Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 28.06.21

O desfralde do Eduardo

IMG_1746.jpg
Começámos o desfralde do Eduardo um pouco mais tarde do que o da meninas. Começámos há 3 semanas, 2 meses antes do Eduardo completar 3 anos.

Não o fizemos antes por pura preguiça.

Esperámos pelo verão e, entretanto, já o íamos familiarizando com o bacio e com as fraldas cueca. Ele já se faz entender perfeitamente bem e diz se quer fazer chichi ou cocó. 

Em junho, finalmente decidimo-nos a retirar-lhe a fralda definitivamente. E, ou já me esqueci de como foi com as meninas, ou isto está a correr melhor do que esperava.

A nossa técnica é muito simples: de 30 em 30 minutos colocamo-lo no bacio para fazer chichi ou cocó. Ele acaba por fazer sempre, sem qualquer problema.

Na primeira semana fazia os cocós todos na cueca e os chichis no bacio, mas, com o tempo, foi-se habituando a fazer tudo na sanita.

Se nos descuidamos e deixamos passar muito tempo, ele acaba por fazer chichi nas cuecas e vem chamar-nos, muito aflito. Outras vezes, avisa-nos antes, mas ainda é raro.

De modo que vamos bem. Acho eu. Não houve acidentes no sofá nem na cadeirinha do carro e, até agora, são muitas as vezes em que a fralda da noite vem seca.

Até já nos atrevemos a dar passeios maiores com ele, sempre com mudas de roupa na mala, já se sabe.

Por aí, alguém no desfralde?

Qua | 23.06.21

10 factos curiosos sobre mim

pexels-cottonbro-4769486 (2).jpg

Foto de cottonbro no Pexels.


1- Não gosto de música ambiente ou de ouvir música só porque sim. A única coisa que consigo fazer ao mesmo tempo que oiço música é escrever.
Ouvir música é algo que levo muito a sério. A música rouba todo o meu foco e atenção, sem que possa fazer nada para evitá-lo. Se começo a ouvir música, entro de imediato noutra dimensão da consciência e tudo à minha volta perde o interesse. É por isso que tenho que tirar tempo para ouvir música.
Ouvir música enquanto lavo a loiça ou quando tento conversar com alguém, por exemplo, irrita-me.

2- O único nome de jogador de futebol atual que consigo mencionar é o Cristiano Ronaldo.  Não conheço mais nenhum. 

3 - Acordo sempre bem disposta e cheia de energia. À medida que o dia avança, o meu humor vai mudando e, à noite já estou transformada num animal qualquer.

4 - Não consigo ter as unhas grandes. Mal têm um milímetro corto-as logo.

5 - Tenho fobia de balões. Se está um balão perto de mim fico toda arrepiada e com medo que ele rebente, de repente. Ainda assim, quando estava grávida da Maria, aprendi a fazer esculturas de balões no Youtube, e fui à escola da Lara (quando ela tinha 2 anos) no mês em que se comemorava o dia da mãe, fazer esculturas de balões para a turma dela. Contradições da vida.

6 - Sou muito desnorteada. Já me perdi nas ruas da pequena rua onde cresci. Em adulta.  Também já passeei sozinha em Londres, sem conhecer a cidade. Sem o google maps. E safei-me bem. Pronto, perdi-me uma vez, mas voltei a orientar-me. 

7- Consigo fazer isto. Muito facilmente. Posso considerá-lo uma habilidade?

8- Desde que tenho filhos, já adormeci a ler, várias vezes, acordando com o livro a bater-me na cara.

9- Sempre que ando a pé, desenrolam-se enormes conversas comigo mesma, na minha cabeça. Às vezes vezes fingo que me fazem uma pergunta qualquer e começo a desenvolver o assunto durante uma hora, se for preciso. 

10- Sou capaz de passar horas intermináveis numa biblioteca ou numa livraria. São dos meus sitios preferidos  e transmitem-me automaticamente uma sensação de conforto e felicidade.

Alguém se identifica?

 

Qui | 17.06.21

As nossas conversas #14

broom-1837434_1280.jpg

De manhã, a caminho da escola dos miúdos, reparo que está um polícia numa mota, à frente do nosso carro. 

Pergunto ao Milton:

"O que achas que está dentro daquelas saliências laterais que o polícia tem na mota?"

Responde ele:

"Vassouras e esfregonas. Para o polícia limpar a cidade do crime."

É isto.

