Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Ter | 31.05.22

Aos 5 anos, a minha filha decidiu furar as orelhas!

Captura de ecrã 2022-05-31 à(s) 15.28.09.png
Não furar as orelhas das minhas filhas, em bebés, sempre foi uma firme convicção. 

Existem dois motivos por detrás desta decisão:

1º- Não me parecia bem furar uma parte do corpo dos meus filhos por uma questão estética. No entanto, respeito as razões de quem pensa de forma diferente.

2º- Ainda dentro das questões estéticas, ter brincos e o número de brincos que se tem anexados ao corpo de forma tão definitiva (o furo fica para sempre) é uma decisão muito pessoal, cabendo ao portador do corpo decidir como o quer enfeitar.

As miúdas foram crescendo e desenvolvendo a sua personalidade. E, se a Lara gosta de roupa desportiva que lhe liberte o mais possível os movimentos e não quer nada com "joias", a Maria gosta muito de se arranjar, de usar maquilhagem de criança, de pintar as unhas e de vestir roupa mais vistosa e brilhante. E, a determinada altura, a Maria pediu para ter brincos.

Expliquei-lhe a verdade que conhecia: que iria ter que furar as orelhas e que a sensação de o fazer não era bem a mesma que se experimenta a fazer uma massagem nos pés. Aquilo doía. 

A Maria não parecia interessada na dor e os meses foram-se passando sem tocar mais no assunto.

Até que, já com 5 anos, voltou a falar nisso algumas vezes. Sendo que eu já lhe tinha explicado bem a situação e parecendo-me que ela já poderia tomar essa decisão, de uma forma suficientemente esclarecida e consciente, levei-a a uma loja onde faziam furos.

Ela escolheu os brincos que quis com algum entusiasmo, mas na altura de furar queria desistir.

Então, deixei que a senhora da loja falasse com ela e a tranquilizasse. A senhora garantiu-lhe que não doía nada com tal convicção que eu acreditei.  Não estava a ver como era possível, mas a senhora foi mesmo convincente.

A Maria pareceu acalmar-se e, muito sossegadinha e direita, colaborou impecavelmente bem  enquanto a senhora passava nas orelhas uma toalhita anestesiante e fazia as marcações.

A Maria continuou imperturbável quando duas funcionárias da loja, uma cada lado, se colocaram a modos de lhe agrafarem uns brincos nas orelhas. Eu dei-lhe as mãos, as senhoras colocaram os brincos ao mesmo tempo e... a Maria nem pestanejou. Impávida e serena.

76 euros depois, a Maria foi brincar e nunca se queixou de dores.

Está muito satisfeita com os seus brincos e é ela que, todos os dias, me pede para desinfetar os brincos tal como indicado pela senhora que nos atendeu.

Confesso que nunca pensei que fosse tão simples. E a ideia da anestesia é bem boa. No meu tempo não se usava anestesia.

Quanto à Lara, com 8 anos, afirma que adora as suas orelhinhas fofas e intactas e não quer saber de brincos nenhuns.

Qui | 26.05.22

7 atitudes do meu professor preferido que mudaram a minha vida

kimberly-farmer-lUaaKCUANVI-unsplash.jpg

Estava no 9º ano, com os meus 13 anos, no inicio do que começava a ser a revolução da minha personalidade.

Até então pouco conhecia da vida. Tinha os meus pensamentos, começava a meditar com o auxilio de livros da secção mais esotérica da biblioteca de Alpiarça e ainda não tinha travado conhecimento com o poder revolucionário da música.

Já era uma inadaptada, alvo fácil das colegas que gostam de fazer terapia à custa dos outros (aka bullies) e não sabia bem o que fazer com os pensamentos desadequados e aparentemente inúteis que habitavam na minha cabeça.

Até que chegou aquele professor de história.
Só sei que se chama Paulo e que, no ano de 1990, teria 30 anos.

Ele foi a primeira pessoa real que, com as suas atitudes, me mostrou que eu não era uma pessoa esquisita ou pelo menos, que haviam outros e que havia espaço para todos. Deixei de me sentir tão sozinha e passei até a sentir um conforto agradável na minha pele e na minha mente.

Após esta não tão curta introdução, vamos a isso. Afinal, o que é que este professor, o meu preferido de sempre, (embora tenha tido outros, mais tarde, também muito importantes) fazia de tão diferente que se tornou uma influência tão forte na minha vida e, certamente, na vida de outros alunos?

