Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 05.02.16

Os meus amados fins de semana

Esta semana foi dura.

 

A Lara doente e a acordar muitas vezes de noite, ter que ir a casa a correr para lhe levar supositórios a meio do dia, no trabalho muitas mudanças e um ritmo alucinante... fizeram com que chegasse ao fim da semana meio esfrangalhada dos nervos.

 

Gosto imenso do meu trabalho e não, não digo isto porque alguém vai ler. Duvido muito que os meus chefes venham ler o meu blogue, provavelmente nem sabem que existe. A verdade é que, neste momento, adoro o meu trabalho. Nem sempre foi assim mas há vários anos que é.  

 

Também gosto de trabalhar com alguma pressão, dá-me mais genica e, consequentemente, mais satisfação quando o acabo. Mas, juntar uma dose mais elevada de trabalho a poucas horas de sono e ao stress de ter a Lara doente tem-me abananado um bocado.

 

A principal consequência disso é almejar ainda com mais intensidade os fins de semana. E aproveitar cada minuto em que consigo ler um livro descansada, ou dormir quatro horas seguidas, ou desfrutar uma refeição sem interrupções, ou assistir a uma série sem pensar em mais nada.

 

Estes, são os meus luxos. Não os trocava por uma semana inteira num hotel de luxo à beira mar. Garantidamente.

Qui | 04.02.16

Passeio pelo parque da cidade

No Domingo passado, fomos passear ao parque da cidade de manhã.

 

O parque tem um espaço fantástico que aproveitámos num grande passeio a pé enquanto colocámos a conversa em dia enquanto a Lara experimentava o seu novo triciclo.

 

Ainda tivemos tempo para um cappuccino fantástico, enquanto a Lara se entretia a brincar com os pacotinhos de molhos da mesa. Felizmente, aos 22 meses, já se comporta muito melhor em sítios públicos.

 

Fica uma boa parte do tempo sentada (ou mais ou menos sentada) a brincar com os seus brinquedos ou com o que encontra mais à mão.

 

É.

 

Foi uma manhã assim para o agradável.

 

passeio parque da cidade 2 passeio parque da cidade 4 passeio parque da cidade 5 passeio parque da cidade 6 passeio parque da cidade 7

Ter | 02.02.16

As nossas conversas #1

Estou longe de ser o tipo de rapariga que passa mil cremes e loções no corpo antes de dormir. Sou mais do tipo rústico hipocondríaco que, no inverno tem uma grande tendência para as constipações, cieiro, aftas e herpes.

 

Dito assim até parece que ando a cair aos bocados. Não chega a tanto. Mas, para prevenir contágios desnecessários, costumo dispensar as beijocas maritais quando estou com herpes ou constipada, o que tem acontecido muito nas últimas semanas.

 

Finalmente curada do herpes e com a constipação já nos restos, tudo parecia calmo e propício à beijoca. Mas não. Tenho um cieiro tão forte que tenho besuntado os lábios com vaselina antes de me deitar.

 

De modo que, ontem, quando estávamos os dois deitados a ler, já na cama e o moço me tenta pespegar um cálido beijo, eu faço um ar muito assustado e digo-lhe que tenho os lábios com várias camadas de vaselina.

 

Diz-me ele com um ar de conformismo mal amanhado:

 

"Isto de te dar um beijo é uma coisa realmente complexa. É preciso estarem reunidas condições extremamente especiais: marte deve estar alinhado com vénus num determinado ângulo, no mesmo momento em que o nível de humidade no ar é de 77%, a temperatura ronda os 20º,  o gato está a descansar no canto direito do sofá e um manco está a atravessar a estrada."

Seg | 01.02.16

Cidade Preferida: São Francisco

  • Caminhar sozinha. Enquanto o vinil assistia às conferências do wwdc, eu passeava a pé pela cidade.

  • Percorri as colinas, li o "Cemitério de Pianos" de José Luís Peixoto, em algumas das (muitas) zonas verdes da cidade onde as pessoas faziam piqueniques, jogavam futebol, faziam yoga e apanhavam sol de biquíni.Não há nada como caminhar sozinha por uma cidade desconhecida. As sensações que se conseguem, quando não existem outros focos de atenção entre nós e o nosso objeto de observação, são únicas!

  • Assistir ao concerto dos "The Jesus and Mary Chain" no Fillmore, um espaço de espetáculos histórico, onde tocaram as bandas de rock alternativo mais interessantes do mundo ou, pelo menos, todas os que eu gostaria de ter visto ao vivo. O ambiente daquele lugar é extraordinário, as paredes estão recheadas de cima a baixo com cartazes psicadélicos de todas as bandas que ali foram tocando durante décadas. Trouxe o meu próprio cartaz do concerto, que está emoldurado na parede de casa.