 

Seg | 14.06.21

Acredito que os meus filhos devem tomar conta uns dos outros

1A0903FB-2162-42CA-99DF-B6304ED493F8.jpeg
Os meus filhos brigam um bocado. A Lara implica com a Maria, que veio depois dela e a Maria, por sua vez, implica com o Eduardo, que veio logo depois dela. Creio que implicam com o irmão que veio "tirar-lhes" o lugar de destaque. Parece-me  normal, e "humano".

Como filha única isso fazia-me um bocado de confusão no início. Agora já me habituei.

Antes, não percebia, como é que os meus filhos não percebiam a sorte que tinham em ter sempre alguém para brincar, alguém com quem partilhar as alegrias e as chatices, alguém sempre ao lado, em todos os momentos. 

Durante os confinamentos, a sorte que nós temos tornou-se evidente, tanto como o trabalho dobrado e triplicado por ter tanta gente fechada em casa. O saldo era positivo. Sempre.

Toda esta conversa para dizer que uma coisa que encorajo muito cá em casa, é que me ajudem a tomar conta dos irmãos. A Lara, desde muito cedo, tem a "tarefa" de entreter os irmãos enquanto eu tenho algo para fazer, o almoço, por exemplo. Agora, com 7 anos já me ajuda a vestir o Eduardo de manhã. E fá-lo com tanto jeito e  dedicação que o Eduardo prefere que seja ela a fazê-lo.

Houve uma altura, quando o Eduardo ainda dormia no berço, em que ele acordava e não chamava o pai nem a mãe. Chamava a Lara.

Apesar de saber que não é obrigação dos irmãos cuidarem uns dos outros, ainda por cima tão pequenos, acredito muito que ensinar os meus filhos a cuidarem de outras pessoas pode ajudá-los a serem muito mais altruístas e felizes, em adultos.

Cresci muito isolada e muito individualista. Não gostei muito dessa parte nem creio que tenha contribuído muito para a minha felicidade. Com o tempo, fui aprendendo a ser diferente e a pensar que pode ser muito vantajoso sobrepor o bem coletivo ao bem individual.  Quero começar já a ensinar isso aos meus filhos. Quero ensinar-lhe que, se todos cuidarmos uns dos outros, nunca nos vai faltar alguém que queira ajudar-nos também.  Acredito que a sociedade funcionará melhor se não pensarmos apenas em nós e no nosso bem estar.

Bom... faço pouco. Não faço voluntariado nem nada de especial por quem mais precisa. Tento ensinar isso aqui em casa e no nosso circulo alargado de família e amigos. Mas acredito que, mesmo que seja pouco, pode fazer alguma diferença, um dia, pelo menos nas vida das 3 pessoas que ajudo a criar.


Qui | 10.06.21

O nosso primeiro trilho em família

sequoia 7.jpg

Exatamente um dia antes de começarmos o desfralde do Eduardo, fizemos o nosso primeiro trilho em família.

Na verdade, não foi nada planeado. Decidimos ir passar o sábado às Furnas, sem mais planos que isso. 
Connosco levámos água, sandes, iogurtes, bolachas, fruta, bicicletas para os miúdos e roupa a menos.

Chegámos à lagoa das Furnas, tirámos as bicicletas e fomos logo inundados por aquela beleza que nunca nos deixa de fascinar, mesmo depois de termos estado naquele sitio dezenas de vezes. Em Portugal continental, o único sítio que conheço que se pode comparar um pouco com a Lagoa das Furnas é Sintra, a Quinta da Regaleira, talvez. 

Nisto, reparámos também que estava frio e os miúdos estavam todos de calções e manga curta. Lembrámo-nos de levar um casaco para o Eduardo, mas não para as miúdas. Enfim... Dei o meu casaco de malha à Maria e o Milton a sua camisola à Lara. Eu fiquei a tiritar num top de alças, mas nada que me desse grandes chatices. Aproveitei para correr mais com os miúdos, por brincar mais e aquecer naturalmente.

Fomos passear pela margem da Lagoa até chegarmos ao Jardim José do Canto e percebermos que, agora, é possível visitar. Decidimos logo que iamos passar a tarde ali, a conhecer um sítio novo com os miúdos. Só não sabíamos ainda que iriamos fazer uma caminhada de 2 horas e meia com 3 crianças, uma delas com 2 anos  e 10 meses.

Antes do passeio fizemos um piquenique à beira da lagoa, num parque de merendas novo, com condições muito boas: mesas enormes, casa de banho com boas condições e até esculturas muito carismáticas em troncos. Ficámos numa mesa ao pé da escultura que apelidámos de "Gandalf" e tivémos por companhia vários Tentilhões dos Açores, uns passarinhos muito bonitos e simpáticos que se aproximavam de nós com muita desenvoltura e a quem os miúdos, muito divertidos, foram atirando migalhas de pão.

