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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 30.09.22

Eduardo #43

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De manhã, o Eduardo chega ao pé de mim e diz:

"Mãe, fecha os olhos."

Leva-me até à sala pela mão e diz-me que já posso abrir os olhos. 

Vejo todas as almofadas, que geralmente estão espalhadas pelo chão, perfeitamente alinhadas no sofá.

Faço um grande espanto e dou-lhe uma data de beijos naquelas bochechas boas, enquanto o Eduardo se ri,  envergonhado.

Meu rico filho. A fazer uma surpresa à sua mãe logo de manhã. Tem 4 anos e já tanto jeito para lidar com as pessoas. Está safo, este.

Qua | 28.09.22

5 coisas que todos adoram comer, mas eu não.

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Nutella.
Já tentei. Várias vezes.
Sabem aqueles crepes de nutella, famosíssimos, que todos dizem ser fantásticos? Dão-me vómitos. Mesmo. 

Brigadeiros.
Igual. Até pode parecer saboroso e docinho, no inicio, mas fico logo agoniada com aquele sabor a leite condensado. Aquilo é muito doce. Muito enjoativo.

Hambúrguer.
Dispenso bem. Como, se tiver que ser, mas não fico deliciada. É muito seco, muito sensaborão. E, se tiver que lhe espetar uma data de molhengas para ficar agradável, qual é objetivo?

Cachorro-quente.
Lá está outra coisa que já comi, mas não gosto. Comerei, se não houver mais nada mas, francamente, salsichas fazem-me lembrar paté de comida para cão.

Coca Cola.
Já bebi, mas sabe-me a rebuçados em forma de refrigerante. Não aprecio refrigerantes em geral. Prefiro água. Ou vinho tinto. Sou um pouco conservadora nas bebidas, vá. Posso dizer que gosto de bebidas mais bíblicas.

E por aí,  qual é a comida que todos adoram e vocês não suportam?


Qui | 22.09.22

Maria #55 A minha filha prefere que eu grite!!!

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Vivo numa luta diária contra a ansiedade e contra os gritos. Os meus, principalmente.

Por qualquer coisa, até sem me aperceber, começo a falar alto, mesmo que não seja a gritar. Sempre que estou muito feliz ou entusiasmada, também tenho a tendência para elevar o tom de voz. É uma característica minha.

Como podem compreender, é desagradável, tanto para mim como para quem está à minha volta.

Por isso, todos os dias tento mudar um pouco. Faço yoga, meditação e, sempre que consigo, faço um esforço consciente para falar mais baixo.

O Eduardo está sempre bem disposto e, se me vê a gritar, vem dar-me beijinhos e abraços.

A Lara, por sua vez, não gosta nada que eu grite e, basta falar com ela de uma forma mais séria, mesmo com voz baixa, e ela já se queixa do tom da minha voz.

A Maria tem uma atitude totalmente inesperada.

Quando estou a fazer um esforço consciente para falar mais baixo e, notoriamente, estou a falar alguns tons abaixo do que eu faria normalmente, a Maria volta-se para mim, muito séria, e pede:

"Para com isso, mãe. Para de falar assim, por favor."

Acho que devo ficar com um ar meio louco quando tento falar de uma forma mais calma. A Maria, claramente, prefere a natureza pura e espontânea das pessoas. Acho que consegue lidar melhor com o que já conhece.



Ter | 20.09.22

O manjericão dos vizinhos

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Uma das minhas atividades preferidas é observar pessoas. Às vezes, não são propriamente as pessoas que eu observo. Observo as suas casas, os seus objetos pessoais e a forma como estão dispostos. 

Gosto de pensar que o faço como quem recolhe matéria prima para um trabalho muito importante. Digamos que o meu trabalho é construir histórias e personagens. Por isso, preciso de recolher todo o material de que for capaz e, as minhas observações, são a melhor técnica de trabalho que conheço.

Sou daquelas pessoas que conseguiria (se tivesse muito tempo para isso) passar horas a observar o que se passa para lá das janelas das casas das pessoas. Quando estou sozinha em hotéis, dedico sempre uns minutos a espreitar pela janela. É maravilhoso!

Por isso, quando mandaram abaixo a casa que existia em frente ao prédio onde vivo e começaram a construir um prédio com vários apartamentos, fiquei muito contente (exceto pelo pó e outros constrangimentos causados pela obra).

A uns três ou quatro metros das minhas janelas, existe uma dezena de janelas que oferece um pouco do quotidiano de pessoas que nem sequer conheço. 

