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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 30.12.21

Voltei a ler desenfreadamente

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Este foi o primeiro livro que li, de forma desenfreada, em 7 anos. E foi ótimo!

Que sensação boa minha gente. Aproveitar cada momento, cada pausa, cada ida ao WC para ler sem parar.

Já tinha lido a autobiografia  do Woody Allen, mas demorei bastante tempo a terminar.

Entretanto já acabei mais um livro, o "Escrever" do Stephen King e estou a ler a uma velocidade inacreditável "O Filho de Mil Homens" de Valter Hugo Mãe.

Ler é uma das atividades que mais me faz feliz e, vejo agora, que passei demasiado tempo sem ler de uma forma rotineira. Nem sei como tenho ainda um resto de senilidade na cabeça. 

Ler mais será um dos meus objetivos para o novo ano. Já me deixei de fazer resoluções de Ano Novo há algum tempo, mas abro uma exceção, este ano, para a leitura.

Ler, todos os dias, será algo a fazer, com certeza. 

Por aí, o que têm lido? Agradeço sugestões. 

Seg | 27.12.21

Pecados consumistas: os livros de atividades para os miúdos

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É um ponto fraco, bem fraquinho, no meu caminho para uma vida cada vez mais minimalista.

Não sei bem o que me dá mas, sempre que me deparo com livros de atividades para os miúdos, fico com uma vontade incontrolável de os comprar.

Isto deve ter uma explicação qualquer. Provavelmente gostaria de ter tido estes livros em criança, provavelmente sou eu que gosto deste tipo de atividades e os miúdos nem ligam tanto... não sei.

Os miúdos gostam de fazer as atividades dos livros, mas a oferta do que fazer é tanta que os livros acabam por se acumular às dezenas cá por casa.

De vez em quando faço um destralhe e livro-me dos livros que estão quase preenchidos. Arrumo os restantes por temas e idades e vejo que ainda me sobram livros para anos de férias. 

Por aí, também são consumistas com este tipo de produtos? 


Qui | 23.12.21

Respostas a perguntas que ninguém me fez #3

O estilo de vida minimalista

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1- Qual foi a última coisa que compraste?
Presentes de Natal para os filhos: dois para cada um.

2- Cita uma coisa que deixaste de comprar.
Vernizes para as unhas.

3-  Qual foi a tua maior dificuldade com o minimalismo?
Ainda está a ser. Comprar menos comida e menos livros de atividades para os miúdos.

4- O que é que o minimalismo mudou na tua vida?
Tornou-a muito mais simples e organizada. A minha casa está mais arrumada, mais fácil de limpar e de organizar. Não demoro muito tempo a selecionar roupa para mim e para os miúdos e sei, quase sempre, onde estão as coisas.

5- Como controlas o impulso de comprar?
Não indo a lojas. Onde vivo, não existe muita opção de compra e isso ajuda imenso. É mais fácil resistir ao impulso de comprar quando a nossa visão não é inundada por produtos brilhantes. Longe da vista, longe do coração.

6- O minimalismo levou-te a deixar algum mau hábito?
Sim, o hábito de acumular tralha. Agora, é muito mais fácil livrar-me de coisas de que não preciso. Antes, guardava sempre tudo, para o caso de ser necessário um dia mais tarde.

7- Qual a última coisa que compraste e te arrependeste?
Não me arrependo de muitas compras... Talvez um aspirador de migalhas. Mas só porque avariou rapidamente. Na verdade, se funcionasse bem, não me arrependeria de o ter comprado.

8- Já foste consumista? 
Sim. Quando trabalhava no Centro Comercial Colombo.

9- O que compravas?
Roupa e sapatos.

10- Que livro mudou a tua vida?
Eva Luna. Não tem nada a ver com consumismo.
Também gostei muito do "Arrume a sua casa, Arrume a sua Vida" de Marie Kondo. Uso alguns métodos até hoje.

Tag daqui.

Seg | 20.12.21

A primeira série que vemos em família

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O Eduardo tem três anos e, só muito recentemente, começou a ficar sossegado durante os trinta minutos de duração da série que estamos a ver em família.

A série chama-se "Mundo Jurássico: Acampamento Cretáceo" e é uma adaptação em animação, do livro Jurássic Park.

Todos gostamos muito da série, até o Eduardo, que fica sossegado o tempo todo. Geralmente vemos um episódio por dia, antes dos miúdos irem para a cama, nos dias de semana. À sexta-feira e ao sábado podemos ver mais.

