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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sab | 21.01.17

Fiz surf dentro de um vulcão

Belo título hein?!

 

Bem... Não terá sido surf, surf. Mas foi uma espécie de surf, afinal eu estava em cima de uma prancha. E estava dentro de um vulcão. Claro que o vulcão das Sete Cidades não está ativo, mas tem ali uma bela cratera, rodeada por uma vegetação de veludo em mil tons de verde, e coberto por duas maravilhosas lagoas.

 

Foi por uma dessas lagoas míticas, a azul, que eu e o Milton andámos a passear-nos: eu de stand up paddle e ele de canoa.

 

Assim que inseri os pezinhos na prancha tive vontade de desistir. Parecia que tinha o equilíbrio de um elefante numa placa de esferovite (não que a prancha se assemelhe a tal coisa). Mas como sou uma pessoa muito forte e destemida (ou se calhar apenas meio louca) fingi que era muito atlética e pus-me para lá a remar cheia de mania.

 

Claro que é muito fácil e não tem nada que saber. E é mesmo muito divertido.A questão bicuda surgiu 40 minutos depois.

 

Quando estava a tentar chegar à extremidade da lagoa o Milton sugeriu que regressássemos, afinal só tinhamos mais 20 minutos e o local de partida estava bem longe. Aí é que fiquei um pouco "à rasca". Até ali tinha andado a remar mais ou menos aleatoriamente, sem me preocupar muito para onde queria ir. Agora tinha que  encaminhar-me para um sítio específico e eu nunca fui muito boa a conduzir coisas.

 

De modo que, enquanto o Milton se encaminhou a uma velocidade mais ou menos digna para o cais, eu fiquei no meio da lagoa a tentar (desajeitadamente) descobrir uma técnica de operar o único remo, de modo a dirigir-me em frente, o mais rapidamente possível.

 

De acordo com o vento, a velocidade da prancha, e a minha habilidade de remadora, optei por remar três vezes para a esquerda e sete para a direita, consecutivamente.

 

Comecei a pensar que nunca mais chegaria ao local certo e teria que sofrer a vergonha de ser retirada dali por um "reboque aquático" mas, por sorte ou algo do género, lá cheguei ao destino.

 

Julgo que até me safei medianamente.

 

Foi mais ou menos isto:

 

sete cidades 4

 

Primeiro observei o ambiente, o vento, as figuras dos outros e tal, para ver se me apetecia mesmo meter naquilo.

 

sete cidades 3

 

De colete, que não sei nadar e também não confio muito no meu equilíbrio.

 

sete cidades 5

 

Correu tão bem que acreditei que podia chegar ao extremo da Lagoa em 30 minutos. Claramente não estava a raciocinar bem.

 

sete cidades 1

 

Estava com tanta "fezada" que andei para lá a sentar-me e a levantar-me como se aquilo não abanasse tudo nem nada.

 

Sex | 20.01.17

A minha viagem a Amesterdão

 

O cheiro quente e forte do chá de rooibos transporta-me imediatamente para o coração de Amesterdão.

 

Passei os dias a beber este peculiar líquido, nas maiores canecas que encontrava nos armários do pequeno apartamento que estávamos a alugar.

 

Os cheiros e os sabores sempre tiveram, em mim, o fantástico efeito de alterar o tempo e o espaço, transportando-me para as minhas memórias, de uma forma tão vívida, que chegam a competir com a realidade.

 

 

Janela de um museu ou galeria que visitámos. As
 
Janela de um museu ou galeria que visitámos. As "casas museu" eram maravilhosas. Todas.
 

Ficaram as saudades:

 

Das manhãs em que nos levantávamos cedo e, a caminho de um item da nossa extensa lista de sítios a visitar, parávamos para tomar café, sempre acompanhado de uma deliciosa bolachinha de manteiga e canela. Comia a minha, a do Milton, e acho que comia depois a da Sara e a do Bruno. :P

 

De respirar naquelas ruas ladeadas de maravilhosas casinhas típicas, com uma arquitetura de cidade de bonecas vintage, atravessada por dezenas de canais, emoldurados com centenas de bicicletas.

