Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Ter | 08.03.16

Não me sinto muito mulher

mulher

 

Uma amiga enviou-me este texto fenomenal que, na minha opinião reflete muito do que ainda é "ser mulher".

 

Ser mulher não me incomoda nem me enche de orgulho.  Quero dizer, às vezes incomoda e às vezes deixa-me feliz mas um e outro não são sentimentos constantes.

 

Não sinto "Ahhh que bom que é ser mulher!" ou "Que treta que é ser mulher num mundo de homens!"Ser mulher, para mim, é mesmo obra do acaso. Podia ser homem e seria igualmente feliz. Imagino-me a ser homem. Um homem parecido com a mulher que sou: com os mesmos gostos musicais, com a mesma profissão, os mesmos hobbies, as mesmas convicções e talvez um bocadinho menos chata (que ser mulher é hormonalmente complicado, é como se estivessemos programadas para ser complicadinhas).

 

Creio que as mulheres têm, a vários níveis, uma vida mais difícil que os homens. Ainda vivemos numa sociedade muito machista, mas cada vez menos. E depende de nós aceitar isso ou não. Hoje em dia, na sociedade em que vivo, já ninguém nos obriga a nada. Tentam convencer-nos, coagir-nos até, mas não nos obrigam. Não podem fazê-lo porque as mulheres de hoje são esclarecidas, têm acesso a informação, a experiências diferentes, a todo o tipo de realidades e sabem bem que podem ser o que quiserem. A vida de cada uma de nós, salvo raras exceções, é escolhida por nós.

 

Mas ainda tentam que sejamos um certo tipo de mulher, principalmente outras mulheres. Não todas, claro, que não somos todos iguais, mas muitas. As avós, as tias, as mães. E muitos homens, claro está.

 

Ainda tentam que tenhamos apenas um namorado na vida, que aceitemos os problemas, que encaremos as dificuldades como um desafio que "uma mulher de verdade" conseguirá, de acordo com o dever, ultrapassar. Que casemos com ele. Que tenhamos filhos depois. Que cuidemos sempre dos nossos filhos com boa disposição. Que sejamos boas cozinheiras. Que cuidemos bem da roupa e da casa. Que estejamos sempre impecáveis, bem vestidas, maquilhadas, magras e que nos equilibremos graciosamente em saltos altos. Que tenhamos bom feitio. Que sejamos simpáticas e sorridentes.

 

Esperam que saibamos tirar nódoas, que numa festa sejamos as primeiras a ir buscar as cervejas para os homens. Esperam que não bebamos as cervejas. Que não nos sentemos a tagarelar. Muito menos com os homens. As mulheres ainda devem juntar-se a outras mulheres para falar dos filhos e quem sabe queixarem-se dos homens. Fica sempre bem.

 

Por algum motivo esotérico não conhecido, sou uma mulher bem em desacordo com a tradição. Na verdade não acredito na tradição. Até gosto de a contrariar de uma forma irracional. É tradição? Ok, faço ao contrário.

 

Nunca sonhei casar, muito menos de vestido branco. Não sei andar de sapatos altos. Não gosto de me maquilhar e não faço questão nenhuma de andar sempre bonita. A minha roupa preferida consiste em três peças essenciais: calças de ganga, t-shirt preta e ténis. Engravidei sem casar. De forma planeada. Continuo solteira.Não falo mal do meu namorado. Muito. Se tenho algo a dizer, digo-lhe a ele, quer lhe agrade ou não. Espero o mesmo dele.Na verdade, até parece mal, mas não tenho muito o que dizer. Ele não me ajuda em casa. Ele reparte as tarefas comigo. Quando é possível, bebemos juntos. Quando não é, bebemos à vez. Ele sai com os amigos e eu fico em casa com a Lara. Outra vezes saio eu. Às vezes saio de casa só para ir beber um café sozinha e ler um livro. Outras vezes fico eu com ela e ele fica horas a jogar. Somos companheiros mais do que homem e mulher.

 

Tive mais do que um namorado. Mais do que dois. Mais do que três. Com cada um acreditei que era para sempre.Nunca acreditei que precisava de um homem para ser feliz. Ou de outra pessoa qualquer que não fosse eu própria.

