Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 30.11.18

Conversas da Lara #18

irmaos.jpg

Já tenho mencionado aqui que as conversas que tenho com a Lara,na cama, antes dela dormir, são do melhor que há.

Temos sempre o hábito de contarmos como foi o dia de cada uma (ela também faz o mesmo quando é o pai a deita-la) e, no meio da conversa, achei por bem dizer-lhe que ela era muito sortuda por ter dois irmãos, por ter um quarto tão fofinho e poder dividi-lo com a Maria e depois com e Eduardo.

Disse-lhe que sempre quis ter irmãos, alguém com quem partilhar as coisas do dia a dia e com quem pudesse brincar e conversar a qualquer hora.

Diz-me a Lara:

"Então é por isso que tens três filhos. Nunca tiveste irmãos e agora tens-nos a nós."

Confesso que me deixou a pensar...

Qui | 29.11.18

Mais alguém viciado em artigos de papelaria?

atelier trabalhos manuais.jpg


Desde criança que adoro tudo o que são artigos de papelaria. Sou praticamente viciada. Estão a ver a situação?

Cadernos, caderninhos, canetas de várias cores, colas, tesouras, material para pinturas, papéis vários, plasticinas e réguas fazem a minha felicidade muito facilmente.

Hoje, com a desculpa das crianças, continuo a adquirir e a acumular tudo o que é material de papelaria para fazer atividades com as miúdas. E divertimo-nos imenso a fazer todo o tipo de coisas como emoldurar os desenhos delas, fazer pinturas, jogos e muitas outras coisas, algumas das quais vou partilhando por aqui.

Por isso foi com muita alegria que recebi cá em casa vários livros de expressão plástica para crianças, com os quais a Lara, que tem 4 anos, se tem deliciado.

Os livros fazem parte da coleção "O Atelier das Crianças" e foram-nos gentilmente enviados pela JB Comércio Global, Lda., uma empresa portuguesa sediada em Vila do Conde,  que existe há 20 anos, e faz revenda de artigos de papelaria, livros de edição geral, manuais escolares, embalagens, cosmética, jogos e brinquedos, guloseimas, consumíveis de informática, higiene e copa, equipamentos, visual, mobiliário de escritório, entre outros.

A loja tem um espaço físico com 1000 m2 de exposição, em Vila do Conde, e também está disponível online em www.jbnet.pt com vendas exclusivas para profissionais (B2B) com campanhas, prémios e condições muito apelativas.

Podem saber mais sobre esta empresa portuguesa aqui.

Qua | 28.11.18

Black Friday e o poder da paciência

meditacao.jpg

 

Fui ao centro comercial na Black Friday.

Nem acredito que estou a escrever isto. Eu, que fujo dos saldos e de qualquer enchente de gente, eu minimalista convicta, fui ao centro comercial atrás de promoções num dia em que se prevê filas e mais filas de gente.

Fui, e sobrevivi. E gostei.

Lembrei-me de ir à Worten comprar uma máquina de lavar loiça porque andamos há meses a pensar em comprar uma e achámos que valia a pena tentar obter algum desconto.

E, pelas 12h00, lá estava eu na Worten, a olhar para as máquinas e para o telemóvel (à caça de informações e reviews) a tentar perceber alguma coisa daquilo. O facto é que nunca tive uma máquina de lavar a loiça minha e não fazia ideia do que comprar.

Tendo em consideração o orçamento limitado, não foi difícil chegar a um pequeno grupo de 3 máquinas do qual teria que escolher uma.

Tentei que um dos ocupados funcionários da loja me ajudasse e foi aí que este dia começou a ter muita piada. E foi também aqui que pude observar os bons efeitos da meditação que tenho praticado regularmente.

Rapidamente percebi que a loja estava cheia de pessoas apressadas e nervosas, todas a tentar ser atendidas o mais rápido possível e algumas a arrastar crianças atrás que, como é evidente e compreensível, estavam aborrecidas e birrentas. 

