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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Dom | 28.07.19

O que é que eu tenho para vos oferecer?

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Não são brindes, prémios ou coisas materiais. Ainda.  :)

Mas tenho refletido sobre isso. Tenho refletido sobre a pertinência deste espaço para mim e para vocês.

Eu preciso disto. Preciso tanto de comunicar (vulgo falar para a frente) que, para além de monologar imenso com quem tiver paciência para me ouvir, falo imenso sozinha.

Por outro lado, gostava mesmo que aquilo que quero comunicar tivesse utilidade para alguém.

Vai daí decidi partilhar aquilo que faço, aquilo que vou aprendendo e aquilo que resulta para mim. 

Muitas vezes não será grande coisa. Às vezes pode ser mesmo aquilo que procuram. Outras vezes pode ser só um momento recreativo, daqueles em que esvaziamos a mente e não pensamos em nada de especialmente intelectual ou relevante.

Muitas vezes não sei bem o que estou a fazer ou que caminho seguir. Às vezes sinto-me tão cansada que temo adormecer enquanto caminho. Outras vezes não faço mesmo a ideia de qual a atitude a tomar durante uma birra dos meus filhos. Em outras dessas vezes, sei o que fazer mas faço exatamente o oposto.

Por aqui somos todos pessoas normais que tentam ser a sua melhor versão a cada dia mas que não têm muito tempo ou disponibilidade mental para isso.

Não sou uma assídua praticante da disciplina positiva, não tenho uma voz calma e serena e tenho a paciência de um cão com dor de dentes. Também não consigo dar palmadas nos meus filhos, tenho dificuldade em matar insetos e um certo TOC de que não me orgulho nada.

Mas, ainda assim, acho que tenho coisas a partilhar com vocês.

Tenho três filhos, uma ideia clara do que quero transmitir-lhes (embora ainda ande a trabalhar arduamente no método), um trabalho, uma casa para gerir e um conjunto interminável de vontades e de planos que pululam na minha cabeça a uma velocidade impossível.

Como otimista que sou gosto de pensar que as coisas tendem para o saldo positivo.

Entre tudo o que tenho para fazer todos os dias, arranjo tempo para estar mesmo com os miúdos, para conversar com eles ou ler-lhes uma história, para fazer yoga, para escrever aqui e para fazer umas interpretações muito pessoais de receitas.

De modo que o que tenho para vos oferecer é a partilha do que me vai correndo bem nisto de educar 3 crianças pequenas, trabalhar e ter hobbies ao mesmo tempo. 

Neste momento estou a trabalhar na tentativa de anulação da gritaria constante que se faz ouvir cá em casa todos os dias. Quando descobrir uma forma de dar a volta à personalidade toda que cabe numa miúda gira de 3 anos conto-vos tudo.

Beijinhos e abraços

Qui | 25.07.19

Uns pais do pior!

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Num domingo à tarde fomos todos comer um gelado numa gelataria de que gostamos muito.

Eu, a Lara e a Maria comemos um gelado e depois fui buscar uma cerveja para o Milton.

Depois do gelado a Lara pediu para comer pão. Era quase hora de jantar e ela já tinha lanchado em casa (para além de ter comido o gelado depois). 

Dei-lhe vários motivos para não lhe comprar um pão apesar de saber que ela gosta mesmo é de comer na rua só porque tem piada. Quem nunca?!

Disse-lhe que estava quase na hora de jantar, que já tinha comido o gelado, que lhe dava pão em casa se ainda tivesse vontade depois de jantar, etc.

Ela continuava a insistir, a insistir e a insistir.

Comecei a imaginar que as pessoas talvez começassem a olhar para nós e talvez achassem que não era despropositado uma criança estar a pedir pão. Comecei a fazer um grande filme na minha cabeça e a achar que talvez as pessoas estivessem a considerar que éramos muito duros ou até forretas por não comprarmos um pão à miúda. 

Depois comecei a imaginar as pessoas a verem uma criança pequena e lourinha, a pedir apenas um pão aos pais que, quais ogres impávidos e serenos, desfrutavam da posição de sentados, enquanto a criança pedia comida. (Nota-se muito a culpa na minha mente?)

E, com estes pensamentos em mente, numa das vezes que a Lara pediu para lhe comprarmos um pão, e com a esperança de que alguém estivesse a olhar, respondi-lhe:

"Não te posso comprar um pão Lara. Gastei o dinheiro todo em cerveja para o teu pai."

E pronto, eu e o Milton rimo-nos muito satisfeitos com esta "tirada de humor" e arrastámo-nos e aos miúdos de volta para casa onde jantámos e comemos pão à sobremesa.


Ter | 23.07.19

Lara #25

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Os miúdos crescem mesmo rápido.

Sim, é um grande cliché mas não deixa de ser também uma grande verdade.

Quando damos por nós já eles andam pela casa cheios de vontades, manias, opiniões e, espantem-se, sugestões de melhoria para processos vários.

A Lara nasceu ontem e, de repente, já passaram 5 anos!

É uma rapariga com uma personalidade muito própria: não para quieta, está sempre a saltitar, a trepar a qualquer coisa ou a inventar brincadeiras pouco comuns. É tímida mas está sempre a rir e a pregar-nos partidas.

Gosta muito de atenção e cola-se muito rapidamente às pessoas de quem gosta. Não é raro vê-la (literalmente) a saltar para o colo de amigos nossos ou de pais de amigos dela.

