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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

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Ter | 30.08.22

Os quatro anos do Eduardo e uma festa cheia de peripécias

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O nosso bebé fez quatro anos.

Já se torna complicado considerar o Eduardo um bebé há bastante tempo, mas, por algum motivo, os quatro anos parecem-me o limite para isso. Qualquer dia vou ter mesmo de deixar de lhe dar comida à boca e começar a coloca-lo a adormecer na sua própria cama. Talvez este seja um tópico para desenvolver num outro texto.

À semelhança das irmãs, este ano o Eduardo pediu para fazer uma festa com os seus amiguinhos da escola.  

Escolhemos o sítio, convidámos os amiguinhos, e optámos por encomendar a maior parte da comida, já que seria muito complexo fazer tudo em casa, sozinhos.

Nessas coisas somos muito práticos: encomendamos a comida e não fazemos questão de ter uma decoração muito elaborada (ou ter decoração de todo). Na verdade os miúdos querem é divertir-se e comer umas coisinhas de que gostem.

Arranjei umas lembrancinhas de aniversário com antecedência (porque acho que os miúdos mais pequenos acham graça) e para o lanche encomendei miniaturas de cachorros, miniaturas de hambúrgueres, cupcakes e miniaturas de salgadinhos. Levei sumos e água, batatas fritas, sandes, gelatina, mousse de chocolate, bolinhas de coco, queques, brigadeiros e uns docinhos feitos pela minha sogra. Optei por não ter chupas, rebuçados, chocolates e gomas. 

O bolo de aniversário é capaz de se tornar um clássico nas festas dos miúdos: foi um bolo de chocolate, com cobertura de chocolate, decorado com imagens de papel do "Super Mário". Simples, económico e o preferido dos miúdos. Também foi este o bolo da Maria no sexto aniversário e ficámos surpreendidos com o sucesso do bolo. É raro ver um bolo de aniversário a voar num instante. Geralmente levávamos mais de metade do bolo para casa, noutras ocasiões. No caso deste bolo, sobram apenas meia dúzia de fatias, felizmente. 

A festa correu muito bem, o Eduardo estava super feliz com os seus amiguinhos e divertiu-se muito.

Eu estava um pouco ansiosa com o facto de ser a primeira vez que fazia uma festa com meninos tão pequenos, principalmente porque na maior parte, os pais não ficaram e foram buscar os meninos mais tarde (o que estava previsto, claro).
Eu deixei os pais à vontade para ficarem, deixarem os irmãos dos meninos ou deixarem só os amiguinhos do Eduardo, como desejassem. Ficaram duas meninas mais crescidas, irmãs dos pequeninos e elas foram tão queridas que até estavam a tomar conta das meninas mais pequeninas.  Tínhamos também duas monitoras a tomar conta dos meninos, do pula pula e a fazer pinturas faciais.

De resto, o local era muito seguro (fizemos a festa numa escola) e os meninos portaram-se lindamente. Ninguém se magoou e não vi ninguém a chorar seriamente.

O problema aqui foi a comida. Uma hora e meia depois da festa ter começado, a senhora que devia vir entregar a comida ainda não tinha aparecido, nem nos atendia o telefone. Eu passei do desespero para a preocupação com a senhora, julgando que lhe teria acontecido algo grave pelo caminho.

Encomendámos oito pizzas para resolver a situação. Entretanto a senhora lá apareceu, com uma justificação pouco pertinente, mas pelo menos não tinha sofrido nenhum acidente. Conseguimos cancelar a encomenda de pizza e tudo correu bem. Embora tenha chegado atrasada, a comida era deliciosa e comeu-se quase tudo.

No fim da festa, com a mente sempre em ação a ver se estava tudo bem com os meninos mais pequenos, esqueci-me de entregar as lembrancinhas às crianças. Ainda conseguimos entregar algumas, mas poucas. 

Entretanto acabámos por ficar fechados no recinto da festa porque nos atrasámos a sair (culpa nossa), mas uma senhora muito querida veio abrir-nos a porta logo depois.

Depois disso, ainda fomos com uns amigos com os nossos miúdos e os deles para o parque urbano.

Chegámos a casa de noite,  cansados, não encontrámos lugar perto de casa para o carro, e perdemos a festa branca de Ponta Delgada deste ano, mas não podíamos estar mais felizes!

O Milton deixou-nos em casa e estacionou o carro num local estranho qualquer e à meia noite foi busca-lo para mais perto de casa. 

