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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 28.02.20

Que hábitos querem passar aos vossos filhos?

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Naturalmente a gentileza, a empatia, a alimentação saudável, o gosto pela aprendizagem, a ética, talvez a prática de desporto, a leitura, a música e tantos outros que dependem da dinâmica de cada família.

Por aqui, para além do hábito de criar piadas tolas de hora a hora (é mais forte que nós), tentamos criar o hábito da leitura.

Acho que este hábito se tem sobreposto a muitos outros, porque as miúdas adoram livros e desfolham-nos todos os dias e ainda não dizem bom dia às pessoas (de livre vontade.)

Enfim... prioridades.

Há sempre livros cá em casa. Todas as semanas entram e saem entre 10 a 20 livros diferentes da biblioteca. As miúdas adoram que lhes leia livros e elas próprias os exploram sozinhas. A Maria, por exemplo, está numa fase deliciosa em que "lê" as histórias sozinha e cria as suas próprias versões.

O Eduardo ainda não liga muito a livros mas trago sempre livros para ele e, imitando as irmãs, ele pede-me para lhos ler, embora perca o interesse pela história em menos de um minutos (o que é normal com 1 ano e meio).

Agora... os livros que trago para casa são muito bem escolhidos. Chego a estar duas horas na biblioteca, rodeada de uns 50 livros, arrumados em pilhas à minha frente (a foto acima é de uma pequena parte da mesa), e desfolhar um a um para escolher 10 para levar para casa. Acho que escolher livros para os meus filhos é mesmo uma das minhas atividades preferidas, logo depois de, efetivamente, ler.

Por isso, e para que o proveito deste trabalho não fique só para mim, partilho convosco alguns dos nossos preferidos da atualidade. São livros com histórias engraçadas e pertinentes que servem bem crianças dos 3 aos 6 anos e também os pais já que, para contarem a história com o entusiasmo necessário para encorajar os filhos a gostar de ler, convem gostarem do que estão a ler. Se for uma catrefada de parvoíces (o que não é uma raridade em livros para crianças) é difícil fazer uma leitura honesta e cativante.

Para saber mais sobre os livros é só clicar no título.

O coelho que sabia ouvir

É o meu preferido! Deve ter sido escrito por alguém que percebe muitíssimo de psicologia e comunicação porque conta a história - que tem uma moral -, de uma forma sublime e muito eficiente. Sempre que o leio sinto que é mais um livro para os pais do que para os filhos.

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Posso espreitar a tua fralda?

Não sei se vai ajudar muito no desfralde mas é dos mais giros que li. As crianças adoram! Deve ser praticamente impossível uma criança não adorar o livro, dada a fixação das crianças por "cocó".

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A lagartinha muito comilona
É um livro muito giro e fácil de contar, principalmente a crianças mais pequenas que, na maior parte das vezes, não conseguem manter a atenção numa história por muito tempo.

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O tigre que veio para o chá
Este livro é delicioso! As imagens, a história, o ambiente retro e surrealista... é uma obra de arte em forma de livro infantil. É dos meus preferidos.

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Ter | 25.02.20

O pai é, literalmente, um cocó

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Na festa de Carnaval da escola dos miúdos vi 3 pais mascarados: o Milton, um dos amigos que foram connosco à festa e um outro pai, que também conhecemos fora da escola.

Mães mascaradas (e muito giras) havia muitas. Crianças, todas. Pais 3.

Eu não gosto de Carnaval. Pessoalmente, acho uma festividade bem dispensável. Sou tímida, reservada e tenho medo de pessoas cuja cara não posso ver. Até divaguei sobre este meu desagrado aqui.

Mas, porque há sempre um mas nesta conversa toda, se os meus filhos podem divertir-se numa festa de Carnaval da escola com os seus amiguinhos, eu mascaro-me do que for preciso e até sou capaz de me abanar de um lado para o outro, a fingir que estou a dançar, por eles.