Decidi rapidamente que não tinha pressa nenhuma, que ia deixar passar passar pessoas à minha frente se fosse preciso, e que ia aproveitar para observar calmamente o comportamento humano. E foi o que fiz. E foi mesmo divertido. No meio do processo, aproveitei para sorrir às pessoas em geral.

Sorri à criancinha que estava atrás de mim aos berros, sorri à mãe da criança (e revi-me imenso nela), sorri ao funcionário que me atendeu e também ao que não me atendeu e, depois de me ver à espera já há algum tempo disse-me que não ia poder atender-me num breve espaço de tempo e que o melhor seria procurar outro colega.

Antes disso ainda sorri à senhora que estava à minha frente no atendimento, um pouco zangada, e à senhora que estava antes dela, a ser atendida e que estava tão pacífica como eu.

Foi mesmo engraçado isto tudo.

Saí da loja depois de ter estado numa bela fila e ainda achei que demorei pouco e que tinha sido tudo muito agradável.

Como é poderosa a capacidade da paciência. Como é bom decidirmos que não temos pressa.

Ainda fui comprar mercearia de que precisava e umas botas para a Maria (comprei numa loja em segunda mão e fiquei bem satisfeita).

No continente perguntei a uma funcionária se podia tirar papel de embrulho e fita e ela disse que sim, à vontade. Que simpatia, que disponibilidade, que delícia!

Cheguei a casa carregada e com as costas a doer (tenho o hábito de comprar mercearia e andar a carrega-la pela cidade, até casa) mas muitíssimo bem disposta.

Neste dia, em que muitas coisas não estiveram de acordo com as minhas expetativas, consegui verificar muito bem o poder que temos dentro de nós para controlar as nossas emoções. Como é poderosa esta sensação! Como é bom podermos escolher, de forma consciente, não nos zangarmos, não sentirmos raiva, ganância ou pressa. Como é bom podermos ficar serenos, a observar e até a ceder perante o próximo, com toda a tranquilidade do mundo.

Que sensação boa minha gente! 

Ter | 27.11.18

A primeira história que a Lara criou

desenho Lara 7.jpg

 

A Folia do Monstro



A Lara tinha ficado comigo em casa e estava a fazer uns desenhos numas folhas, enquanto eu escrevia no computador.

Algum tempo depois, já as duas sentadas no sofá, ela diz-me que inventou e desenhou uma história e pergunta-me se eu a quero ouvir.

Encantada, digo que sim e começa a Lara, muito baixinho:

"A mãe, o Eduardo e a Lara foram dar um passeio mas perderam-se e foram pelo caminho errado.

Então apareceu um monstro. O monstro queria colocar-nos numa prisão e começou a construí-la. Ele fez uma prisão muito grande à volta dele e esqueceu-se de fazer uma porta, por isso ficou preso lá dentro. "

No dia seguinte, voltou a contar a história, para o pai também a ouvir.

Chegando à parte em que o monstro fica preso o Milton pergunta: 

"Então, quando viram que o monstro tinha ficado preso, vocês fugiram todos, não é?"

Responde a Lara:

"Não. Ficámos lá a rir-nos dele hehehehehehehe!"

E foi aqui que ficámos a conhecer o título e o sentido do título da história: A Folia do Monstro (não que tivesse sido uma grande folia para ele).


Dom | 25.11.18

Overnight Oats sim ou não?

IMG_4741 (1).jpg

 

Nim.

Já tentei fazer várias vezes e até comprei um pote de vidro todo bonito só para isso, para ver se me motivava mais. Mas, apesar de não ser desagradável de todo e ser bastante prático, ainda não me convenceu.

Até como aquilo e tal mas não me sabe bem. Já fiz de várias formas e sempre com ingredientes de que gosto mas, não sei, algo ali não me satisfaz completamente.

Talvez seja o facto de ser frio e ter aveia. Para mim, pequeno-almoço tem que ser quentinho para ser aconchegante.

De modo que os overnight oats não estão no meu top 10 de pequenos-almoços preferidos.