1- Importava-se 
Ele importava-se connosco. Importava-se mesmo connosco. Ele não era, de todo, aquele professor que vai para escola, dá a matéria e tudo o resto lhe passa ao lado.
Ele observava-nos, analisava as pessoas e as suas interações e, finalmente, agia sobre isso.

2- Atuava
O professor Paulo era uma espécie de ativista. Colocava em prática as suas convicções e agia em conformidade. Nunca tinha visto um professor a fazer isso e, enquanto estudante, nunca mais vi um professor a envolver-se assim com a vida dos alunos.
Ele percebia as dinâmicas sociais que existiam na turma e intervinha. Foi o único professor que vi a defender os mais fracos perante toda a turma. Ele dizia, de uma forma assertiva mas não violenta, que  se sonhasse que alguém tivesse por hobbie andar a azucrinar os outros, estava bem lixado com ele.
Ahhhh como a minha vida mudou. Senti, de repente, um quentinho nas costas que me permitiu andar pelos corredores da escola  com mais descontração, sem ter que estar a olhar por cima do ombro para ver quando é que alguma parvalhona se lembrava de me bater com os livros na cabeça ou outras gentilezas do género.

3- Via os invisíveis
Ele fazia questão de dar voz a todos, principalmente àqueles que estavam sempre caladinhos no seu canto, como se não tivessem nada para dizer. Ele puxava pelas pessoas e puxava por quem precisava mais e não apenas pelos que já eram bons alunos. Não foi o meu caso, mas tenho a certeza que existiram pessoas daquela turma que, mais tarde, abraçaram o ensino de história, por causa dele.

4- Levou-nos a uma exposição de arte moderna em Lisboa, na Gulbenkian, acho. Foi numa visita de estudo escolar, claro. Lembro-me nitidamente dessa visita de estudo. Lembro-me de ficar fascinada com um quadro de pintura abstrata que retratava o ruído na cidade. Achei maravilhosa a possibilidade de desenhar emoções, sentimentos ou simples impressões. Naquele dia abriu-se uma porta na minha mente onde consegui arrumar e organizar parte das minhas ideias soltas.

5- Explicava-nos a História como deve de ser
Isto é subjetivo, obviamente. Ele explicava-nos os acontecimentos do mundo através de filmes, de performances  com toda a turma, onde simulávamos a organização do trabalho numa fábrica, por exemplo, para percebermos como surgiu o capitalismo. Lembro-me de ter levado um livro, com imagens muito fortes, sobre o Holocausto. Disse-nos que se quiséssemos podíamos não olhar, devido às imagens chocantes, mas explicou que era importante percebermos a dimensão do que tinha acontecido ali. Fazia-nos sentir a História com as emoções tanto como com a mente.

6- Mostrou-nos um filme dos Beatles
Adorei logo aquele filme, embora não me lembre qual é. Era colorido e acho que em desenho animado. Achei fascinante a forma como aquela banda influenciava a cultura no mundo. Acho que, mesmo de uma forma inconsciente, decidi que o poder de influenciar e de comunicar era o maior e mais interessante poder do ser humano.

7- Era como os bons professores nos filmes
Carismático, bom comunicador e completamente vocacionado para o ensino. Claramente, apaixonado pelo que fazia. E, isso, faz toda a diferença.

Por tudo isto, eu não decorei o que ele me ensinou. Eu percebi realmente. E, para além da matéria, percebi que existem pessoas que se interessam mesmo pelos outros. Isso era algo que nem me passava pela cabeça antes.
Aprendi mais do que verdadeiramente importa com ele naquele ano, dos que em todos os nove anos anteriores.

Qual foi o professor mais marcante na vossa vida? Contem-me. 

 

Seg | 23.05.22

Coloquei-os a todos de castigo

IMG_3847.jpg



Um dia destes, a determinado momento, coloquei os miúdos todos de castigo.

Já nem sei porquê. Provavelmente porque estavam a bater uns nos outros, ou a gritar ou a subir paredes… Algo assim, certamente.

O castigo foi desligar a televisão.
Podia chamar-lhe “consequência natural”, “karma doméstico” ou outra coisa qualquer. O certo é que teve resultados fantásticos! Como sempre, aliás. Pelo menos no que diz respeito a este tipo de castigos.

De repente, vão todos juntos para um sítio e começam a brincar. Simples assim.

Às vezes, acho que eles só precisam que alguém se lembre de desligar a TV.
O aparelho, por sua vez, tem uma merecida folga durante a semana já que nos fins de semana de chuva faz horas extra. 

PS: A foto em cima foi tirada minutos após o castigo ter sido aplicado. Nota-se muito o ambiente tenso e de grande angústia dos petizes? 