Depois do almoço, jogámos à bola e ao disco durante um tempo e, depois de guardarmos as bicicletas, voltámos para o Jardim José do Canto.

O senhor que estava na receção, e que tinha estado a tratar do jardim horas antes, extremamente simpático, indicou-nos o caminho para a cascata. Pagámos 6 euros, 3 por cada adulto, e pusemo-nos a caminhar.

Parámos na belíssima Capela de Nossa Senhora das Vitórias, e andámos com dois grande objetivos em mente: ver a sequóia gigante da lagoa das Furnas (as sequóias são as maiores árvores do mundo) e a cascata do Salto do Rosal.

Até chegarmos aos nossos objetivos, desfrutámos de um passeio maravilhoso, cheio de paisagens diferentes e belíssimas, daquelas que nos fazem, automaticamente, começar a sonhar acordados. 

A determinada altura, depois de nos encontrarmos a caminhar há uma hora, ponderámos desistir. Não por causa dos miúdos, que estavam a portar-se lindamente, cheios de entusiasmo e de vontade de ver a árvore gigante e a queda de água. Mas tinhamos receio que o caminho fosse acidentado ou demasiado longo. Decidimos perguntar aos miúdos o que queriam fazer. Disseram logo que queriam continuar e assim foi. 

Ainda andámos mais uns bons 10 minutos até encontrarmos a árvore, mas, de facto, valeu a pena. É impressionante! Ficámos uns minutos a admirá-la e depois partimos rumo à cascata, desta vez, ao lado de um ribeiro e pequenas quedas de água que nos indicavam o caminho.

O caminho para perto da cascata era mais difícil e acidentado, mas depois de chegarmos ali queríamos ir até onde pudéssemos, e assim foi. A Lara molhou os pés e as sapatilhas, mas chegámos lá todos felizes e orgulhosos.  Admirámos a queda de água durante uns momentos e voltámos, satisfeitos, para trás.
Parámos novamente a contemplar a Sequóia, onde já se encontravam várias pessoas a tirar fotos, e continuámos o caminho de volta. Parámos para lanchar umas bolachas e iogurte liquido e,  entre uns colos e umas cavalitas, o caminho de volta até foi relativamente rápido. 

Adorámos este passeio e, agora, parece-me incrível termos levado 3 crianças para esta pequena aventura. O facto é que se portaram muito bem, com muito entusiasmo e poucos queixumes. Houve um colo ocasional, mas nada de especial. Eles portaram-se mesmo muito bem! As miúdas brincaram imenso uma com a outra e com o Eduardo e estavam todos com um entusiasmo contagiante.

Recompensámo-nos do esforço da caminhada com uns gelados no café do parque de campismo das Furnas, onde os pais puderam beber uma cerveja bem descansados enquanto os miúdos ficaram imenso tempo entretidos a mandar um disco para cima de uma árvore e a arranjar forma de o tirar de lá sempre que ficava preso. Que sonho! :) Não me lembro de me sentir tão descansada em muito tempo.


De volta a casa, já pelas 19h00, comprámos jantar feito e, em casa, foi só comer e deitar os miúdos que, obviamente, adormeceram em menos de nada.

E assim se iniciam as caminhadas em família. :)

IMG_0170.jpg

125215FC-100D-4C53-A07A-9250A50B7C0F.jpeg

4EC18CD9-0E87-4321-84F7-DFE271153051.jpegIMG_0228.jpg

IMG_0211.jpg

IMG_0225.jpg

passeio 7 cerveja.jpg

 

 

 

Seg | 07.06.21

Os animais da quinta são mesmo nossos amigos

Cresci com mais animais do que pessoas à minha volta.
A minha avó, com quem fui criada, tinha galinhas e coelhos. Chegámos a ter patos porque eu pedi num dia em que fomos à feira de Almeirim. Os meus vizinhos criavam porcos, ovelhas, cabras, galinhas e pombos. Os meus avós de Ansião tinham muitas cabrinhas. 

Eu dava nome às galinhas e andava com os coelhos pequenos ao colo como se fossem gatos.

Adorava os animais! 

Às vezes tinha gatos, quando aparecia algum sem dono, pelo quintal. Lembro-me de seguir os gatos pelo quintal, escondida atrás de barracões, a brincar aos "detetives".

Sofria imenso quando os coelhos eram transformados em "almoço ou jantar", mesmo que tivesse crescido com essa realidade, e recusava-me a comer os meus amigos mais chegados. Até hoje não consigo comer coelhos.

Quando fomos visitar a "Quinta da Paródia",  pude ver os meus filhos a experienciarem um pouco do que eu tive a sorte de experienciar em criança. 

