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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 18.11.19

Um dos meus maiores sonhos realizou-se!

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Não é o euromilhões! Acho que nunca sonhei em ganhar o euromilhões. Sonho com viagens, com algumas coisas materiais, com mais algum dinheiro, mas nada muito extravagante.

O meu sonho também não se realizou na sua essência mas vai-se realizando, de uma forma maravilhosa, através dos meus filhos.

Desde criança que sonho ter irmãos. Gostava de ter partilhado os meus dias e os meus brinquedos com um irmão ou uma irmã; alguém com quem pudesse brincar, conversar, fazer tolices e descobrir o mundo.

Acabei por passar uma infância bem solitária, o que teve vantagens e desvantagens e, já com uns 18 anos, passava imenso tempo com a minha melhor amiga, mais de 10 horas por dia se fosse preciso, e adorava esses momentos.

Mais tarde, já a viver sozinha, em Lisboa, lembro-me de ser raro estar sozinha. E de ser raro parar por casa. Gostava imenso de estar com muitas pessoas, de ver filmes em casa de amigos, ou amigos de amigos, e de sair para jantar ou para dançar sempre com um grupo grande. Apesar de ser tímida e um bocado reservada adorava um belo "monte de gente".

Hoje, com três crianças em casa, esperava que se dessem lindamente e que vivessem numa harmonia de unicórnios, super felizes e gratos por se terem uns aos outros.

Mas, a realidade, era que as miúdas usavam mais de metade do tempo que passavam juntas a implicar uma com a outra, a bater uma à outra, a competir uma com a outra pela atenção dos pais, pelos brinquedos e até por comida.

Isto deixava-me, emocionalmente, de rastos. Elas tinham o que eu sempre quis e, ao contrário do que eu idealizava, não se davam nada bem.

Até há umas semanas atrás.

Gradualmente as miúdas passaram a brincar mais juntas, a conversar uma com a outra e a desenvolver uma cumplicidade muito gira. Claro que deste amor todo resulta muita tolice e muitos comportamentos desafiadores. Juntam-se as duas para nos desafiarem de uma maneira bem irritante mas tenho que confessar que até fico feliz quando fazem tolices juntas, através de um bom trabalho de equipa.

Nem consigo explicar a felicidade que sinto a vê-las a ter ataques de gargalhadas juntas, a brincarem aos monstros com o Eduardo, a ver a Lara a ensinar coisas à Maria, a inventarem danças malucas na sala. Vê-las a apreciar a companhia uma da outra deixa-me mais feliz que qualquer outra coisa. 

Elas estão a ter a infância que eu gostaria de ter e quero acreditar estão a ter uma infância feliz!