Cor de pele
Há uns tempos a Lara pediu-me um lápis cor de pele para pintar o desenho de uma menina num livro de colorir.
Fiquei bastante surpreendida porque, tanto quanto me podia lembrar, nunca tinha ouvido tal coisa. Nem em criança, nem em adulta.
Expliquei-lhe porque não era correto chamar cor de pele a um lápis.
Hoje foi a vez da Maria.
Pega num lápis bege e refere-se a ele como cor de pele.
"Maria, esse lápis não é cor de pele."
Diz ela: "Claro que é."
Pego num lápis azul e pergunto-lhe se aquele lápis é cor de flor (apercebo-me agora que terei que ter outra conversa sobre o cor de rosa e o cor de laranja).
A Maria olha para mim com um ar meio intrigado, meio aborrecido e eu continuo a explicar-lhe que existem lápis azuis, roxos, vermelhos, amarelos, pretos, castanhos, verdes, beges, etc.
Existem flores de várias cores por isso não dizemos que um lápis é cor de flor porque isso não seria verdadeiro. Da mesma forma, existem peles de várias cores (dei o exemplo de várias pessoas que conhecemos, entre amigos e familiares), por isso seria incorreto chamar cor de pele a uma única cor.
Acho que ela percebeu.