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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 30.11.20

7 dicas para fazer teletrabalho com 3 crianças pequenas em casa

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Tal como muitas mães e pais, estive em teletrabalho com os meus filhos pequenos em casa. A mais velha, com 6 anos, está no 1º ano a teve aulas por videoconferência.
Não foi fácil, nem simples, nem tranquilo. Foi o possível e, bem vistas as coisas, até correu moderadamente bem.
Claro que, se a primeira semana foi um caos total, a segunda semana já correu muito melhor e, quando estavam prestes a voltar à escola, já tínhamos tudo a fluir muito bem. :)

Ficam alguns ensinamentos que poderão vir a ser úteis mais tarde (nas férias, por exemplo, que são o melhor motivo para ficar em casa com os miúdos).


1- Manter a Calma
Esta parece uma piada não é? Mas é a única recomendação verdadeiramente importante. Se conseguirmos manter a calma, conseguimos tudo, ou quase tudo.
Agora seria o momento de escrever um texto inteiro só com dicas para manter a calma, desde fazer respirações lentas e profundas até tomar ansiolíticos. A verdade é que cada pessoa terá as suas formas de o conseguir. Para mim, que sou muito ansiosa e nervosa, o que me ajuda a manter a calma é fazer 25 minutos de Yoga logo pela manhã. Sem isso o meu dia será, certamente, mais caótico.

2- Acordar mais cedo
Esta segunda dica, vem antes mesmo da primeira. Pode ser difícil e um grande sacrifício mas, de facto, é a única forma de termos algum tempo sozinhos para fazer alguma coisa de que gostemos, seja exercício físico, meditação ou simplesmente ler um pouco ou tomar o pequeno- almoço com tranquilidade. Isto é um grande cliché, mas a forma como começamos o dia vai marcar o ritmo de todo o dia.


3- Planear atividades para as crianças com antecedência
Não precisa de ser com uma semana de antecedência mas é recomendável começar o dia já com uma série de atividades e brincadeiras prontas para os mais pequenos. E, já agora, ter algumas extra, para o caso deles se aborrecerem rapidamente.  Não é preciso adquirir brinquedos novos. Dar a uma criança pequenas uma caixa cheia de coisas aleatórias que temos por casa é o suficiente para a entreter uns bons minutos. Cá em casa fomos resgatar livros de pintar com água e letras magnéticas, por exemplo. Para os mais crescidos (4 a 6 anos) livros de jogos e atividades são uma excelente opção.

4- Manter todos no mesmo espaço
Como os meus filhos são muito novos, a única forma que tenho de trabalhar descansada é tê-los ao alcance da minha vista. Por isso, estamos todos na sala. Claro que não consigo executar trabalhos que exijam uma grande concentração com eles por perto, mas consigo despachar muitas coisas mais rápidas e participar em algumas reuniões.

5- Pedir ajuda
Nem todos teremos essa possibilidade, mas quem tiver alguém a quem pedir uma ajuda, a bem da sanidade mental de toda a família, não hesite. Seja para tomar conta das crianças durante algum tempo ou para fazer algumas refeições, toda a ajuda é muito bem vinda.


6- Ter sempre refeições prontas
Façam refeições em maior quantidade e guardem no frigorífico ou congelador. Outra opção é comprar comida feita. 


7- Negociar em casa e no trabalho
Este é, na verdade, o primeiro passo.
Conversar no trabalho com a chefia e alinhar objetivos diários ou semanais e horários para as reuniões. Conversar, também, em casa, quer com as crianças, quer com os companheiros. Se todos colaborarem e chegarem a um entendimento, todas as partes saem beneficiadas. Não conheço outra forma viável de fazer as coisas.

Por aqui, implementámos todas estas ações sendo que a mais difícil foi a primeira. Manter a calma, para mim, é um objetivo hercúleo. Mas, acordando mais cedo e fazendo, todos os dias sem falhar, Yoga logo de manhã, lá consegui orientar-me a partir da segunda semana com os meus três filhos em casa.

Claro que só foi possível não ficar maluca por ter, no trabalho e em casa, pessoas flexíveis e repletas de boa vontade.