Assim, numa das nossas visitas a uma "loja do chinês", enquanto procurávamos os acessórios mais baratos possíveis para desenrascar um disfarce, demos de caras com uma fantasia perfeita: barata, prática e potencialmente muito popular entre as nossas filhas.

E assim, com uma camisola castanha e um colar improvisado com um rolo de papel higiénico a fazer de pingente, o Milton foi maravilhosamente fantasiado de cocó.

Digo-vos com toda a convicção de quem só vos quer dar ideias boas e úteis: é a melhor fantasia de sempre.

Oram vejam:

  • É barata. Tirando a máscara em si, tudo o resto se arranja em casa. Toda a gente tem roupa castanha e um rolo de papel higiénico.

  • Os miúdos adoram! A partir dos 2 anos e até uma idade que ainda não sei precisar, eles têm uma fixação por cocó. Eles acham que cocó é a palavra mais engraçada e ofensiva de sempre. Se, por um lado, basta dizer "cocó" para se escangalharem a rir, se nos querem ofender também nos chamam de "cocó". 
  • Para quem tem crianças pequenas (e mesmo para quem não tem) andar com um rolo de papel higiénico ao pescoço é do melhor que há. Em toda a festa nunca houve necessidade de ir buscar guardanapos, toalhitas para limpar as mãos e a boca, ou lenços de papel para limpar os ranhos que vão surgindo de quando em quando. Posso dizer que o papel higiénico que o Milton tinha ao pescoço não teve mãos a medir.

  • É uma fantasia, pelos vistos, original e pouco usada. Eu ia jurar que existiam vários "cocós" pela festa, mas não. Estranhamente, o pessoal não aderiu. Portanto, se querem ir fantasiados de algo original sem qualquer risco de haver outro igual, podem ir de cocó.

  • Se tiverem uma filha bem disposta e divertida como a Lara, vão fazer-lhe o dia andando vestidos de cocó. Ela adorou ver o pai naqueles preparos.

No final da festa ainda tivemos o orgulho de ver o Milton agraciado com o prémio de melhor máscara de adulto! 

Querem ver que estou a começar a gostar do Carnaval?

Dom | 23.02.20

Maria #32

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Digo à Lara (5 anos): “És a minha bomboca querida!” e ela sorri e enche-me de beijinhos e abraços.

Digo ao Eduardo (1 ano e meio): “És o bombom da mãe!” e ele ri-se muito, faz gracinhas e encosta a cara à minha para eu lhe dar muitos beijos repenicados naquelas bochechas gostosas.

Digo à Maria (3 anos): “És uma bolachinha gostosa!” e ela, muito séria e algo importunada, replica: “Não sou nada. Sou a Maria Marques Moura.”

Qui | 20.02.20

Quem é que disse que as mulheres não são unidas?

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Tenho acordado de manhã, aconchegada entre a Maria e Lara. Têm vindo as duas parar à nossa cama durante e noite e acabam por ficar a dormir connosco.

A determinada altura o Eduardo acorda e começa a chamar por nós.

Todo estremunhado, o Milton tenta chamar-me a atenção e estica o braço para tentar chegar a mim. Sem se aperceber, toca na cabeça da Maria e diz: “Está na tua vez.”

Reforço e digo à Maria: “Ouviste o pai Maria? Está na tua vez de ir buscar o Eduardo.”

Muito séria, com a sabedoria dos seus 3 anos, responde: “Não posso ir buscar o Eduardo porque sou pequenina. Pai, vai tu buscar o Eduardo. Vai agora porque ele não pode ficar sozinho no quarto e chora.”

O Milton ainda insiste para que vá eu mas a Lara abraça-se a mim e reforça que deve ir o pai, enquanto a Maria empurra o pai para fora da cama.

Quem é que disse que as mulheres não são unidas?!!

Ter | 18.02.20

Isto é tão extraordinário que tenho que partilhar!!!

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Acho mesmo que foi a primeira vez que me aconteceu algo assim! Não estava mesmo nada à espera... Realmente somos capazes de coisas inimagináveis!