 

 

Vista da janela do apartamento que alugámos, no coração da zona gay da cidade, muito central.

Vista da janela do apartamento que alugámos, no coração da zona gay da cidade, muito central.

 

De me espantar com a quantidade de pessoas que circulam a grande velocidade, cabeças loiras em cima das suas bicicletas, com bebés de meses, duas ou três crianças à boleia, grades de cervejas debaixo dos braços, chapéus de chuva abertos, e vários sacos de compras. Todos sem capacete. Que espanto!

 

Das escadas verdadeiramente íngremes, do último andar de um prédio no centro histórico de Amesterdão, que subia e descia todos os dias com uma alegria indescritível.

 

Do pequeno espelho, colado dentro na porta de entrada, onde nos "arranjávamos" antes de sair.

 

Da mesa onde partilhámos refeições compostas com os fantásticos ingredientes que comprávamos, num grande supermercado, a dois quarteirões de casa. Era tudo tão bom, bonito e barato, que trouxe um balde de tomates cherry para casa (Sim, às vezes sou acometida por estas loucuras de gaja. Ah e tal, recuerdos de Amesterdão que tenhas trazido? O íman de frigorífico do costume e um balde de tomates.)! Bem, trouxe também um poster giríssimo que exibo, orgulhosamente, na parede da sala.

 

Saudades da chuva boa que se fez sentir muitas vezes, e que emprestou um ambiente ainda mais aconchegante e familiar àqueles dias.

 

 

Mesmo quando chovia, havia sempre imensa gente na rua.

Mesmo quando chovia, havia sempre imensa gente na rua.

 

Das corridas aos museus.

 

Do contentamento infantil que senti no museu da cerveja.

 

Dos filmes realizados pela minha imaginação, quando visitei a casa no barco, a casa de Rembrandt ou a casa típica de um burguês holandês do século XIX.

 

Da comoção que senti em cada passo que dava na casa de Anne Frank, de como a minha imaginação se materializava naquelas paredes, ainda cobertas com as fotografias de estrelas de cinema, que a própria Anne ali colou para embelezar um pouco aquela casa/ cativeiro.

 

Dos passeios diurnos e noturnos pela Red Light Distrit: colorida e carismática como a tinha imaginado. De como achei as senhoras das montras bonitas e arranjadas.

 

Do sabor das cervejas verdadeiramente boas que se vendiam em qualquer bar, e que em Portugal são extremamente caras.

 

Dos mercados onde comia pernas de frango assado com molho de manteiga de amendoim, enquanto procurava ofertas para os familiares entre as várias barraquinhas que vendiam de tudo, desde roupas estrambólicas a objetos de utilidade duvidosa.

 

Passei os dias alienada do facto de não ser ali a minha casa.

 

Tenho esta coisa estranha que se apodera de mim sempre que gosto mesmo muito de um sítio: sinto-me mais em casa do que na minha própria casa, instalo ali a alma e crio memórias e um passado cheio de acontecimentos que, na verdade, nunca tiveram lugar.

 

Saudades daquele lugar feliz e sereno.

 

 

Amesterdão 4
 
 
Amesterdão 7
 
 
 
Amesterdão 9
 
 
 
 
Amesterdão
 
Apanhei uma exposição de fotografias de David Bowie por Brian Duffy. Fiquei em êxtase, como é evidente.
 
 
 Amesterdão 3
Sex | 20.01.17

Os professores mais caricatos que tive

professor

 

O texto de hoje é inspirado num artigo do blog Por Falar Noutra Coisa, que podem encontrar aqui.

 

Começo por dizer considero a profissão de professor uma das mais importantes que existem. Os professores formam pessoas, formam os governantes e aqueles que vão decidir os destinos da humanidade. Por isso eles têm mesmo que ser bons, vocacionados e, se não forem apaixonados pelo que fazem, pelo menos têm que ser competentes e justos.

 

Felizmente tive alguns  professores excelentes que ajudaram a fazer de mim a pessoa que sou hoje. Falo de pessoas que são muito mais do que brilhantes naquilo que fazem. Os professores de que falo são inspiradores, são pessoas boas, integras e muito criativas. Tenho muita em ter privado com eles.Mas não é deles que vou falar hoje.