Sex | 23.11.18

As crianças e o minimalismo

brinquedos minimalismo.jpg

Temos poucos brinquedos cá em casa. Poucos não, os suficientes.

Ainda assim, alguns estão arrumados na arrecadação para serem trocados ocasionalmente, quando os miúdos se fartarem de brincar com os que têm disponíveis de momento.

Acredito muito nas vantagens de não ter a casa cheia de brinquedos: para além de ser mais fácil de a manter arrumada, cada brinquedo que temos torna-se mais especial e muito melhor explorado.

Nada tenho a criticar a quem faz diferente e gosta de ter muitos brinquedos (obviamente) mas para nós funciona melhor assim.

Geralmente compramos brinquedos no Natal e nos aniversários, o que não quer dizer que não possamos aparecer em casa com uma surpresa sem motivo especial. Às vezes acontece.

O que nunca acontece é comprarmos brinquedos numa loja porque um dos nossos filhos pediu. Acho que posso afirmar que nunca fizemos isso. Até posso registar mentalmente a vontade e ir comprar o que querem mais tarde, mas nunca na hora em que me é pedido.

Com isto quero mostrar aos meus filhos o valor do dinheiro e a pertinência dos desejos materiais. Não quero incutir-lhes de forma nenhuma que basta pedir para terem o que desejam. Não sei se faço bem ou mal mas fui educada desta forma e creio que os meus pais acertaram nesta parte da educação que me deram.

Nunca nada foi demasiado fácil para mim e desde cedo me mostraram que, se queria alguma coisa, teria que trabalhar para a ter. E assim tem sido.

Claro que não vou exigir que os meus filhos trabalhem para ter brinquedos (para já) mas exijo que os tratem com cuidado e que os estimem muito, porque são o resultado do tempo de alguém, tempo esse que foi usado para gerar dinheiro que serviu para os comprar. Nisto, sou mesmo muito chata.

Por isso, temos poucos brinquedos em casa e investimos sobretudo em brinquedos de construção bem resistentes (como os Lego ou Magnatiles) que não são baratos mas são de boa qualidade e capazes de estimular a imaginação dos miúdos.

Até hoje, nenhum dos meus filhos fez uma birra numa loja para que eu comprasse algo (a mais velha tem quatro anos e meio) e sempre que recebem alguma coisa consideram-no mesmo muito especial (creio que todas as crianças são assim).

Posso dizer que cá em casa vive-se um pouco uma disciplina de mosteiro no que aos brinquedos e aos doces diz respeito. Damos muito valor ao tempo (principalmente ao tempo que passamos juntos) e muito pouca importância ao que é material.


 

Qui | 22.11.18

A primeira vez que o Eduardo chorou mesmo a sério

bebe.jpg

Foi aos dois meses e meio e, quando o ouvi a chorar na sala, fiquei um pouco aflita.

Desde que nasceu nunca o tinha ouvido a chorar de forma tão estridente. Geralmente só mostra desagrado quando tem fome ou quer colo e só chega a choramingar se não for atendido logo (e ainda tem uma tolerância de alguns minutos).

Mas naquele momento estava a chorar a plenos pulmões, aos gritos.

Cheguei à sala e vi-o na espreguiçadeira, vermelhíssimo e aos gritos. 

Fiquei um bocado assustada e pensei que ele estivesse com alguma dor repentina ou algo assim. Como o Milton estava com ele perguntei-lhe se ele se tinha magoado de alguma forma.

O Milton disse que não e não me pareceu muito preocupado e nem queria que eu pegasse no Eduardo ao colo, dizendo que ele ia resolver a questão.

Ainda lhe dei uns momentos, mas vendo que o Eduardo não se acalmava, peguei nele ao colo e ele acalmou-se e calou-se imediatamente.

