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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Dom | 31.01.21

Eduardo #13

O gatinho

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Começou numa brincadeira com as irmãs.

O Eduardo andava de gatas pela casa, a fingir que era um cão ou um gato. 

Ele ladrava, ou miava, e ia para o colo das irmãs, que lhe davam muitas festas e mimos.

Parece que se tornou na sua brincadeira preferida de final de tarde. A do gato. É vê-lo a passar no corredor de gatas a miar, com uma voz muito fininha. Depois, vem encostar-se a mim à espera de festinhas. 

Vá... é uma brinqueda fofa, mas com uma banda sonora demasiado aguda.

Qui | 28.01.21

Como acabei com os gritos e com o vício na televisão

 

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Os gritos eram meus pelo que, em princípio, não deveria ser difícil acabar com eles. Bastava que deixasse de exprimir a minha exaltação gritando. Mas não é tão simples assim.

Na terceira semana em teletrabalho, em casa, com três filhos pequenos, dei por mim com os nervos todos escangalhados.

O facto é que passava boa tarde do dia a gritar com os miúdos, com os miúdos agarrados a mim durante as reuniões e sempre com a sensação de manta curta, sem conseguir fazer nada bem.

Em vez de brincarem uns com os outros, os meus filhos passavam o dia a brigar, a televisão estava sempre ligada e a hora de dormir era cada vez mais prolongada e difícil.

O Eduardo não tem feito absolutamente nada das aulas da escola, a Maria pouco tem feito e a Lara, que já está no primeiro ano, tem tido as aulas sozinha mas, claramente, precisa que alguém esteja perto dela para ajudar, seja a voltar a entrar na sala de aula virtual, seja a pedir à professora para explicar melhor um exercício ou esperar um pouco que ela o acabe. A Lara, ainda assim, tem sido a que tem tido mais apoio da nossa parte, pelo menos com os trabalhos para casa.

Ao mesmo tempo, nas poucas vezes que espreito os grupos da escola no Facebook, não consigo deixar de me sentir frustrada por ver tantos miúdos a fazer atividades giras e educativas, enquanto os meus ficam em frente à televisão boa parte do dia. 

Enfim... não me tenho sentido a melhor mãe do mundo.

No trabalho, as coisas correm bem porque tenho a sorte de ter um ambiente fantástico, com uma gestão do pessoal muito humana e eficiente. Tenho a possibilidade de trabalhar mais ao fim da tarde e à noite, quando o Milton acaba o trabalho e pode ficar com os miúdos. Mas existem reuniões durante o dia às quais tento assistir sempre que possível, porque é uma oportunidade de colocar dúvidas e despachar muitas questões em conjunto.

Mesmo assim, tem sido mesmo desafiante porque a sensação de estar a falhar em várias frentes é constante.

Rapidamente percebi que era preciso acabar com o caos cá em casa. Na verdade sabemos como o fazer, mas ter o discernimento necessário  para isso é outra história.

Então, num destes dias de manhã, falei com os meus filhos todos e expliquei que temos andado um pouco desorientados com esta situação de trabalhar e estudar em casa, todos juntos, todos os dias. Expliquei porque é que os pais precisavam de trabalhar e que era importante a colaboração deles.

Claro que já lhes tinha explicado tudo isto, mas imprimi a esta conversa um tom especialmente sério e assertivo.

Depois, disse-lhes que não ia haver mais televisão durante todo o dia, tão pouco poderiam escolher o que ver durante a semana. No fim de semana, poderiam escolher o que quisessem ver na televisão, num horário estipulado pelos pais.

Durante a semana seria inevitável haver televisão, temos uma casa pequena e a lara precisa de silêncio para assistir às ulas na sala, o único sítio onde temos net como deve de ser.

Tem resultado muito bem.

Logo no primeiro dia ficaram todos a brincar juntos e nem se queixaram. Têm brigado menos, aproveitam mais o facto de serem 3 e poderem brincar juntos, e todos andamos mais calmos cá por casa.

Não vou dizer que isto é assim todos os dias. Mas sei que depende mais dos adultos e da nossa capacidade de foco do que das crianças. Eles, claramente, precisam de regras e de perceber que está tudo controlado. Precisam, também, de momentos de autonomia e criatividade, mas é preciso saber quais os momentos certos para seguir regras e quais os momentos certos para fazer simplesmente o que lhes apetece.