 

Hoje vou falar dos bizarros.

 

A Sádica

Era minha professora de Latim. Baixinha, gorducha, sardenta e cheia de genica.

Era uma daquelas criaturas com a mesma dose de loucura e de paixão pela profissão, que nos fazem tremer de cada vez que temos que ir ao quadro.

 

Logo no primeiro dia de aulas, pôs-se, toda entusiasmada, à frente da sala inteira a cantar uma espécie de hino em Latim, com uma voz esganiçada.

 

Ninguém se riu. Acho que toda a gente percebeu que quem era capaz daquilo, era capaz de tudo.

 

Deixou logo bem claro que, após lermos um texto em latim do manual e procurarmos o significado de cada palavra no dicionário, tinhamos a obrigação de as decorar imediatamente. E ai de nós se não soubéssemos alguma coisa da qual ela já tivesse falado ou que estivesse numa matéria já dada no livro. Ai de nós mesmo.

Eu tinha imensa pena dos  "que tinham mais dificuldades" porque eram tão insultados e enxovalhados no quadro que descambavam inevitavelmente numa choradeira mais ou menos ruidosa.

Julgo que foi com esta professora que percebi que precisava de alguma violência psicológica para me colocar na linha porque, naquele ano, quase fiquei a falar fluentemente latim. Lembro-me que, de cada vez que tinhamos com exercício construir uma frase em latim, eu arranjava logo umas 15, as quais, após passar a minha vez, distribuia generosamente pelos menos colegas que ainda não tinham sido chamados ao castigo.

 

Eu gostava dela. Lá está, punha-me na linha.

 

O tarado inofensivo

Este era baixinho, gordinho e talvez fosse inteligente.

 

Era daqueles que, se calhar, tinha consciência plena do mundo e da realidade porque o que fazia era ir para ali falar mal do políticos e do estado das coisas em geral.  Estava bem integrado na coisa. Não sendo incompetente, não ensinava nada. Limitava-se a falar mal disto e daquilo, olhar para as gajas, falar mal do sistema, mencionar alguma biografia, olhar para as gajas, dizer algumas piadas pseudo intelectuais, olhar para as gajas, dizer mal dos políticos, dar umas fotocópias que nem se dava ao trabalho de mencionar mais, dizer mal dos patrões (fossem lá eles quem fossem) e olhar para as gajas.

 

As notas eram dadas mais ou menos a olho por isso, por mais que não gostasse do homem, lá tive que desenrascar uns dois ou três sorrisos amarelos para levar um 17 numa disciplina onde ninguém aprendeu ponta de corno.

 

O badalhoco 

Era professor de História e tinha várias alcunhas entre as quais "Charro" e "Zé das Cruzes". Zé das Cruzes porque só fazia testes de cruzes, a outra alcunha não sei bem. Na altura andava no 6º ano e, acreditem ou não, não sabia o que eram charros.

 

O homem era verdadeiramente estranho. Posso jurar que uma vez o vi, no bar da escola, a tapar uma narina e mandar uma torrente de ranho para um caixote do lixo, pela outra. Era estranho assim.

 

Nas aulas, andava sempre com um caderninho onde colocava "mais" e "menos" à frente dos nossos nomes, consoante as nossas respostas às suas perguntas. Eu não era muito de pôr o dedo no ar mas, quando ninguém respondia começava a fazer-me impressão e lá respondia. Uma vez perguntou se alguém sabia o que era adultério. Eu sabia. Ele duvidou e pediu-me para explicar melhor. Eu expliquei. Lá levei um  "mais".

 

Agora perguntam vocês: "Não sabias o que era um charro e sabias o que era adultério?

 

Lá em casa ninguém fumava mas, em compensação, não faltavam vários exemplares da revista "Maria". E depois dizem que aquilo não era literatura de jeito. Aos 10 anos ensinou-me muitas coisas. Entre as quais que nunca me deveria casar.

