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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Dom | 31.07.16

Lara#7 A devoradora de livros infantis

Lara a ler livros infantis

 

Sempre quis que a Lara gostasse de livros. Por um lado porque eu e o pai gostamos muito de ler, por outro porque os livros sempre tiveram uma influência muito positiva na minha vida.

 

Para além de me proporcionarem momentos muito prazerosos, deram-me uma perspetiva muito abrangente do mundo e da vida quando eu não conhecia nada para além da vila onde vivia.Assim, apesar de não termos muitos livros infantis em casa, desde cedo que começámos a levar a Lara à biblioteca e a trazer vários livros para ela.

 

Neste momento, aos 2 anos da Lara, podemos dizer que estamos a ver os frutos do que fizemos.Assim que chega da creche, a Lara pega nos últimos sete livros que trouxemos da biblioteca e pede-me, literalmente, para lhe ler os livros todos. Não escolhe um nem outro, quer todos, todos os dias.

 

Então, eu sento-me com ela, e leio-lhe os livros, calmamente, um a um, enquanto ela me ouve atentamente.Invariavelmente, depois de acabar de ler os livros todos, ela pede-me para ler tudo de novo. Eu digo que não, que agora ela pode ler sozinha. E é o que faz. Fica sentada no tapete a desfolhar os livros, um a um, e a lê-los à sua maneira. Sabe o tema de todos referindo-se a eles como: o livro do memé, o livro do papá, o livro da mamã...É capaz de ficar uma boa meia hora nisso.

 

Livros infantis que temos cá por casa:

 

  • Histórias simples, normalmente com animais;
  • Dicionários de imagens;
  • Livros com janelinhas ou algum tipo de animação;
  • Livros com música ou outros sons.

Sinto-me maravilhada ao perceber que a Lara prefere os livros a outras brincadeiras, principalmente a desenhos animados e a brincar no iPad, embora sempre tenha deixado a minha filha usar o iPad e sempre o tenha utilizado sempre que achei necessário, nomeadamente em restaurantes.

 

Hoje em dia, ela não liga nenhuma ao iPad ou ao iPhone, mais depressa faz uma birra para lhe lermos livros várias vezes antes de dormir.

 

livros infantis

 

livros infantis 7

 

livros infantis 3

 

livros infantis 2

Sab | 30.07.16

Maria #2 - 4 semanas

Peluches Zara Home

 

Os melhores amigos da Maria. São da Zara Home e são os nossos preferidos: super macios e muito giros.[/caption]Com quatro semanas a Maria está enorme e cheia de manhas, embora continue extremamente gostosa.

 

Mama muito bem e muitas vezes por dia, faz muito cocó e chichi, acorda de noite de 2 em 2 horas mas volta a adormecer logo depois de mamar, e está cada vez mais tempo acordada durante o dia.

 

Enquanto está acordada exige colo dançante através de gritos estridentes (todas as mamãs saberão o que isto significa). É aquele colo que requer um certo movimento e até alguma canção a acompanhar. É a única coisa que a faz parar de reclamar.

 

E nada de fazer fretes ou embalar de qualquer maneira. Tem que ser uma coisa sentida, por isso o melhor é escolher uma música de que eu goste também e mentalizar-me que, dançar com um bebé ao colo durante horas, é uma boa forma de recuperar o peso.

 

Se eu estiver contrariada, ela nota e começa a chorar outra vez.A Maria não se safou do acne neonatal, tal como a irmã. Está cheia de borbulhinhas brancas pela cara toda, o que não é lá muito bonito. Mas sabemos que vai passar e não adianta colocar creme. Para a Lara comprámos um creme caríssimo e ela continuou com as borbulhas o tempo que teve que ser (cerca de um mês ou dois), para além de detestar que lhe aplicássemos o creme e berrar sempre que isso acontecia.

 

Também está a perder o cabelo, o que não aconteceu com a Lara. Nós bem estávamos a estranhar aquele cabelo todo escuríssimo.Agora está com um caricato visual à "Artur Albarran". Estão a visualizar não estão? Fica... cómica vá.Outra coisa em que a Maria se distingue muita da irmã é no facto de gostar muito de tomar banho. A Lara só começou a gostar mais tarde, quando começou a brincar com patinhos na água por volta dos 12 meses.