Então o Milton contou-me o que tinha acontecido para o miúdo chorar tanto:

Vejamos se adivinham?

a) A Maria aproximou-se dele e deu-lhe uma dentada no pé

b) Na verdade já estava na hora dele comer e a fome estava a apertar

c) Estava cheio de gases e não conseguia soltá-los

d) O Milton começou a tocar guitarra e a cantar


Pois, parece que para já, o Milton ainda tem que trabalhar mais para transformar este num fã.

 

Qua | 21.11.18

Conversas da Lara #17

IMG_5065.jpg



Depois de uma tarde especialmente desafiante, polvilhada com birras e gritos de pais e filhos, estava eu na cama da Lara deitada com ela, como é costume eu ou o Milton fazermos todas as noites.

Ela, meiguinha como é, está a fazer-me festinhas nas mãos e diz-me assim:

- Mãe, se não fosses tão chata fazia-te ainda mais festinhas.

Mas quem é que pode?! :D


Ter | 20.11.18

Meditem todos os dias

buda 7.jpg

 

Comecei a meditar quando tinha 13 anos, no pico da adolescência e de um forte questionamento existencial.

Na altura eu lia muito sobre todos os temas. Lia livros documentais, romances, livros de psicologia e até livros de fotografia. Lembro-me de estar na biblioteca antiga de Alpiarça, sentada sozinha numa mesa com um livro enorme do fotógrafo Sebastião Salgado, um livro em que peguei ao acaso e que me deixou fascinada durante horas, completamente presa ao impacto que as fotografias dele causavam em mim. Talvez tenha sido esse um dos meus primeiros contactos com a arte e o seu efeito sobre mim.

Foi também meio ao acaso que peguei num livro sobre meditação. Levei-o para casa, li-o todo e, logo depois, decidi fotocopia-lo para me servir de manual para a meditação.

E foi aí que comecei a meditar. E  a mudar a minha vida.

Lembro-me de ter experiências muito fortes nessa altura e de perceber o poder da meditação de uma forma muito clara e prática. Nem todas as experiências foram boas mas o facto é que tinham o poder de alterar bastante o meu estado de consciência e de perceção da realidade. Lembro-me de meditar no meu quarto e, pouco depois, o meu estado de espírito se modificar completamente. Surgia uma calma e uma serenidade quase inexplicáveis, pelo menos para mim, que pouco mais era que uma criança.

A meditação nunca desapareceu dos meus interesses mas nem sempre foi uma prática regular. Existiam fases em que meditava muito e outras em que não meditava.

Mais de 20 anos depois de ter conhecido a meditação, eis que volto a ela de uma forma muito mais regular e consciente.

O facto é que agora, com 36 anos, sinto que tenho uma maturidade maior para perceber o que é a meditação e como pode exercer uma influência positiva em cada segundo da minha vida. Por outro lado, com 3 filhos pequenos, sinto uma necessidade enorme de me manter focada, serena e com toda a clareza mental que puder arrecadar. :)

E tem funcionado de uma forma fantástica. O facto é que sinto uma diferença muito grande no meu auto-controlo e clareza mental desde que comecei a meditar regularmente. Posso dizer-vos que estou bastante impressionada.

Assim, de repente e sem pensar muito, deixo alguns efeitos que a meditação tem na minha vida:

- Controlo de impulsos alimentares (sempre tive uma relação esquisita com a comida que, agora, está muito mais controlada);

- Maior capacidade de controlar as emoções (ainda tenho um longo caminho a percorrer mas, neste momento, já noto melhoras significativas);

- Qualidade de sono;

- Serenidade quase constante;

- Empatia pelo próximo;

- Maior foco no momento presente (também é algo que tenho que melhorar bastante mas estou satisfeita com a evolução deste aspeto);

- Uma calma e um discernimento crescentes a lidar com os desafios da maternidade (creio que este ponto é mesmo o mais importante de todos).

Recomendo muito a prática de meditação. Requer um pouco de persistência e paciência no inicio mas, a partir do momento em que se torna um hábito, é algo que faz toda a diferença na nossa qualidade de vida.

Para além da meditação, recomendo os vídeos da Monja Coen que são tudo de bom. 

Pág. 1/3