 

O machista com síndrome de torette

 Este era bem agressivo. Era professor de trabalhos manuais e, não raramente, mimava as suas alunas com nomes carinhosos como "aluada" (que na minha terra queria dizer pervertida ao nível duma ninfomaníaca), gritava com elas como se lhes fosse dar uma murraça em menos de nada, e não se acanhava em mandar-nos à merda se lhe aprouvesse.

 

Basicamente ele demonstrava nutrir um desprezo de estimação por tudo o que não tivesse uma pila.De modo que estava na aula de trabalhos manuais, na interessante fase das madeiras, a tentar serrar uma girafa (que seria um porta-lápis) com um serrote finíssimo, quando me apercebi que a lâmina daquilo estava rachada e iria partir-se a qualquer momento.

 

Como com 10 anos já tinha uma grande queda para a sobrevivência, acerquei-me de um dos alunos preferidos do professor (que não era de uma inteligência brilhante mas era boa pessoa e bom com o serrote) e disse-lhe: "Ó Bruno, tu que és tão talentoso nisto não me queres ajudar aqui a serrar a girafa?". Ele, prestável como um bom cavalheiro, veio logo ajudar-me.

 

Tal como previsto, a lâmina partiu-se em menos de 10 segundos. Claro que o Bruno não se ralou nada e tudo terminou em bem. Falou com o professor para substituir a lâmina, enquanto grossas gotas de suor me escorriam lentamente pela testa (mentira) e pronto. Pude voltar a respirar com normalidade.

 

 

A "estou-me a cagar"

 É a professora responsável por não perceber nada de física nem de química. Se pudesse, eu instituía que ser a professora que ela era devia dar direito a prisão.

 

Tive 2 anos inteiros de aulas com uma professora que não nos ensinou absolutamente nada. A mulher ia para ali ganhar o seu dinheiro fazendo corpo presente.

 

Ela nem se esforçava. Estava-se completamente a cagar para aquilo. Nos testes toda a gente copiava mesmo na cara dela. Chegaram a tirar-me a folha onde estava a escrever as respostas de um teste, mesmo na primeira secretária da sala. Ela nem se mexeu quando eu me queixei.

 

Não é que me importasse que copiassem por mim, mas ao menos que me deixassem ir escrevendo. De qualquer forma também não sabia nada por isso, tanto fazia. 

 

A que não percebia nada daquilo

 Mais uma gordinha e baixinha.  Tinha um ar de mãezinha querida e simpática.

 

Infelizmente calhou ser uma professora de português, uma das minhas disciplinas preferidas de sempre.  Eu sempre gostei verdadeiramente de português, principalmente a parte de interpretação de texto e a escrita de textos criativos. Sempre tive gosto em ter boas notas a português. Era uma espécie de tradição vá.

 

A mulher nunca me passou do 14. Foi a pior nota de sempre que tive a português. Nunca percebi a cena dela. Já não me lembro como era com os outros colegas mas nunca percebi a cena dela comigo. Lembro-me que ela era insegura e não era uma professora excepcional. Era suficiente e nada inspirada.

 

A única conclusão a que chego é de que ela não conseguia atingir o nível de brilhantismo e erudição das minhas palavras nos testes e, na dúvida, como não percebia o que eu estava a dizer, dava-me uma nota mediana.

 

Como nunca fui de pedinchar, deixei-me ficar por ali.

 

Nas provas globais recuperei para 17 acho.

 

 

A parvalhona

 Esta era da escola primária.

 

Aposto que, se ela se lembrasse de mim, diria: "O quê? Aquela parvalhona?"

 

Deve ser assim um sentimento recíproco.Ela era nova na escola, veio substituir uma colega e, por algum motivo, não fui à bola com ela desde o início. Mas a gota de água veio depois.

 

Uma vez ela bateu tanto num miúdo que ele ficou todo negro. No fim do dia, ela ficou "à rasca" e pediu à continua que trouxesse álcool com o qual besuntou o miúdo de cima a baixo, mesmo ali na sala. Estava-se mesmo a ver que era o álcool que iria tirar as nódoas negras assim, em minutos. Esse episódio deve tê-la rotulado de estúpida na minha cabeça, para sempre.