 

Nunca quis uma casa grande e cheia de flores. Quem é que ia arrumar e limpar aquilo? Gosto de apartamentos pequenos e centrais. Não gosto de cozinhar. Faço-o por obrigação e o meu namorado fá-lo melhor que eu.

 

Gosto de beber, embora não beba mais do que uma cerveja ou um copo de vinho há quase 3 anos, gosto de sair à noite, gosto de passar tardes no sofá, gosto de correr na praia atrás da minha filha como se tivesse menos 20 anos, às vezes também corro pelos corredores do supermercado como as crianças, só porque tenho pressa e me apetece. Às vezes as pessoas olham. E eu percebo que não é "suposto" comportar-me assim.

 

Gosto muito de estar com a minha filha e tratar dela mas divido todas as tarefas com o meu namorado menos de noite. Durante a noite é sempre ele que trata da nossa filha. De noite sou um zombie.

 

Acredito que ser mulher ou não, não me faz muita diferença (excepto no óbvio).Mas há coisas em que gosto muito de ser mulher. Gostei muito de amamentar a minha filha. Adorei. Deu-me jeito ser mulher. Gosto de usar sabrinas e meias de rede com saias compridas. Também dá jeito ser mulher para isso (embora não vejo razão nenhuma para um homem não o fazer também).

 

De repente, não estou a ver mais nada.O facto é que nunca me encaixei no esteriótipo de "mulher". Não sei, acho que não me fica bem.

Seg | 07.03.16

Lara e as letras

 letras 7

 

Há vários meses que a Lara se interessa por letras.

 

Começámos por lhe comprar umas letras magnéticas para o frigorífico para se entreter connosco na cozinha e, a partir daí, ela ganhou um interesse crescente pelo alfabeto.

 

Com quase 2 anos, fala muito pouco mas conhece várias letras e algumas palavras que começam pelas letras como: P de "papá", M de "mamã, G de "gato", C de "cão", T de "totó".

 

Entretanto, fomos arranjando mais letras: recortei-lhe o alfabeto em feltro e comprei-lhe umas peças de espuma de encaixar com letras e números que são, neste momento, aquilo com que mais se entretém. Chega a ir brincar com estas letras assim que se levanta.

 

Não tenho uma pressa especial em vê-la a ler (mentira, tenho um bocadinho) mas encorajamos muito este gosto dela pelas letras. Também temos alguma esperança que estas brincadeiras a façam desenvolver um pouco mais a fala.

 

 

brinquedos 9 Comprámos um balde com estas letras magnéticas na Toy'r'Us.

 

letras 2

Comprei folhas de feltro e recortei todo o alfabeto usando moldes de papel.

 

letra 3

 

Este "mini tapete" de espuma foi a nossa última aquisição de letras. Custou cerca de 2,99€ no chinês e é um dos brinquedos preferidos da Lara neste momento.

 

letras chines

Dom | 06.03.16

Carla, a mestre dos bolos saudáveis

lanche 3

 

Toda a gente que me conhece sabe que detesto cozinhar mas, dada a necessidade, tive que me esforçar para aprender a fazer qualquer coisinha deliciosa e saudável.

 

De modo que estou a tornar-me uma verdadeira especialista em doces sem açúcar absolutamente saborosos (digo eu que sou muito suspeita).

 

Num dia em que a Lara acordou às 7h00 da manhã, deu-me a genica gastronómica e, enquanto ela comia papas de aveia, fiz uma "interpretação muito pessoal" de uma receita de bolo de banana que encontrei na Internet.Foi o nosso lanchinho da tarde e ela adorou. Comeu pedacinhos de bolo com leite simples morno e posso assegurar que a receita foi aprovadíssima.

 

Vai ser o lanchinho que a Lara levará para a creche de vez em quando, com iogurte natural ou leite simples.

 

Deixo-a aqui a receita exatamente como fiz.

 

 

Bolo de Banana

 

- 4 ovos;

- 1/2 caneca de óleo;

- 1/2 caneca de farinha de centeio integral;

- 1/2 caneca de flocos de aveia;

- 1 colher de sopa rasa de fermento em pó;

- 2 colheres de sopa de adoçante stevia em pó;

- 1 colher de sopa de canela;

- 5 bananas dos açores;

 

Colocar todos os ingrediente no liquidificador ou na bimby (20 segundos, velocidade 7).