Depois de almoço saí com o Eduardo na cadeirinha e fui a pé até ao Centro Comercial. Correu tudo lindamente e, no Centro Comercial, dirigi-me a uma loja e comprei os dois itens de que precisava. 

Paguei e vim embora.
Diretamente para casa.
Sem comprar mais nada, sem parar em outras lojas para espreitar.
Nem naquelas, onde letras garrafais de cores muito vivas pareciam gritar: "70% de desconto! Entra aqui já! Compra qualquer coisa. Há, com certeza algo que te vá dar jeito... 70 % de DESCONTO!!!!! Estás parva ou quê? Entra aqui vá. É a ZARA Home pá. Sente o cheiro. Cheira tão bem não é?!!!! Entra aqui! JÁ! JÁ! JÁ!".

Nada. Ignorei tudo e fui direitinha para casa.

Dois itens, minha gente. Um presente de aniversário e queijo ralado. Nada mais.

Nunca me tinha acontecido.

Sinto-me a mestre do foco, determinação e força de vontade.
Depois disto... acho que sou capaz de tudo. 

Dom | 16.02.20

10 dicas de poupança para famílias numerosas

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Com 3 filhos pequenos e, modéstia à parte, uma gestão muito organizada do orçamento familiar, acredito que estou em condições de vos passar algumas dicas que uso cá em casa.

Sempre fui relativamente poupada mas, com uma família de 5, aquilo que era um hábito engraçado, tornou-se uma regra essencial. 

Sem mais delongas, seguem algumas formas de fazer o dinheiro "esticar" e "sobrar".

Usar tarifa de eletricidade tri-horária
Uso desde que a Lara era bebé e creio que poupo imenso em eletricidade. A máquina de lavar roupa e loiça só são usadas depois das 22h00 e, muitas vezes, também cozinho apenas depois dessa hora.

Usar roupa em segunda-mão
A roupa dos miúdos é em grande parte dos irmãos ou de filhos de amigos ou familiares. Também compro muita roupa em segunda mão e em saldos. Praticamente só gasto mais dinheiro em sapatos e em roupa para a Lara.

Não comprar doces, sumos ou comida pré-cozinhada
Às vezes tenho dúvidas se estarei a poupar neste item. Parece-me que a comida menos saudável é mais barata. De qualquer forma nunca compro sumos (só quando recebemos alguém ou em outro evento especial), bolos, batatas-fritas ou comida pré-cozinhada. De vez em quando o Milton comprava pizzas pré-feitas mas isso é cada vez mais raro.

Não comprar brinquedos a toda a hora
Compro brinquedos para os miúdos quase exclusivamente no aniversário e no Natal. Nunca lhes compramos nada no supermercado (e eles vão muitas vezes connosco às compras). Foi um hábito que sempre tivemos e eles nunca fizeram birras para lhes comprarmos coisas. Às vezes pedem mas nunca fizeram birras.

Trocar a tv a cabo por outras atividades
Não tenho TV a cabo há uns 15 anos. Nem me lembro de como era ter TV a cabo. Quando temos algum tempo livre vemos filmes na Net (às vezes temos Netflix), lemos, conversamos, eu escrevo no blogue, o Milton faz música, fazemos cursos online, estamos com amigos ... não nos faltam ideias. E o dinheiro poupado todos os meses faz uma bela diferença.

Não passar a ferro
Não passo quase nada. Camisas e alguns vestidos tenho que passar mas é raro usar vestidos que precise de passar e o Milton nem sempre usa camisas. Toda a restante roupa sai diretamente do estendal para o roupeiro.

Deixar de comer tantos doces e beber tanto vinho
Calma. Nem eu andava entupir-me de doces, nem o Milton a beber litros de vinho por dia.
Mas, em vez de comer gelado várias vezes por semana ou do copo de vinho a acompanhar todas as refeições do Milton, decidimos guardar essas "coisas especiais" para o fim de semana. Parecendo que não, faz diferença no orçamento.