 

A Maria adora estar na água quentinha (acho que a maior parte dos recém nascidos gosta) e só chora quando a estamos a limpar com a toalha. Enquanto está na água, consola-se.Não acho a Maria muito chorona, embora seja muito "reclamona". Ela chora muito alto quando está acordada e quer que lhe peguemos ao colo mas, logo que encontremos a posição adequada, ela acalma-se imediatamente por isso acaba por não chorar muito tempo. O problema é que, como ela é bastante pesadinha, depois de 20 minutos com ela ao colo já começo a ficar com dores de costas. A idade já pesa.

 

Enquanto a Maria mama tenho aproveitado para ler bastante e para ver vídeos no Youtube. Parecendo que não consegue-se fazer muita coisa enquanto os bebés mamam. Não sei se será adequado ou prático para toda a gente mas, quando as mamadas são de cerca de 15 a 20 minutos, prefiro ir fazendo outra coisa qualquer, senão ainda adormeço.

 

Em relação à recuperação do parto, estou muito bem.Estou com 55 kg (embora continue a comer como um urso) e a barriga já está bem pequena mas muito flácida mesmo. Depois de ir à consulta de revisão do parto começarei a fazer alguns exercícios como yoga e caminhadas (ou corridas se me sentir com genica).Tenho dias de maior cansaço mas até acho que as más noites de sono não me têm afetado muito.

 

O nosso corpo habitua-se depressa a dormir pouco e a acordar de 2 em 2 horas. Posso dizer que, quando tinha apenas uma filha, sentia-me muito mais cansada de noite. Isso porque estava sempre ansiosa a ver se ela estava a respirar. Agora não. Ainda faço isso demasiadas vezes mas já não me mantenho acordada para o fazer. Adormeço com muita facilidade entre as mamadas da Maria. Que remédio. Tenho que guardar energias para o dia.Só estou um bocadinho farta de estar tanto tempo enfiada em casa mas como já começámos a ter visitas sinto-me bastante melhor. :D

Sex | 29.07.16

Desfralde da Lara #1 - Os primeiros 2 dias

desfralde 77

 

Decidimos começar o desfralde da Lara aos 28 meses.Já nos tinham dito na creche que era uma boa altura e algumas pessoas na família (vocês sabem quais :P ) também nos diziam que estava na hora de lhe tirar a fralda.

 

Com franqueza, eu não estava com vontade nenhuma. Já lhe tinha apresentado o bacio, ela sempre nos viu a fazer chichi e cocó na sanita e já a tinhamos sentado no bacio várias vezes, mas nunca conseguimos que fizesse nenhuma necessidade fora da fralda. Tudo bem. Eu não tinha pressa.

 

Entretanto chegou o verão (unanimemente considerada a melhor época para o desfralde), chegou a Maria e soubemos que, em setembro a Lara vai mudar de educadora ( será a terceira educadora que terá desde que entrou na creche), o que nos dá um espaço de tempo muito específico para fazer o desfralde: o mês de agosto. Isto para não ser ao mesmo tempo do nascimento da Maria, nem da mudança de educadora o que poderia prejudicar o desfralde.

 

Na última semana de julho, no sábado, decidimos começar.Já tinhamos um bacio, comprámos um redutor do assento da sanita e colocámos uma cuequinha na Lara. Optámos por lhe vestir só um t-shirt e uns chinelos de plástico.

 

Explicámos-lhe que deveria avisar quando tivesse vontade de fazer chichi ou cocó e dissemos onde se fazia.Inicialmente optámos por ter o bacio na sala, para ser mais rápido colocá-la lá mas já mudámos de ideias e pusemos na casa de banho.Posso dizer que passei o fim de semana a lavar cuecas e a lavar o chão da sala porque a Lara fez chichi sempre no chão e com a maior alegria.

 

Claro que nunca brigámos com ela. O que fizemos foi explicar-lhe as coisas dezenas e dezenas de vezes, com toda a paciência do mundo. O máximo que consegui, no domingo, foi apanhar o chichi a meio e colocá-la no bacio para fazer o restinho, nem que fosse para ela perceber que tinha feito no bacio e estava muito bem assim.Eu nem me importo de lavar as cuecas e o chão.