Esta manhã reparei numa janela  que tem no parapeito dois vasinhos pequenos. Logo atrás, na bancada da cozinha, é possível ver uma chávena de café, com um design regular, como nos cafés, cuidadosamente virada para baixo, a secar. Ao lado, está uma chávena maior virada para cima. Temos aqui um habitante mais cuidadoso que o outro.

Mas, o meu interesse está todo nos vasos. Um pode ser de alecrim, não consigo perceber. E o outro tem um raminho viçoso de manjericão, a minha erva aromática preferida. É um lindo manjericão! Quase consigo sentir o cheiro aqui da minha janela, um andar acima.

Já fui olhar três vezes para o majericão. Tenho que parar com isso.


Seg | 19.09.22

O que não pode faltar na bagagem das crianças para as férias de verão

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A meio do verão viajámos os cinco (dois adultos e três crianças de 4, 6 e 8 anos), para um destino de sol, apenas com bagagem de mão, o que implicou algum esforço extra de organização.

Poderíamos ter comprado uma bagagem de porão e ter despachado grande parte das nossas coisas nessa bagagem, mas achei que, para além de pouparmos dinheiro, seria mais rápido e mais prático levar toda a bagagem connosco na cabine.

Decidimos que cada um dos miúdos levaria a sua própria mochila com as suas roupas. Assim, eles poderiam ajudar nos procedimentos inerentes à viagem e, por outro lado, teriam algo para cuidar durante as passagens pelo aeroporto. Nada como lhes dar algo para fazer, para os manter adequadamente entretidos.

Finda a viagem posso dizer que correu tudo muito bem (podem ler mais sobre a nossa viagem aqui) e a bagagem que levámos revelou-se adequada. Claro que numa próxima viagem alteraria algumas coisas, por isso, as dicas que aqui darei já bebem do conhecimento que adquiri nesta viagem.

Eis, então, o que recomendo que se leve na bagagem das crianças numa viagem para um destino de sol.

Esta bagagem é para uma semana, o tempo que ficámos, mas pode adaptar-se muito bem a duas semanas.

- 2 fatos de banho  (nós optámos por fato de banho e aqueles fatos completos com proteção UV;
- Um chapéu para o sol;
-3 mudas de roupa prática e fresca (vestidos, t-shirt com calções, macação). Como íamos à lavandaria "self service" em dias alternados para lavar as toalhas de praia, aproveitávamos para lavar na mesma máquina o resto da roupa. Assim não precisamos de levar tanta roupa.
- 1 casaco leve;
- Chinelos e sapatilhas (as sapatilhas eles levaram calçadas durante a viagem, o que nos poupa peso na bagagem);
- 1 muda de roupa mais arranjada (que eles levaram vestida durante a viagem também);
- 1 toalha de praia;
- 5 mudas de roupa interior;
- 2 pijamas de verão;
- 1 par de calças de meia estação (não usámos, mas acho que é sempre bom prevenir)
- Pasta e escova de dentes, champô, creme hidratante e escova de cabelo (levámos apenas uma para todos);
- Alguns brinquedos que ocupem pouco espaço. Nós optámos por livros de atividades, livros e lápis de pintar, baralhos de cartas e um livro com vários jogos incorporados.
- Braçadeiras ou coletes de encher e boias. Pode parecer pouco útil, mas, para nós, as boias fizeram toda a diferença. Os nossos miúdos gostam muito de as usar para brincar na piscina.

Na nossa bagagem levámos, também, pensos rápidos, medicamentos para a febre e para feridas, soro fisiológico e um termómetro.

É muito importante levar comida e água para as crianças. A viagem até ao destino final ainda levou mais de meio dia e os miúdos têm sempre apetite. Como não gosto de lhes dar a comida de aeroporto (que é cara e nem sempre muito nutritiva) levei sandes, fruta, iogurtes, bolachas e frutos secos. 

O que acham desta lista? Acrescentariam algo?

Contem-me.

Qui | 15.09.22

O que fazem os meus filhos quando outros meninos lhes batem

IMG_4921.jpgDe manhã, no carro, surgiu o tema. Devo ter perguntado aos meus filhos, como faço ocasionalmente, se alguém lhes batia na escola.

Não coloco muito peso na pergunta. Na verdade, tento falar disso de uma forma descontraída, como se estivesse a falar de uma banalidade qualquer. Não quero que eles achem que precisam de me esconder alguma coisa que se passe na escola.

Em menos de nada começaram a contar as suas histórias. E, pelo que conheço deles e pelo que vou perguntando às professoras e educadoras, acho que o que contam se aproxima muito da verdade.