É a nossa exceção à regra de não ter ecrãs nos dias de semana. O facto é que é um momento muito aconchegante em que ficamos os cinco, juntinhos, enrolados em mantas fofinhas, a apreciar algo comum.

É um momento muito bom e até ajuda na rotina dos miúdos que sabem que, depois da série, é a hora de ir para a cama.

Antes de vermos a série, ou quando acaba uma temporada, lemos livros ou jogamos à mímica antes dos miúdos irem dormir.

Por aí, quais as vossas atividades preferidas com os miúdos nos dias de semana à noite?

Qui | 16.12.21

Três filmes franceses que nos tornam mais felizes

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Antes, não gostava de comédias. 

Gostava de um bom drama, de um filme de suspense e até de filmes terror (género que, agora, dispenso grandemente).

Já de cinema francês, sempre gostei muito. Talvez por achar que a realidade francesa e a portuguesa sejam semelhantes, ou por reconhecer qualidade na produção e realização dos filmes, ou por achar a língua bonita... não sei dizer ao certo, mas adoro o cinema francês.

Depois de ver “A Vida de Brian”, comecei a ver os filmes de comédia com um grande apreço e não demorei muito a descobrir as belíssimas comédias francesas.

Por isso hoje, encontro pertinência em sugerir-vos estes filmes:

Quando digo que estes filmes nos tornam mais felizes, não sinto que esteja a exagerar. Tenho a certeza de que sou muito mais feliz desde que vi o Fabuloso Destino de Amélie Poulain pela primeira vez. A arte tem destas coisas. Deixa-nos diferentes, maiores e mais ricos.

Espero que vejam algum destes filmes, se ainda não viram, e que eles tenham em vocês um efeito semelhante ao que tiveram em mim.

Ter | 14.12.21

Como aumentar a arrumação numa casa pequena

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Hoje não partilharei formas de quebrar as regras da física. Essas estão bem definidas e infelizmente ainda não são passíveis de nos permitir fazer de um pequeno espaço infinito.

Muitas casas não foram, infelizmente, agraciadas com espaços próprios para arrumação, aquando da sua projeção. Tal não deve ser um motivo para desanimar e deitar as mãos à cabeça. Afinal, existem alguns truques úteis para realizar mais com menos no que toca ao espaço para arrumar todos aqueles objetos que ainda não têm lugar.


Uma porta que se abre

Passando a redundância, qualquer porta pode ser um aliado. Existem artigos pensados especificamente para este fim que permitem aumentar a arrumação disponível.
Com estilos interessantes e distintos, é possível acrescentar alguns “bolsos” ou cabides à porta, ideais para utilizar em divisões onde as visitas raramente entrem.
Pensemos na porta do quarto, da própria arrecadação ou inclusive da casa de banho.

 

Um aliado de sonho: camas com gavetas

Ideais para colocar artigos que ocupem imenso espaço como atoalhados e edredões, bem como aquelas camisolas de lã que usamos menos. As camas com gavetas são, aliás, uma opção perfeita para arrumar um pouco de tudo.

Atualmente abundam estilos que complementam qualquer abordagem que queiramos dar à casa e inserem-se na categoria de arrumação que não ocupa mais espaço do que aquele que já tem destinado.

 

Prateleiras versáteis

As prateleiras, ou estantes, não são somente para colocar aquela moldura com a foto que veio de origem. Existem artigos extremamente interessantes que revelam quão versáteis estas simples adições podem ser no momento de incrementar a arrumação da casa.

Quando considerarmos que o investimento é também ele diminuto, podemos estar perante uma visita ao IKEA mais próximo em três tempos.

 

A organização conta

É um princípio interessante, mas que não tem por si só a capacidade de vergar as leis da física que mencionei anteriormente.

Os organizadores de gavetas dão uma ajuda imprescindível e inserem-se naquela categoria de acessórios que só valorizamos quando os temos. Uma vez tomado este passo, nunca mais conseguimos visualizar a nossa existência (organizada) sem eles.

Tal como as estantes, são um investimento bastante económico e do qual se retira extrema utilidade.

 

Ponderemos acerca daquilo que possuímos

Talvez devêssemos ter começado por aqui. Afinal, é comum guardarmos inúmeros artigos que não acrescentam nada à nossa vida.