 

Um dia chateei-me com qualquer coisa e discuti com ela. Já desconfiava que, depois do episódio do outro rapaz, ela não se ia atrever a bater-me por isso estiquei-me mais um pouco. No fim da aula, bati com a cadeira e gritei-lhe que no dia seguinte não iria à escola.

 

No outro dia de manhã, disse ao meu pai que estava cheia de dores de ouvidos. Eu já sabia que tinha um problema qualquer nos ouvidos, por causa do qual os meus pais me levavam ao hospital de vez em quando. Então achei que valia a pena tentar. Fomos às urgências e, com algum espanto meu confesso, o médico corroborou a minha teoria. Ele disse: "Sim, sim. Ela tem aqui muitas cicatrizes de otites, é normal que esteja com dores".  E pronto.

 

Confesso que me sinto um bocadinho mal com esta situação porque o meu pai preocupava-se muito com a minha saúde e eu não devia ter usado isso por um motivo tão parvo.

 

Sintam-se à vontade para acrescentar aqui mais uns professores bizarros. :)

 

Isto é matéria para vários livros.

Sex | 20.01.17

Conversas de viagem #1

caminho
Nós, a caminho das Sete Cidades:
Eu: "Porque é que estás sempre a travar?"
Ele: " Para diminuir a velocidade do carro e não bater nas paredes."
Eu: "Mas é mesmo preciso estar sempre a travar? Reduzir a mudança não é suficiente?"
Ele: "Só se o carro fosse em primeira e o barulho faz-te impressão."
Eu: "Mas de certeza que em segunda tens que travar de 10 em 10 segundos? Ali à frente já acaba a descida e tens uma reta, não me parece que corras o perigo de excesso de velocidade..."
Ele: "Queres conduzir tu?"
Silêncio
Ele: "Parece-me que, para a utilidade que tem, esta conversa já está demasiado extensa."
Rendi-me à razoabilidade do argumento e concordei.
Qua | 18.01.17

Não vos disse toda a verdade sobre isto

Estou sempre a dizer que não ligo muito a roupa, sapatos e malas.

 

Isso é verdade... a maior parte do tempo.

 

Existem alturas em que não é bem assim. Ou existiam... Ainda não sei bem se esses tempos já passaram de todo (estou desconfiada que não).

 

Uma dessas alturas era quando, há mais ou menos 12 anos atrás, saía à noite para dançar, quase invariavelmente ao Lux.

 

Nessas alturas a roupa, mala e sapatos que usava eram muito bem pensados e funcionavam quase como uma extensão do meu estado de espírito.

 

Tinha um verdadeiro prazer a escolher as coisas que mais me apetecia vestir e nunca tinha coragem ou oportunidade de o fazer.

 

Curiosamente eu não pensava em vestir-me "bem" para ir ao Lux, pensava em usar qualquer coisa especial o que não significava obrigatoriamente que fosse consifderado bonito.

 

Lembro-me de usar umas sabrinas prateadas muito brilhantes, uma mala pequenina transparente, uma camisa de dormir preta muito curtinha (que fez algum sucesso entre as mulheres porque uma delas veio perguntar-me, na casa de banho, onde tinha comprado aquele vestido tão giro!), saias pretas, pelo joelho, com meias de rede e tudo o que era roupinha "da avó". :P

 

Não é que me vestisse para encarnar uma personagem qualquer, o que sentia era que me vestia para ser eu própria um bocadinho. Era como se despisse a personagem de todos os dias e entrasse na minha própria pele e, na minha cabeça, a minha pele mais genuína era feita de renda preta e purpurina prateada. :P

 

Pelo menos nunca fui "barrada" à entrada do Lux. Bom... fui uma vez mas a culpa foi do penteado e do bigode de um amigo (na altura os bigodes ainda não estavam na moda).

 

Deixo-vos uns modelitos que eu bem podia usar naqueles tempos (e nestes também).

 

Podia sempre aproveitar os saldos e comprar estas coisitas para levar usar no dia a dia. E daí talvez não seja uma das piores ideias que já tive.

 

Se alguém achar uma peça simpática e quiser saber o preço, é só clicar na imagem.