 

Não me custa mesmo nada. O que me chateia é ter imensas dúvidas se a Lara está preparada ou não para o desfralde. Ela tem vários sinais de estar preparada: diz chichi, diz cocó, sabe onde se faz, avisa quando fez (embora nem sempre o faça) mas não sei... Não se mostrou nada incomodada quando fez chichi nas cuecas e até apontava para as poças de chichi no chão com alguma alegria.

 

Quando a tentávamos colocar no bacio ou na sanita começava a chorar e a dizer que não queria. Lá a conseguimos convencer a sentar no bacio com várias estratégias: iPad, livros, desenhos animados...Para ajudar a situação, ficou adoentada no sábado: tosse, febre baixa, ranhoca e má disposição. De qualquer forma continuámos o desfralde, colocando-lhe a fralda apenas para dormir.

 

Nestes dois dias nunca nos ocorreu colocar a Lara no bacio de 30 em 30 minutos. Simplesmente não nos ocorreu o que, agora, me parece uma estupidez... enfim.Na segunda-feira foi para a escola com três mudas de roupa na mochila e 6 pares de cuequinhas. Mas, sobre a escola falarei num outro texto.

Qui | 28.07.16

Diferenças e semelhanças entre o primeiro e o segundo parto

parto normal

 

O que foi igual no parto da Lara e no parto da Maria

 

Conto como foi o parto da Lara aqui e o da Maria aqui.

 

- Ambos os partos foram provocados. Passaram as 40 semanas e nenhum sinal de parto iminente. Marquei a indução e dirigi-me para o hospital onde fiquei internada para a indução. O mesmo método nas duas vezes.

 

- A dilatação demorou muito a passar dos 2 dedos, e depois dos 4 dedos. Igual nas duas vezes. Passou um dia inteiro e nada de grandes avanços. Igual das duas vezes sendo que a Lara nasceu ao terceiro dia depois de iniciada a indução e a Maria ao segundo dia.

 

Basicamente, as únicas semelhanças foram estas. Tudo o resto foi completamente diferente.Ora vejamos:

 

Nervos

- Na primeira vez estava muito calma na semana antes do parto e no dia da indução. Era tudo uma novidade e estava até animada com a experiência nova.

 

- No segundo parto, alguns dias antes do dia marcado para a indução, comecei a sentir-me muito ansiosa e nervosa. Tive mais receio de que algo não corresse bem. Pensava muito na Lara e nas saudades que teria dela durante aqueles dias no hospital. Tudo passou no dia em que fui para o hospital. Estava muito tranquila e otimista.

 

Quando o tempo começou a passar e a dilatação não desenvolvia com a rapidez desejável

 

- Na primeira vez, foi aqui que comecei a ficar nervosa. Passei uma noite no hospital ligada a agulhas e fios, a fazer chichi para uma arrastadeira ou através de algália (o que me custou imenso).Depois passou mais uma noite. Ouvia outras mulheres a entrar e a ter os seus filhos rapidamente e eu ali, quase há 3 dias. Fiquei desanimada nesta altura.

 

- Na segunda vez, passou uma noite depois da indução e eu mantive-me calma. Já conhecia os procedimentos e sabia que aquilo podia acontecer. Nunca me deixei desanimar e mantive-me sempre confiante de que iria correr tudo bem, demorasse o tempo que demorasse.Estou convencida de que este estado de espírito positivo foi essencial para que tudo corresse bem, como correu.

 

Epidural

 

- Na primeira vez foram muito cerimoniosos nos reforços da epidural. Nem todas as enfermeiras e médicos me davam epidural quando eu pedia. Uma enfermeira disse-me que só podia dar com autorização médica, e uma médica disse-me que preferia que eu tivesse algumas dores para saber quando estava a chegar uma contração e poder fazer força adequadamente.

 

- Na segunda vez, não só me reforçaram a epidural sempre que pedi, como me deram algumas vezes mesmo sem eu pedir, como antes de irmos para a sala de partos. Isso fez toda a diferença.