Qui | 19.05.22

3 razões para amar a escola dos meus filhos

1127486F-5A58-4007-A688-7979D689E6A4.JPG


Hoje vou falar do Eduardo, mas o mesmo se aplica à Lara e à Maria, aos seus professores, auxiliares e a todos os que trabalham na escola que eles frequentam.

Faço referência a apenas três episódios (de muitos mais que existem, todos os dias), porque são os mais recentes. Apenas por isso. Muitos são bastante privados e não tenho a certeza de que possa mencioná-los aqui, por isso não o faço.

1- O Eduardo esteve uma semana em casa com gripe A. No dia em que voltou à escola estava um bocadinho apreensivo, o que é perfeitamente normal depois de ter passado tanto tempo em casa cheio de mimos e de televisão. Quando chegou ao recreio, um dos coleguinhas que estava perto da porta chamou-o com um ar super feliz e deu-lhe um abraço, tão sentido e tão espontâneo, que me deixou, mais uma vez, surpreendida com a gentileza natural das crianças. O que é que isso tem que ver com a escola? Acredito que tem muito. Cultivam-se ali laços de amizade muito fortes. Provavelmente nas outras escolas será parecido. Na minha não era assim, por isso estas situações tocam-me de uma forma especial.

2- O Eduardo costumava ter futebol como atividade extra. Eu percebia que ele gostava, mas nunca pensei muito nisso. O facto é que, com três crianças a crescer e a multiplicar os seus interesses, decidimos retirar os miúdos de todas as atividades que tinham e direciona-los apenas para uma. A Lara tem o Karaté, na escola e fora da escola, a Maria tem interesses mais artísticos e o Eduardo ainda é pequeno e pode esperar (pensamos nós). Claro que é, também, uma questão monetária.
O facto é que parece que o Eduardo gostava mesmo muito de futebol e, quando vinham buscar os colegas para a aula e ele não era chamado, ficava a chorar tanto que a professora de futebol, que é uma pessoa fantástica, levava-o na mesma para a aula. Soube tempos depois. Obviamente, já descobrimos a atividade dele.

3- Enquanto levava o Eduardo para a sala, de manhã, ele viu a sua professora a passar. Correu logo na direção dela, que o segurou ao colo. Agarradíssimo ao pescoço da professora num abraço típico do Eduardo, já nem se deu ao trabalho de me dizer até logo.

São coisas pequenas, simples, mas que me deixam com a certeza de que os meus filhos estão com as melhores pessoas com quem poderiam estar para além da família e amigos. Sei mesmo que, para além de matéria escolar, de atividades e de entretenimento, eles recebem aquilo que é mais importante: afeto, dedicação e atenção.

Sinto-me todos os dias agradecida pelas pessoas maravilhosas que cuidam deles com tanto amor.

Seg | 16.05.22

Ser mãe é #1

IMG_7876.jpg

Nunca saber com quantas pessoas vou acordar, de manhã, na minha cama.

Deito-me sozinha, ou com um, e acordo, na maior parte das noites, com pelo menos mais duas pessoas na cama, para além do Milton.

Se no inicio nem eu nem o Milton conseguíamos dormir bem, agora já aprendemos a sentir conforto e a dormir muito bem no estilo "sardinhas em lata".

Confesso que até gosto muito de dormir aconchegadinha entre a Maria e o Eduardo. E, em certos dias, até a Lara se junta a nós. Gosto muito. 

Qui | 12.05.22

Eduardo #36

O grato

IMG_2912 (1).jpg

O livro que veem na foto: "Dicionário por imagens Vamos Aprender" foi requisitado por mim, na Biblioteca de Ponta Delgada, vezes sem conta.

Trouxe-o para a Lara, depois para a Maria e, agora, para o Eduardo.

É um livro muito antigo, com mais de 20 anos, que já não consigo encontrar à venda nas livrarias, mesmo online.

O livro é giro porque é feito de jogos didáticos, uma espécie de passatempos, e os miúdos vão aprendendo coisas de uma forma que parece ser muito divertida. 

O Eduardo adora o livro. Pediu-me tantas vezes para o trazer da biblioteca e ficava tão desiludido quando eu tinha que o devolver, que senti que tinha mesmo que o comprar.

Encontrei-o no OLX e pedi que me enviassem para os Açores. Demorou mais de uma semana a chegar, mas valeu muito a pena a espera.

O Eduardo, que anda sempre agarrado a ele embora o tenha visto e revisto dezenas de vezes, chegou ao pé de mim esta manhã, com ele na mão e disse-me:

"Mãe, obrigada por teres comprado este livro. Agora pode ficar sempre cá em casa e já não é preciso devolvê-lo à biblioteca."

