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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 31.03.17

Coisas de irmãs #3

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A Maria pode passar o dia aborrecida mas, assim que a Lara chega a casa, ri-se para ela às gargalhadas toda contente.

A Lara, orgulhosa, faz palhaçadas para a irmã se rir ainda mais.
Quando a Maria a vê subir para a nossa cama, já sabendo que vai por-se ali a pular, começa logo a rir-se com um sorriso que é único e dedicado apenas à irmã.
 

 “Vê Maria, vê!” diz a Lara, várias vezes ao longo do dia, fazendo caretas, mostrando novas habilidades e brinquedos à irmã.

Às vezes saio da sala e digo à Lara para ficar a tomar conta da Maria. Claro que estou sempre de olho nelas e, sem a Lara me ver, vejo como dá brinquedos à Maria, como lhe dá beijinhos e abraços (como eu faço com a Lara desde que era pequenina) e lhe faz festinhas quando ela choraminga.

Se peço à Lara para entreter a Maria enquanto faço algo na cozinha ela pára o que estava a fazer e leva a tarefa muito a sério. É enternecedor ver os esforços da Lara a fazer caretas para manter a Maria tranquila e sem chorar, porque eu lhe pedi.


Às vezes tem ciúmes da Maria. Nessas altura quer comer na cadeira de bebé, quer deitar-se na espreguiçadeira dela e brincar dentro do parque. Nós deixamos.
Também pede colo quando temos a Maria ao colo e, se pudermos, damos-lhe todo o colo que ela pede.


Não se zanga com a Maria mas gosta de falar com ela a imitar a nossa maneira de falar:
"Maria não faças isso. Isso faz dói dói."

Quando alguém vem cá a casa e traz um bebé, ela faz festinhas ao bebé e depois, com orgulho, abraça-se à Maria e diz que é a irmã dela.

E em todas estas vezes, eu agradeço muito o facto de estar cansada tantas vezes, todas as noites sem dormir, todas as fraldas mudadas, a roupa bolsada e os braços cheios de músculos. Agradeço as olheiras, a barriga mole, o cabelo despenteado, as refeições apressadas de pé. 

E sinto, tantas vezes, que a única coisa que se equipara ao que sentimos a olhar para um filho, é ver desenvolver-se o amor entre dois filhos nossos.

 

 

Qui | 30.03.17

De acordo com a Lara, os pais são uns tiranos

A Lara entrou numa fase que me dá bastante que pensar.

 

Podia dizer que é a fase da mentira mas não me parece que seja tão simples como isso porque, às vezes, parece que ela acredita mesmo no que está a dizer.

Passa-se o seguinte:

Sempre que a Lara se chateia com o pai ou comigo, vai fazer queixas ao outro.

O guião é quase sempre o mesmo:

Lara: “Ó mãe foi o paiiiiiii!”

Eu: “Então, querida o que é que o pai fez?”

Lara: “Fez dói dói”

Eu: “Onde?”

Lara: “Na bocaaaa”.

Isto dito com um ar muito triste e uma expressão muito cómica, de quem está a fazer um  esforço para manter os cantos da boca para baixo e um ar bastante consternado (andará a miúda a ter aulas de teatro na escola?).

Na primeira vez que isto aconteceu fui logo ter com o Milton e perguntar-lhe que história era essa dele lhe ter feito dói dói, se a tinha magoado sem querer ou algo assim.

Ele disse que não, que nem lhe tinha tocado.

Depois começou a acontecer mais vezes, muitas mais, sempre que nós a contrariamos ou não a deixamos fazer alguma coisa que quer.

A Lara chega a queixar-se de mim, a mim, dizendo que lhe fiz dói dói, na cara, num braço ou numa perna, mesmo quando estou a mais de um metro dela.

E é isto. Se desenvolvermos a conversa ela continua a insistir que lhe fizemos dói dói. Já lhe perguntei em relação à escola e parece que por lá também é comum a educadora “bater nos meninos”. Nem por sombras me passaria pela cabeça que isso possa acontecer, obviamente.

Mas que fase é esta?

Não estou preocupada porque me parece uma fase natural pela qual todas as crianças devem passar mas… não consigo deixar de pensar no que passará pela cabeça de outras pessoas se ela se põe a dizer que os pais lhe fazem dói dóis em casa todos os dias.

Enfim.

Por aí também acontece isso?

Qua | 29.03.17

Um fiasco de bolo

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No dia em que a Lara fez 3 anos, quisemos ter um bolinho para ela soprar as velas.

Íamos fazer a festa no sábado seguinte mas quisemos dar-lhe os nossos presentes e fazer uma comemoração só nossa, em casa.