Mães e pais na mesma situação que eu, como têm feito? Têm outras dicas para acrescentar a estas?

Contem-me tudo.


Sab | 28.11.20

Coisas de irmãos #2

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Fiquei um minuto inteiro sem ouvir barulho o que, num apartamento com três crianças pequenas (acordadas), é praticamente uma impossibilidade.

Fui ao meu quarto, ao quarto deles... nada. Na cozinha ninguém, na sala também não. 

Não suspeitei da casa de banho porque a porta estava fechada e não costumam ir para lá.

Quando abri a porta da casa de banho, lá estavam os três, sentados numa roda, às escuras. A Lara, com uma lanterna, contava histórias assustadoras baixinho.

Tão queridos. 

 

Qua | 25.11.20

Eduardo #9

O leãozinho (ou dinossauro, ou urso)

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Ele passa boa parte do tempo a rugir atrás de nós.

Não estava muito habituada a isto, mas julgo que é mesmo assim que alguns rapazinhos são, não é?

Hoje pede-me para desenhar coisas assustadoras no quadro magnético para, logo de seguida, sair a correr e a rugir de quadro em riste, atrás das irmãs.

À parte de rugir, ele também adora dançar e... comer. Comer talvez seja a sua atividade preferida de todas. Julgo que, se pudesse, o Eduardo sentava-se em cima de um monte de bolachas Maria e bananas e passava o tempo a comê-las. 

Sex | 20.11.20

1ª semana de teletrabalho (e escola em casa) com 3 filhos pequenos

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Vou dar-vos só uma imagem, de uma pequeníssima parte do meu dia:

De manhã, já as crianças comeram e o Milton foi para o trabalho.

Estou na reunião da manhã de teletrabalho, com câmara desligada e microfone desligado, só a ouvir, enquanto tento aquecer umas papas de aveia.

Os miúdos deviam estar a ver desenhos animados na sala mas, como acontece sempre que estou ocupada, dois deles andam à minha volta a brigar um com o outro. A prioridade é impedir que o Eduardo suba a bancos e caia e, já agora, impedir que andem sempre a gritar estridentemente pela casa.

Não sei como, entre as mil coisas que tento fazer, deixo cair as papas de aveia ao chão. As paredes cheias de papa, que se mete em todos os cantos, cacos por todo o lado e os miúdos ainda a correr de um lado para o outro.  Nem desligo a reunião, ponho apenas o telemóvel de lado, dou dois gritos para que saiam todos da cozinha e começo a chorar e a resmungar enquanto limpo a papa o mais rapidamente que consigo.

Estou nisto há 7 dias. Tem sido um desafio enorme à sanidade mental. Não me sinto fisicamente cansada mas, emocionalmente, sinto-me de rastos. Sinto que não dou a atenção suficiente aos miúdos e que estou sempre zangada e ansiosa.

Hoje, mesmo assim, tive que vir aqui escrever. A bem da minha sanidade mental.

Somos muitas (e muitos) nesta situação. Com filhos pequenos, em teletrabalho e a ter que acompanhar os miúdos nas aulas por videoconferência. Imagino os pais que são, também, professores. 

Ainda estou na parte de perceber como é que vou desenrascar isto da melhor maneira. Ainda não estou na parte da "melhor maneira". 

Mas está tudo bem. Temos saúde, temos trabalho, temos muita sorte mesmo. Sabemos disso. Tenho um trabalho onde existe humanismo, flexibilidade e empatia. Em casa existe comunicação, flexibilidade e sentido de humor. Há lá coisa melhor?

E, agora, temos também experiência.

Para a semana há ser sempre a melhorar. Venho cá contar-vos tudo. E trazer algumas dicas para lidar melhor com isto tudo. Só tenho que as aplicar primeiro e ver se resultam. 

 

Qui | 12.11.20

Quando desligamos a televisão, acontecem coisas maravilhosas!

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O Eduardo descobriu que tem voz. E que pode utilizá-la para exprimir a sua vontade. Com veemência.

Este facto tem tornado as nossas manhãs e noites um pouco ensurdecedoras.