 

Informação

 

- No parto da Lara, pouca informação me deram. Acabei por apanhar equipas diferentes e, à excessão do meu obstetra, mais ninguém me explicou o porquê dos procedimentos. Fui para a sala de partos, muito surpreendida por já ter a dilatação toda, e fartei-me de ter dores com pessoas a empurrarem-me a barriga, fiquei nervosa ao ver que estavam a usar ventosas e que estas se partiam (apenas à terceira ventosa é que a Lara nasceu) e estavam sempre a dizer-me que não estava a colaborar o suficiente a fazer força. Por isso não queriam dar-me epidural. E eu já nem tinha a epidural a fazer efeito, tanto que senti os muitos pontos que tive que levar.

 

- No parto da Maria as duas equipas que apanhei (Dr. Rui Mendonça, o meu médico, e o Dr. André Sampaio com a querida enfermeira Elisabete) sempre me disseram o que se estava a passar e quais eram as possibilidades. Desta vez, eu também já tinha mais conhecimento mas a postura dos profissionais do hospital foi bastante melhor. Sabia que poderia ser necessário ajuda no parto e o porquê. Sabia a posição do bebé, a evolução da dilatação, etc.Durante o parto, as palavras que tive foram sempre de motivação e otimismo, nenhuma de recriminação.

Gritos e coisas assim

- Fartei-me de gritar na primeira vez. Tinha dores e ficava aflita quando me empurravam a barriga. Parecia que me iam esmagar os pulmões. Sempre que fazia força e me empurravam a barriga ficava muito desorientada com dores.

 

- Na segunda vez, nem um grito. Talvez uma ou outra exclamação de força mas nenhum grito de dor. Não havia dor, nem nervos. Estava muito tranquila e confiante, em muito graças à enfermeira Elisabete.

 

O parto

 

- Na primeira vez, demorou uns 15 minutos. Entre espremidelas de barriga, ventosas e forças, a Lara nasceu bem. Levei imensos pontos. Mal a Lara nasceu, comecei a tremer com um frio incontrolável, como nunca senti na vida. Depois fiquei com a tensão assustadoramente baixa. Depois melhorei. Estava tão cansada que só senti alivio.

 

- Desta vez, o parto demorou (se tanto) 5 minutos. Fiz força umas 4 vezes e  Maria nasceu. Não existiram cortes, nem empurrões de barriga. Levei apenas 3 pontos num pequeno rasgão pouco profundo. Nem senti os pontos. Mesmo nesta fase, a enfermeira (que era super meiga e competente) explicou tudo o que estava a fazer e o porquê. Não tive frio, nem tensão baixa. Desta vez emocionei-me.

 

Pessoal presente no parto

- Na primeira vez, mais de meia dúzia de pessoas entre médicos, enfermeiros e auxiliares.

 

- Na segunda vez, eu, o Milton, a enfermeira Elisabete que fez o parto, e uma auxiliar. Foi perfeito assim.

 

Pós parto no hospital

 

Foi semelhante das duas vezes mas, desta vez, já não estava nervosa nem tremia de cada vez que pegava na bebé. Pedi ajuda para o banho mas iniciei sozinha, e naturalmente, a amamentação.

 

Foram estas as principais diferenças. No meu caso a epidural fez toda a diferença. Não tive dores desde que levei epidural e consegui fazer a força adequada precisamente por isso. Conseguia sentir, da mesma forma, as contrações na barriga e, assim, fazia força de forma tranquila e convicta.Posso dizer que, apesar do primeiro parto não ter sido traumatizante nem nada que se pareça (afinal eu e a Lara ficámos bem que é o que mais interessa), o segundo foi uma maravilha.

