Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 31.08.20

O que temos feito por São Miguel

Nas férias de agosto

Como não saímos de São Miguel este ano por causa da pandemia, optámos por conhecer melhor a nossa ilha.

Fizemos vários passeios a 5, fomos a várias praias e lagoas, fomos almoçar fora, demos alguns passeios, poucos, à noite pelo centro da cidade e conhecemos recantos onde eu nunca tinha estado, apesar de viver em São Miguel há mais de 10 anos.

Também ficámos muito por casa. Ou porque o Milton estava a trabalhar e eu estava sozinha com os miúdos, ou porque queríamos evitar grandes aglomerados de pessoas numa altura que é difícil manter a distância de segurança em zonas balneares.

Temos feito o que podemos. Às vezes achamos que devíamos sair mais, noutras achamos que não compensou assim tanto sair. De facto, as praias mais interessantes para crianças são praias pequenas e que enchem rapidamente. A verdade é que não me sinto totalmente confortável nessas praias porque não é possível estar à distância recomendada das outras pessoas.

Em sítios como o Parque Terra Nostra achei tudo muito bem organizado e controlado. Nas piscinas mais pequenas as entradas e saídas eram controladas e como somos 5 ficámos na piscina pequena sozinhos, embora apenas 15 minutos.

Sempre que possível juntámo-nos com os amigos com quem temos estado desde o inicio da pandemia. Quando nos juntamos com outras crianças acabam todos por se comportar melhor e distraem-se mais. Os adultos acabam por descansar mais, também, e conversar o bocadinho, o que é sempre bom para manter a sanidade mental.

Nos restaurantes também nos sentimos sempre muito à vontade, com poucas pessoas e a devida distância de segurança entre as mesas.

Ainda assim é desafiante andar a passear com 3 crianças pequenas. Até acho que correu muito bem mas é bastante cansativo, física e emocionalmente. 

Então, eis os locais que visitámos, em família, em agosto:

- Nas Furnas: Vila das Furnas, Lagoa das Furnas e Parque Terra Nostra.

- Lagoa de São Brás, onde fizemos uma pequena caminhada e um passeio dentro da floresta.

- Achadinha, onde fomos molhar os pés na cascata e onde lanchámos num sítio muito bonito.

- Lagoa das Sete Cidade, onde fizemos um piquenique e andámos os 5 de canoa (o que foi uma aventura engraçada, tendo em consideração que o Eduardo tentou sair da canoa o caminho todo e, consequentemente, eu passei o passeio a gritar com medo que ela virasse).

- Reserva Florestal Cerrado dos Bezerros, onde os miúdos brincaram imenso em baloiços e outras diversões feitas de madeira e em perfeito equilíbrio com a maravilhosa paisagem florestal. Aqui faltaram os animais que era suposto existirem ali. Encontrámos apenas 4 patos num lago pequeno.

- Jardim António Borges onde fomos mais vezes por ser mais perto de casa e onde vimos morcegos numa das grutas.

- Praias: Praia pequena do Pópulo, Praia da Ribeira Grande (a das piscinas), Praia do Porto Formoso e Praia da Maia.

- Parques e jardins de Ponta Delgada em geral.

Foi um pouco cansativo mas quando estamos em família o saldo é sempre positivo.

IMG_3089.jpg

IMG_2875.jpg

IMG_2924 (1).jpg
IMG_3188.jpg

IMG_3039.jpg

IMG_2715.jpg

Qui | 27.08.20

10 coisas em que sou minimalista

shoes-2465907_1280.jpg


Interesso-me cada vez mais por este tema. Acho até que, neste momento, é o assunto que está no topo dos meus interesses.

Quero simplificar a minha vida cada vez mais e o minimalismo, naturalmente, enquadra-se perfeitamente no estilo de vida que quero seguir.

Posto isto, sem qualquer esforço ou intenção, eis as características minimalistas que já cá cantam:

- Temos apenas um  carro, sendo que é o Milton que anda sempre com ele.

- Compro cada vez menos roupa e sapatos e tenho cada vez menos vontade de o fazer. Por vezes dou por mim a olhar para "objetos de desejo" em sites, mas acabo sempre por pensar melhor e desistir das compras.

- Tenho muito poucos móveis e quase nenhum objeto de decoração. Os que tenho, são especiais para mim.

- Nunca compro romances ou livros que não ache que vá consultar várias vezes. Em compensação, requisito uma dezenas de livros da biblioteca, por semana.

