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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 28.04.22

Resumo de um feriado: 3 cascatas, algumas quedas e boleia com desconhecidos

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Com um fim de semana prolongado em vista, já que o dia 25 de abril calhava numa segunda-feira, o Milton sugeriu que fizéssemos com os 3 miúdos (Lara de 8 anos, Maria de 5 anos e Eduardo de 3 anos) uma caminhada num trilho de que ouvira falar: O trilho do Moinho do Félix.

Não sei se percebi o que quis perceber ou se o Milton não se explicou bem, mas o que entendi foi mais ou menos isto:

- Seria uma trilho circular, curto, adequado a crianças pequenas e que passava, a determinada altura, por uma cascata.

Estava entusiasmadíssima com a  ideia e, de facto, o dia 25 de abril, acabou por ser memorável, embora não da forma que eu tinha imaginado.

Ora no dia 25 de manhã preparei um lanchinho com bolos lêvedos, água,  preparei roupas extra, casacos, fatos de banho, toalhas e protetor solar.

Saímos de casa pelas 9h00, meia hora depois do planeado, e ainda parámos para beber mais um café.

Estacionámos o carro no local previsto, perto de uma igreja, e iniciámos o trilho caminhando por uma estrada da Lomba de São Pedro.

Ainda parámos num pequeno parque de merendas de beira de estrada para lanchar, o que achei desnecessário, mas se havia de revelar a coisa mais acertada que fizemos.

Rapidamente entrámos numa floresta de árvores altíssimas, vegetação luxuriante e um caminho pedestre muito bonito, assinalado com limites de madeira. Toda a paisagem envolvente era maravilhosa e totalmente digna de um Conto de Fadas cheio de duendes, capuchinhos vermelhos e lobos mais ou menos maus. Começámos logo a ouvir água a correr e, pouco tempo depois, demos com algumas nascidas de água e um ribeiro. Até achámos que já tínhamos chegado a uma das cascatas do trilho (eram três, afinal), mas descobrimos depois que aquela pequena queda de água não era uma das cascatas.

Isto processava-se da seguinte forma: o trilho era circular e tinha, com a distância de alguns metros ou um pouco mais, uns desvios para ver as cascatas. Descíamos para ver as cascatas e voltávamos a subir, para regressar ao trilho até ao próximo desvio para ver cascatas.

Apesar de ser sempre a descer e a subir degraus no meio de uma floresta, o trilho não era difícil. Estava tudo bem assinalado e o caminho era bom. As cascatas eram muito bonitas, cada uma mais bonita que a outra e os miúdos adoraram. Claro que quiseram molhar os pés, atravessar as ribeiras e mandar pedras à água, mas nós alinhámos nisso tudo e, entre ralhetes para não se colocarem em situações de perigo, lá fomos molhando os pés em todas as cascatas.

Bom… eu molhei um pouco mais que os pés porque estava muito mal equipada com um ténis de sola branca extremamente desadequados para a caminhada. De modo que, ao atravessar um ribeiro com os miúdos, escorreguei numa pedra e molhei as calças, as meias e os ténis. Era isso ou partir uma perna e ficar toda molhada na mesma. Fiquei a ganhar. De sublinhar que o ribeiro tinha cerca de 20 cm de profundidade e que os miúdos atravessaram-no com toda a segurança. Eu é que estava mal calçada, por isso escorregava.

Bom… devo dizer-vos que, apesar de não ter sido a experiência mais agradável da minha vida, também não me fez grande mossa passar o resto da caminhada com os pés encharcados. A meio da tarde os sapatos e as meias já estavam secos, como se nada fosse. O calor corporal é um belo desumidificador.

Depois da segunda lagoa, começámos todos a mostrar vontade de despachar a coisa, até porque já era quase meio dia e tínhamos restaurante marcado para almoçar às 13h00. Neste clima de "pré impaciência" o Milton verificou no telemóvel que nem estávamos bem a meio da caminhada.

Fiquei um bocado apreensiva, mas nem sabia bem que até ali nem estávamos com grandes questões.