O Eduardo, esse, não podia sentir-se mais importante e crescido. Passou a tarde com os amiguinhos, brincando em especial com o melhor amigo (que vai mudar de escola para o ano). Foi muito engraçado ver os dois juntos, muito alegres e companheiros. Surpreende-me sempre ver como é que as crianças tão novinhas estabelecem laços de amizade tão fortes e tão bonitos com outras crianças. 

Foi um dia cheio de coisas maioritariamente excelentes! 

Seg | 29.08.22

A primeira viagem com os meus três filhos para fora do país

Férias na Gran Canária #1

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Viajar é uma das coisas que me fazem respirar com o ânimo de uma criança que antecipa uma brincadeira nova. Ainda se lembram como costumava ser?

Viajar, para mim, é um dos aspetos maravilhosos de existir. 

E, nos últimos anos, não o tenho feito com a frequência que gostaria. 

Primeiro era o medo de viajar com várias crianças pequenas. Uma pessoa começou a ter filhos de dois em dois anos e, quando dei por mim, tinha três crianças pequenas, em fases diferentes de desenvolvimento e de dependência. Felizmente, saíram todos muito enérgicos e cheios de ideias (umas mais inteligentes e seguras que outras).

E, viajar com crianças pequenas implica transportar uma catrefada de coisas que iria transformar-me a mim e ao Milton em mulas ambulantes o que, convenhamos, não pode ser o ideal de viagem de ninguém.

Depois veio a pandemia e foi o que todos sabemos.

Neste verão, apesar de ainda ter alguns receios, decidimos fazer a nossa primeira viagem a cinco. 

Fizemos um teste em viagens de avião no inicio do ano, numa viagem de alguns dias à vizinha ilha Terceira. Correu bem.

Depois, começámos a ponderar vários destinos diferentes para onde poderíamos viajar com os miúdos no verão. Paris e Barcelona foram os destinos mais desejados mas, depois de muita meditação, optámos por algo que nos pareceu mais seguro: Gran Canaria.

Motivos principais: voo direto de 2h10; um clima maravilhoso, valores de voos e hotéis razoáveis, a possibilidade de algumas praias de água turquesa e areia branca, localidades fofinhas e pitorescas, e pouco movimento de massas humanas. Pareceu-nos perfeito. E foi perfeito. Ou quase.

Levámos apenas bagagem de mão: quatro mochilas e uma pequena mala de cabine e os miúdos portaram-se lindamente (se não contarmos com o facto de transformarem qualquer espaço num potencial parque infantil com barras de equilibrismo e superfícies de escalada).

Desfrutámos de sete dias de um sol maravilhoso, fomos à praia, a dois aquaparques que fizeram os miúdos delirar de felicidade, demos um passeio por um portinho cheio de casinhas brancas, flores, canais e praças dignas de uma cidade italiana em miniatura, e deliciámo-nos com a piscina exterior do hotel, aquecida numa temperatura perfeita.

Ficámos num apartamento muito confortável do Arguineguín Park, e adorámos cada segundo que lá passámos.

Nos próximos dias, planeio falar da nossa experiência até enjoar. Vou fazer reviews dos sítios que visitámos e dar algumas dicas para viajar com crianças.

Se quiserem que eu escreva sobre algo em específico, que vos possa ajudar a planear uma viagem, é só dizerem nos comentários. 

Até já. 

Qui | 25.08.22

Fomos a uma piscina natural no meio do oceano

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Tento guardar sempre cinco dias de férias para os aniversários (o meu, o do Milton e dos nossos três filhos). Mesmo que a festa de aniversário seja noutro dia, procuramos fazer alguma coisa especial no dia de aniversário de um membro da família.

Este ano, no dia de aniversário do Eduardo decidimos ir ao ilhéu de Vila Franca do Campo, onde existe uma piscina natural de água do mar, calminha e sem ondas, bem no meio do oceano.

Já não ia lá há uns dez anos e nunca fui com nenhum dos meus filhos.

Para variar, o Milton estava na dúvida se devíamos ir ou não, se seria chato ou perigoso, já que o que existe ali é rocha e água e não nos lembrávamos se o caminho era seguro para fazer com crianças de quarto anos. Eu, que normalmente sou mais cautelosa nestas coisas, estava bastante a animada e decidida a deixar que as condições decidissem se devíamos ir ou não.

Assim, de manhã, pegámos em toalhas, protetor solar, alguma comida que tínhamos em casa, roupa extra, fatos de banho e fomos até Vila Franca. As opções em Vila Franca eram várias: ilhéu, praia ou aquaparque. Sem fazer nada não ficaríamos.

O tempo estava nublado e quente, o que até nos pareceu ótimo. No ilhéu não existem sombras ou possibilidade de usar guarda sol (por causa do terreno rochoso, acho) e, em dias sem nuvens pode ser mais difícil suportar o calor.