Controlar todos os gastos
Registo todos os nossos gastos, por categoria, numa folha de excel. Assim, é muito mais fácil perceber onde é que andamos a gastar o dinheiro e onde é que podemos poupar mais.

Ter objetivos de poupança bem definidos
Se nos comprometermos em poupar algum dinheiro todos os meses e se retirarmos no inicio do mês o dinheiro que queremos poupar, torna-se muito mais fácil fazer uma poupança. Depois, ver o dinheiro a crescer motiva-nos para continuar a poupar.

Aderir ao minimalismo e educar as crianças nesta forma de estar
Acredito mesmo que "menos é mais": mais tempo, mais organização, mais vida, mais felicidade, mais simplicidade, mais do que verdadeiramente importa.
Claro que gosto de comprar coisas. Sou mulher e comprar coisas também é terapêutico para mim. Mas prefiro ter menos coisas e que cada uma das coisas que tenho seja mesmo especial. E, se não precisar de algo, simplesmente não compro. Eduquei-me a não comprar por impulso e depois do hábito estar adquirido não custa nada mantê-lo. Antes pelo contrário, muitas vezes sinto que o que me custa mesmo é comprar coisas.

Tenho mais umas quantas dicas de poupança mas se fosse a enumerá-las todas nunca mais saía daqui.

Se gostarem deste tipo de conteúdos e se acharem que é útil falar mais sobre poupança e dar outras dicas digam-me. Há algum campo específico de que gostassem que eu falasse em termos de poupança: alimentação, roupa, contas, férias, atividades com os miúdos?  É dizerem aí nos comentários.  

Beijinhos e abraços

Qui | 13.02.20

5 tipos de clientes peculiares que atendemos numa loja

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Trabalhei durante algum tempo numa loja de roupa de criança. Foi o tempo suficiente para lidar com centenas (ou talvez milhares) de pessoas diferentes e para perceber que lidar com pessoas é mais desafiante do que posso descrever num ou dois textos.

Deixo aqui uma singela amostra em forma de 5 pequenas histórias reais que aconteceram numa pequena loja de roupa beta para crianças.



O tarado

Entra na loja um rapaz alto, bem parecido e, aparentemente, normal.
Diz procurar um presente para uma sobrinha, de 3 anos, e pede ajuda. Atendo o rapaz simpática e solicitamente, mostrando-lhe algumas peças de roupa que podem servir bem o seu propósito.
A determinada altura ele percebe que tenho um piercing na língua e começa a falar sobre isso. Piercing para aqui e piercing para ali, se doeu fazer, como é a sensação. Que também gostava de fazer, que talvez gostasse que a namorada fizesse, etc. Falou um bocado dele, disse que estudava no técnico e mais qualquer coisa de que não me lembro e encetou ali uma tentativa de conversação mais pessoal.
O meu neurónio de alerta para malucos começou a tremelicar um pouco  e lá mantive uma cara de paisagem enquanto via se podia desviar a conversa para a tal prenda para a sobrinha.
Mas não. A conversa rapidamente se encaminhou para piercings em zonas mais inóspitas. O rapaz, com o ar mais normal do mundo, indicou que talvez quisesse oferecer à namorada um piercing em zonas mais "púbicas" e gostaria de saber algumas opiniões sobre isso.
Vendo a minha colega a entrar na loja, regressada da hora de almoço, indico-lhe que sobre isso não o poderei ajudar, até porque preciso de sair para uma tarefa urgente, mas a minha colega teria todo o gosto em continuar a ajudá-lo a procurar um presente para a sua sobrinha.
Disse isto com toda a calma e normalidade, enquanto pensava: "Que pena. O rapaz nem é feio de todo mas, ou não faz ideia nenhuma de como se conversa com uma rapariga, ou é completamente varrido."