O problema foi o caminho que se seguiria. A paisagem começou a mudar e a vegetação húmida transformou-se numa terra seca e solta. Caí uma meia dúzia de vezes, graças aos ténis totalmente desadequados, e vimo-nos um pouco desconcertados para fazer algumas partes do trilho, sem caminho adequado, com as crianças. A Maria já pedia colo e a nossa sorte foi que o Eduardo, de 3 anos e meio, estava a achar aquilo tudo muito divertido e nunca se queixou. Ia à frente comigo, sempre cheio de energia e boa disposição. A Lara estava na boa, sempre bem disposta e cooperante.

Claramente começámos a perceber que aquele não era um trilho adequado para crianças. Não por ser perigoso (mais uma vez realço eu é que andava a escorregar graças aos meus ténis), mas por ter muitas subidas e descidas, o que, em ultima instância, nos poderia levar a ter que levar o Eduardo ao colo. Mais tarde, percebemos também que tínhamos feito o trilho ao contrário, começando onde era suposto terminar, por isso vimos as partes melhores logo no inicio.

Continuando.

A determinada altura, aquele trilho manhoso e seco acabou numa estrada. Já que tínhamos chegado ali, descemos um pouco a estrada para ver se a última cascata ficava muito longe. Não ficava. Descemos, num caminho que ficava perto do mar, e fomos ver a cascata do homem. Depois de vermos várias cascatas, aquela não me pareceu impressionante e não ficámos ali muito tempo. Foi o tempo de sentar um pouco, colocar protetor solar e olhar durante uns segundos para a cascata, só para não dizer que não a tínhamos observado.

Estavam por ali dois jovens nos seus 20 e tal anos, um rapaz e uma rapariga (talvez turistas) com um carro. Confesso que olhei para aquele carro com uma certa vontade de apanhar boleia.

Até porque, pelo que parecia, tínhamos uma subida enorme para fazer até chegarmos à estrada e podermos andar mais um tanto tempo até ao carro. Naquela altura já o Milton tinha mudado a reserva do restaurante para as 14h00, mas, por aquele andar, lá para o fim da tarde é que chegaríamos ao carro.

Curiosamente, apesar de termos tanto para subir com crianças pequenas, que já estavam com fome e cansadas, o desespero nunca chegou perto de nós. Nestas alturas, penso apenas nos passos que tenho que dar a seguir e, de uma forma ou outra, havíamos de nos safar.

Resolutamente, peguei na mão do Eduardo e começámos a subir.

Foi aí que o Milton me chamou, lá do fundo da estrada (eu ia lançada na subida) e disse que o rapaz nos dava boleia. Pensei durante uns segundos, em que analisei rapidamente as circunstâncias em que estávamos. Concluí que estávamos a ser bafejados pela sorte e pela empatia dos nossos semelhantes. Para os miúdos foi uma grande aventura, eles adoraram!

O rapaz, simpático e prestável, deixou-nos na vila, junto de um pequeno parque infantil, numa zona de churrascos.

Agradecemos e, dali, o Milton foi rapidamente buscar o carro a pé, enquanto os miúdos ficaram comigo a divertir-se no parque. Até uma casa de banho tinha ali. Que sorte incrível. Deu tudo certo.

O Milton chegou rapidamente e chegámos mesmo a tempo de almoçar no restaurante que tínhamos reservado.

Mudámos a roupa, comemos muito bem e ainda fomos passear a um parque de que os miúdos gostam muito.

De regresso a casa ainda tínhamos alguma genica e decidimos ir às portas da cidade ouvir uma banda de que gostamos e que estava a tocar.

Fomos para casa, já perto das 19h00. Foi só tomar banho, jantar e esparramarmo-nos no sofá a ver desenhos animados.

Em breve vou deixar-vos algumas dicas para fazerem este trilho com crianças pequenas (já que adquirimos alguma experiência) , mas , para já, deixo-vos algumas fotos.

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Seg | 25.04.22

Duas atividades "vintage" que os miúdos fazem quando não estão a ver televisão

 

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Gosto de desligar os écrãs em dias de semana, mas confesso que, às vezes, já não sei bem o que fazer para evitar que eles trepem às paredes ou se ponham a brincar aos indios e aos monstros, fazendo, já se sabe, uma barulheira descomunal. Para solucionar esta problemática tenho-me debruçado sobre brincadeiras mais antigas.

