minha avó fazia no Natal, uma lembrança muito boa.

Tiramissu
Este veio recentemente para a lista dos meus doces preferidos, porque é raro encontrar um Tiramissu muito bom. Mas, quando encontro, adoro. Gosto muito da combinação de sabores e de texturas e do facto desta sobremesa não ser demasiado doce.

E por aí, o que despoleta em vocês o pecado da gula?

Qua | 12.10.22

Aventuras de uma míope



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A miopia surgiu na minha vida quando tinha 16 anos.

Lembro-me bem do oftalmologista me ter dito que teria de usar óculos para sempre, em todas as ocasiões, e de eu ter começado a chorar, desesperada.

Ah... como é bom ser jovem e ter problemas de jovem! Nada como sofrer por coisas de somenos.  Bom... mesmo depois do meu namorado, querido como era, me ter assegurado que ficava bastante bem com óculos ou sem óculos (o amor é lindo!) eu não estava nada satisfeita.

Assim, recusei-me a usar óculos durante bastante tempo. Ou até dar tantas "barracas" que se tornou completamente impossível fazer a minha vida normal sem óculos.

Ora vejamos:

Andava pela rua e não conseguia reconhecer a cara de ninguém a menos de um metro, mas conseguia distinguir as pessoas, pela postura, pelo volume do corpo e pela maneira como se movimentavam. Tantas competências que se adquirem, quando se quer (ou precisa).

Ainda assim, aconteceram-me coisas bizarras como:

Entrar numa sala de aula que não era a minha, sentar-me numa secretária e ter toda a turma a olhar para mim, em silêncio, durante o tempo suficiente para eu perceber que havia algo de errado ali. Simplesmente não conseguia reconhecer ninguém e, para mim, estava na aula certa, com os meus colegas e o professor do costume. Só que não. Já nem me lembro como saí da situação, mas não deve ter sido com a fama de ser uma pessoa muito "normal".

Numa outra ocasião, entrei num carro da mesma cor daquele onde era suposto entrar, não vi que já estava ocupado e sentei-me ao colo da senhora que estava no lugar do passageiro. Tudo gente simpática e afável, visto que não tenho nenhuma memória traumática dessas situações.

Ainda assim, tornou-se claro que teria que usar óculos e, a determinada altura, lá me conformei. A partir daqui, todos os episódios mais estúpidos da minha vida (que nunca foram poucos)  deixaram ter ter a desculpa da miopia.

Até este verão. 

Estávamos num parque aquático que não conhecíamos e eu não podia usar lentes, porque estava com conjuntivite. Também não dava muito jeito usar óculos no aquaparque, pelo que fui míope mesmo. Ora, estando sempre perto do Milton e dos meus filhos, não haveria problema.

Acontece que aquelas piscinas em particular, ficavam com 1,80 em determinadas zonas e eu não sei nadar, ou melhor, atrapalho-me a nadar se souber que não tenho pé. De modo que fui atravessando essas zonas, com o Milton por perto, nadando (ou movendo-me na água, na horizontal, como podia) cheia de stress.

Chegando a uma ponta do parque, depois de atravessar a zona sem pé a custo, os miúdos e o Milton decidem que aquela zona é desinteressante e voltam para trás, pela piscina de 1,80 m sem se lembrarem que, se se afastassem muito, eu deixava de os ver.

E ali fiquei eu, sozinha, com uma piscina de 1,80 m à frente, e sem saber para onde ir, porque não fazia ideia de onde estavam eles, mesmo que estivessem bem visíveis para a maior parte das pessoas.

Fiquei ali sentada, com ar de paisagem, a fingir que estava muito satisfeita a apanhar sol, até alguém da minha querida família dar pela minha falta e se lembrar que estava sem óculos e sem lentes.

Seg | 03.10.22

Por causa dos meus filhos descobri que sou fã de parques aquáticos.