- Este ano, decidi não comprar sandálias sendo que, neste momento, não tenho nenhumas. Uso chinelos de praia a maior parte do tempo.

- Tenho  dois biquínis. E são dois porque é preciso um extra, mais velho e escuro, para ir às Furnas (porque a água férrea deixa os tecidos manchados).

- Creio que passei a cortar o cabelo em casa. Experimentei e gostei. Considero esta decisão uma forma de minimalismo porque me facilita e simplifica a vida. Não gosto especialmente de ir à cabeleireira e, por algum motivo, é raro ficar completamente satisfeita quando lá vou.

- Sigo apenas meia dúzia de pessoas no Facebook. É mesmo porque uso o meu tempo noutras coisas. Por isso sigo apenas algumas páginas e pessoas que publicam coisas nas quais tenho mesmo muito interesse. Até canais de maternidade deixei de seguir. Neste momento, acho que já percebi mais ou menos como é que isto funciona. O problema é conseguir fazer o correto a maior parte das vezes.

- É raro comprar brinquedos para os meus filhos fora do Natal e aniversários. Mesmo muito raro. E, se por acaso verifico que eles têm brinquedos com que não brincam, levo esses brinquedos para a arrecadação, para lhes dar mais uma hipóteses dentro de alguns meses. Em casa só deixo mesmo os brinquedos de que eles gostam muito.

- Tento comprar cada vez menos pacotes. Compro alguns, claro, muito mais do que gostaria. Mas, sempre que possível, opto por comprar legumes em cabazes (sem sacos), fazer iogurtes, papas e bolachas em casa, fazer sumos de laranja, usar legumes secos, etc.

Minimalistas por aí, aceitam-se dicas para ser mais minimalisma que o caminho ainda é longo.  

Seg | 24.08.20

A minha avó é que era uma verdadeira minimalista

fashion-show-1746588_1280.jpg
(Esta senhora, claramente, não é a minha avó.)

Hoje fui até à Mango. Vi que estava com saldos, entrei e pus-me a vasculhar uns vestidos pretos.

Depois espreitei as t-shirts, os tops e as saias compridas.

Em poucos minutos já me estava a dirigir aos provadores com os braços cheios de roupa.

Experimentei, não gostei, e decidi que aquilo era tudo uma grande tolice. Arrumei tudo nos cabides e deixei no local da roupa "experimentada", perto dos provadores.

A verdade é que não preciso de comprar roupa. Tenho mais do que suficiente e quando precisar de alguma coisa, efetivamente, comprarei.

Este ímpeto para o consumo é algo bem intrigante. A minha avó, por exemplo, não sofria disto. Tinha a mesma roupa durante anos, décadas, e só a deitava fora se realmente não servisse para nada.

A minha avó Leontina era uma verdadeira minimalista.

A minha avó, nos seus primeiros tempos de casada, fazia a sua própria roupa. Só mais tarde haveria de ter poder de compra para comprar roupa. Nunca comprou mais do que aquilo de que precisava mesmo.

Se a roupa se rasgava ela remendava as vezes que fossem precisas. Quando já nem dava para remendar, a roupa era transformada em pano de limpeza. 

A minha avó cortava chinelos de inverno para fazer chinelos de verão, tinha apenas uma roupa de sair e não seria estranho vê-la com uma meia de cada cor, por casa.

Lembro-me de ser criança e zangar-me com ela por deitar fora tudo o que lhe pareciam ser restos de jogos de tabuleiro e papelada. Agora faço o mesmo às minhas filhas. 

A minha avó era focada no  momento presente e fazia tudo com a delicadeza de quem, naquele momento, não tinha nada mais importante para fazer. Os seus cozinhados eram simples mas deliciosos, feitos com muito amor: o arroz de frango, o arroz doce, o pão de ló, o leite com chocolate, a caldeirada de peixe.

A minha avó arranjava tempo para brincar comigo, fazer roupa para as minhas bonecas e, mais tarde, para me ouvir desabafar durante horas sobre desgostos de amor.

A minha avó vivia com muito pouco, com 200 euros por mês e, mesmo assim, quando me via de mês a mês, dava-me sempre 50 euros. A dada altura deixei de insistir que não precisava de me dar dinheiro nenhum, que lhe podia fazer falta, porque era muito importante para ela dar-me o dinheiro. E não lhe fazia mesmo falta. 

A minha avó era tão simples e tão pouco ambiciosa como um monge. Tudo o que tinha lhe chegava. E, se alguém lhe oferecia um pouco mais, ela não usava, tão pouco valorizava. Guardava por não ter uso para lhe dar.