Qua | 27.07.16

Adormecer um bebé ou "Como comecei a fazer karaoke"

[caption id="attachment_4330" align="aligncenter" width="680"]adormecer um bebé Adormecer um bebé[/caption]

Adormecer um bebé

Com três semaninhas, a Maria já é cheia de truques e manias, como qualquer bebé.Ela não chora muito tempo seguido mas dá uns valentes berros até que os pais consigam descobrir o que ela quer. Nesse momento deixa de gritar e, não raramente, adormece tranquilamente.Geralmente o seu choro resolve-se com mama, mudança de fralda ou colinho mas existem alturas em que nada a parece consolar. Ainda não achamos que ela esteja com cólicas porque não chora durante muito tempo. Quando a Lara tinha o que pensávamos ser cólicas, ficava horas e horas a chorar sem parar, enquanto se contorcia.Quando a Maria não se consola com nada há uma coisa que eu faço que resulta sempre (pelo menos até agora).  Coloco músicas dos Beatles, do Jonh Lennon ou  dos The Vaccines, com a letra no youtube, e vou cantando para ela. Adormece em duas músicas. Gosta especialmente da música "Imagine" do Jonh Lennon.Não adianta cantar músicas infantis, ou outras músicas de que eu própria não goste muito. Parece que a Maria sente quando estamos a fazer um frete. É por isso que escolho músicas de que eu goste e que sejam alegres ou calminhas. Entretanto ela habituou-se a algumas e neste momento prefere os músicos que mencionei acima.Outra vantagem deste método (para além de fazer adormecer um bebé rapidamente) é o facto de também ser divertido para os pais. Sempre temos uma desculpa para fazer karaoke em casa, a qualquer hora do dia ou da noite.Com a Lara usava um truque semelhante que não envolvia as nossas vozes (podem ver aqui).Hoje em dia, quando o pai agarra na guitarra e se propõe a cantar um bocadinho, a Lara começa a gritar que não e a dizer-lhe para arrumar a guitarra no sítio. :)Curiosamente ela gosta muito de dedilhar na guitarra do pai como se fosse um violoncelo, mas isso será outra história.

Ter | 26.07.16

Os meus avós

avós 7

Conheci três avós: os pais da minha mãe e a mãe do meu pai (que, felizmente, tem quase 90 anos e a quem pude dar a alegria de ter bisnetas).

 

Com os pais da minha mãe tive uma relação distante porque eles viviam longe e as visitas não eram regulares. Mas, apesar disso, tenho boas memórias deles.

 

A minha avó Leontina, mãe do meu pai, vivia connosco e foi uma mãe para mim. Toda a noção que tenho de amor maternal, aprendi com a minha avó e revejo muitas vezes, nos mimos que dou às minhas filhas, os gestos e as palavras dela.

 

A minha avó Leontina estava sempre comigo quando eu não estava na ama ou na escola porque os meus pais trabalhavam muito.

 

Era ela que me fazia o leitinho, era ela que me segurava a mão para adormecer, que me dava muitos mimos e ensinava a fazer roupinhas para as bonecas na máquina de costura.

 

Lembro-me da minha avó ter gestos suaves e amorosos e raramente perder a paciência comigo (e quando perdia tinha toda a razão). A minha avó não sabe ler nem escrever e, no entanto, ensinou-me uma das coisas mais importantes da minha vida, à qual tenho dado muito uso nos últimos tempos: o amor maternal.Tenho centenas ou milhares de memórias de infância com a minha avó, quase todas muito boas.

 

Lembro-me de irmos, todos os anos na quinta-feira de Ascenção, apanhar a espiga (um ramo de flores silvestres que ficava a secar atrás da porta da despensa durante um ano, para dar sorte) a um eucaliptal que havia atrás no nosso quintal e que hoje já não existe.

 

Lembro-me de apanharmos uma laranja pelo caminho, no quintal, e a dividirmos. Eram as laranjas mais doces que já comi.

 

A laranjeira ainda existe. Depois, íamos até ao eucaliptal e ficávamos a apanhar flores e a passear. Era mesmo muito agradável aquele lugar, sentia-me numa floresta mágica cheia de flores bonitas e recantos fascinantes. Havia um poço, numa clareira, que tinha uma caneca presa por um cordel. Íamos sempre lá beber água e bebíamos da caneca sem qualquer medo de doenças.

 

Era assim o mundo na minha infância... Tão diferente do que é hoje. :)Vejo a minha avó quando vou a Alpiarça, umas duas vezes por ano, mas vemo-nos através do skype e telefono-lhe regularmente para lhe contar como estão as bisnetas.