Com este pensamento em mente, e visto que ela ia comer uma data que coisas menos saudáveis na festa de sábado, decidi fazer um bolinho de aniversário pouco pernicioso: bolo de panquecas.

Experimentei uma receita nova de panquecas no forno (constatei depois que foi uma ideia terrível) e montei um bolo alternando as panquecas com camadas de queijo creme e mel. Por cima coco ralado cor de rosa e umas imagens da Minnie em papel.

Ficou bem bonito e fofinho mas praticamente intragável. A Lara, que é de boa boca, comeu um bocadinho e eu também mas desistimos rapidamente e, com muita pena, tivemos que deitar o resto fora.

Sendo assim, não deixo a receita deste bolo, mas ficam as fotos na mesma. :P


Ter | 28.03.17

Lara #17

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Depois da Lara se levantar da cama e vir pedir água (faz sempre isso), o Milton vai deitá-la outra vez.

Demora-se mais do que o esperado e, quando regressa, diz que a Lara o estava a reter, agarrando-o para ele não sair do lado dela e dizendo:

 

"Anda cá pai, tenho uma surpresa para ti!"

Mas quem é que pode com tanta fofice?!

Seg | 27.03.17

Este blogue e a publicidade


Há dias, uma leitora, perguntou-me se tinha publicidade no blogue e se tinha uma parceria com uma empresa (a  verbaudet).

Fiquei a pensar nisso e julgo que, neste momento, é pertinente falar um bocadinho sobre a questão da publicidade.

Este não é o meu primeiro blogue. Na verdade, já perdi a conta aos blogues que tive, desde que apareceu a Internet e esta possibilidade de nos tornarmos editores e produtores do nosso jornal pessoal.

Já tive um blogue muito existencialista, muito virado para pensamentos profundos (digo eu), mais “dark”, com um toque da revolta e da estranheza dos 18/20 anos. Depois tive outros dois virados para o cinema e a música. Entre estes tive um fotoblogue e um blogue mais pessoal.

Quando engravidei existiram muitas mudanças na minha vida e na minha forma de estar. Senti, outra vez, a necessidade de escrever num blogue sobre tudo o que estava a acontecer, os pensamentos que tinha, as coisas que ia descobrindo, sobre a minha mudança para um estilo de vida mais saudável, sobre as minhas inseguranças como mãe, sobre as minhas filhas, e tantas coisas mais.

Este é, sem dúvida, o blogue que mais prazer me está a dar escrever. É também aquele a que me dedico mais. Escrevo aqui coisas que vou aprendendo como pessoa e como mãe e, sobretudo, tenho aprendido muito com as pessoas que me leem e têm a paciência e a simpatia de partilhar as suas experiências aqui.

Escrevo por necessidade. Esta é a minha terapia.
Sou uma grande tagarela. Tanto, que falar com as pessoas não me chega. Tenho que dar vazão aos meus pensamentos num caderno digital, público, onde possa trocar ideias com pessoas que passem pelo mesmo que eu.

Enfim… é isto o meu blogue. É para isto que serve.

Entretanto, com o tempo, chegaram algumas propostas de publicidade, nada de especial. As poucas que aparecem não têm sido, de todo, interessantes porque não me permitem controlar o que as pessoas vão ver. E eu também não gosto de levar com quadrados de publicidade no meio do ecrã, quando leio outros blogues. Não sei se será sempre assim (nunca digas “nunca”) mas, para já, esse tipo de publicidade não me parece muito interessante.

Antes de mudar para o SAPO tinha publicidade no fim dos artigos e na parte lateral do blogue. Quando mudei para o SAPO aproveitei para fazer uma limpeza e tirei os banners. De momento decidi que não vou colocar esse tipo de publicidade no blogue que é uma publicidade cujo conteúdo não posso controlar.

Entretanto já fiz, há meses, um artigo em parceria com a verbaudet e um artigo em parceria com a homify. São produtos em que acredito e que encaixam perfeitamente neste blogue.

Se gostava de ter, efetivamente, parceria com empresas? Gostava sim. Bastante até.

Não criei o blogue a pensar nisso, até porque, se assim fosse, teria conteúdos ligeiramente diferentes e mais populares. Mas dava-me um grande jeito mais uns trocos na carteira. Era excelente se uma atividade a que me dedico todos os dias, várias horas por semana, me desse um retorno financeiro. E, a única forma conhecida disso acontecer, é com publicidade. É assim que funciona e está tudo bem.

Por isso, espero vir a ter parcerias e publicidade a sério no blogue.

E que publicidade é que pode aparecer por aqui (queria eu que ela chegasse)?