Qua | 18.01.17

Como sobrevivi a um dia inteiro sem ir à Internet

Muito bem até.

Vi aqui o desafio de ficar um dia inteiro sem acesso à Internet e fiquei com muita vontade de experimentar.

 

No sábado, pelas 22h00, desliguei o computador e só voltei a ligá-lo na segunda de manhã.

 

Já tinha algumas publicações agendadas para o blogue e para o facebook por isso estava "mais à vontade" para ficar completamente offline durante mais de 24 horas.

 

Na noite de sábado, depois de deitarmos as miúdas, eu e o Milton ficámos a jogar Scrabble até depois das 00h00. 

 

No domingo contava ficar com tremores e suores frios à medida que o tempo ia passando e eu continuava sem ir ao computador ou ao telemóvel ver "como andavam as coisas".

 

Mas não aconteceu. Nada. Nadica de nada.

 

Mal me lembrava de ir ou não à Internet.

 

Brinquei com as minhas filhas, como de costume, mas talvez mais focada. Fiz uma almofada e um vestido de gala para a barbie da Lara, brincámos com legos, lemos livros, brincámos com letras...

 

Cá está a fatiota que me diverti muito a fazer para a boneca levar a festas.

roupa barbie.jpg

 

Fiz coisas que não fazia há algum tempo, como ler revistas em papel.

 

À noite, naquele tempo em que as miúdas estão deitadas e ainda tenho umas duas horas só para mim, aproveitei para por a leitura em dia, neste caso "A Hora do Vampiro" de Stephen King.

 

A principal mudança que notei foi o facto de ter passado muito tempo na cozinha a fazer comida. É mesmo coisa de gaja isto (embora o Milton também estivesse na cozinha a cozinhar comigo).

 

Já que tinha tanto tempo livre aproveitámos para fazer comida para a semana toda: fizemos 4 sopas ( duas só para a Maria), papas de aveia e muitas doses de perú com molho de coco e favas com salsichas de tofu para os almoços da semana.

 

Não posso dizer que tenha adorado esta parte. Estou até muito desconfiada que não é para repetir. Isto sim, causou-me suores frios. Definitivamente não fui feita para cozinhar.

 

Por outro lado, decidi manter o dia sem Internet todos os domingos. Faz-me muito sentido fazer isso.

 

Vou é arranjar atividades mais interessantes para os domingos e manter-me bem longe da cozinha. :P

 

Ter | 17.01.17

TPC de Creche ou Expressão Plástica For Dummies

Na reunião de pais na creche para onde a Lara entra este ano, deram-nos uma boneca fotocopiada para decorar.

 

O objetivo era criar algo para a Lara se lembrar de nós, com uma mensagem de encorajamento dos papás e o trabalho de expressão plástica mais bonito que o nosso talento pudesse criar.

 

Como eu não sei onde é que aquilo vai estar exposto e durante quanto tempo, fiz um esforço grande para fazer surgir o Andy Warhol que há em mim e decorar aquilo de uma forma mais ou menos aceitável. Não quero que a miúda tenha problemas de autoestima em adulta porque os pais lhe deixaram um desenho foleiro na sala de exposições da escola.

 

Pus-me a imaginar todos aqueles pais designers, artistas plásticos e arquitetos a criarem verdadeiras obras de arte, e fiquei logo cheia de nervos. De modo que libertei o Milton da tarefa de me ajudar e transformei a mesa da sala num autêntico cenário de guerra durante duas horas: aquilo era cola, tesoura, papeis coloridos pelo chão, brilhantes pelo ar, enfim...

 

Terminada a obra, de acordo com uma técnica a que chamarei de mista com colagens de materiais diversos, chegou a altura de pensar na mensagem inspiradora que iríamos deixar para a nossa filha de 17 meses.

 

Pensei em usar uma frase do "Pequeno Príncipe".Uma que apela a algo em que acredito verdadeiramente e instiga o pensamento crítico:

 

"Só existe uma liberdade, a liberdade do pensamento."