 

Ela já não vê muito bem mas ainda é o suficiente para ver como a Lara está crescida e como come bem. :) Geralmente falamos no skype à hora de jantar da Lara, que é quando ela consegue estar sossegada mais tempo.Os meus avós maternos viviam em Ansião, tiveram 8 filhos e 15 netos.Lembro-me da minha avó Maria como uma senhora magrinha e pequena, extremamente religiosa, e do meu avô Joaquim como um homem muito aventureiro e cheio de genica.

 

Ele era pedreiro e nunca estava parado. Estava sempre a construir uma casa ou a fazer um negócio. Não se pode dizer que os negócios fossem muito bons ou as casas muito bonitas mas acho que o objetivo dele também não era esse. Ele gostava era de estar sempre a mexer e a trabalhar. Foi sempre assim.

 

Nunca deixou de trabalhar. Também tinham quintal e animais para cuidar. Os netos deliciavam-se com os cordeirinhos pequeninos que andavam a pastar pelo quintal infinito.Os meus avós viviam numa aldeia, o casal de São Brás e eu nunca cheguei a perceber quais eram os limites das suas terras.

 

Depois da casa deles, existia um espaço infinito de caminhos de pedra, árvores e vegetação, algumas lagoas e muitos poços, árvores de fruto e arbustos com amoras... Nunca cheguei ao limite das terras e creio que nem todas eram dos nossos avós.

 

O facto é que os netos viviam autênticas aventuras a passear por aquelas terras, colecionando cartuchos coloridos que os caçadores deixavam como rasto, mandando pedrinhas às lagoas para ver as rãs a saltarem e inventando histórias de terror durante os passeios que adorávamos fazer por ali. O meu tio Manuel Augusto e eu dedicávamo-nos às histórias de terror.

 

Quanto a mim, gostava especialmente de as contar ao meu primo Luís Filipe porque ele mostrava-se sempre mais divertido e curioso que os outros. :PLembro-me da minha avó me chamar à parte e me ensinar a rezar o Pai Nosso e a Salvé Rainha (orações de que nunca me esqueci e sei até hoje) porque, para ela, a religião era o que existia de mais precioso e afligia-a muito eu não ser batizada. Sei, hoje, que ela me queria dar o que tinha como mais precioso: a fé.Do meu avó lembro-me muito bem de nos ir visitar de vespa a Alpiarça, quando esteve numa quinta em Torres Novas, e de trazer os bolsos cheios de terços de pinhões. :)

 

Eu ficava tão feliz!!!! Adorava aqueles terços de pinhões que comia num instante.As melhores memórias que tenho dos meus avós maternos não são propriamente com eles mas existem graças a eles.

 

São algumas das melhores memórias da minha infância: os momentos passados com os meus primos e tios no Casal de São Brás, o facto de ter uma família tão grande e ter a oportunidade de viver tantas coisas na minha infância que não poderia ter vivido se não fossem os meus avós.

 

Agora que sou mãe, vejo os meus avós, que criaram 8 filhos (embora em condições muito peculiares é certo) duma forma completamente diferente. Vejo a minha avó como uma pessoa muito sofrida, mas também muito valente e corajosa. E, do meu avô, tão aventureiro e ativo, vejo muitas características em mim e nos meus primos. Tenho um certo bicho carpinteiro e um certo espírito belicoso que vem dele, de certeza.

 

E reconheço isso em alguns primos também e fico feliz por partilhar isso com eles. E devo-o aos meus avós.Hoje vejo com muita alegria a relação que as minhas filhas têm com os avós e tenho perfeita noção da importância deles na vida das crianças.

 

Sinto-me muito grata e feliz por ver o amor e a atenção que os quatro avós das minhas filhas lhes dedicam, porque sei que isso lhes vai ficar para sempre no coração (ou na mente ou lá onde for).Feliz dia dos avós! :)