 

Levar ao forno numa forma de silicone, durante 30 - 40 minutos ou até ficar dourado.

 

Mais simples não há.

 

Bom apetite!

 

lanche 1

 

Gosto de comer o bolo sem mais nada mas também é muito bom com doce, queijo, fruta ou nozes. Em casa usamos o doce St. Dalfour sem açúcar, que descobri numa loja de produtos naturais de Ponta Delgada. Custa 3,30€ mas é, de facto, muito bom.

 

lanche 2

O prato e caneca da Lara são da Zara Home.

 

lanche 4

Sab | 05.03.16

(Maus) hábitos que quero perder

comer pizza

 

Acredito firmemente que o ser humano é capaz de se habituar a tudo.

 

Habituamos-nos mais facilmente às coisas boas do que às coisas más mas, em geral, passado um certo tempo  a fazer a mesma coisa repetidamente ela deixa de nos causar emoções fortes.

 

Claro que existem coisas a que nunca nos devíamos habituar mas até a essas tendemos a habituar-nos.

 

Enfim... isto para dizer que estou muito empenhada em mudar de hábitos gradualmente a bem da minha saúde e da minha sanidade mental.

 

Alguns hábitos já larguei (para já pelo menos) como por exemplo: o hábito de beber, fumar, mastigar pastilhas elásticas, zangar-me facilmente com coisas que não têm importância nenhuma, ofender-me (acreditem que é mesmo complicado ofender-me), comer frutos secos à noite enquanto vejo séries, sair na hora de almoço para dar uma volta e comprar sempre qualquer coisa...

 

Outros hábitos estou a largar agora (ou a tentar): comer pizza só porque outras pessoas também estão a comer e julgo que não consigo resistir, comer um hambúrguer com batatas fritas só porque tenho talões de desconto, comer doces só porque alguém fez a gentileza de levar para o trabalho ou mesmo para a minha casa, chatear-me com atitudes idiotas dos outros (mesmo quando são dirigidas a mim).

 

Depois existem hábitos que gostaria de ganhar.Gostava de fazer caminhadas regularmente, conseguir não ligar o computador e vir para aqui escrever todos os dias sempre que tenho algum tempo livre, ser mais arrumada e organizada, sossegar a mente durante 5 minutos por dia e deixar de fazer listas mentais de uma forma constante, encarar todas as situações bizarras do dia a dia como se fossem uma peça de teatro para a qual tenho um lugar privilegiado na assistência e não me envolver emocionalmente com elas (estou no bom caminho).

 

Hoje é isto.

 

E lá estou eu sempre a fazer listas.

Sex | 04.03.16

Sou mesmo paranóica #1

mantinha e livro

 

Decidi que precisava de descansar.

 

Saí cedo do trabalho e planeei usar os 45 minutos que tinha sozinha em casa para me sentar no sofá da sala, com uma mantinha e um bom livro.

 

Sentei-me.

 

Levantei-me. Para o caso de ficar com sede era melhor ir buscar chá.

 

Sentei-me. Peguei no livro.

 

Levantei-me. Tinha uma vontadinha de fazer chichi. Era melhor ir já antes que a vontade crescesse. Nem conseguia ler bem assim.

 

Sentei-me. Cobri as pernas com a manta.

 

Levantei-me. Parece que sinto as mãos muito secas. Para ficar mesmo confortável o melhor seria passar um pouco de hidratante, assim podia descansar com as mãos suaves. Fui até ao quarto e apliquei o hidratante.

 

Sentei-me.

 

Achei as lentes dos óculos meio baças. Olhei para o lado. Felizmente tinha ali lenços de papel. Limpei as lentes e, finalmente, mantive-me a ler sossegadamente. Cerca de 35 minutos.  weeeee

Qua | 02.03.16

Sobre a barriga da Carolina Patrocínio

carolina 7

 

 A Carolina Patrocínio é uma apresentadora de televisão portuguesa que, atualmente, deve ser mais conhecida pelas suas barrigas de grávida do que por outro motivo qualquer.

 

Não sei muito sobre ela, não acompanho o trabalho dela, mas é muito difícil fugir a toda a polémica instalada à volta do seu estilo de vida e ao facto de praticar exercício físico na gravidez de uma forma que a maioria das mulheres parece considerar desadequada.

