Com cerca de 13 anos fui passar férias com a minha prima Margarida, 2 anos mais nova que eu, para casa dos meus tios de Ermesinde e dos meus primos.
Tenho muito boas memórias dessas férias em que eu e os meus três primos passámos muito tempo juntos a andar de patins, a inventar histórias, a dançar, a passear pelo Porto e, simplesmente, a ser crianças juntos.
Mas, a história mais marcante dessas férias passou-se enquanto estavam todos a dormir.
Como prima mais velha uma das minhas atividades preferidas era contar histórias de terror aos meus primos mais novos (creio que o meu primo Luís, na altura com 6 ou 7 anos, ainda se lembra de algumas). Eram histórias de vampiros, de lobisomens, de extraterrestres, de casas assombradas e por aí fora. Todas inventadas por mim na hora.
Naquela noite calhou uma história de extraterrestres. Deve ter sido uma história bem assustadora porque, de alguma forma, ficou a fervilhar na minha cabeça.
As 3 primas mais velhas (eu, a Margarida e a Joana) dormiamos na mesma cama e eu ficava no meio.
A meio da noite começo a sonhar. No meu sonho a Joana dizia-me que estava um ET na janela. Eu dizia-lhe que não, que aquilo era fruto da imaginação dela, que eu inventava histórias mas eram só histórias mesmo, não era real. E, para provar isso, eu ia colocar a mão na janela e constatar que não havia lá nada.
Nisto estico a mão para o lado e bato no peito ou na cabeça da Margarida que, surpreendida, me agarra na mão e diz "Hey!".
Ora eu, ainda a dormir e a sonhar que estava a por a mão fora da janela, sinto uma mão a agarrar a minha: a mão do ET. E não me lembro de mais nada. Só me lembro de estar no hall de entrada, com a minha tia de roupão a perguntar-me se eu estava bem, com um ar preocupado e surpreendido.
O que aconteceu foi que eu saí do quarto a gritar como uma maluca. Os meus tios ouviram gritos e depois viram-me a correr no hall de entrada. As minhas primas dizem que só se lembram de me ver a sair da cama aos saltinhos e a gritar a plenos pulmões.
Quando acordei, em pé, no hall de entrada, com as minhas primas e os meus tios ali, achei que a casa estava a arder e não percebi nada. Só algum tempo depois é que me lembrei do sonho e relacionei as coisas.
Foi a situação mais caricata que me aconteceu enquanto ainda era sonâmbula. Depois dos 14 anos deixei de ser sonâmbula.
Ainda falo durante o sono, mas nunca mais me levantei.
Desde muito nova que me levantava da cama e me punha a andar pela casa, dizendo coisas sem sentido. Os meus pais contam-me que às vezes dizia que ia à casa de banho e punha-me a caminhar em direção à lareira (que estava apagada) ou a outro sitio qualquer que não tinha nada a ver. Os meus pais diziam para me voltar a deitar e era o que fazia. No outro dia não me lembrava de nada. Nunca aconteceu nada mais que isso, só mesmo o caso das férias.
Agora que vou precisar de encontrar uma solução de cama para as minhas duas filhas, receio que possam ser sonâmbulas e que caiam da cama.
Se calhar é um receio infundado porque eu nunca caí da cama e uma criança sonâmbula entra e sai da cama normalmente mas... não sei. Não consigo decidir-me por um beliche com muita serenidade.
Estou muito mais voltada para uma cama com gavetão, mas receio que a cama de baixo não seja confortável. Depois também podia optar por duas camas lado a lado mas não sei.
Encontrei umas camas muito giras na La Redoute, branquinhas como eu gosto, e algumas com possibilidade de acrescentar uma cama por baixo e estou a pensar seriamente em mandar vir uma. Só me falta mesmo decidir.
Aproveitámos um dia em que ele tirou férias para tratar de umas “papeladas” e almoçámos juntos no Anfiteatro. Já não me lembro há quanto tempo tínhamos comido uma refeição inteira os dois, sozinhos e sem ser a correr.
Comi um excelente hambúrguer de vaca (o único prato de carne vermelha do mês) e uma sobremesa divinal: tiramisu de espécie (um doce típico da Ilha de São Jorge com um sabor delicioso a especiarias). Esta sobremesa foi a melhor coisa que comi nos últimos meses (ou anos)! Estava uma delícia! Acho que se não tivesse vindo dentro de um frasco de vidro - relativamente estreito e alto - teria lambido o prato.
2- Beber café com o Milton e a Maria num dia de sol, numa esplanada à beira-mar
A Lara ficou na avó e levámos a Maria connosco para uma esplanada à beira-mar. O tempo estava tão bom e estava-se tão bem ali que acabámos por ficar mais tempo e almoçar por lá.