Ter | 26.07.16

Amamentar dá uma fome de dragão

mulher-com-fomeOk. Sempre fui uma pessoa com um apetite considerável.Bem... Em criança era muito esquisitinha para comer mas, depois da adolescência, fiquei com um apetite de pessoa que anda de enxada na mão o dia todo.Mas, minha gente, agora é demais. Uma hora depois de comer, ando esganadíssima. Chego a sentir um buraco no estômago. Tenho comido muito bem às refeições e ainda como gelados várias vezes por semana. E continuo a sentir que podia comer o dobro do que como e nunca ficar inteiramente satisfeita.Li, algures, que quem está a amamentar deve consumir cerca de 2800 calorias. Não faço ideia como é que converto isso em comida mas... devo andar a consumir muitas calorias. Como pão como se não houvesse amanhã e despacho gelados como quem despacha caracóis sem mastigar.Três semanas depois do parto, perdi 9 quilos. Estou com 55, 6 kg e, quando perder mais 4 vou sentir-me satisfeita. Portanto, até estou a perder o peso da gravidez muito bem. Mas a fome, minha gente, é uma coisa extraordinária.A Maria faz intervalos entre mamadas que podem variar entre os 40 minutos e as 3 horas. Há dias e noites em que mama de hora a hora. Faz muito chichi e cocó umas 3 vezes por dia.Na consulta de pediatria dos 15 dias, estava com mais de 4 kg e no percentil 85 de peso e 50 de comprimento.Creio que isso pode explicar a minha fome de dragão.
Seg | 25.07.16

Ele foi dormir no sofá... e eu achei muito bem.

sofá

 

Bem... ou algo parecido com isso.

 

Nunca pensei que fosse alguma vez dizer isto mas a verdade é que foi um alívio quando, na noite passada, o Milton decidiu que não conseguia dormir mais na nossa cama e que iria mas é dormir no sofá. Eu concordei logo... aliviada.

 

O facto é que eu também já andava a dormir mal com esta situação, embora não pelos mesmos motivos que ele.

 

O que se passa é que a nossa filha mais nova, de 3 semanas, tem uma característica muito peculiar: emite uma espécie de grunhidos que não deixam o pai dormir. É um gemido forte, uma espécie de som de fazer força mas depois não acontece nada com essa força, nem cocó, nem gases, nem choro, nada.

 

Falámos com a pediatra e ela assegurou que não é nada de especial e muito menos preocupante. É apenas algo que alguns bebés fazem. Nas minhas pesquisas por blogues e fóruns de mamãs verifiquei que isto é mais ou menos comum, é apenas irritante para os pais, para os bebés é "na boa".

 

Claro que, inicialmente, ficámos um bocado espantados com aqueles barulhos. A Lara nunca os fez, apesar de dormir bem pior que a Maria, que vai fazendo forças mas vai dormindo ao mesmo tempo (é preciso ter lata).

 

Sinceramente, os barulhos a mim não incomodam nada. Até pelo contrário. Como muitas mães (imagino eu) tenho o hábito de verificar se a Maria está a respirar, várias vezes por noite. Ainda faço isso com a Lara e ela já tem quase dois anos e meio. O facto da Maria fazer tanto barulho de noite poupa-me o trabalho de me levantar para ver se está a respirar. Está a grunhir? Ok, então está boa. E, fantásticamente, os barulhos dela até me fazem adormecer mais depressa e mais descansada.

 

Com o Milton não acontece isso. Ele, simplesmente, não consegue dormir. E depois levanta-se todo esgroviado para tentar adormecer a Maria embalando-a. Entretanto se não resulta, fica impaciente, enerva-se e enerva-me a mim. Por isso, foi com muita alegria que recebi a notícia de que iria dormir para a sala.

 

Mas não foi para a sala, foi para o quarto da Lara que estava doentinha e acordava várias vezes de noite. Ainda assim, a Lara dorme muito mais horas seguidas que a Maria, que acorda de 2 em 2 horas.

 

Fiquei com a cama só para mim, com a possibilidade de me deitar a meio da cama ou onde me apetecesse e sem a preocupação de ouvir o Milton a resmungar sempre que a Maria estivesse a fazer barulho.

 

De modo que acordei, tranquilamente, de 2 em 2 horas para dar de mamar à Maria e voltei a adormecer rapidamente logo a seguir.

 

Entretanto, pelas 6 horas da manhã, ao acordar mais uma vez com a Maria a querer mamar, chego-me para o lado esquerdo da cama para acender a luz e apanho um grande susto. A cara barbuda do Milton estava ali outra vez, e ele parecia estar a dormir todo descansadinho. Parece que o colchão de brincar da Lara (onde ele decidiu dormir) era muito duro.