A minha avó fazia, cuidadosamente, bainhas nos panos de pó. Gostava de rebuçados (natas de caramelo) e bolachas Maria. Eram as suas únicas extravagâncias.

A minha avó, sem querer, ensinou-me a ser minimalista de verdade. Eu é que ainda não consigo praticar como deve de ser. Mas estou no caminho.

Sex | 21.08.20

Maria #43

IMG_2559.jpg

Estou a deitar a Maria, a dar-lhe um beijinho, uns mimos e tal quando ela me diz, com uma voz muito fofa e enquanto me faz festinhas na cara:

"Sabes mãe, eu não como o jantar todo porque ainda sou pequenina. E não gosto de todas as comidas que fazes. Era melhor que fizesses comidas de que eu gosto mais, está bem mãe?"

Quem é que pode?!!! 

Qua | 19.08.20

Os únicos 5 itens de que precisa para ir à praia com crianças

praia bagagem.jpg

Aqui temos 3 crianças. Para dois adultos. Simplificar não é opção, é sobrevivência.

Feita esta pertinente introdução vamos à lista minimalista:

- 3 toalhas de praia
(Os adultos não precisam. Secam-se enquanto andam a correr de um lado para o outro a tentar dominar as crianças.)

- Protetor solar (A primeira aplicação deve ser feita em casa, para poupar tempo e estardalhaço na praia).

- Água, fruta, iogurtes liquidos e bolachas, se possível, numa geladeira pequena. (Não dá para fugir destes itens porque as crianças, obviamente, têm sempre fome e sede. Mas nada de levar coisas muito complicadas. Tudo pronto a comer.)

- Coletes ou braçadeiras.

- Elásticos para o cabelo.
(Não levo escova nem pente. Simplesmente apanho o cabelo emaranhado na nuca e as meninas ficam ótimas. O rapaz tem o cabelo curto, mas se tivesse comprido faria o mesmo.)

E é isto. Não é preciso mais nada.

Brinquedos então é o mais dispensável.

Oram vejam:

- Tomar banho, saltar na água e eventualmente nadar;
- Correr uns atrás dos outros;
- Fazer castelos de areia, piscinas, esculturas de areia e derivados;
- Apanhar conchas;
- Desenhar na areia. Nós desenhamos peixes bem à beira da água e, quando a água vem e os apaga, fazemos de conta que o mar os veio buscar à areia.
- Passear à beira mar.
- Fazer salto em comprimento.

Como se verifica, os brinquedos, são totalmente dispensáveis. 

E por aí, o que levam para a praia?

Nota da redação: Esta lista é, também, para mim que ainda levo muito mais coisas do que devia para a praia.

Dom | 16.08.20

Lara #37

A criativa


Na preparação de uma festa para comemorar uma visita da avó, a Lara pendurou alguns balões pela casa. Um deles no candeeiro de pé da sala.

Hoje resolveu personalizar o balão.

Quando o pai lhe perguntou o que era aquela "obra criativa" ela respondeu que era o polícia da sala, que estava ali a vigiar.

Qui | 13.08.20

O Eduardo fez 2 anos

IMG_7244.jpg

O meu rapaz fez 2 anos no primeiro dia de agosto.

Às vezes parece ter mais, quando se mexe com uma desenvoltura de menino grande, noutras, parece ter menos, quando tento que faça xixi no bacio e ele, claramente, não atenta minimamente no que é esperado dele.

O Eduardo tem uma energia e uma capacidade de se mover com destreza que me deixa quase chocada. Acho que os rapazes são mesmo assim mas nunca na vida pensei que, molengona como sou, pudesse dar origem a um ser humano tão enérgico.

Já subiu 2 vezes para o beliche da Lara. É capaz de subir escadas de estruturas desportivas até ao último degrau, se não o impedirmos. Na praia, desde que saiba que estamos por perto, avança com confiança para a água e não se apoquenta nada se levar com um ou dois pirulitos. Chega a deitar-se à beira do mar, de barriga para baixo, só para levar com as ondas na cara.

Está numa fase em que se ri de tudo, faz graçolas para nos rirmos e brinca aos wrestlers com as irmãs, mesmo que elas não percebam bem a que é que se está a brincar.

Gosta de distribuir abraços e beijos, principalmente pelas irmãs e não é raro vê-lo a pedir um abraço à Lara logo de manhã.