A Lara começou por contar que, no dia anterior, um menino do 5º ano lhe tinha dado uns pontapés nas costas para ela sair do baloiço (presumo que não tenham sido pontapés capazes de fazer nódoas negras ou magoar a sério). Claro que a  minha primeira reação foi perguntar-lhe quem era o menino, para que eu pudesse ir imediatamente falar com ele sobre isso de andar a dar pontapés na minha filha. Também lhe perguntei se não lhe ocorreu responder-lhe com alguns pontapés. Depois lembrei-me que ele era capaz de ser bem maior que ela.

A razão voltou a mim em alguns segundos e a Lara continuou a contar o que se passou. Ela respondeu ao menino que, se não estava na fila para o baloiço, ela não ia dar-lhe o lugar e havia de sair do baloiço quando quisesse. Parece que o menino desistiu e foi-se embora.

A Lara, teimosa como é, aguenta uns pontapés, mas leva a sua avante.

A Maria comentou logo que, se ocorre confusão, vai-se embora rapidamente. Também não me parece mal. Eu encorajo-a sempre a não permanecer por perto de alguém que a magoa ou trata mal. Assim como lhe indico que, se tratar alguém mal ou for antipática, é natural que não queiram brincar com ela.

Já o Eduardo reage de uma forma que considero apropriada. Sei, pela professora e pelo que observo, que não bate em ninguém sem ser provocado. Se lhe batem, ele entende responder da mesma forma. Tudo certo. 

Ensino sempre os meus filhos que nada se resolve com violência e sim com palavras. Explico que os meninos mais pequenos às vezes batem porque têm dificuldade em exprimir-se. No caso deles, já são suficientemente crescidos para conversarem uns com os outros, em vez de se baterem.  Claro que cá em casa andam à batatada muitas vezes, por muitas conversas que tenha com eles.

Por outro lado, não me choca que respondam na mesma moeda se forem provocados com violência. Digo-lhes sempre que nunca devem bater em ninguém e acredito piamente que não o fazem. Mas não os proibo de se defenderem como acharem necessário (exceto que a pessoa em questão for maior ou mais pequena). 

Cada um tem a sua personalidade e é natural que resolvam os conflitos de diferentes formas. E acredito que, enquanto eles forem resolvendo as suas coisas, não devo interferir muito com isso (por mais que me custe).

A Lara, aguenta umas abanadelas e mantém-se firme. 
A Maria foge rapidamente (é mais das minhas).
O Eduardo responde na mesma moeda.

Quando era criança, nas vezes em que sofri algum tipo de violência, era raro responder com violência. Era a mais pequena da minha turma e era  muito tímida e insegura. Não posso dizer que tenha traumas de violência, mas claramente não me sabia defender. Ou fugia, ou escondia-me. Mais tarde, aprendi outras técnicas mais eficientes que nunca envolviam responder na mesma moeda, mas que se revelavam muito mais eficientes. Posso dizer-vos que usava o cérebro em vez do corpo para evitar chatices e resultava muito bem.

A verdade é que não sei lidar com violência e evito-a a todo o custo. Não terei sido sempre bem sucedida e já terei  andado às bofetadas com alguém, em alguma altura da vida, mas não é algo com que me identifique muito.

E por aí, como lidam com estas situações?

Seg | 12.09.22

O que acontece quando eu não interfiro nos planos da família

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Um dos meus traços de personalidade mais marcantes é a constante necessidade de controlo. Sou a pessoa das listas, do plano A, B, C e D e da organização ao ínfimo pormenor. Não sou assim em tudo, claro, mas no que me interessa verdadeiramente.

Provavelmente quem me conhece melhor pode considerar-me um pouco caótica, mas garanto que é um caos muito controlado.

Mas, ontem, num exercício de alguma loucura, decidi não opinar em relação a nada em relação ao final de dia e deixar os acontecimentos fluírem a gosto dos restantes membros da família.

Eis o que aconteceu:

Assim que os miúdos saíram da escola, comeram algo rápido e a Lara e a Maria foram para o karaté. Foi o primeiro dia da Maria no karaté e deixámo-la lá com a Lara porque tínhamos as reuniões de início de ano letivo, das salas das miúdas. O Milton foi para a sala da Lara com o Eduardo e eu para a sala da Maria.

Como a Maria vai para o 1º ano, a reunião estendeu-se para lá das 20h00 e o Milton foi buscar as miúdas ao karaté sozinho.

Quando me despachei, fui ter com eles a uma pizzaria perto de casa. Encontrei-os refastelados a comer uma bela pizza de peperoni, fiambre e chouriço.  Os miúdos estavam impecavelmente sossegados a comer a pizza, depois de terem começado a refeição com uns rissóis. 