 

E pronto, durou pouco... mas foi bom, lá isso foi.

Dom | 24.07.16

Da biblioteca #5 - Livros para crianças de 2 anos

 

[caption id="attachment_3951" align="aligncenter" width="680"]Livros para crianças de 2 anos Livros para crianças de 2 anos.[/caption]

Descobri 2 livros para crianças de 2 anos maravilhosos!

Continuo a ir à biblioteca quase todas as semanas e, de cada vez que lá vou, trago 6 livros só para a Lara. O resultado disso é que já nem sei bem que livros trazer. Apesar de existirem muitos e diversificados, já devo ter trazido grande parte deles.Alguns já não são adequados para a idade dela, outros serão mais adequados para crianças mais crescidas, de modo que estou numa fase mais difícil em termos de escolha de livros. Chego a repetir empréstimos anteriores.Mesmo assim, da última vez que fui à biblioteca, descobri 2 livros para crianças de 2 anos deliciosos! São da mesma coleção e chamam-se: "Mamã Maravilha" e "Querido Pai".São perfeitamente amorosos!Em cada página têm um pequeno texto, com ilustrações magníficas, onde se retrata uma das facetas do pai ou da mãe do ponto de vista de uma criança pequena. Temos, assim, vários traços da personalidade dos pais: meigos, brincalhões, bonitos, ausentes, divertidos, zangados, habilidosos, entre muitos outros.Já o li à Lara algumas vezes e ela adora. Está numa fase em que aprende muito vocabulário com os livros e memoriza as coisas logo à primeira. Bastou ler os livros uma vez para a ver repetir as situações e frases do livro nos dias seguintes. Por exemplo, abraça o pai, faz-lhe uma festinha e diz-lhe que a barba pica, como a do pai do livro.Estou maravilhada com estes livros. Já vi que existem mais desta coleção e, para a próxima, trago mais.Recomendo-os para esta idade, a partir de 2 anos, que é quando o vocabulário das crianças está a crescer mais rapidamente e a sua percepção do mundo e dos sentimentos também.Boas leituras para os papás e para as crianças!Livros para crianças de 2 anosmamã maravilha 2livros 2 anos 2querido pailivros 2 anos 1querido pai 2

Sab | 23.07.16

Desafio das 52 semanas #33: Tenho medo de…

meditação 7Tenho medo de muito pouca coisa.Nem sempre foi assim. Já fui uma pessoa cheia de medos e muito ansiosa (ansiosa ainda sou). Na minha infância andava sempre apavorada. Por tudo e por nada. Principalmente perante o desconhecido. Era tímida, assustadiça e muito pouco confiante.Lembro-me de andar pelos corredores da escola com receio que reparassem em mim e se metessem comigo. Tinha tanto medo que acho que chamava ainda mais a atenção. Isto deve funcionar mais ou menos como com os animais.Tinha tanto medo que chegou a uma altura em que não poderia ter mais e decidi combate-lo. Não consigo precisar como e quando aconteceu mas, a partir de determinado momento da minha adolescência, comecei a praticar meditação regularmente e a iniciar uma mudança radical na minha vida. Isso ajudou-me muito a pensar claramente e a ver as coisas da forma que elas realmente são. Comecei a crescer, vá.A partir daí decidi que sempre que sentisse medo de alguma coisa devia faze-la ainda mais depressa, sem hesitações. Claro que estamos a falar de medos irracionais, como  de desempenhar determinadas tarefas ou de falar em público. Certamente que não me vou mandar de um penhasco por ter receio de alturas. Bem... podia fazer bungee jumping.Hoje em dia, a ter algum medo que valha a pena mencionar, só se for  de não estar a ser tão feliz quanto poderia ser. Ou de perder tempo em coisas que não valem a pena. Ou medo de olhar para trás e achar que poderia ter feito mais e melhor. Não sei. Não penso muito nessas coisas. Creio que nem esses medos eu tenho porque faço sempre por ser feliz, estar bem disposta e alegre.É uma constante a cada dia.

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