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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 08.07.16

Comi isto tudo #4 - A caminho do Porto Formoso

Às vezes tenho a certeza de que sou daquelas clientes mesmo muito chatas.

 

Ultimamente noto mais isso nos restaurantes. Como não sou nada consumista (vulgo forreta) e penso muito bem antes de gastar dinheiro, só gasto em coisas que acho que valem mesmo a pena e farão uma real diferença na minha vida. Por exemplo, não vou a um restaurante comer bacalhau à Braz ou lasanha vegetariana, se isso faço eu em casa e até muito bem feito.

 

De modo que idealizo exatamente o que quero e, se por algum motivo não existe aquilo que eu quero, dificilmente me satisfaço com outra coisa.

 

Um destes dias quis ir a um restaurante que já conhecia comer peixe fresco com legumes salteados (porque não podia comer salada nem queria batata frita ou arroz).

 

Quando lá cheguei perguntei quais eram os peixes frescos. Infelizmente só chicharrinhos e albacora, dois peixes que não aprecio de todo. Disseram que também tinham salmão mas era congelado. Eu agradeci mas disse que queria mesmo era comer peixe fresco. Já estávamos sentados e o Milton já tinha pedido uma entrada para si.

 

A senhora parecia um pouco incomodada com a situação e disse que não havia salmão nesta altura portanto não podia nunca ser fresco, bla bla bla. Tudo bem. Mas eu queria comer peixe fresco. Entretanto, como o Milton já estava a ficar amarelo com a possibilidade de termos de ir a outro restaurante, considerei comer o salmão e perguntei o que tinham para acompanhar. Apenas salada e batatas fritas. Pois. Não estava fácil. Pedi um chá de cidreira.

 

Às tantas a senhora diz-me que se quisesse ela faria jardineira de legumes cozidos. Congelados. Bem... acabei por ceder ao esforço da senhora. Estava tão empenhada em arranjar-me uma alternativa que não tive coragem de me levantar e ir a outro restaurante, de modo que aceitei agradecida. E depois vi um senhor a ir à loja comprar os legumes para poderem fazer o prato para mim.

 

Até me senti envergonhada de tão chata.Comi o salmão e os legumes. Estava seco mas estava com um bom sabor e bem confeccionado. Não era a refeição que eu queria, não gosto de me deslocar a outra ponta da ilha para comer peixe e legumes congelados mas pronto.

 

Também não tinham sobremesa além de fruta da época, gelados e mais qualquer coisa de que não me lembro,  e aproveitámos para ir comer a sobremesa a outro local (estava bem boa). O que o Milton comeu estava muito bom (camarão) e, o restaurante tinha, nesse dia um almoço reservado para 40 pessoas. Talvez por isso não tivessem tanta opção de pratos e sobremesas.

 

Mesmo assim, é de louvar o esforço que fizeram para nos atender. Em muitos sítios quase que nos mandariam logo embora.

 

Isto para dizer que, na vez seguinte que fomos comer a um restaurante, ao Cantinho do Cais, em São Brás, perto do Porto Formoso, optei por ter uma atitude completamente diferente.

 

Deixei de lado esta minha costela exigente e complicadinha e aceitei, de vez, um dos pratos do dia: serra assada com legumes, batata doce, inhame, salada e recheio.

 

Estava delicioso! Há muitos meses que não comia tão bem! Estava tudo maravilhosamente confeccionado, com aquele sabor de comida caseira feita com afeto e sabedoria, e ainda nos deram mais um generoso bocado de recheio, que não resistimos em pedir.

 

De sobremesa só tinha o doce da casa: queijadinhas de queijo fresco. Maravilhosas!!!!! Mesmo muito boas!E, assim, de uma forma descomplicada e sem inventar muito, comi muito bem e saí daquele restaurante extremamente satisfeita.

 

De referir, também, a simpatia genuína dos funcionários: extremamente atenciosos e simpáticos, num registo familiar e muito hospitaleiro.

 

Recomendo completamente este restaurante, é simples e familiar e tem tudo o que se procura num bom restaurante: comida de excelente qualidade e pessoas genuinamente simpáticas.

 

cantinho do cais _ Porto Formoso


queijada de queijo fresco Esta queijada era tão, mas tão boa!!!!!