Podem ser móveis antigos, jornais e revistas que se vão acumulando, objetos de um passado que já nos dizem pouco. Com pouco esforço, todos estes se vão multiplicando e roubando espaço à nossa vida.

Pensemos em doar ou vender aquilo de que não necessitamos. A economia circular é positiva em inúmeros aspetos, desde logo pelo impacto ambiental. Em outra análise, alguns dos artigos que possuímos e não valorizamos podem ser um tesouro para outrem.

 

Espero sinceramente que algumas destas sugestões tenham ajudado a tornar o vosso apartamento num palácio digno de um Marajá. Caso não tenha surtido esse efeito, que tenham ganho um pouco de espaço para aquilo de que mais gostam.

Quer seja um cantinho para se sentarem a ler, a desfrutar de uma refeição ou simplesmente a encarar um espaço menor de forma mais organizada, existem sempre truques na vida que nos permitem fazer mais com muito pouco.

Sex | 10.12.21

Não há nada que nos salve de um mau conteúdo ou: o caso do boneco de neve

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Sim, isto é sobre o tal anúncio de Natal, aquele em que uma menina se aborrece com todas as tentativas dos pais para lhe construir um boneco de neve, até que chega a salvação: uns óculos de realidade virtual que podem, finalmente, oferecer-lhe a realidade com que sonha.

Chorei copiosamente a ver este anúncio. Eu e, felizmente e de acordo com os comentários que tenho visto no sítio do costume,  metade dos pais deste país.

Foram uns óculos de realidade virtual, mas podia ser um tablet, uma boneca, um livro ou qualquer brinquedo simples. Está tudo errado com aquela história. A magia do Natal não se pode resumir às "coisas" que estamos dispostos a oferecer aos nossos filhos. Quando é que começámos a educar as nossas crianças para apreciarem as coisas materiais acima de tudo o resto?

Não posso jurar que esteja a educar os meus filhos com sucesso, mas caramba! Há limites para tudo!  Quando tentamos comunicar alguma ideia, temos que nos certificar de que o conteúdo é bom, genuino, e que representa valores com que o nosso público-alvo se identifica. A sério que quem fez o anúncio acreditava que o seu público é tão superficial? 

Na minha infância, não tive tudo o que queria (materialmente falando) e agradeço aos meus pais por isso. Hoje, estou longe de dar aos meus filhos  metade do que querem. No limite, tento educá-los para não quererem muito. Sete anos depois de ser mãe, continuo a não lhes comprar nada, a pedido, quando vamos a uma loja. Simplesmente não é uma hipótese.

Talvez seja exagerada, radical, mas acredito muito nesta parte do que estou a fazer.

Estou longe de ser uma mãe exemplar. Li muitos livros sobre disciplina positiva, continuo a ler, e sei a teoria de cor. Na prática, a coisa descamba um bocado. Grito muito, faço birras com eles, e digo muitas coisas inapropriadas aos miúdos. Não sou o melhor exemplo de educação nem de linguagem. Os palavrões, eles aprendem em casa, não de propósito, claro, mas aprendem alguns em casa.

Mas não quero criar os meus filhos como pequenos reizinhos ingratos. Eles são demasiado importantes para mim, para lhes roubar a felicidade de uma vida de conquistas. Quero que os meus filhos vibrem de alegria com cada presente que recebem, quero continuar a ouvir os gritos de entusiasmo do Eduardo quando recebe uma bola do homem aranha... ou umas meias do homem aranha.

Houve um Natal em que receberam tantas prendas, que se limitaram a rasgar papeis, uns atrás dos outros, sem olhar duas vezes para o presente que tinham acabado de abrir, antes de passar ao próximo. Fiquei mal disposta. Foi uma vez sem exemplo.

Tenho a convicção firme de que, se dermos tudo aos nossos filhos, lhes retiramos a alegria de almejar.

Os meus gastos mais malucos serão sempre em folhas de papel colorido, livros, canetas, tintas, colas, pincéis, plasticina e jogos de construção. Coisas que lhes permitam criar.
E não vos engano. Nem sempre estou com eles a fazer desenhos bonitos. Mais depressa lhes digo para irem brincar com os irmãos ou que um pouco de tédio lhe faz muito bem para treinar a paciência e a imaginação.

E posso jurar sobre isto: podia ser milionária que iria continuar a dar-lhes exatamente as mesmas coisas. Já em experiências como viagens, era capaz de investir mais um bocado.

E os meus filhos, não sendo um primor de educação, dizem-me ao jantar: "Mãe, obrigada pelo esforço, mas esta sopa não está lá muito boa."