Tínhamos visto que os bilhetes online para o barco estavam esgotados, por isso decidimos ir até à bilheteira da marina. Já havia fila para o próximo barco e a maioria das pessoas eram turistas e alguns com crianças. O senhor da bilheteira foi muito simpático e prestável. Disse-nos que havia bilhetes para o barco das 11h30 e para o das 13h00, que o ilhéu não era perigoso para crianças (desde que acompanhadas por adultos) e que àquela hora a maré estava baixa, criando uma pequena praia com areia, o que era ótimo para os miúdos.

Decidimos logo que íamos no barco das 11h30, o Milton ainda teve tempo de ir comprar umas sandes para juntarmos à comida que tínhamos e lá fomos. Como somos residentes, pagámos 12 euros, 6 por cada adulto (as crianças não pagam até aos 10 anos).

A viagem de barco foi muito gira. O barco era pequeno, balançava um pouco e, sentados, ficávamos muito perto da água, o que se tornou muito emocionante para os miúdos, dando-lhes a sensação de estarem a viver uma aventura! O Eduardo teve um pouco de medo, mas enfrentou-o valentemente agarrado ao pai. Estava muito sério e cauteloso, mas não chorou, nem gritou, como facilmente fazia quando era mais pequenino.

No ilhéu havia casas de banho e nadador-salvador, algo de que não me lembrava e me surpreendeu pela positiva.

Fomos à casa de banho assim que chegámos, para evitar caminhadas desnecessárias e fomos até à pequena praia que existe na maré baixa, na outra ponta do ilhéu. 

Andámos uns 10 minutos até á praia e deixámos as nossas coisas e as toalhas numa parede rochosa inclinada e divertimo-nos imenso ali. Tínhamos, de um lado, uma pequena piscina um pouco mais profunda onde os miúdos puderam mergulhar e, no outro a piscina de água mais extensa, que nos atravessar  o ilhéu de uma ponta à outra, sempre com água no máximo até à cintura. Ali, a Lara fez snorkeling e viu muitos peixinhos prateados.

Foi mesmo muito divertido e a paisagem é fantástica! Sentimos que estamos num pequeno refugio rodeado de mar  e observado pela ilha de São Miguel. Vale muito a pena conhecer.

Quando a maré começou a subir, o ilhéu ficou cheio de água (cerca de duas horas depois de termos chegado) e, embora fosse possível ficar, não era tão agradável porque já não tínhamos areia disponível para estar fora de água.

Fomos embora e apanhámos logo o barco (que estava cheio de gente mas, de uma forma misteriosa, consegue levar sempre mais e mais, mesmo quando achamos que não cabe mais ninguém). Uma nota muito positiva para os turistas presentes no barco, sempre muito sorridentes e simpáticos, apertando-se mais para nos sentarmos e oferecendo-se para nos tirar fotos todos juntos.

Almoçámos por Vila Franca, no "Jaime", um restaurante de que gostamos muito, com vista para o porto de pesca, já eram mais de 15h00. 

Quem viajar para São Miguel no verão tem aqui uma atividade que vale muito a pena fazer, mesmo com crianças mais pequenas.

Nota importante: Usem muito protetor solar e chapéu na cabeça.
 

Seg | 22.08.22

O que andamos a ler por aqui


Retomar a leitura diária foi um dos melhores acontecimentos deste ano. 
Os miúdos estão mais crescidos e mais independentes e, naturalmente, livros começaram a ser lidos, uns atrás dos outros, cá em casa.

Nem consigo descrever a diferença que a leitura faz na minha vida, no meu humor e no meu bem-estar em geral. Livros são vida, mesmo!

Assim, dos 25 livros que trago de cada vez que vou à biblioteca, um ou dois é para mim. 

Neste momento estou a ler "Kingsbridge" de Ken Follet, um livro cuja ação se passa na Idade Média. É magnífico! Este autor é um mestre dos romances históricos. Embrenho-me nas histórias de tal forma que, às vezes, dou por mim a pensar no que é que as personagens fariam em determinadas situações. É muito estranho? Espero que não.

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A Lara, depois do "Diário de um banana", descobriu mais uma coleção de que gosta: O Capitão Cuecas. Já percebemos que humor é uma caraterística essencial para lhe suscitar interesse pela leitura. Ela lê um destes livros por dia. 

 

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O Eduardo, curiosamente, ouve com muita atenção os livros que lhe leio. Fica muito sossegado a ouvir e a fazer perguntas sobre o que estou a ler. À noite, antes de adormecer, tem ficado na cama a fazer livros de puzzles, por isso trouxe-lhe dois livros puzzle da biblioteca.