- Produtos que uso e gosto (roupas, artigos de decoração, artigos de puericultura)
- Produtos que não conhecia mas que, experimentando, gosto e aconselho
- Experiências giras para adultos e crianças (atividades, viagens, eventos)
- Filmes, livros, música
- E qualquer outro que me pareça pertinente e que ache que pode interessar a quem me lê


E que publicidade é que não pode aparecer por aqui?

- Cartões de crédito e outras formas de endividamento
- Fast-Food e refrigerantes
- Medicamentos

 

Para já encontram por aqui artigos que falam de produtos que uso e de que gosto. Ou produtos que não tenho mas sei que são bons. Se alguma empresa me quiser pagar para falar dos seus produtos, vão encontrar a mesma coisa: produtos que já usei e de que gosto ou que, experimentando, vejo que são bons. Claro que, se me pagarem, farei um texto mais bonito e bem estruturado a falar das coisas. Para já, falo com leveza e sem obrigações.

Isto para dizer que não pretendo falar de algo em que não acredito por dinheiro.

Infelizmente, o meu trabalho não me permite dispensar outras formas de rendimento. Qualquer dinheiro que possa ganhar com o blogue vai dar muito jeito para pagar contas básicas.
E se, nos meus melhores sonhos,  ganhasse o suficiente com o blogue para me dedicar só a ele, era o que faria sem pensar duas vezes.

Gostaria muito que me dessem feedback sobre este assunto e colocassem – à vontade – duvidas que tenham.

Nota: Este texto foi escrito e agendado e está a ser publicado numa altura em que estou de férias. Se levar alguns dias a responder a comentários é apenas por isso. Responderei logo que possa.

Dom | 26.03.17

Há meninas que gostam de fingir que são princesas, a minha filha gosta de fingir que é o lobo mau

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Ou não fosse minha filha. 


Diz o pai que, quando estão os dois no carro, de manhã, a caminho da creche ele começa a ouvir o seguinte:


“Nhom Nhom Nhom Nhom”



Quando lhe pergunta o que está a fazer, a Lara responde:



“Estou a comer as pessoas.”



Sempre que vê uma pessoa na rua: “Nhom Nhom NHom Nhom” finge que a come, como se fosse o lobo mau. :D



É isto.

Sab | 25.03.17

Comecei a fazer yoga "a sério"

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Já pratico yoga há algum tempo mas nunca o fiz num local de ensino, com alguém a orientar-me de uma forma profissional.

Em tempos, tive uma pessoa muito próxima que me apresentou as noções básicas do yoga e me ensinou (e muito bem) a maior parte das coisas que sei hoje sobre esta forma de estar. Porque não consigo encarar o yoga como uma prática desportiva ou algo do género. O yoga é mesmo um estilo de vida que abrange todas as áreas da vida: corpo, mente e espírito.

Acredito que, se levarmos  a prática a sério, é impossível não repensar valores, a alimentação, a forma como agimos a cada momento e até os pensamentos que inundam a nossa mente.

Mais recentemente, comecei a praticar em casa, vendo vídeos de aulas no youtube. 

Não correu mal mas, depois de tentar fazer umas posições que me deixaram com dores durante dias, optei por ter juízo e procurar um local para fazer yoga com um profissional que percebesse do assunto.

Tratei disso há dias. Fiz uma aula para experimentar, gostei e inscrevi-me no power yoga.

Gostei de tudo, desde o início. 

A sensação de entrar num local novo, com pessoas novas, onde vou aprender coisas que me interessam mesmo muito, foi mesmo muito boa.

Para já fiz muito poucas aulas mas, o que aprendi nessas aulas foi o suficiente para reacender a vontade de evoluir e fundir o yoga com a minha forma de ser. Não há de ser fácil, mas estou determinada a tentar com convicção.

Vamos ver como corre isto. Estarei cá para contar os próximos capítulos.


Sex | 24.03.17

Verão, aprochega-te depressa

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Nunca fui destas coisas de dar as boas vindas à primavera, ao verão ao outono, ao inverno (alguém dá as boas vindas ao inverno?), ao fim de semana, ao mês de março, e de junho e de agosto, etc, etc, etc.

 

Para mim tanto fazia, até porque cada tempo tem o seu encanto e a sua "fofice". Do que não gosto muito é de ficar muito tempo com o mesmo tempo, com as mesmas roupas, com a mesma temperatura e as mesmas vistas.

Mas, este ano, estou cheia de saudades do verão. Parece que o inverno durou 9 meses... 

 

Foi um inverno cheio de desafios, já se sabe.