E eu respondo, muito delicadamente, que havemos de fazer juntos, um workshop de cozinha um dia destes. Já que comemos todos, bem podemos cozinhar todos.

Qui | 09.12.21

Respostas a perguntas que ninguém me fez #2

ou... Uma publicação muito egocêntrica

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1- Tens alguma mania? Qual?
Tenho muitas. Por exemplo, tenho a mania de cortar as unhas das mãos mal elas têm dois ou três milímetros.

2- Cumprimentas estranhos na rua?
Às vezes sim. Quando estou muito bem disposta ou a quando estou a fazer um esforço consciente para ser uma pessoa mais simpática.

3- Quem faz os serviços domésticos na tua casa?
Eu e o meu namorado e, de vez em quando, uma senhora que contratamos para nos ajudar com as limpezas.

4- Compras produtos sem necessidade?
Cada vez menos, mas ainda acontece.

5- Tens medo de envelhecer?
Já pensei demasiadas vezes em fazer intervenções estéticas para afirmar, com certeza, que não. Talvez não lhe chame medo. Chamemos-lhe uma ligeira apreensão pelo desconhecido.

6- Usas maquilhagem fora de prazo?
Não uso muita maquilhagem e, a pouca que uso, dura anos. Acho que a resposta é sim.

7- Qual a tua prioridade na vida?
Sentir-me o mais confortável possível na minha existência.

8- Mandas lixo para a rua?
Não. Que horror. Acho isso de uma falta de civismo imensa.

9- Estás a ler algum livro? Qual?
Sim. "Escrever" do Stephen King.

10- Com que frequência arranjas as unhas?
Pintei as unhas, pela primeira vez em meses, há uns dias. 

11- Usas hidratante para o rosto? Qual?
Sim. Vou alternando entre cremes mais caros e outros, mais em conta, para desenjoar. Agora é um de frasco azul, baratinho. Não quero dizer marcas. 

12- Quais os itens de maquiagem que usas no dia a dia?
BB cream e rímel.

13- Que câmara usas para gravar os teus vídeos?
A câmara do telefone.

14- Qual o teu cheiro agora?
J´Adore.

15- Achas que os produtos caros são sempre os melhores?
Talvez não sejam sempre, mas acho que são a maior parte das vezes.

16- Ao sair de um supermercado percebes que o caixa te deu 50 euros a mais no troco. Voltas e devolves o dinheiro?
Sim. Já fui caixa e gostaria que fizessem o mesmo comigo.

17- No autocarro ou em fila do supermercado, dás lugar aos idosos?
Sim. Graças à educação que os meus pais me deram.


18- És uma pessoa sociável?
Sim. Reservada, mas sociável. Adoro conversar.

19- Caso fosses fazer uma cirurgia plástica, o que mudarias?
Não mudaria nada, mas melhoraria muitas coisas.
Isto é um poço sem fundo, por isso tenho resistido. Acho que é uma situação que pode ficar incontrolável.

20- A tua melhor amiga está sendo traída pelo marido ou namorado. Contarias se soubesses?
Sim. 

21-Cometes algum dos pecados capitais? Qual?
Gula. Vaidade. Ira.

22- És feliz?
Sim. Muitas vezes sou feliz a resmungar mas, ainda assim, feliz.

23- És uma pessoa vingativa?
Nada. Sou incapaz de, conscientemente, ter uma atitude para prejudicar outra pessoa só porque essa pessoa me prejudicou. Mas mantenho uma boa distância física e emocional das pessoas que já me fizeram algum tipo de mossa. 

24- Já te sentiste evitada por uma ou mais pessoas em algum momento da vida?
Não. Sou demasiado distraída para reparar.
Mas, se acontecer, acho que não vou ligar nenhuma. Tenho o terrível hábito de não me importar muito com o que a generalidade das pessoas pensa de mim. Se não me querem sofrer, a atitude certa é evitar-me, obviamente.

25- Você acredita que as pessoas mudam?
Dificilmente. Acredito que podem mudar, mas só se quiserem muito e nunca sem grande esforço. Ando a tentar mudar há décadas e está complexo.

26- Gostas de ser visitada com frequência?
Sim, gosto.

27- Há quem diga que o YouTube é coisa de gente que não tem o que fazer. O que achas disso?
Depende da forma como o usamos. Uso muito o Youtube para aprender com pessoas que considero especialista em matérias que me interessam.