Anda com a mania de nos morder por brincadeira e ainda não conseguimos que acabasse com este comportamento. Não raramente sou surpreendida com uma dentada no rabo ou numa perna enquanto estou a lavar a loiça. Não é agradável.

Todos os dias chega da escola arranhado. Dizem-me que são desputas por brinquedos... Não gosto, mas conhecendo-o como conheço também não estou a ver como evitar um ou outro confronto com os miúdos. Só espero que ele não ande a morder a ninguém.

Pede para mamar todas as manhãs e, se por algum motivo não pode ser, fica muito zangado comigo. Ele gosta de mamar aconchegado com um lençol e numa posição específica em que lhe dou umas palmadinhas leves. É um momento fofinho do dia de que gostamos muito os dois. É por isso que fico a adiar implantes dentários enquanto ele quiser mamar. Simplesmente não quero nem consigo abdicar destes momentos.

Imita tudo o que fazemos e dizemos, principalmente as irmãs. Adora brincar com elas e, sempre que vejo os três a brincar ou a cantar no carro, a caminho da escola, sinto uma gratidão imensa pela minha família.

Seg | 10.08.20

Curiosidades sobre mim #1

Uma das melhores formas de me acalmar

architecture-2804083_1280.jpg


É destralhando.
Destralhar e deitar excessos fora deixa-me de alma lavada.

O problema é que, entusiasmando-me, sou capaz de começar a deitar coisas fora de uma forma mais ou menos compulsiva.

Começo por deitar fora (ou doar) o que está estragado, depois as coisas que não uso à algum tempo, depois as coisas de que não gosto muito, depois as que são difíceis de lavar, ou de passar a ferro, ou as coisas que naquele dia me chatearam por algum motivo... e quando dou por mim já estou a tentar deitar metade do recheio da casa fora.

Por acaso acho que nunca me arrependi de me livrar de nada, mas fico sempre assustada quando estou no meio de um destes surtos.

E o destralhe vale para mais do que coisas físicas. De vez em quando o meu computador e o meu telemóvel também levam uma grande limpeza.

Agora só falta aplicar isso aos movimentos, às palavras e aos pensamentos. Ah!!!! Que bom que era!

Qui | 06.08.20

Brincadeira para 6 anos que ajuda a praticar a leitura

Durante a quarentena comecei a ensinar a Lara a ler.
Ela já conhecia as letras todas desde os 3 anos e começámos a juntar todas as consoantes com vogais para formar sílabas simples.

Neste momento consegue ler palavras simples como tapete, bebé, pai, gaveta, banana, casa, caneta, etc.

Como em setembro já vai para a escola deixei de a ensinar a ler de forma muito ativa. Não sou professora e não quero ensinar a Lara de forma errada ou diferente da que vai ser utilizada na escola.

Ainda assim, e uma vez que ela já vai lendo qualquer coisa, faço alguns jogos com ela que estimulam a leitura de uma forma divertida.

Um destes dias preparei uma atividade bastante simples: juntei alguns objetos num cesto e escrevi o nome desses objetos nuns papeis.
A Lara teria que juntar o nome ao objeto correspondente.

Ela gostou bastante da atividade e fez tudo certinho. Para a próxima tenho que aumentar a dificuldade. 

Este jogo é muito simples, fácil de fazer com objetos que encontram por casa mesmo, e faz com que as crianças pratiquem a leitura de uma forma divertida.

IMG_7165.jpg

IMG_2494.jpg

 

Seg | 03.08.20

Maria #42

IMG_7078.JPG
Pela manhã, antes de sairmos de casa para levar os miúdos à escola, deixamo-los a brincar sozinhos.

Abolimos a televisão ou o iPad em dias da semana e eles brincam muito mais juntos.

Claro que há sempre um conflito ou outro, principalmente entre a Maria (de 4 anos) e o Eduardo. Com quase dois anos, ele está naquela fase ingrata em que se diverte imenso a roubar os brinquedos às irmãs e a fugir a correr com eles na mão.

Tenho dito à Maria para não gritar com o irmão e, em vez disso, vir ter connosco e explicar-nos o seu problema, para que possamos ajudá-la a resolve-lo.

Então, de manhã, a Maria chega calmamente ao pé de mim e diz-me o seguinte:

"Mãe, o Eduardo está a chatear-me. Se ele me chateia eu posso gritar, chorar e fazer uma grande birra. Penso que ninguém quer isso. Por isso, toma conta dele se faz favor."