Ocorre que temos apenas uma televisão. E o Ipad da casa avariou e não o substituimos. Ocorre ainda que existem mais duas crianças em casa que calham a não ter o mesmo gosto para programação televisiva.

De modo que resolvemos a questão da única maneira que julgamos possível: ninguém vê televisão. Pronto.

Claro que levamos com uma gritaria esganiçada muitas vezes. Sempre que o Eduardo se lembra do Panda e dos Caricas, vá.

Mas, na maioria das vezes, a Lara, a Maria e o Eduardo começam a brincar juntos. Num minuto estão a reclamar e no minuto seguinte estão super entretidos a inventar uma brincadeira qualquer.

Ontem, por exemplo, fui dar com a seguinte situação no quarto dos miúdos:

Estava a Maria sentada no chão com o Eduardo e, à frente deles, uma fila de bonecas e de peluches, sentados muito direitinhos.

A Maria ensinava o Eduardo a cantar a canção do "Bom dia", que ela canta com a sua turma. O Eduardo repetia, com muito interesse e atenção, o melhor que podia, as palavras que a Maria cantava. Depois, a Maria dizia-lhe que ele tinha que ensinar a canção aos "meninos".

Estavam os dois a brincar às escolas, sendo a Maria a professora e o Eduardo o auxiliar de educação.

Queria mesmo fotografar isto. Mas às vezes, quando eu apareço, acabo por quebrar a dinâmica da brincadeira, pois isso desisti.

Como esta, há uma série de brincadeiras que eles criam sozinhos, desde que tenham oportunidade para isso. E a televisão anula um pouco a oportunidade de brincar.

Claro que é uma excelente ajuda em muitas situações mas, cá por casa, com tantas vontades diferentes, acaba por funcionar muito bem desligada. 

Ter | 10.11.20

Eu e ele votámos em partidos diferentes, nos Açores

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Conversámos sobre isso, como conversamos sempre, e nem um nem outro tínhamos muita certeza em quem iríamos votar desta vez.

Ele estava mais bem informado que eu acerca dos programas dos diferentes partidos.

Eu, sem muita pujança mental para estudar programas eleitorais, decidi em quem votar já com o papel e a caneta na mão.

Claro que votei de forma minimamente consciente, sabendo o que defende o partido em quem votei. Mas, o facto é que existem muitas coisas em jogo.

Quando penso na sociedade em que gostaria de viver e em que gostaria que os meus filhos vivessem, não encontro nenhum partido político capaz de a ajudar a construir.

A verdade é que, excetuando o óbvio, reconheço valor nos ideais de vários partidos diferentes, à direita e à esquerda. E reconheço defeitos, também, em todos. Ou não fossem os partidos políticos feitos de pessoas.

O Milton estudou melhor a situação e votou de forma mais calculada. Votou no partido que acredita poder contribuir para um futuro que ele considera mais adequado.

Eu fiz o mesmo. A questão é que, em alguns pontos, damos mais valor a coisas diferentes.

E não nos chateamos absolutamente nada. Até acho que, dadas as suas convicções, votou muito bem. Assim como eu.

Ao fim ao cabo, com o que resultou das eleições, acabamos os dois com um sentimento semelhante: nem de alegria, nem de tristeza. Basicamente, estamos a ver o que é que isto vai dar.

Sab | 07.11.20

A melhor amiga da Lara

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Desde os 2 anos que a Lara tem o mesmo melhor amigo e a mesma melhor amiga. Tem outros amiguinhos, de quem gosta muito, mas estes sempre foram os "melhores amigos". São amigos que a Lara escolheu, crianças com quem sente uma afinidade especial.

E eu, que não tinha amigos escolhidos por mim com esta idade, ainda estou a aprender sobre a dimensão destas amizades aos 6 anos.

Hoje, aprendi mais um pouco.

Ontem, a Lara disse-me que ia haver uma corrida na escola, entre as turmas do 1º ano. Ia haver uma medalha para os vencedores e uma surpresa para os vencidos. Todos ficavam a ganhar.