  • Ser constantemente abordada na rua por desconhecidos e não me importar com isso. As pessoas abordavam-nos várias vezes, para perguntar de onde éramos, e ficavam sempre muito surpreendidas por virmos de tão longe. O vinil foi abordado por um homem que lhe disse que tinha uma barba fantástica (estávamos perto do Castro mas acho que o interesse do senhor, que também tinha barba, era mesmo estético)!

  • Passear pelo Castro e encontrar dois homens completamente nús (excepto pela mala de senhora que tinham no braço), com um ar normalíssimo e, praticamente ninguém estar a olhar para eles com um ar chocado ou admirado.

  • Passar um dia inteiro num grande parque de diversões. Aqui passei alguns dos maiores sustos da minha vida, e não estou a referir-me às montanhas russas que me fizeram colar o estômago ao cérebro várias vezes. O parque temático ficava a cerca de uma hora de distância de São Francisco e, no caminho para lá, foi possível ver um pouco do que é a América fora das grandes cidades. Não é bonita. Nada. É muito assustadora. Sobre isso falarei num outro texto, mas devo dizer que não me vejo a passar pelos mesmos locais por onde passei. De qualquer forma, valeu muito a pena e divertimo-nos como crianças no parque de diversões.

  • Subir as colinas da cidade, de noite, nos famosos "cable cars" de São Francisco, uma espécie de elétricos como os de Lisboa, mas puxados por cabos (em vez de eletricidade). Existem desde 1873 e são uma das principais atrações turísticas de São Francisco, sendo os únicos transportes públicso do mundo com o sistema de cabos subterrâneos.

  • Cheirar o ar das ruas, das livrarias, dos cafés, das lojas e de todo o lado. Cada rua, cada bairro e cada canto de São Francisco conta-nos uma história diferente, é impossível não sentir no ar a história das pessoas que por ali passaram nas décadas anteriores. Entrei numa livraria espetacular, enorme e com um ar muito antigo, que tinha uma zona bastante extensa só sobre o movimento gay em São Francisco. Fiquei ali uns bons tempos a explorar aqueles livros magníficos. Existiam outras livrarias só sobre o movimento anárquico e uma série de outros temas. O cheiro dos livros é viciante e uma autêntica máquina do tempo.

  • Entrar em todas as lojas da Forever 21 e de roupa em segunda-mão que encontrei. Era capaz de passar dias inteiros só as explorar as lojas de roupa vintage.Claro que visitámos museus e fomos a alguns dos pontos turísticos mais relevantes da cidade, mas dispensámos muitos outros e, aquilo de que gostei mesmo, foi de sentir o quotidiano de São Francisco. É isso que procuro quando viajo, absorver um pouco do carisma único do sítio onde estou, e isso só se consegue nas suas ruas.
 
Seguem algumas ilustrações:
 
 
SF3
 
SF 1
Existiam músicos de rua, muito engraçados, em todo o lado. Ali, tocar na rua por dinheiro não era, de todo, mal visto. Tinha até um certo "charme".
 
 
 
SF 2
 
Vista panorâmica de São Francisco, da janela da "Coit Tower".
 
 
 
SF 4
 
As colinas da cidade são impressionantes. Subi e desci algumas (poucas) sozinha, nos dias em que o Milton andava pelo WWDC.
 
 
SF5
 
Entrada de Chinatown
 
 
 
SF7
 
Praça Harvey Milk, no Castro. considerado o bairro gay mais famoso do mundo. O ambiente, ali, era fantástico! Arrisco-me a dizer que é o bairro mais amigável onde já estive.
 
 
SF8
 
Apesar de também existirem elétricos em Lisboa, o de São Francisco é verdadeiramente carismático. Vale a pena subir as colinas de São Francisco, de noite, neste transporte fantástico.
 
 
SF9
 
Os muitos parques de São Francisco estavam sempre cheios de gente, sentada ou deitada na relva, a ler, a praticar yoga, a fazer ginástica, a apanhar sol, a jogar futebol, a conversar... Ainda não percebi porque não acontece por cá. Parece que os parques são só para enfeitar ou passear, não se vê muita gente a estender uma manta e ficar por ali a ler, a dormir ou só a permanecer.
 
 
sf10
 
O Milton passou três dias no WWDC, as conferências da Apple. Eu passei muito bem, a passear sozinha pelas ruas de São Francisco. E quase não me perdi, fiz apenas uns desvios não intencionais.
 
 
sf13
 
As ruas, sempre cheias de gente gira e de aspeto original, eram ensolaradas e coloridas, não deixando espaço nenhum para a monotonia.
 
 
SF14
 
O nosso hotel ficava numa ponta do Tenderloin, um bairro no centro de São Francisco, conhecido por ser "perigoso". De facto, encontrava-se multidões de mendigos a cada 10 metros, mas não tivemos qualquer problema. E o hotel até era bem simpático.
 

Pág. 3/3