Sentei-me a beber uma cerveja e a comer uma fatia de pizza, que era perniciosa sim senhor, mas bem saborosa.

Já de regresso a casa, bem a horas de tomar banho e dormir, a Lara e o Milton mostraram vontade de ir dar um passeio pela cidade. E lá fomos, um bocadinho a contragosto da Maria, que só aceitou passear às cavalitas do pai.

 E foi bem interessante o passeio. Encontrámos algumas pessoas conhecidas, conseguimos conversar uns minutos, enquanto as crianças faziam ralis com a cadeira de passeio que ainda usamos para o Eduardo. Logo depoi, os miúdos andaram no carrossel, que está há meses estacionado à beira-mar.

Ainda fomos beber mais uma cerveja às portas da cidade, onde estava a decorrer um concerto de música ao vivo e onde, felizmente, é possível passear à vontade porque todo o centro está cortado ao trânsito. Esta decisão foi contestada por algumas pessoas, mas, quanto a mim, não podia estar mais satisfeita. A cidade ganhou outra vida e é muito bom ver o centro cheio de gente, e muitas famílias com crianças, numa noite de sexta-feira. Pudemos ficar a beber uma cerveja, sentados confortavelmente num banco de jardim na rua, enquanto os miúdos corriam e brincavam à vontade ali à volta.

A noite não seria tão caricata sem um acontecimento invulgar. Cobraram ao Milton 8 euros por duas canecas de cerveja. Quando o Milton olhou para o talão que lhe deram, estava lá escrito polvo!!!!! O senhor do bar esgrimiu uma explicação pouco convincente e o Milton lá veio com as cervejas, mas estava a sentir-se bastante mal convencido. Já tendo bebido metade da cerveja, o decidiu voltar ao bar e reclamar da situação. Não seria pelo dinheiro, mas, naquela noite em particular, não estava inclinado a deixar passar isto. O senhor, quando o viu, sem mais nem quê, agarrou na sua caneca de cerveja e voltou a enchê-la. Perante esta técnica tão peculiar de resolver a “potencial reclamação” do cliente, o Milton não encontrou outra resposta senão ficar muito bem-disposto.

Voltámos para casa e, perante o compreensível estado de cansaço e já alguma má disposição das crianças, saltámos o banho e pusemo-los na cama, onde adormeceram quase instantaneamente.

Vou ponderar abster-me de opinar mais vezes, parece-me. Talvez possa fazê-lo de 3 em 3 meses. 

 

Seg | 05.09.22

O que oferecer a meninas de 8 anos que não gostam de bonecas

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Esta não é uma publicação patrocinada. Podia ser.  Aproveito para informar que aceito patrocinios de livros, brinquedos, material de papelaria, cosmética, roupa, filmes e séries,  e vinho tinto. 

Adiante. Este é um dos artigos que mais procuro na Internet. Com a quantidade de aniversários que temos todos os meses, às vezes fico sem ideias de presentes para oferecer aos miúdos. Por ano, podemos ter até 70 aniversários, a contar com os colegas da escola dos miúdos. 

E, sendo os meus tão diferentes entre si, sei que o que seria um excelente presente para uma criança, para outra não causaria o mesmo encantamento.

Assim, a primeira coisa a fazer, se possível, é tentar saber um pouco sobre a criança, a sua personalidade e as suas preferências, investigação que vou fazendo junto dos meus filhos e, se conhecer a criança, junto dela própria.

Caso não seja possível, opto por alguns presentes mais "neutros" que acredite serem capazes de agradar à generalidade das crianças (claro que isto é sempre muito subjetivo).

No caso da Lara, que tem 8 anos e não gosta de bonecas, coisas brilhantes, pulseiras, anéis, unicórnios, flores, maquilhagem ou coisinhas mimosas em geral, alguns presentes interessantes poderiam ser os seguintes:

- Livros (depende dos livros, mas há sempre livros interessantes para todas as idades);
- Diários;
- Cartas de Pokémon (se fizerem coleção);
- Kits de ciência (para fazer slime, sabonetes, etc)
- Jogos (Uno, Memória, Puzzles mais complexos)
- Material de desenho e pintura
- Material para fazer colagens e atividades manuais (a Lara adora)
- T-shirts, bolsas e objetos para pintar 
- Material para fazer pulseiras de elásticos. Não é que a Lara goste muito de usar pulseiras, mas adora fazer (para vender). 

Por aqui, o que gostam os vossos miúdos de receber?

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