Adora a escola mas faz sempre uma festa quando nos vê ao fim do dia, quando a vamos buscar. Um dia fui busca-la à escola e ela disse-me olá e depois disse-me que ia ficar mais um pouco e ia mais tarde com o pai. Deixei-a ficar e levei a Maria e o Eduardo. O Milton foi busca-la mais tarde.

Nesta fase a Lara, que desde bebé é uma companhia fantástica, partilha muitas coisas comigo: o gosto pelos gelados, uma distração imensa aliada a uma capacidade de estar sempre a inventar qualquer coisa e o gosto por livros. Nem consigo descrever bem o que sinto ao vê-la tão interessada em livros. É mesmo um orgulho e uma felicidade enormes!

Uma das coisas que mais prazer me dá é ir à biblioteca escolher livros para elas. Depois deixo os livros em cima de um móvel na sala e, quando as miúdas chegam, dão logo com eles e são capazes de passar uma hora a explorar os livros. 

Por aqui as surpresas para as crianças são mesmo tão modestas como um saco cheio de livros da biblioteca. 

Sab | 20.07.19

Coisas de mãe #2

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A Maria tem como objeto de apego uma almofada pequena que a avó mandou fazer. 

Ela anda sempre com ela e com a sua chucha cor de rosa.

A almofada está sujíssima de tanto uso e, por mais que a lave (o que tem que acontecer muito disfarçadamente e em dias de verão, para que seque num dia) nunca fica muito tempo sem aquela cor encardida.

Quem tem crianças com objetos de apego sabe do que estou a falar. :)

O problema é que, eventualmente, a almofada começou a rasgar-se aqui e ali. E eu fui remendando. E 3 buracos transformaram-se rapidamente em 10 e eu sempre cosendo... Até que a almofada se transformou num saco de cor e forma esquisita, cheia de remendos esquisitos. :P

O plano é fazer outra almofada pequena e rezar para que a Maria não fique muito aborrecida com a troca.

Como resolvem essas coisas por aí? Já perderam (ou deram sumiço) a algum objeto de apego dos vossos filhos?

Qua | 17.07.19

Conversas da Maria

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#1

Entro na cozinha e encontro a Maria, sentada à mesa com uma bolacha na mão, em frente a um pacote de bolachas cheio.

Diz-me ela:

"Mãe, vai-te embora. Quero ficar sozinha."




#2

A determinada altura estava a explicar à Maria a concordância do adjetivo numa frase, indicando que o pai é bonito, a mãe é bonita, a Lara é bonita, o Eduardo é bonito, etc.

Mais tarde diz-me ela:

"O pai é muito forte."

Respondo eu:
"Pois é. Mas a mãe também é forte."

Ao que ela replica, muito decidida:

"Não, não. A mãe não é forte. A mãe é forta."

Seg | 15.07.19

Onde tenho andado? Perguntam vocês.

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Por acaso ninguém perguntou, acho.  Mas, ainda assim e tendo em consideração que fiquei algum tempo sem escrever no blogue, eu digo.

Estou por aqui, na vidinha do costume, mas sem saber bem para onde me virar com tudo o que há para fazer e que, nos últimos tempos, tem sido mais do que cuidar de 3 crianças pequenas, trabalhar fora e tratar da casa, da roupa, da comida e de todos os outros afazeres ao mesmo tempo.

Aos poucos a coisa vai-se compondo e eu vou tentando descontrair.

Ainda assim, não consigo deixar de sentir que tenho que me organizar melhor, descontrair mais, fazer mais yoga, ler mais, ter mais paciência, relativizar mais as coisas, cozinhar melhor, ouvir mais música, enfim... 

O que vos queria dizer é que o verão está aí, vivemos num país maravilhoso, com um clima espetacular e temos a obrigação moral de fazer um esforço para nos divertirmos e andar felizes e contentes. 

De modo que temos andado em piscinas, parques infantis e em qualquer sítio onde possamos manter as crias felizes e entretidas durante muito tempo. :)

Beijos e abraços

Qua | 03.07.19

Maria e as "papas felizes"

Nos dias de semana, o pequeno almoço das miúdas consiste, geralmente, em papas de aveia ou papas de arroz. 

Mas as papas de aveia da Maria têm que ser especiais. Ela gosta que se faça uma cara a rir, com canela, na papa. Foi algo que eu fiz um dia para ela e que se tornou um hábito diário.

Num destes dias, eu estava ocupada a fazer qualquer coisa e foi o Milton dar-lhe a papa. Passados breves momentos, a Maria aparece ao pé de mim a chorar e a gritar, no auge do seu temperamento peculiar.

Quando lhe pergunto o que se passa começa a dizer que o pai portou-se mal e que "não é assim!!!!!" e uma série de expressões indignadas das quais pouco ou nada entendi.

Quando ela me puxou até à cozinha e vi as papas que o pai lhe tinha apresentado, percebi a chatice dela. :D

A cara que o pai desenhou na papa não parecia muito bem disposta. Realmente, quem é que pode começar bem o dia com uma carantonha daquelas. :D Há que compreender a rapariga.

Desenhei-lhe um sorriso na papa e ficou tudo bem.

Claro que, olhando para as papas, eu e o Milton rimo-nos um bocado grande. Se as obras de arte refletem os sentimentos dos artistas, acho que estas demonstram bem as nossas diferentes disposições matinais. :P

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