 

Cantinho do Cais Porto Formoso 2

 

queijadas de queijo fresco

Qui | 07.07.16

Lara #4

Lara e as arrumações obsessivas

menina arrumadinha

 

Estamos todos na cama da Lara a contar-lhe uma história para dormir. Eu leio a história e o pai dramatiza com sons e gestos teatrais.Acabada a história dou-lhe um beijinho de boa noite e despeço-me.Entretanto a Lara sai da cama. Olho para o Milton com alguma apreensão.

 

Há mais de um mês que a Lara adormece sozinha sem reclamar. Não é suposto sair da cama e já estávamos a recear um retrocesso.

 

Ela dirige-se à mesinha onde costuma pintar e nós antevimos uma série de opções:

 

a) A Lara a sentar-se na mesa e a querer pintar e rabiscar.

b) A Lara a sentar-se, apontar para os potes de plasticina e pedir para brincar.

c) A Lara a sentar-se na mesa e a rir-se para nós com um ar maroto de quem não pretende ir dormir já.

d) A Lara a agarrar no livro de pintar que está aberto sobre a mesa, fechá-lo e arrumá-lo na estante.

 

Pois. Foi a última opção.

 

A Lara arrumou o livro e voltou para a cama.

 

Já na cama continuou com um ar apreensivo a olhar para o fundo do quarto. Nisto diz. "Popó" (que é o triciclo pequeno que ela tem, em forma de gato).

 

E nós "Pronto é agora que se vai por a andar de triciclo pela casa toda."Mas não. Empurrou o triciclo levemente para trás para ficar ainda mais direitinho.

 

E, de caminho, arrumou melhor o carrinho de bebé de brincar. Vá... moveu-o 10 cm para trás, de modo a ficar alinhado com o triciclo. Agora sim, com o quarto todo arrumadinho como deve de ser já podia dormir como de deve de ser.

Ter | 05.07.16

Somos quatro, cinco com o gato

selfie a 4 .3

 

Isto de tirar selfies a 4 à antiga (isto é, sem "pau de selfie") é complexo.

 

E fiquei a saber, através desta foto, que preciso de usar aparelho para um só dente, aquele rebelde que está sempre a sair nas fotos, bem ali ao meio da boca.

 

E estamos muito felizes!

 

Claro que eu e o Milton estamos a transformar-nos em dois zombies, ele sem dormir mais que uns toscos minutos esta noite e eu, que dormi esta noite umas 2 horas seguidas, sinto-me nova, depois de 3 noites sem dormir praticamente nada, com dois fios à volta do corpo, uma agulha enfiada nas costas e outra no braço.

 

A Lara, no primeiro dia, reagiu como se um dinossauro lhe tivesse engolido os pais.Eu, que não a via há 3 dias, mal a consegui pegar ao colo.

 

De repente, pareceu-me um grande saco de cimento com cabelos louros. Nunca tinha reparado que estava tão grande, com as pernas tão compridas, tão menina e já tão pouco bebé.Depois comecei a achar a Maria pequena demais. Depois comecei a tentar controlar as minhas paranóias.

 

De cada vez que oiço um bebé chorar fico meio confusa, sem saber bem onde me dirigir.A minha lingerie preferida de momento, são umas cuecas- fralda Tena Lady, lindas, lindas. Já devia ter aderido às cuecas de cintura subida à mais tempo. São sexys, assim de uma forma vintage.

 

Mas estou feliz, muito feliz mesmo!Quando a Maria nasceu, eu mal podia acreditar que era mãe de duas. Eu, mãe de duas. Quando vi a Maria fiquei muito emocionada por estar a olhar para a minha filha mas fiquei igualmente emocionada por estar a olhar para a irmã da minha Lara. Uma irmã. Tudo o que eu sempre quis ter.

 

Estou tão feliz que era capaz de ir correr maratonas. Depois de comer um balde de mousse de chocolate, e sushi, e cheesecake de frutos silvestres, e bavaroise de nescafé, e uma melancia inteira, e ananás dos Açores com queijada da vila.Bem... passando ao mais importante.

 

Apresento-vos a Maria. :)

 

Maria 1 blogue

Sab | 02.07.16

Li um romance de António Lobo Antunes e adorei!

Memória de Elefante, de António Lobo Antunes

 

Memória de Elefante, de António Lobo Antunes[/caption]Conheci o escritor António Lobo Antunes através das suas crónicas na Revista Visão, numa altura em que tinha a mania (e tempo) de ler a revista de uma ponta à outra. Verdade, lia mesmo tudo.

 

Adorei a escrita dele desde a primeira crónica e, naturalmente, ao saber que tinha vários livros editados experimentei ler.