Ainda assim, a Lara disse-me que queria muito ganhar uma medalha. Ela estava verdadeiramente entusiasmada com a corrida, com a competição em si e com a possibilidade de se ver distinguida com uma medalha.

Em geral, não aprecio nenhuma competição. Não me considero competitiva e estabeleço metas em relação a mim mesma e à minha evolução constante, e não em comparação com outros.

Mas a Lara gosta de competir. E não me pareceu que a ligeira ansiedade que estava a mostrar fosse algo desconfortável ou menos bom. Pareceu-me uma animação perante a possibilidade de competir e ganhar qualquer coisa.

Então achei por bem dizer-lhe que se queria ganhar, devia dar o seu melhor. Disse-lhe que acreditava que ela ia ganhar porque era muito determinada quando queria alguma coisa. Disse-lhe também que se não ganhasse não fazia mal, que o importante era que se divertisse.


Hoje, quando veio da escola, estava muito contente. Tinha ficado em 2º lugar, o que dava direito a uma medalha. Abracei-a e dei-lhe os parabéns por ter conseguido uma medalha. Disse-lhe que o 2º lugar era muito bom e que estava muito orgulhosa dela. A Lara, com o seu jeito envergonhado, estava realmente feliz.

Mais tarde, quando estávamos a conversar sobre o seu dia. Disse-me que a sua melhor amiga ficou triste porque não tinha ganho uma medalha. Mas,  tinha ficado feliz por ela e que lhe tinha dito: "Muito bem!"

Para a animar a Lara deu-lhe um pequeno "diamante" de plástico que outra amiga lhe tinha dado. Ela disse-me que quando o tinha na mão, pensou logo em dá-lo à melhor amiga, para tentar que ela ficasse mais animada.

As crianças conseguem ser realmente justas e amorosas. Conseguem ver para além da sua felicidade e consolar quem está triste. E, ainda mais extraordinário, conseguem sair da sua tristeza pessoal para dar os parabéns a uma amiga que conseguiu aquilo que almejavam para si próprias.

As crianças são adoráveis!



Qui | 05.11.20

Ser prática, minimalista e feliz...

... a decorar a casa com coisas bonitas

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Ontem, numa reunião de trabalho onde estavam várias mães de filhos pequenos, uma colega comentou que, se fosse dona de uma empresa, contrataria preferencialmente mães. A sua afirmação, para uma mãe de 3 filhos pequenos como eu, faz todo o sentido.

Depois de ter sido mãe de um, dois e três filhos, a minha capacidade de simplificar, organizar, planear, gerir e executar chegou a níveis que nunca imaginei. E esta capacidade de organização não é opcional, é algo que se desenvolve naturalmente, por sobrevivência.

De modo que todos os dias procuro reger tudo o que faço pelos princípios da praticidade, minimalismo e felicidade, incluindo a decoração da casa. Faço isso comprando cada vez mais online, e procurando ter apenas coisas que têm um verdadeiro significado para mim.

Quem já conhece este blogue há algum tempo, sabe que sou minimalista e não tenho muitos objetos a decorar a casa. Não sigo nenhum estilo de decoração e tudo o que tenho tem um significado muito especial para mim e para a minha família.

Os principais elementos decorativos da nossa casa estão nas paredes: quadros, posters, gravuras e fotografias. Uns foram comprados em viagens, outros são representações da nossa família em banda desenhada, outros são fotografias de artistas de que gostamos.

A mais recente aquisição de objetos de decoração cá para casa foram mais 4 quadros. As paredes da sala e do quarto das crianças estavam um bocadinho despidas e há algum tempo que queríamos completá-las com algo que tivesse significado para nós.

Para a sala escolhemos um quadro de São Francisco, na Califórnia. É uma representação gráfica de vários pontos importantes da cidade, em cores vibrantes. Eu e o Milton passámos uns dias em São Francisco e a cidade impressionou-me muito. Foi um dos sítios, a par de Lisboa, onde me senti verdadeiramente "em casa". Nunca como em outro lugar, senti que as pessoas podiam ser tudo o que quisessem, sem julgamentos ou intolerâncias. Adorei a energia daquela cidade e faz-me muito feliz poder olhar para ela todos os dias.