A famosa poupada

A loja onde trabalhava tinha roupa muito "beta". Basicamente vendia roupa típica da família real espanhola: folhos e mais folhos para rapariga, e para rapaz também. Iam lá muitos betos, claro, e muitos famosos também.
Havia uma apresentadora de televisão que ia lá muitas vezes. Ela era super querida e simpática e não me importava nada que ela lá fosse, apesar da loja ficar com uma enchente de gente de cada vez que ela lá estava. Mas, umas semanas antes da época dos saldos, ela tinha a mania de passar lá, escolher umas 30 peças e pedir para guardar para os saldos. Enfim... nem sei o que lhe dizia mas achava isso de um despropósito gigante. Imaginem só as pessoas pedirem para guardar dezenas de roupas até aos saldos... Nunca percebi se se tentava aproveitar do facto de ser conhecida ou se tinha só falta de noção.


A relaxada

Vocês são daqueles clientes que andam a passear pelo Centro Comercial às 23h50 e entram pacatamente nas lojas, com real intenção de comprar alguma coisa, e nem vos passa pela cabeça que as pessoas que trabalham naquela loja têm um horário de saída que, em princípio, poderá ser às 00h00?
Eu já fui esse tipo de cliente. Até ter trabalhado numa loja. Nada como calçar os sapatos das pessoas para perceber a sua realidade.
Tinha uma cliente, que era até uma senhora muito simpática, que entrava sempre na loja às 23h45. Provavelmente chegava a essa hora porque a loja onde trabalhava era a última do corredor. A minha hora de saída era às 00h00. Nem falo do facto de não ganhar horas extra ou de estar cansada de estar ali em pé durante 8 horas. Mas eu tinha um autocarro para apanhar para Odivelas, às 00h10. Depois desse autocarro não tinha outro transporte a não ser o táxi. Se fosse de táxi gastava mais dinheiro no transporte para casa do que ganhava no dia de trabalho.
Nesta situação, e com a minha característica sagitariana da honestidade sempre muito ativa, perguntei à senhora se a podia ajudar a escolher aquilo de que necessitava porque tinha que fechar a loja às 00h00. Ora a senhora ficou um pouco importunada e indicou que, a partir do momento em que entrava na loja saía quando bem entendesse e eu tinha mais é que a atender convenientemente durante o tempo necessário.  Já começando a ver vermelho mas, ainda assim, a disfarçar como podia, engoli aquilo que queria dizer e fiz à senhora, em 5 minutos, um relato muito verdadeiro (mas com muito recurso ao estilo cinematográfico) do que poderia acontecer se não apanhasse o autocarro e tivesse que ir para Odivelas a pé. Perguntei-lhe se ela conseguia viver com isso de prejudicar tanto a vida a outra pessoa, só para comprar um vestido para a filha. A senhora lá se foi embora, pedindo desculpa, e eu lá fui a correr para o autocarro.
É preciso muita genica mental e muita criatividade para falar com as pessoas, em qualquer profissão. Ufa.


A irritada

Não aprecio que as funcionárias de uma loja andem coladas a mim a oferecer a sua ajuda de 5 em 5 minutos. Isso chateia-me. Muito. Por isso, nunca fui assim quando trabalhava na loja. Dizia "Bom dia" com um grande sorriso e oferecia-me para ajudar uma única vez, deixando as pessoas à vontade. Se as via a procurar alguma coisa ou com um ar de quem podia usufruir da minha ajuda, era capaz de a voltar a oferecer.
Numa destas ocasiões, em que vi uma senhora a procurar desenfreadamente um número de camisola numa prateleira onde todos os números que existiam já estavam ali, tive a ousadia de lhe indicar que só tínhamos o que estava exposto e que, se ela quisesse, podia ajudá-la a procurar outros artigos. 
Não sei se foi a minha voz, a minha cara, ou o facto da senhora ter rinite ou sinusite (ou outra coisa qualquer que por acaso não acaba em ite e que também faz as pessoas andarem a fungar repetidamente de 1 em 1 segundo) mas a senhora estava com tolerância 0 para os meus préstimos.

Responde-me ela, visivelmente zangada: "Você limite-se a falar comigo quando eu lhe perguntar alguma coisa. Se não lhe pergunto nada, mantenha-se calada." 