 

O que me chama a atenção nisto tudo (que nem percebo porque é que é notícia tantas vezes) é a forma como mulheres adultas (e mães) reagem às fotos da Carolina nas Redes Sociais.

 

Por mais que tenha assistido à prática de cyberbullying nunca me consigo habituar a isso.

 

Mas o que é que leva uma pessoa adulta a ofender de uma forma verbalmente muito agressiva alguém que nem sequer conhece, só porque é diferente?Não estamos a falar de questões pessoais, de uma pessoa que, com as suas atitudes, prejudique outros seres vivos. Estamos a falar de uma mulher, notoriamente habituada a fazer bastante exercício físico, que se mantém bastante ativa quando está grávida, que tem um corpo musculado e que, pelos vistos, dá à luz crianças saudáveis como se nada fosse, ficando com o corpo impecável dias depois.

 

É evidente que, se a Carolina é uma figura pública e coloca as suas fotos numa Rede Social que permite comentários, deve ter bastante inteligência e estofo emocional para lidar com as barbaridades que as pessoas escrevem, e deve estar preparada para que as pessoas se exprimam tão livremente quanto se pode exprimir alguém aparentemente protegido pela tela de um computador a enviar "pedradas virtuais".

 

Também não me choca nada que as pessoas digam que tem uma barriga feia e que se questionam se tanto exercício será saudável para os bebés mas daí a agirem como meia dúzia de miúdos rufias que usam o seu tempo livre para chamar nomes a quem lhes parecer mais apetecível, só porque sim, vai um passo que ultrapassa os limites da estupidez humana.

 

O problema, na minha opinião, é que as pessoas ficam apavoradas e chocadas com tudo o que é diferente.

 

Depois de milhares de anos de civilização continuamos intolerantes com o que não compreendemos. O ser humano evolui a passo de caracol e pouco consegue ver além do seu umbigo. É diferente de mim? Vou arrasar, mandar abaixo, tratar deste meu medo irracional aniquilando o próximo. De uma forma muito simplista, acho que se resume a isso. As mulheres, como é evidente, são as mais críticas pois vêm na Carolina o oposto de si e, se é o oposto de si é necessariamente mau.

 

Apesar de não ter uma admiração excecional pela Carolina (nem tampouco o contrário disso) admiro a forma como ela assume a sua postura e a sua forma de vida. Admiro mesmo muito, pela positiva. Às vezes é preciso muita coragem até para existir e não cair na tentação de fingir que somos iguais aos outros só para eles se sentirem melhor.

 

Viva a diferença.

Ter | 01.03.16

Na marmita do almoço #1 ou Uma salada que ficou maravilhosa por mero acaso

salada maravilhosa

 

Todos os dias levo almoço para o trabalho.Como não tenho muita paciência faço sempre coisas muito rápidas e simples (normalmente no forno) e só cozinho duas vezes durante a semana e duas ao fim de semana. Sim, prefiro repetir comida a passar as noites de volta do fogão.

 

Mas, ontem não me estava nada a apetecer cozinhar. Nesta disposição decidi fazer uma salada com o que houvesse pelo frigorífico.Pensei em fazer uma salada de frango com massa fusilli mas depois verifiquei que tinha pouco frango (que tinha sobrado do sia anterior) e nenhuma massa fusilli.

 

Ora para inventar estou cá eu e acabei por colocar na marmita tudo a que deitei mão.Hoje, ao almoço, fiquei maravilhada com o resultado. A salada estava magnífica, das melhores que fiz até hoje, sem dúvida. Não resisti a tirar uma foto, com os talheres e tudo, só para a colocar aqui em jeito de nota para repetir mais vezes.

 

Seguem ingredientes que coloquei na marmita.

 

Vamos chamar a isto:

 

Salada de frango e grão de bico

 

Frango assado desfiado;

1 ovo cozido;

Grão de bico cozido;

Nozes;

Laranja cortada em cubos pequenos;

 

Condimentei com um molho de vinagrete light que levei num frasquinho para juntar à salada na hora de comer.

 

Tem muito poucos ingredientes mas posso assegurar que estava perfeita: fresca e deliciosa.

 

De sobremesa, um quadrado de chocolate preto.

Pág. 3/3