É tão fácil satisfazer uma criança de três anos, que até faz confusão.

Às vezes parece que temos de ter uma catrefada de brinquedos e atividades para manter os miúdos entretidos e, afinal, basta encontrar o livro certo. 

E por aí, quais são os brinquedos preferidos dos vossos pequenos?

Seg | 09.05.22

Hambúrguer de grão-de-bico e espinafres

 

IMG_0659.jpgIMG_0662.jpg

Os dias têm andado devagar. Continuo a fazer Yoga, meditação e algum exercício físico, numa tentativa de manter a mente e o corpo entretidos e fora de emoções menos interessantes.
À noite, vejo vídeos de monges budistas e sábios da história. Na semana do TPM, tomo valeriana. De modo que os humores têm andado muito bem controladinhos.
 
Todavia, todo este plano para o bem estar físico e emocional, não me têm ajudado a cozinhar melhor. Daí a ausência de receitas neste canal. Hoje, miraculosamente, tenho uma.

Trago-vos, hoje, a melhor receita que fiz nos últimos meses. Um hambúrguer de grão, delicioso. Ficou mesmo bom, ou não traria a receita para partilhar convosco.

Comemos com pão de leite, mas também fica maravilhoso com uma salada verde.

Bom apetite!



Hambúrguer de grão-de-bico e espinafres


- 1 lata de grão-de-bico cozido (prefiro cozer eu o grão, mas tinha uma lata para usar e ficou maravilhoso);
- meia caneca de espinafres congelados (previamente descongelados e escorridos;
- 1 cebola;
- 3 dentes de alho pequenos ou 1 grande;
-1 colher de sopa de cominhos em pó;
- sal q.b.
- 2 ovos

 
Piquei a cebola e o alho 5 segundos, velocidade 5 na bimby.
Juntei o azeite e uma colher de sopa de água e deixei refogar 5 minutos, temperatura 100, velocidade 1.
Juntei o resto dos ingredientes e misturei uns 20 segundos, velocidade 9, até formar uma massa fofinha.
Moldei os hambúrgueres e  coloquei-os na máquina de panquecas, sem óleo, durante 5 minutos, até ficarem douradinhos em cima.

Podem perfeitamente fazer esta receita numa frigideira, misturando os ingredientes num liquidificador ou com uma varinha mágica.

Ficaram deliciosos!

Qui | 05.05.22

Eduardo #35

O iogurte de paus

IMG_1838 (1).jpg

De manhã, como de costume, o Eduardo abre o frigorifico e tira de lá um iogurte liquido.

Não conseguindo chegar ao iogurte que queria, vem chamar-me e diz-me que quer o "iogurte de paus" e que gosta muito desse.

Intrigada, peço-lhe que me aponte o iogurte que quer, porque não estou mesmo a perceber qual poderá ser.

Era o de baunilha. 

Seg | 02.05.22

Tag Isto ou Aquilo #1

towfiqu-barbhuiya-oZuBNC-6E2s-unsplash.jpg

  1. Ser diplomático ou ser realista?
    Acho que é melhor ser diplomático, mas, geralmente, sou realista.

  2. Agir pela emoção ou pela razão?
    Devemos agir pela razão, mas, muitas vezes, deixo-me levar pela emoção. Estou a trabalhar nisso.

  3. Esconder os seus sentimentos ou mostrá-los sempre?
    Normalmente mostro. Os mais íntimos escondo, mas só das pessoas que não precisam de os conhecer.

  4. Ser sincera ou dizer o que as pessoas querem ouvir?
    Ser o mais sincera possível, sem ferir os sentimentos dos outros. Se me perguntarem algo, sou o mais verdadeira possível. Se não me perguntarem nada e não for útil, conservo-me calada.

  5. Ser otimista ou ter sempre os pés no chão?
    A maior parte das vezes sou otimista.

  6. Viajar por dentro do país ou para o exterior?
    Exterior, sempre. Quando não é possível, dentro do país também é muito bom.

  7. Responder qualquer pergunta prontamente ou pensar antes?
    Tenho pensado cada vez mais antes de responder a qualquer pergunta.

  8. Verão ou inverno?
    Verão.

  9. Praia ou cascata?
    Praia.

  10. Instagram ou Tik tok?
    Instagram. Nunca usei o Tik tok. Aliás, estou cada vez mais distante das Redes Sociais. Só as uso para ler conteúdos e falar com pessoas que me interessam.