Num destes dias, as miúdas estiveram entretidas a fazer as atividades de uma revista do Batatoon, que a avó lhes trouxe.

As revistas, com mais de 20 anos, estão impecáveis e têm conteúdos bem giros. 

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Também lemos livros que trouxe da biblioteca. O Eduardo anda viciado numa coleção de livros bem antiga, que têm diversos jogos e atividades para a idade dele. São didáticos e divertidos ao mesmo tempo.
Tenho trazido os mesmos livros várias vezes e, na última vez que ele chegou da escola e viu um dos seus livros preferidos, que não requisitava há umas semanas, correu para me abraçar todo feliz e entusiasmado. Parecia que lhe tinha oferecido um tesouro há muito desejado.

É este o livro e podem encontrá-lo na biblioteca ou no olx bem baratinho. Não sei se ainda se encontra à venda nas livrarias.

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Muitas vezes faço os jogos do livro com a Maria e o Eduardo ao mesmo tempo e corre muito bem. Eles aproveitam para praticar a partilha, a paciência e a colaboração.

Por vezes, são coisas muito simples como estas, com o toque delicioso de "sótão da avó", que entretêm os miúdos durante mais tempo, depois da escola ou em fins de semana de chuva.


Sex | 22.04.22

O "melhor" pior bolo que já fiz

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Num belo dia de primavera, deparo-me com uma receita de bolo de abacate e, tendo um belo abacate em casa, decido pôr mãos à obra e confecionar a "aparentemente boa" iguaria.
Feito o bolo, decido prová-lo. Confesso que estava cheia de expetativas.

Provei-o, ainda morno e... ingeri, a custo, o pior bolo que já fiz. De longe. Amargo. Muito amargo. Claramente, exagerei na raspa de limão. Decidi que não havia humanidade em dar aquilo a provar a ninguém e ia colocá-lo, direta e discretamente, no lixo.

só que, antes de conseguir deitar o bolo fora, o Eduardo e a Lara lançam-lhe as mãozinhas e começaram a comê-lo.

O Eduardo chegou a fugir com as mãos cheias de quadradinhos de bolo, para comer debaixo da mesa, o seu "esconderijo da gula" preferido.

O Milton, que nem sequer é muito chegado a doces, provou o bolo, comeu-o e ainda me disse que é dos melhores bolos que já fiz.

Mistérios. 

Qui | 21.04.22

Ser pai é... #1

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- Aceder ao pedido das filhas para ir andar de carrinhos de choque no Dia do Pai. 
- Comprar uma data de fichas porque eles são 3 e porque não se pensou bem nisso.
- Andar nos carrinhos de choque, à vez, com os 3 filhos, porque a mãe não se mete nessas coisas.
- Deixá-los conduzir a eles, mesmo se um deles tiver apenas 3 anos.
- Protegê-los sempre com quantas forças se tem, porque os implantes dentários estão caros.
- Ficar com dores nos ossos todos durante uma semana, por causa desta brincadeira.


Qua | 20.04.22

O nosso coelhinho da Páscoa trouxe-nos livros em vez de chocolates



Por vários motivos, entre os quais o facto do açúcar ser especialmente prejudicial para os dentes da Lara, este ano explicámos aos miúdos que o "Coelhinho da Páscoa" não iria trazer chocolates.

Queremos que as crianças continuem a vivenciar esta época da forma mais feliz possível, mas gostaríamos de distanciar o açúcar dessas comemorações, tal como já fazemos no Halloween. Então, decidimos que este ano o coelhinho havia de trazer livros.

Como já trazemos muitos livros com histórias da biblioteca, optámos por uns livros diferentes, que fossem, ao mesmo tempo, outra coisa. Assim, para o Eduardo comprámos um livro com um xilofone, que ensinava a tocar 7 músicas populares, para a Maria um livro com carimbos de cores para desenhar com os dedos e para a Lara um livro com duas pulseiras com peças Lego, que ensina a escrever mensagens secretas através das peças das pulseiras.

Eles adoraram! 