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Depois temos os livros que todos lemos. Aqueles mais giros, com desenhos diferentes ou alguns clássicos como os livros da Anita.

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O que é que os vossos miúdos gostam de ler? 
Preciso de algumas sugestões para substituir o Capitão Cuecas. Em menos de uma semana a Lara já os terá lido todos... Agradeço, desde já, qualquer sugestão de leitura para ela. 

Qui | 18.08.22

Eduardo #42

Comer tomate

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Quando a minha filha Lara, com 4 anos, estava a comer salada de tomate e via que a Maria (na altura com 2 anos) não comia, eu disse-lhe que as crianças só precisavam  de comer tomate crú depois dos 4 anos.

Disse-lhe isso porque não queria que ela se sentisse injustiçada, ou deixasse de querer comer tomate.  E, aos 2 anos, não estava a ver mesmo como fazer a Maria comer tomate crú.

Com a Maria e o Eduardo a conversa foi a  mesma, por isso, o Eduardo andava a ouvir há algum tempo que aos 4 anos iria comer tomate crú.

Então, no dia do seu 4º aniversário, logo que acordou, dirigiu-se ao nosso quarto e não perguntou pelas prendas, nem pelo bolo, nem pela festa.

Muito sério e calmo, disse:

"Eu ainda não gosto de tomate."

Sex | 12.08.22

Finalmente chegou o verão aos Açores!

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Há três semanas, quase no fim do mês de julho, estávamos no outono, em São Miguel. Dormia de pijama quente, não podia ter roupa no estendal para não voar com o vento e as melhores saídas ao fim de semana eram para locais fechados porque o mais certo era estar a ventar e a chover.

Depois, de um dia para o outro, chegou um calor africano. Enfim, meio-termo para quê?

De modo que, neste momento, o verão em São Miguel, está convidativo e recomenda-se. É aproveitar para ir a essas maravilhosas praias e piscinas naturais que proliferam pela ilha.

Quanto a nós, já fomos à praia (a primeira vez este ano) e soube bastante bem. Fomos a Vila Franca do Campo, a uma praia de que gostamos muito, com casas de banho e duches muito jeitosos e (por enquanto) gratuitos. Um luxo.

Os miúdos divertiram-se muito e o tempo que passámos a lavá-los o melhor possível da areia preta, pareceu-me menos penoso do que costuma ser. Acho que eles estão crescidos e mais colaborativos.

Qua | 10.08.22

Gostam de estar sozinhos?

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Eu gosto. Mas não prefiro.

Cresci como filha única, nos anos 80.

Tinha dois canais de televisão, um quintal e uma imaginação meio alternativa e meio aleatória que ainda perdura, com muita vitalidade.

As minhas melhores memórias de infância são, ainda assim, de acontecimentos onde se reuniam os irmãos da minha mãe os seus filhos, na casa dos meus avós maternos, ou na casa de uma das irmãs da minha mãe, em Almada.

Nas minhas memórias mais felizes, existem os sons de dezenas de vozes, uma mesa cheia de gente e muitos primos atrás de mim, para eu lhes contar histórias de terror que inventava na hora. Existe a minha prima Joana a comer amoras dos arbustos, quando as estávamos a colher para um piquenique. Nessas memórias estou eu e a Margarida a dormir muito encostadinhas por causa do frio (ou das minhas histórias de terror), ou estamos a dividir um waffle comendo cada uma de uma lado (ao estilo da Dama e do vagabundo) por só termos dinheiro para uma. Tenho memórias fantásticas com companhia.

E continuo a preferir estar rodeada de pessoas, não muitas, mas das boas.

Mas, gosto muito, mesmo muito, de estar sozinha de vez em quando.

Adoro almoçar sozinha, num restaurante cheio de desconhecidos, tendo por companhia o livro que estiver a ler no momento. Adoro ir ao cinema sozinha ver aqueles filmes que ninguém vê, exceto eu e uma ou duas pessoas que costumam falar sozinhas na rua.
Gosto, sobretudo, de passear sozinha por cidades desconhecidas (embora não o tenha feito mais do que um par de vezes).

Às vezes penso que o que vai levar os meus filhos ao psicólogo é a gritante falta de privacidade que têm. E penso que lhes devia proporcionar um pouco daquilo que tive e que me tornou naquilo que sou hoje. Mas, depois, olho para eles, tão pouco solitários, eles que brigam diária e fisicamente pelo seu espaço, e acho que eles estão muito melhor preparados para o mundo do que eu.