Fiquei com pena de não termos levado a Lara, ainda por cima com um dia de sol tão bonito, mas soube bem estar ali só com a Maria, a dar-lhe toda a atenção que não conseguimos dar-lhe num dia comum. Ela é uma bebé tão querida e tão fofinha e, às vezes, parece que cresce sem darmos por isso e sem usufruirmos o suficiente deste tempo único e especial em que ela é uma bebé pequenina.
Ela portou-se lindamente e parece ter gostado de estar ao ar livre e apanhar algum solinho (com muito cuidado como é evidente).
3- Fazer yoga
Recomecei a fazer yoga e foi o melhor que fiz.
A alteração que se dá no meu humor e capacidade de foco quando faço yoga é enorme. Fico logo mais calma e muito mais capaz de enfrentar dias e noites bastante longas.
Estive algumas semanas sem fazer e comecei logo a ficar mais irritadiça, mais cansada e com a mente muito mais lenta (claro que a falta de sono também terá a sua percentagem de responsabilidade nisto).
Vou tentar fazer yoga regularmente, se não for todos os dias, pelo menos 3 a 4 vezes por semana.
4- Ver a Lara fazer o seu primeiro desenho
Brinco com a Lara praticamente todos os dias mas nem sempre tenho a mesma paciência e a mesma vontade de brincar ativamente com ela. Muitas vezes, estou ali de corpo presente, a falar com ela e com a cabeça nas 1000 coisas que tenho para fazer.
Este fim de semana estivemos a brincar no quarto dela, enquanto a Maria dormia a sesta e o pai corria, e dei por mim maravilhada a ver como ela brincava e já fazia coisas “complexas”.
Senti-me toda orgulhosa a ver as suas construções de lego, simétricas e bonitas, e mais ainda ao ver o seu primeiro desenho.
Infelizmente foi num daqueles quadros magnéticos em que se desenha e apaga logo, por isso, não foi possível guardar o desenho para sempre, mas tirei uma fotografia daqueles que foram os primeiros “rabiscos com sentido” que a minha filha fez.
Antes do dia 21 de janeiro de 2017, só tinha visto a minha filha fazer riscos, pontos e círculos mais ou menos aleatórios. Desta vez ela fez uma cabeça, com dois olhos, nariz e boca, duas pernas e dois pés, um chapéu, um bigode e uma barba: o pai, disse ela.
Fiquei tão feliz como se ela tivesse feito uma autêntica obra-prima.
5- Passar um dia inteiro sem Internet
Já o tinha feito na semana passada e voltei repeti esta semana. O plano é tornar-se um hábito.
Não acedi à Internet durante todo o dia e noite de domingo.
É impressionante como o tempo parece estender-se. O facto de saber que não poderei ir à Internet dá-me um descanso mental que me permite fazer todas as outras coisas com mais calma e concentração.
Assim se vê o mal que o estar “sempre online” faz à nossa mente e à nossa qualidade de vida.
Sinto-me mesmo livre, focada e muito mais serena e feliz.
Está decidido: domingos sem net sempre. (Em relação ao Blogue, deixo sempre alguns posts agendados para o domingo).
6- Tirar uma hora só para mim e ler um livro
Aproveitei uma sesta da Maria para deixar o Milton com a Lara em casa e saí para beber um chá e ler um livro, durante cerca de uma hora. No sábado, foi a vez do Milton ter uma hora só para ele.
Foi fantástico! Eu sei que é uma coisa muito simples, que muitas pessoas têm como garantido todos os dias mas, para mim, é um luxo. E é um luxo que me dá muito prazer.
Estou a ler “A Hora do Vampiro” de Stephen King e a gostar muito.
7- Estar com amigos e dar a oportunidade à Lara de brincar com outras crianças
Uma das coisas que me dá mais prazer é ver as minhas filhas (neste momento mais a Lara) a interagir com outras crianças. Felizmente, eu e o Milton temos muitos amigos com filhos pequenos e quase todos os fins de semana a Lara brinca com meninos e meninas da idade dela.
Na sexta-feira eu e a Lara fomos a casa de uma amiga, que também é nossa vizinha, e a Lara esteve na brincadeira com o filho da minha amiga, enquanto nós colocávamos a conversa em dia. No inicio estava um bocadinho tímida mas no fim veio para casa a choramingar.
No domingo, fomos dar uma volta pela cidade com um amigo e a filha dele que tem mais 2 anos que a Lara e é muito meiguinha com ela e, depois do passeio, as miúdas convenceram-nos a prolongar o convívio lá em casa para elas poderem brincar mais um bocadinho.
Confesso que acho muito gira esta fase da Lara fazer “birras” para poder estar mais tempo a brincar com outras crianças. Está tão crescida a minha filha!
E foi muito isso o meu fim de semana. Claro que houve muito mais atividade mas isto foi, de todo, o melhor!