Alimentaram as galinhas e as cabrinhas, deram biberão às cabrinhas bebés e até andaram com galinhas ao colo. Fizeram festinhas em coelhinhos, póneis e ovelhas. Fizeram amizade com um cão amoroso e foi difícil tirá-los da quinta. Por eles, ficavam por ali o dia todo e mais ainda. Não admira, até eu ficava.

No fim, puderam brincar com tratores pequenos e saltar em trampolins e a Lara até encontrou uma "manequim vaca", onde podíamos treinar,  a ordenha, com muito realismo.

Pessoas de São Miguel, ou visitantes com crianças, não deixem de visitar a Quinta da Paródia ou outra quinta com o mesmo tipo de oferta. É uma experiência fantástica!

 




Sex | 04.06.21

Desafio dos Pássaros 3.0 #3

footprint-946189_1280.jpg

- Não aguento mais contigo! - afirmou, enquanto o atirava para longe.

O cão correu atrás daquele pau e, não o encontrando, continuou a correr, convicto, pelo interminável lençol de areia que se estendia à sua frente.

Minutos antes, várias praias depois do local onde o homem espantou o cão, duas adolescentes enchiam um colchão insuflável em forma de tartaruga ninja. 

E, mudamos aqui de narrador. Deixemos falar uma das crianças.

“Tinha acabado de chegar à praia com os meus pais e a minha melhor amiga. 
Acordámos felizes, ainda de noite, para podermos estar ali de manhã cedo. A viagem de carro, longa, as sandes de fiambre feitas com pão fresco acabado de comprar e aquela boia gigante, que eu e a minha amiga tentávamos encher à vez, significavam a felicidade absoluta.

Aos 15 anos eu escondia-me para brincar com as minhas bonecas. Fazia desfiles de moda com as Barbies e roupa que improvisava com meias de nylon antigas. Mas, ali, com 13 anos, não sentia vergonha de querer brincar com uma boia. Muito pelo contrário. Estava até bastante entusiasmada.

Até eles chegarem.

Dois rapazes e duas raparigas, de uns 18 anos, instalaram-se mesmo à nossa frente.

Reparando na nossa atividade, não demoraram muito a rir-se e a mandarem bocas pouco subtis. Não faço ideia do que disseram. O olhar e a forma como se riam destroçaram o meu entusiasmo e a minha confiança. Não sei se a minha amiga foi afetada da mesma forma ou se só os achou tolos (ela sempre foi muito mais inteligente que eu, por isso é provável que os tenha achado apenas uns grandes tolos).

Lembro-me que deixei de encher o insuflável e senti que o meu dia estava estragado. Ter aquelas pessoas à minha frente fazia-me ter vergonha de existir. Restava-me ficar ali e tentar passar despercebida até à hora de regressar a casa.

Nisto, começo a ver tudo a acontecer como em câmara lenta.

Um cão enorme, castanho muito claro, vem a correr pela praia.  Ele correr sem parar, determinado e sem nenhuma emoção. Corre, apenas.

Vejo claramente o cão a pousar as duas patas dianteiras nas costas de uma das raparigas do grupo à nossa frente, e a continuar a sua corrida pela praia fora.

A rapariga queixa-se, o namorado sopra-lhe para as costas. Acabaram os risos, a chacota e a vontade de ficar na praia.

Arrumaram as coisas e foram embora.

E a tartaruga ninja insuflável tomou muitos banhos nesse dia.”

 

Ter | 01.06.21

Bolo de iogurte saudável, para fazer com as crianças

IMG-2233.jpg

Este é um bolo que gosto de fazer com os miúdos porque é muito fácil. Deixo todos os ingrediente já preparados e juntos, e depois os miúdos só têm que os misturar.

Além disso o bolo fica muito saboroso e é ótimo para os miúdos levarem para o lanche da escola. Acompanhado de um chá gostoso, também safa muito bem um lanchinho para visitas. Só coisas boas portanto. 

Bom apetite! 


Bolo de Iogurte

— 4 ovos;
— 2 iogurtes de aroma (uso iogurte feito em casa);
— 1 copo de iogurte, de leite;
— Um copo de iogurte, de flocos de aveia;
— 2 copos de iogurte, de farinha de aveia;
— 1/3 copo de iogurte, de azeite;
— Uma colher de chá fermento;
— 1/2 copo de açúcar de coco ou mascavado;


Misturar todos os ingredientes, menos a farinha e o fermento e envolver bem. Juntar a farinha, misturada com o fermento, e mexer bem.

Levar ao forno, pré- aquecido a 180º, durante cerca de 25 minutos (depende do forno).