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Aprendo muitas coisas sobre mim, com os meus filhos. Umas melhores que outras.

Neste verão, descobri que gosto de parques aquáticos.

Nunca fui a um parque aquático quando era criança. Fui, uma vez, ao parque aquático dos Açores, já adulta mas nem me lembro bem como foi, por isso não deve ter sido uma experiência muito marcante.

Este ano, foi diferente. Fui, em família, a três parques aquáticos diferentes: dois bastante grandes na Gran Canária, e ao parque aquático dos Açores (recentemente renovado), muito mais pequeno, mas nem por isso menos interessante.

Resumindo, todos adorámos e todos andámos nas atrações mais inimagináveis, incluindo o Eduardo, com apenas 4 anos, mas tamanho de 6.

Talvez o Milton fosse o menos entusiasta deste tipo de parque, mas só digo isto porque eu e os miúdos ficámos praticamente histéricos com todos os escorregas.

O primeiro parque aquático a que fomos foi o Aqualand Maspalomas.
Foi o maior e o mais caro. Aqui, eu não consegui andar em quase nada. Praticamente só andei no rio lento enfiada numa boia gigante e a Lara noutra. Foi divertido, porque acabávamos por andar sempre encalhados nos outros turistas e isso gerava sempre alguma conversa de ocasião. E, tímida como sou, só mesmo numa situação de impossível fuga para por-me a conversar amenamente com alguém. Era isso e apanhar com água fria em cima, quando passávamos por cascatas artificiais, durante o percurso.

De resto, foi ficar a olhar para as filas enormes para as atrações mais Interessantes. O Milton ainda foi em duas ou três com a Lara, mas demoraram imenso até entrar em cada uma.

Já os miúdos tinham à disposição uma zona enorme e muito bem cuidada, com dezenas de atrações giras. A água estava muito limpa e existiam muitos monitores a tomar conta das crianças. Também havia casas de banho perto e zonas de restauração. Pareceu-me tudo muito seguro e organizado. Eles divertiram-se imenso e, por isso, eu também.

Durante as nossas férias na Gran Canária, também fomos ao Parque Aquático Lago Taurito que era mais pequeno e mais barato que o anterior, mas muito animado também. Aqui já conseguimos andar em mais atrações. Pude dar boa utilização aos meus pulmões (e envergonhar fortemente a minha filha Maria, de 6 anos) gritando como uma maluca em várias atrações, até naquelas onde o meu filho de 4 anos andava sem pestanejar. Diverti-me imenso com os miúdos e só saí dali quando anunciaram que o parque ia fechar.

Do que gostei menos neste parque foi a água, que me pareceu muito suja (dos protetores solares das pessoas) e as piscinas à volta das atrações que eram muito fundas (em algumas eu nem tinha pé).

Já de regresso aos Açores, fomos também ao Aquaparque dos Açores, e foi muito giro. É mais caro do que gostaríamos, mas é limpo,  pareceu-nos seguro, tem boas infraestruturas e temos a vantagem de conseguir andar várias vezes em todos os escorregas. Também tem uma zona gira para bebés e crianças pequenas, mas os meus filhos todos (mesmo o Eduardo, de 4 anos) preferiram andar nos escorregas grandes. O Eduardo andou em todos menos em 2, por causa da altura. O miúdo andava sozinho na boa, super divertido. Ele mandava-se para o escorrega, deitado e de braços cruzados no peito, entoando sempre um sonoro "Uhuuuuuuuuuu!"! Muito cómico. Ficamos felizes só de ver a forma como ele se está a divertir.

Ali ficámos praticamente todo o dia, até nos fartarmos de andar em tudo, inúmeras vezes.  Apesar de ter poucos escorregas, o aquaparque tem os suficientes para uma família se divertir, à vontade e sem filas e filas de gente, durante um dia de verão.

Gostei muito e recomendo. Apesar de ser um pouco caro, creio que vale o investimento.