Fiz continência mentalmente e voltei para o meu lugar, pensando que ter rinite (ou não ter outra coisa qualquer) pode mexer mesmo com o humor de uma pessoa.

O casal açoriano

Às vezes parece que só nos lembramos da malta doida que passava pela loja mas até nem é assim. As pessoas bonitas também são memoráveis.
Atendia muitas vezes um casal açoriano que ia comprar roupa para os netos. Era muito engraçado porque a senhora era muitíssimo organizada e trazia sempre escrito o que queria, nas cores que queria e nos tamanhos exatos. Era muito fácil atendê-la.
Às vezes vinha ela, outras vezes o marido e outras vezes os dois. Atendia-os muitas vezes e como as minhas colegas sabiam que gostava muito deles e já sabia o que queriam, deixavam-me ser sempre eu a atende-los. Uma vez a senhora encontrou-me na casa de banho do Colombo e começou a falar-me das peças que tinha comprado, adiantando que precisava de trocar uma ou outra. Eu, que tinha verdadeiro gosto e até orgulho em atende-la bem, mesmo ali na casa de banho, dei-lhe toda a atenção e prestei o melhor serviço que podia.
Eram clientes tão simpáticos, tão educados e queridos! Pareciam mesmo pessoas excecionais! Adorava atendê-los e conversar com eles.
Anos depois, já não trabalhava na loja e já tinha passado por dois trabalhos diferentes, acabei por tornar-me vizinha deles e cruzar-me com eles várias vezes. 
O senhor era professor na Universidade dos Açores (já deve estar reformado) e encontrei-o na apresentação de um livro de uma amiga. O senhor fez uma apresentação belíssima, muito inspirada e onde revelava não só sabedoria como um grande humanismo.
Nos Açores, nunca falámos  mais do que um "Bom dia" ocasional, mas sorrio sempre que passo por eles, já velhinhos e sempre muito queridos.

Alguém se identifica com algum destes clientes? 

Seg | 10.02.20

Os pais não gostam de contar histórias aos filhos

A não ser que sejam histórias curtas, muito engraçadas e com uma moral associada.

Atire a primeira pedra quem nunca começou a bocejar logo na primeira página de um livro infantil. É automático. Principalmente quando são livros cheios de páginas, sem interesse nenhum e lidos já umas 100 vezes.

A Cinderela, por exemplo, é um desses. Até me arrepio quando uma das minhas filhas me vem pedir para ler a Cinderela pela 137ª vez. É uma tortura japonesa.

Mas depois, quando temos sorte (ou paciência e tempo para procurar), encontramos na biblioteca livros maravilhosos, com imagens magníficas e textos inspiradíssimos. E não é fácil encontrar um bom livro para crianças! Não é mesmo!

Por isso, tenho mesmo que partilhar convosco esta informação: os livros nas imagens abaixo são maravilhosos para ler aos miúdos antes de irem para a cama. São livros pequeninos, prestam-se muito bem a uma certa "teatralização da história" (o que aumenta o interesse dos miúdos e diminui o sono dos pais) e têm uma moral muito interessante.

O meu favorito é o primeiro: "O coelho que sabia ouvir". Creio que é o meu livro preferido de todos os que já li aos meus filhos. É um livro que fala ao coração das crianças e ao coração dos pais de uma forma simples, bonita e muito certeira. Fala-nos da melhor forma de consolar alguém que está triste, o que é sempre um conhecimento a reter quer para pais, quer para pessoas em geral. 

Se puderem, leiam este livro com os vossos filhos. Tenho a certeza que vão amar.

E por aí, o que andam a ler?

Chutem essas dicas nos comentários! 


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Qui | 06.02.20

Como decorar a casa de uma forma original quando somos minimalistas

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Somos minimalistas.

Vivemos com pouco: poucos móveis, poucos livros, poucas roupas, poucos sapatos, poucos acessórios e, sobretudo, poucos objetos decorativos.