 

ou outra que poderia ser bem mais útil e não apela tanto à potencial desobediência: "Tenho o direito de exigir obediência, porque as minhas ordens são sensatas."Aposto que o senhor Antoine de Saint-Exupéry inventou esta para os filhos.

 

Depois comecei a pensar melhor, vá a pensar com o coração, e achei que a minha filha merecia mais do que uma citação de outra pessoa. Bolas, quero acreditar que ela tem uns pais criativos.

 

Andava eu a pensar num poema complexo e sentimentalão para lhe escrever quando o Milton, munido da bagagem de 1000 kg de lógica com que anda sempre, lança no ar a problemática da Lara não saber ler aos 17 meses (e ser pouco provável que aprenda durante o próximo ano), pelo que lhe será indiferente ter ali uma mensagem em português ou em russo.

 

Então lembramo-nos de lhe deixar uma mensagem que seja ao mesmo tempo perceptível, agradável, motivadora e muitíssimo inspiradora... as nossas fronhas sorridentes, pois claro.

 

Ficou assim:

trabalho creche

 

Ter | 17.01.17

Ando a comer como uma maluquinha

comilona 7.jpg

 

 

 

Bom... não sei se as maluquinhas comem assim. Provavelmente algumas maluquinhas, ou malucas de determinado género.

 

O facto é que não me tenho sentido muito bem mentalmente e tenho comido como se não visse comida há semanas.

 

É evidente que isto é emocional. Ando cansada, muito cansada.

 

As noites têm sido péssimas porque não conseguimos dormir mais de 4 horas (nos dias bons), de dia pareço um zombie (mal consigo raciocinar) e de tarde quero fazer tantas coisas que acabo por não fazer nada (de jeito).

 

O resultado é que tenho comido de uma forma absurda.

 

Nem se trata de comer porcarias, porque não tenho porcarias em casa. Trata-se de comer de forma compulsiva e nervosa.

 

Por exemplo, tinha no trabalho um pacote de bolachas sem açúcar para ir comendo ao lanche durante a semana. Papei mais de metade hoje. Mais de metade porque tinha comido algumas ontem. Hoje comi tudo o que restava no pacote.

 

Em casa a mesma coisa. Como cereais tufados com iogurte ao lanche mas logo em seguida faço montes de torradas com queijo e doce sem açúcar.

 

Outro exemplo é ao almoço. 10 minutos depois de almoçar como tudo o que tinha levado para o lanche e que seria para comer apenas dali a 3 horas.

 

Depois fico com dores de barriga. E molengona. E mal humorada.

 

Enfim... Há-de passar. 

 

Rapidamente, espero.

 

 

 

 

 

Ter | 17.01.17

As melhores e mais saudáveis bolachas de sempre!

bolachas de banana


Descobri aqui uma receita de bolachas de aveia e banana maravilhosa! Perfeita mesmo!

Tem tudo o que aprecio numa receita: é saudável, rápida de fazer, simples e deliciosa.

Leva apenas 3 ingredientes: aveia, banana e côco ralado.

Experimentei fazê-la ontem e não fiz grandes quantidades porque não fazia ideia se iria correr bem.

Mas correu lindamente! E ficámos todos a olhar para a s bolachas com vontade de as comer e sem poder. Estamos a guardá-las para os lanchinhos da Lara. Ser pai tem destas coisas. 

Tão simples quanto isto:

– 3 bananas bem maduras (usei 5 dos Açores porque são pequenas)
– 150 g de flocos de aveia
– 50 g de côco ralado

Amassam-se as bananas com um garfo e coloca-se numa taça grande.

Junta-se a aveia e o côco e envolve-se bem.

Fazem-se pequenas bolinhas com a massa e coloca-se num tabuleiro com papel vegetal. Achatam-se as bolinhas para ficarem com o formato de bolachas.

Vai ao forno pre aquecido a 180º durante uns 15 minutos.

Eu deixei-as mesmo só os 15 minutos e ficaram molinhas por dentro, como eu gosto.

Todos adoraram, até o Milton que é mais esquisito com receitas saudáveis.

Ficaram tão doces que se levassem açúcar ou adoçante seria a mais. A combinação é simplesmente perfeita.


bolachas de aveia e banana