Ora vamos lá ver:

- As viroses das miúdas seguidas de dias de medicação, noites mal dormidas e um cansaço duplicado;
- A Maria com crises de eczema que nos deram 2 meses de preocupações e cansaço extremo;
- Montanhas de roupa para lavar e outra tanta para secar (o que pode levar mesmo muitos dias nos dias de chuva e de maior humidade);
- A necessidade de andar cheia de roupa e de casacos quando detesto ter mais do que uma camada de tecido sobre o corpo;
- As paredes e portas da casa de banho e dos quartos cheios de humidade que chegou dentro dos armários, à roupa da Lara;
- A falta de vontade de fazer exercício físico com os dias tão pequenos e frios;
- A impossibilidade de ir passear ao fim de semana com muita chuva e vento;
- O herpes e os lábios secos que aparecem mais no inverno;



Podia ficar aqui a enumerar desvantagens do inverno até me cansar mas creio que já ficaram com uma boa ideia do que foi este inverno.



Daí estar ansiosa para ver chegar o verão, os dias grandes e o calor, e com eles:

- Os passeios, os piqueniques, os churrascos e a praia;
- As roupas leves e giras;
- Os dias enormes para fazer muito mais coisas;
- O ânimo para levantar cedo e fazer algum exercício ao ar livre;
- A menor incidência de viroses entre os miúdos;
- A vontade de comer mais saladas e frutinha;
- A possibilidade de algumas saídas à noite com as miúdas.
- As paredes de casa branquinhas e perfeitas.
- As imensas coisas giras que acontecem no verão, que até podem acontecer também no inverno mas que têm outro sabor no verão.

Por isso, chega-te muito depressa querido verão.



Qui | 23.03.17

Ameaças em forma de música

Estamos na cozinha os quatro, a tomar o pequeno almoço como podemos.

 

O Milton, que dormiu mal (dormimos todos), não estava no seu estado mental mais animado. A Lara, devia estar mais exigente e testava a paciência do pai, a cada instante.

 

A determinada altura, oiço o Milton a cantar uma versão peculiar da galinha Pintadinha.

“Lá em casa da Galinha Pintadinha, o galo não é tão simpático como o pai
Dá carolos na cabeça dos pintinhos, sempre que eles não se portam muito bem.”

Nota importante: Cá em casa ninguém dá carolos em ninguém e, geralmente, também não fazemos ameaças ( a não ser cantadas pelos vistos).

Qua | 22.03.17

3 anos de Lara

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No dia 13 de março de 2014 a minha vida transformou-se nesta coisa caótica e maravilhosa que é hoje: nasceu a minha primeira filha.

Lembro-me de, na inocência da ignorância, ir para o hospital (para provocar o parto) como quem vai para uma festa ou um parque de diversões. Estava feliz e leve como uma criança, embora a minha barriga parecesse um barril enorme.

Ao terceiro dia no hospital, nascia a Lara, com recurso a ventosa e eu, que ainda não sabia o que era ser mãe (e só vim a saber com o tempo) senti, acima de tudo, alívio. Naquela altura só queria que ela nascesse bem e depressa. Já pedia uma cesariana, qualquer coisa que me livrasse daqueles fios todos presos ao corpo e daquela cama onde passei quase 3 dias.

Mudei-lhe as primeiras fraldas a tremer muito. Estava muito nervosa. Não percebia nada de crianças e agora estava ali, sozinha, com uma criatura desconhecida que dependia de mim para viver.

E a Lara foi crescendo, foi ganhando personalidade. Quando deu a primeira gargalhada, com 2 meses, emocionei-me e chorei tudo o que não chorei quando ela nasceu: a minha filha estava feliz! Dava gargalhadas.

E o tempo foi passando e a Lara foi-se transformando numa menina tão carinhosa como desafiadora que me surpreende todos os dias.

A Lara é livre, alegre, tem um sentido de humor fantástico, uma teimosia de mula velha que não sei onde foi buscar, uma sensibilidade de peixes que joga mal com a minha frontalidade de sagitário, uma tendência para estar sempre a trepar coisas e a pular que me deixa os nervos em frangalhos, um jeitinho com as mãos que me deixa sempre emocionada e orgulhosa e uma forma de dizer que está zangada porque “A mãe portou-se mal” que me faz ter vontade de a abraçar e encher de beijos quando devia estar zangada.

A Lara ensinou-me uma forma de amor que nunca achei possível viver. O verdadeiro amor incondicional que me faz querer ser melhor, todos os dias, por ela e pela irmã.

A minha filha tornou-me melhor em muitas coisas. Tornou-me mais receosa, mais paranóica também, mas infinitamente mais feliz, mais paciente e muito mais consciente de tudo o que interessa realmente nesta vida.

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