É um desafio diário que vale muito a pena. 

Por aí, como vão as coisas?

Agradeço qualquer conselho, dica ou sugestão para lidar com esta situação peculiar. 

Seg | 25.01.21

Eduardo #12



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A Lara, quando era pequenina (e ainda hoje, às vezes), dorme com um coelhinho de peluche cor de rosa.

A Maria ainda dorme com o seu objeto de conforto: uma almofada pequenina que anda sempre com ela.

E o objeto de conforto do Eduardo, sem o qual não dorme, alguém adivinha qual é?

a) um panda de peluche
b) uma mantinha fofa
c) uma escova de plástico, em forma de Minnie.

Pois é. O Eduardo adora dormir com a escova da Maria. Felizmente, ela empresta-a de boa vontade. 

Sab | 23.01.21

Maria #48

A potencial atriz

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A Maria está a brincar no quarto.

Eu estou a trabalhar na sala.

Oiço chorar, bastante. É um choro que conheço, dramático, de quem está verdadeiramente aborrecido ou até magoado com qualquer coisa. Não é um choro subtil ou discreto. É um choro algo estridente.

Vou imediatamente ao quarto perguntar o que passa e porque está a chorar.

Responde-me a Maria, muito calmamente: 

"Não sou eu que estou a chorar, mãe. É a boneca."

 

Qua | 20.01.21

Eduardo #11

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Dois anos e 5 meses.

Expressão preferida, repetida várias vezes durante o dia, enquanto esfrega a barriga: "Tenho fomeeeee..."
É capaz de comer durante o dia todo. Gosta sobretudo de pão, papas de aveia, bolachas, peras e bananas. 

Está cada vez mais meiguinho e agarrado a mim. Fica muito ofendido se o repreendo porque, realmente, não é hábito. Seja como for, se ralho com ele, responde-me com um beicinho e, logo de seguida, com muitos beijinhos, abraços e pancadinhas nas costas (rapaz sábio).

À noite, adormece sozinho. De tarde, temos que o adormecer ao colo ou fica a chorar no berço.

Gosta muito de brincar com carrinhos, de jogar à bola e de correr atrás das irmãs a fingir que é uma espécie de dinossauro, ou urso, ou leão. Também brinca com bonecas muito bem.

É vaidoso e gosta muito que o elogiemos. Gosta de andar de boné, se dizemos que fica bonito. Pede-nos para o pentearmos quando nos esquecemos.

Continua viciado no "Panda e os caricas". Ainda lhe chama "Didi".

Adora ir para casa dos "Avós" e pede-nos para ir. Mas, quando lá está, fala muito nas irmãs.

Gosta muito de desenhar, mas fica frustrado por não conseguir desenhar melhor.

Está sempre contente e a rir. Faz uma brincadeira com tudo e entusiasma-se facilmente.

Adora brincar com meninos mais velhos e é muito sociável. Infelizmente, nesta altura, não temos oportunidade de socializar tanto.

É muito obediente e razoável, desde que falemos com ele com  calma e fofice.

Já diz tudo e constrói frases completas, embora não articule todas as palavras de forma percetível.

Raramente faz birras, mas tenta fazer valer a sua vontade com gritos quando quer muito uma coisa. Duram pouco, estes episódios.

Na escola, às vezes é tímido, mas sempre que o vou buscar está  muito entretido a brincar. Mete-se com os colegas e faz-se de engraçadinho a brincar com eles.

Já me ajuda em casa: arruma os brinquedos, dá-me a loiça da máquina para arrumar e a roupa para estender.

A primeira coisa que faz de manhã é ir ter comigo à cama, dizer que quer papas de aveia. Depois, dá-me os óculos, as meias anti-derrapantes que uso em casa e destapa-me. Que bela forma de acordar. 

Seg | 18.01.21

O nosso vício partilhado

São livros.

São, provavelmente, a minha coisa "material" preferida de sempre.

Adoro livros! Eles ajudaram-me a construir a minha personalidade e até a minha vida. Os livros ajudaram-me a  educar-me e a perceber que podia ser exatamente aquilo que quisesse. Adoro-os, portanto.