Escolhemos também uma frase. São 3 palavras que representam tudo o que é preciso para ser feliz e bem sucedido em qualquer coisa: "Be. Here. Now."  Esta frase resume um objetivo que busco alcançar todos os dias.

Para as crianças escolhemos um quadro colorido que se chama "Happy Stones" e um quadro com uma frase que gostava muito que eles tivessem sempre em mente: "TRUST YOUR CRAZY IDEAS".
São quadros bonitos e alegres, sem serem propriamente infantis. Gosto que o quarto das crianças seja colorido e cheio de boa energia sem seguir uma decoração temática.

Os quadros são da Posterlounge, uma loja online de quadros e posters decorativos.Têm pinturas, fotografias e ilustrações de artistas do mundo inteiro em vários materiais e formatos.  É um mundo para descobrir.

Cá em casa não somos nada clássicos com a  decoração. Vamos compondo a nossa casa com coisas de que gostamos, sem pensar muito na parte estética. A decoração da nossa casa é totalmente eclética. É por isso que gostamos de comprar online. Para além de ser super prático e simples, permite-nos comprar produtos muito mais originais e personalizados.

Para quem precisa de ideias para decorar os seus espaços, o site oferece muitas inspirações e também tem uma página de Instagram cheia de ideias fantásticas.

Ficámos muito satisfeitos com o serviço. A entrega foi rápida e os quadros vieram embalados com todo o cuidado. Os quadros são entregues com tudo o que é necessário para os pregar na parede mas, como não gostamos de furar as paredes, usámos fita de dupla face e resultou muito bem.

Estamos cada vez mais adeptos das compras online. Desde a quarentena que passámos a comprar ainda mais online. Poupamos muito tempo que podemos usar para fazer coisas que nos fazem felizes!

E por aí, quais são os objetos de decoração que vos fazem mesmo felizes?

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Ter | 03.11.20

E, de repente, senti-me uma boa mãe

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Um dia uma amiga disse-me que os resultados do nosso trabalho na educação dos filhos demoram a chegar mas, quando chegam, são muito compensadores.

A verdade é que, se um dia pensei que educar pessoas era fácil e até divertido, rapidamente me desfiz dessa ilusão.

É desafiante! Muito mesmo. E, educar três criaturas fofas ao mesmo tempo, tem questões muito peculiares. Eles unem-me para nos desafiar, fazem mais confusão, pedem mais atenção, entre muitas outras coisas. 

Claro que o amor e todas as alegrias também se multiplicam. A minha vida nunca foi tão feliz como no presente.

Ainda assim, são muitas as vezes em que questiono a minha competência como mãe e educadora.

Às vezes tenho medo de estar a causar traumas aos meus filhos quando ralho com eles e os ponho de castigo. Outras vezes, acho que sou tão mole com eles que estou a criar selvagens.

O mais recorrente é sentir que não faço ideia do que estou a fazer!

Posto isto, ontem fui falar com a professora da Lara pela primeira vez.

Fui com o Milton e, apesar de não esperar nada de muito grave, estava um pouco apreensiva.

Na minha cabeça já tinha ensaiado conversas para explicar porque é que a Lara era tão distraída, porque é que podia ser desobediente às vezes, porque é que talvez parecesse desatenta e desinteressada... Em todas as conversas eu diria que ela era parecida comigo e  talvez tivesse algumas peculiaridades de personalidade que a tornavam mais tímida, reservada e pouco participativa.

Bom... a professora apresentou-me ali uma menina interessada, arrumada, participativa, boa aluna, bem comportada, muito dada a abraçar a professora e... um pouco tagarela. Basicamente a professora descreveu uma miúda exemplar. Quase que me afoguei na minha própria baba mental (desculpem a descrição).

Falámos sobre várias coisas mais relacionadas com a educação comportamental do que com a matéria escolar e saí dali a pensar que tenho mesmo sorte por a miúda ser atinada.

Depois, parei para pensar mais um bocado e decidi dar a mim própria (e ao Milton, claro) algum crédito. Caramba, a miúda não se está a educar sozinha. Alguma coisa estamos a fazer bem.