Olho para eles, que crescem numa casa pequena e cheia de gente com vontades e necessidades próprias e muitas vezes opostas às suas, e vejo-os tão mais desenrascados do que eu e sinto-me  descansada.


Seg | 08.08.22

Duas dicas essenciais para trabalhar com três crianças em casa

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Durante as primeiras duas semanas de agosto ficamos com os miúdos em casa. Não conseguimos inscreve-los na escola em agosto e só temos férias nas últimas duas semanas deste mês.

Eu e o Milton ficámos a trabalhar em casa, sendo que nuns dias ficava eu sozinha com eles, noutros ficava ele e, muitas vezes, ficávamos os dois.

Podemos dizer que os meses de confinamento devido à pandemia foram um estágio excelente para esta situação e agora já não é, nem de perto nem de longe, o pesadelo que era antes.

O Eduardo, o mais novo, já tem quatro anos e, parecendo que não, faz toda a diferença.

Por isso, posso dizer que até correu muito bem. Com quatro, seis e oito anos, os miúdos já brincam muito uns com os outros. Às vezes está um a brincar sozinho (normalmente uma das miúdas) e a outra está muito entretida a brincar com o Eduardo. O Eduardo, pela sua parte, quer é participar em tudo e gosta que brinquem com ele e, se lhe derem essa atenção, têm ali o ser mais colaborativo e pacífico do mundo.

A única coisa mais aborrecida desta situação é quando começam a discutir uns com os outros, o que significa gritaria e alguns tabefes que vão distribuindo entre si.

E as minhas dicas são, precisamente, no sentido de resolver esta dor que nos assiste a todos (pais) mais vezes do que gostaríamos.

Entre gritos, ameaças e ralhetes (que já sabemos que não funcionam, mas que, por vezes, dentro da nossa humanidade, é a única coisa que conseguimos fazer no momento) há duas coisas que funcionam excecionalmente bem cá em casa:

- Se a televisão estiver ligada, desligo-a imediatamente. Nem preciso de justificar, porque eles já sabem porque faço isso. O Eduardo ainda pode ficar a reclamar dois minutos, mas depois passa. Logo depois, começam a brincar juntos. A Lara ou a Maria inventam uma brincadeira qualquer e o Eduardo participa.
Cá em casa, somos um bocadinho rígidos com os ecrãs. Não que vejam pouca televisão, mas nós escolhemos com eles um conjunto de coisas que podem ver, e jogos, iPad e  Youtube são extremamente limitados. E eles devem negociar entre si o que querem ver, sem a nossa interferência. Se discutirem e não se entenderem, a televisão é desligada.

- Quando discutem por causa de alguma brincadeira que estejam a fazer, o brinquedo é arrumado de imediato. Explico que um brinquedo que causa brigas não está a servir para muito, por isso será arrumado temporariamente. Eles também já estão habituados a este procedimento e depressa procuram o que fazer, desta vez com mais serenidade.

Por aí, também têm os miúdos em casa? Como está a correr?

Boas férias para quem estiver de férias! 

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Qua | 03.08.22

O meu filho de 4 anos pensa que nasceu em 1827

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Num domingo de manhã:

Maria: 
"Mãe, vamos ao pesqueiro hoje?"


Eu:
"Podemos ir se conseguimos limpar a casa toda e fazer tudo o que temos para fazer: lavar e arrumar roupa, limpar o pó, fazer o almoço, lavar a casa de banho, levar o lixo.

Se todos ajudarem, será mais rápido."

Diz o Eduardo, com quase 4 anos, do sofá:

"As meninas ajudam e eu fico a ver televisão. Eu não sei trabalhar."

Depois de me rir bastante, respondo:

"Estás numa rica altura  para começar a aprender a trabalhar meu menino."


Olhem-me só este rapaz, a pensar que nasceu em 1827! Nem consigo imaginar de onde é que ele tirou estas ideias!

Vamos tratar disso com brevidade. 

Seg | 01.08.22

Coisas de irmãos #2

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O Eduardo tem, desde bebé, um apetite imenso. 
Acorda sempre a dizer que tem fome e ao fim do dia, após o jantar e a sobremesa, revela vontade de comer outra refeição.

Na escola, com um ano e sem saber falar, já me diziam que se ele não fosse o primeiro a ser servido, gritava e chorava tanto que as pessoas acabavam por lhe dar a comida a ele primeiro.

Num destes dias, a Lara disse-nos que, sempre que almoça (que é mais tarde que o irmão), vai buscar um pão à cantina e leva-lhe ao recreio. É o pão que dão durante a refeição, para quem quiser, mas como a Lara não come, leva sempre para o irmão. Ele, claro, já está a contar com isso.