Os meus filhos vão pelo mesmo caminho e, quando trago livros da biblioteca, mandam-se a eles com um entusiasmo que me comove. Até o Eduardo já os adora e fica muito sossegadinho ao meu lado enquanto lhe leio um livro.

Os últimos que trouxe foram estes:

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Sab | 16.01.21

Nunca tive tanta vontade de votar...

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Votei em quase todas as eleições, nem que fosse em branco, desde os 18 anos. 
Se não o fiz duas ou três vezes, foi muito.

Nunca me lembro de ter votado num candidato, com fortes convicções. Nunca fui muito chegada a política e, francamente, nos últimos anos não me revejo em nenhum partido e em nenhum candidato. 

Voto porque é meu direito e por respeito a todos os que lutaram para que eu tivesse esta liberdade.
Respeito, também, quem opta por não votar. Nem poderia ser de outra forma. Acima de tudo, prezo a liberdade.

Liberdade para votar, liberdade para não votar, liberdade para me exprimir, liberdade para escolher e, acima de todas as outras liberdades, liberdade para ser quem eu quiser ser.

No contexto político atual, sinto que essa liberdade fundamental, aquela que mais tento promover junto dos meus filhos, pode ser colocada em causa.

É por isso que temos que votar. Temos que votar, para defendermos o país e o mundo que queremos para os nossos filhos.

Quem me conhece bem, sabe que não gosto de aderir a movimentos nas Redes Sociais. Geralmente, não me identifico com movimentos de massa e não participo neles. Mas, este movimento deixa-me orgulhosa. O #vermelhoembelem é um movimento que me faz sentir orgulho por fazer parte das massas.

E acredito mesmo que somos massas, que somos muitos, quase todos, os que querem ter um tipo de liberdade que não pode, nunca mais, ser colocado em causa.

Por isso, é urgente votar.
Mesmo que votemos todos em pessoas diferentes, temos algo muito forte que nos une.

Qui | 14.01.21

Eduardo #10

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O Eduardo está a brincar com plasticina.

Eu estou no computador a escrever.

Ele chega ao pé de mim, com uma amálgama de plasticina e peças de plástico e diz:

"Toma mãe. Papas de aveia."

Adoro!!!!!!!

 

Ter | 12.01.21

Maria #47

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A Maria gosta muito de ver o Google maps no meu telemóvel.
Desde que descobriu a aplicação que me apanha o telemóvel e esconde-se com ele debaixo da mesa da sala a ver os mapas.

Já lhe disse várias vezes que não pode pegar assim no meu telemóvel e que tem que me pedir para o usar. Claro que isto já gerou muita discussão e a Maria continua a pegar no meu telemóvel sempre que encontra oportunidade.

Numa destas manhãs, a Maria e o Eduardo acordaram cedo e, para não variar muito, pediram para ver desenhos animados. 

O Milton levantou-se, colocou a Masha e o Urso (que é do agrado dos dois) e eu acabei por me levantar também.

A Maria, quando me vê, diz-me (com um ar muito sereno e gentil): "Podes ir dormir mais um bocadinho mãe. Vai dormir mais um bocadinho para o quarto. Eu tomo conta do Eduardo."

Peguei na manta e dormitei no sofá um bocadinho.

Claro que, quando abri os olhos, estava a Maria muito sossegadinha a ver os mapas no meu telemóvel.

Enfim...

Sex | 08.01.21

Quarentena "round 3"- 3 aspetos positivos disto

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E lá vamos nós outra vez. 
A trabalhar em casa com miúdos pequenos.

Vejamos as coisas pelo lado positivo:

- Experiência não nos falta.
- Se estamos a trabalhar em casa é porque temos trabalho.
- Existem tablets.

Não me apraz dizer muito mais sobre isto.

Talvez não me apeteça falar dos testes feitos a crianças, nos rastreios escolares, muitas vezes com elas tão nervosas e desesperadas que têm que ser agarradas por 4 pessoas.

E também não me apetece falar daquela família de 3 pessoas que resolveu entrar a correr no elevador já lotado onde eu estava, no centro comercial (numa das duas vezes que lá fui em 8 meses), e do facto de não ter conseguido controlar o meu mau feitio e ter mostrado um pouco de indignação.

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