 

Tentei várias vezes alguns romances e não passava das poucas dezenas de páginas. A escrita dele é algo a que chamo de "impressionismo literário". O que interessa não é a história em si mas a forma como é contada, as impressões que deixa, as sensações interiores dos personagens, as suas angústias, memórias e fantasmas.

 

É sem  dúvida, uma escrita brilhante e invulgar mas chega a ser cansativa de acompanhar. Por mais brilhante que seja, chegava ao fim de umas páginas cansada de sentir tanto a angústia e os sentimentos do personagem principal. Julgo que isso significa que o romance é mesmo bom e que cumpre bem o seu papel mas, às vezes, apetece-me ficar um pouco mais "de fora" da história, ser uma leitora que se limita a assistir à ação e não ser empurrada para dentro da mente e dos sentimentos intensos de um personagem.

 

Posso dizer que o que me faz gostar da escrita de António Lobo Antunes é também o que me faz não o conseguir ler durante muitas páginas. É por isso que gosto das crónicas, são mais curtas e, consequentemente, mais digeríveis.Já li o primeiro livro de crónicas do autor, do qual gostei imenso, e me fez pesquisar mais sobre ele e sobre a sua vida e obra. Mas foi esta entrevista feita pelo António Sala que me fez decidir a ler o primeiro romance de António Lobo Antunes: "Memória de Elefante".

 

Para minha grande surpresa li o livro em três ou quatro dias e fiquei maravilhada! Já nem sei dizer se prefiro mesmo as crónicas.

 

É certo que é um livro pequeno, com cerca de 150 páginas, mas o estilo é o que referi acima.A história, muito existencialista e claramente auto biográfica, relata 24 horas da vida de um psiquiatra depressivo e recém separado da mulher.

 

A forma como o médico deambula por Lisboa, como observa as pessoas à sua volta e como constrói pensamentos sobre elas e sobre si mesmo é descrita magnificamente.

 

Nunca encontrei nada semelhante num outro romance.Recomendo a todos os que gostam de um romance existencialista e de uma escrita difícil mas fenomenal.

Sex | 01.07.16

Comi isto tudo #3 Almoços e Jantares

Almoços e jantares cá de casa

 

Hoje vou mostrar-vos algumas das refeições que faço em casa, ao almoço e ao jantar.Como não gosto muito de cozinhar, geralmente faço assados no forno.

 

A sobremesa é sempre fruta ou gelatina. Os acompanhamentos são compostos por um hidrato de carbono e legumes.Verificarão que não é nada muito gourmet nem compostinho mas... é o possível, dadas as minhas escassas qualidades de cozinheira. :)

 

Olhando para os pratos vejo que faço quase sempre a mesma coisa, sem variar muito nos ingredientes. Tenho que tratar disso. Também costumo fazer muito perú no forno, ovos mexidos com vários ingredientes, pratos vegetarianos e bacalhau. Ficará para uma outra rúbrica.

 

É mais ou menos isto:

 

Almoços

 

almoco 16 Perna de frango assada, batata doce e bróculos no forno com molho de soja e, de sobremesa, laranja.

 

almoco 14 Pescada com molho de limão no forno, feijão verde, arroz integral e cenoura crua. Clementina para sobremesa. Como estou a fazer um suplemento de ferro depois do almoço, como quase sempre uma fruta rica em vitamina C à sobremesa. Ajuda o organismo a absorver o ferro, ao contrário dos alimentos ricos em cálcio, como o leite e derivados.

 

almoço 12

Lasanha de carne e legumes com cenoura crua. Desta vez não comi sobremesa.

 

almoco 10 Bifinho de frango com molho de tomate (e mais qualquer coisa que não me lembro o que é mas não será natas), acompanhado com feijão verde, courgete e batata doce no forno e feijão preto. A sobremesa é, mais uma vez, uma clementina.

 

almoco 8 Salada de atum, cebola, grão de bico e cenoura crua. Uma clementina de sobremesa.

 

almoco Sopa de legumes. Frango assado no forno com legumes. Kiwi.

 

Jantares

 

jantar 2 O jantar é quase todos os dias sopa de legumes, uma torrada com manteiga, queijo ou fiambre e uma frutaou gelatina.

 

almoco 5 Quando não tenho sopa feita, improviso uma salada. Esta é de atum, cenoura, nozes, cebola, grão e mais o que houver em casa (pode ser milho, queijo, azeitonas, ovo, maçã... Laranja de sobremesa.

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