Escondi os presentes e deixei pistas em várias mensagens espalhadas pela casa. Foi uma folia!

 

Qui | 14.04.22

Eduardo #34

"Os pais dos meus amigos"

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Depois de um dia de escola, estávamos todos a conversar acerca do dia de cada um.

Conta a Maria que receberam na turma dela o pai de um dos amiguinhos, que é Romeiro e explicou o que significava ser Romeiro (Os Romeiros de São Miguel são grupos de católicos que percorrem a ilha a pé, durante o tempo da Quaresma, cantando e rezando em todo o percurso).

O Eduardo, não querendo ficar mal, disse:

"Os pais dos meus amigos também são Romeus."

Ter | 12.04.22

52 semanas de 2022 #15

Primeiro amor

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Aproveito este tema para escrever algo sobre mim que explica a falta de alguns assuntos nos meus textos.
Raramente escrevo sobre sentimentos. Escrevo sobre o que faço, o que penso e sobre aquilo em que acredito. Falo facilmente sobre os valores que regem a minha ação. Mas não falo sobre o amor.

Não escrevo sobre o que sinto pelo meu namorado, pelos meus filhos ou por qualquer outra pessoa de que goste muito, publicamente. Se o fizer, será sempre muito superficialmente.

Sobre o primeiro amor, teria muito a dizer, como teria do segundo, do terceiro... mas não o consigo fazer sem sentir que estou a expor algo que é demasiado intimo. Acho que essa é uma das muitas partes de mim em que sou bastante reservada.

Talvez por o amor ser aquilo que mais prezo, aquilo que tenho de melhor e mais precioso, quero mesmo guardá-lo só para mim. Não por considerar que partilhar os sentimentos os diminua, mas por serem uma espécie de terreno mágico, quase intocável e totalmente indescritível em palavras.

Será mais ou menos isto. 

Desafio de escrita criativa 
 "52 semanas de 2022"

Ter | 05.04.22

Oito factos sobre mim

52 semanas de 2022 #14

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  1.  Gosto de inventar filmes, na minha cabeça, enquanto oiço música, enquanto caminho ou, se me descuidar, em qualquer altura do dia.
    O estado normal da minha mente é a criação de curtas-metragens e, em alturas mais inspiradas, performances artísticas. É por isso que não consigo trabalhar com qualquer tipo de música, só música ambiente ou música clássica. Distraio-me muito facilmente. 


  2.  Tenho um transtorno de ansiedade que me faz ser hipocondríaca durante parte do mês, especialmente durante a TPM. Já tomei anti depressivos por causa disso (durante apenas dois meses porque, depois, engravidei do Eduardo), já fiz acupuntura e psicoterapia. Para mim, a melhor forma de controlar a ansiedade é através da prática de Yoga, meditação e algum exercício mais forte. Por exemplo, se começo a ter ideia parvas, ponho-me a fazer abdominais até a dor não me conseguir deixar em mais nada.  Junta-se o útil ao agradável (ou desagradável). 


  3.  Estou a trabalhar para ser cada vez mais minimalista. Compro cada vez menos coisas e estou muito feliz com essa opção.


  4.  Não consigo ter as unhas muito grandes e, mal tenho mais de um milímetro de unha, corto logo.



  5.  O que mais me faz chorar nos filmes é a arte. Podem estar a acontecer coisas horríveis, mas é quando alguém começa a tocar piano que eu abro uma torneira interminável. 


  6.  Sou uma alienada em assuntos de desporto e televisão. Não sei quem são os atores e músicos da moda. De jogadores de futebol só conheço o Cristiano Ronaldo porque é mesmo impossível não ter ouvido falar nele.


  7.  Já mudei de casa 10 vezes e prevê-se que continue a mudar de casa. Adoro mudanças e estou sempre pronta para mudar de casa e até de país, se for necessário.


  8. Tirei a carta com 18 anos, mas, neste momento, não conduzo nem tenho carro. Para mim é um gasto desnecessário, sendo que posso perfeitamente andar de transportes públicos e, quando for mesmo necessário, de táxi. O ambiente e a minha carteira agradecem.



    Desafio de escrita criativa 
     "52 semanas de 2022"




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