Ter | 07.12.21

O dia em que a minha filha de sete anos fez o que eu não tive coragem de fazer

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Também poderia ser: "O dia em que a minha filha mais velha me envergonhou". Só que não. 

Tudo começou (ou acabou, conforme o ponto de vista) com um telefonema que recebi da Educadora do Eduardo. Assim que uma Educadora se identifica como tal, fico logo cheia de nervos. Quem é mãe, saberá do que falo. Digo logo, sem cerimónia: "Sim, sim, Diga, diga, por favor."

Querida e perspicaz como é, ou pressentindo o pânico da minha voz, a primeira coisa que a Educadora disse foi que o Eduardo estava bem. Depois, disse que queria falar comigo por causa da Lara, a minha filha mais velha. O pânico voltou.

Então a Educadora disse que a Lara, na sala de estudo, a tinha abordado subtilmente para dizer o seguinte: " Educadora do Eduardo, a minha mãe mandou-me perguntar se a Educadora dá palmadas no Eduardo."



Por breves segundos, a minha mente congelou. Não podia acreditar que a Lara tinha feito isso! Logo ela, tão tímida e tão discreta. 

Como é que eu poderia sair desta situação?!
Bom... da única maneira possível: dizendo a verdade.

Expliquei então à Educadora que, um dia, o Eduardo tinha chegado a casa a dizer que a Educadora lhe dava palmadas. E que eu e o Milton nos questionámos se poderia isso ser verdade, não estando muito motivados para acreditar. Que o Milton até teria dito que não se admirava, visto que o Eduardo pode ser um grande malandro eque deve ser difícil tomar conta de tantos meninos ao mesmo tempo.

Disse que mencionámos esse assunto em casa e que a Lara estava presente, mas não lhe tinha dito para perguntar à Educadora.  Por outro lado, a Lara não costuma mentir, pelo que deve ter havido um problema de comunicação ou algo assim.

A Educadora disse que de forma nenhuma dá palmadas às crianças, que isso está completamente fora de questão e que o Eduardo, por sinal, é um fofo que anda sempre de volta à procura de mimo. 

Eu, claro, disse que nunca tinha acreditado muito nisso mas que, como mãe, tinha necessidade de esclarecer esta questão e que tencionava fazê-lo em alguma reunião presencial e que, pelos vistos, a minha filha se tinha adiantado a mim.

Rimo-nos bastante desta situação.

Gosto muito da Educadora do Eduardo que é carinhosa, atenta, dedicada, muito expressiva, meiga e assertiva na dose certa. Não tenho absolutamente nada a apontar-lhe, muito pelo contrário. Estamos muito felizes e gratos pelo excelente trabalho da Educadora. Mas, já se sabe, uma mãe fica sempre com uma comichão na mente quando um filho refere que leva palmadas na escola. Mesmo que esse filho tenha três anos e seja o primeiro a mentir e a acusar as irmãs, até quando o vejo a fazer asneiras bem à minha frente. 

O facto é que a Lara fez o que não tive coragem de fazer logo às primeiras. Teve a dúvida e perguntou a quem de direito, fazendo o que eu lhe digo para fazer e não o que eu fiz. Achei isto delicioso!

Cheguei a casa e elogiei-lhe a coragem e a frontalidade, mas quando lhe perguntei porque tinha dito que eu lhe tinha pedido para perguntar à Educadora aquilo, ela ficou aflita e disse-me que queria saber, mas tinha vergonha de perguntar diretamente. Então, disse que tinha sido eu a mandá-la perguntar. 

Bom... perdoei-lhe esta pequena inconformidade. Minha rica filha.

E por aí? Os vossos miúdos já vos fizeram destas?



 

Sex | 03.12.21

Pessoas fofinhas que encontramos por aí

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Entro num café, onde nunca tinha estado antes, e peço ao senhor que está ao balcão um café cheio.

Pago e o senhor indica que posso sentar-me.

Fico satisfeita com a sugestão. Depois de uma caminhada de 20 minutos, a subir e ao vento, sabe-me muito bem tirar a mochila das costas e sentar-me.

Menos de um minuto depois, uma senhora coloca à minha frente um café bem cheio, mesmo com eu gosto, dizendo:

"Está aqui, querida."

Que delícia de atendimento! Com um gesto, aparentemente simples, uma pessoa consegue mudar a disposição, e até o dia, de outra. Não é bonito isto?