Ainda assim, vivemos numa casa que consideramos bonita e aconchegante, decorada em conformidade com o sentimento de alegria e felicidade que queremos imprimir aos nossos dias.

Decoramos a casa sobretudo com objetos que são muito especiais para nós: na parede temos ilustrações da nossa família em banda desenhada, uma fotografia de autor do David Bowie, quadros pintados por nós, um cartaz de Pop Art que comprámos em Amesterdão, os desenhos dos nossos filhos e um cartaz de um concerto de Jesus and Mary Chain a que assistimos em São Francisco.

Nas estantes estão todo o tipo de objetos, embora em número reduzido: uma boneca Blythe, um caleidoscópio com uma história, um busto de Buda que veio da Índia, um número 7 gigante  e jogos de tabuleiro. 

Tentamos que cada objeto da nossa casa tenha um significado para nós. Se conseguirmos transformar objetos utilitários em peças decorativas, ainda melhor, mais espaço poupamos em decoração.

Na casa de banho, por exemplo, temos uma cortina de banho e uma toalha inspiradas em Piet Mondrian. O Milton gosta muito do pintor e não encontrámos razão nenhuma para não ter uma cortina de banho artística. :D   Vai daí, experimentámos mandar fazer  a cortina na Wanapix e ficámos satisfeitíssimos!

Fizemos também uma toalha para os miúdos, com o desenho do Pocoyo, que ficou fantástica! A ideia era encorajá-los a lavar as mãos sempre que chegassem a casa.
O problema é que eles gostaram tanto da toalha que andam sempre enrolados nela. A toalha serve de manta, de tapete de brincadeiras, de tela para admirarem o Pocoyo... enfim. Chegam a brigar por causa dela. Está visto que devia era ter encomendado mantas para todos...

Ficámos fãs desta loja. É excelente para fazer presentes realmente originais. E a relação qualidade/preço é muito boa. Esta loja, das que conheço que têm serviços semelhantes, é mesmo a que apresenta uma qualidade superior. E tem a comodidade de podermos fazer tudo de casa e recebermos os produtos também em casa. É vantajosa de todas as formas.

É muito fácil personalizar as peças: basta ter imagens de boa qualidade e fazer o design das peças na página da loja, de uma forma bem simples. A entrega é bastante rápida e o resultado final é mesmo muito bom!

A cortina de banho é de um material impermeável bem resistente, com uma impressão impecável e a toalhas também são excelente qualidade e muito macias. Estamos mesmo muito satisfeitos! Neste momento a loja está em saldos e os produtos têm preços realmente bons para a excelente qualidade que têm.

O próximo investimento, para além de presentes personalizados, serão telas personalizadas para decorar a sala e o quarto, e t-shirts "a fazer pendant" para toda a família. :D

Entretanto atentem na nossa casa de banho "artística" e na toalha "multifunções" dos miúdos. 

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Qua | 05.02.20

Coisas de pessoas que têm 3 filhos pequenos

 

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Eu estou de férias e o Milton está a trabalhar em casa.

A determinada altura da tarde, o Milton resolve dormir uma pequena sesta.

Eu continuo a fazer as minhas coisas, faço a minha sessão de 30 minutos de yoga e, pelas 18h00, acordo o Milton para irmos buscar as crianças à escola (já muito mais tarde do que era suposto).

Acordo o Milton a custo, pois estava a bom dormir.

A cara dele é do mais estremunhado que há.

Digo-lhe:

"São 6 horas Milton, temos que ir."

Diz ele: "E porque é que estás acordada?"

Respondo:

"Porque costumo estar acordada durante o dia."

Nisto, ele volta-se na cama e volta a fechar os olhos rematando com  "Boa sorte!"

Eu:
"Boa sorte?! Milton, são 6 horas, da t-a-r-d-e."

Ele:
"Hãaaaa?! Pensava que era de manhã." 

Lá se levanta ele, mais estremunhado que nunca.

Eu:
"Folgo em saber que dormiste bem." 





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