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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 20.11.17

Quando deixei de me importar com o que os outros pensavam de mim

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Mais ou menos por volta dos 16 anos comecei a usar saltos de plataforma com 12 cm ou mais. Ficava mais alta e, consequentemente, mais magra e , na minha opinião, mais bonita.

Na altura usava base todos os dias e esticava o cabelo com o secador. Nunca me maquilhei muito mas esforçava-me para disfarçar as borbulhas e imperfeições da pele.

Lembro-me vagamente de querer agradar os outros, de querer parecer bonita e, apesar de não ter nada de especial contra esse conceito em si, não me sentia muito confortável com isso.

Havia qualquer coisa de estranho que apesar de não ser um grande incómodo era uma sensação de não ser eu mesma. Era como se vestir-me daquela forma e usar aqueles sapatos e a base na cara fosse uma forma de existir que não tinha muito a ver comigo.

Alguns anos mais tarde, pouco antes de ir viver para Lisboa, conheci algumas pessoas que me fizeram acreditar que eu podia ser o que quisesse. Foram as primeiras pessoas que alguma vez me falaram nesse assunto, nessa “coisa” de podermos ser o que quisermos.

Eles eram desportistas, andavam de skate o dia todo e sempre que podiam. Alguns deles faziam-no profissionalmente. Para mim, que tinha acabado de vir de Alpiarça, um sítio muito conservador e fechado, todo aquele mundo era muito curioso e até apelativo.

Aqueles “miúdos” (porque eram quase só rapazes) divertiam-se imenso, trabalhavam imenso para evoluir no skate e tinham uma forma de estar na vida que se distanciava muito da “marginalidade” que a sociedade lhes impunha.

A maior parte do tempo que tinham livre andavam com o carro carregado de placas de madeira e coisas que pudessem conjugar com escadarias e degraus de sítios públicos, de modo a terem um terreno melhor para efetuarem as manobras de skate pretendidas. À primeira vista parece uma atividade pouco útil e sem sentido mas, visto de dentro percebemos que é uma forma de arte urbana muito interessante e desafiante. É uma forma de viver a cidade e a juventude e, diria mesmo, que é uma forma de estar na vida muito válida.

Comecei a andar com eles muitas vezes, passei a gostar muito de alguns deles, miúdos extremamente inteligentes e divertidos. E passei a andar de ténis, também por influência daquele mundo, claro.

Mas,  15 anos depois, ainda ando de ténis todos os dias, por isso parece que esta relação não é superficial.

Sinto-me confortável, bonita, sinto-me eu mesma e totalmente bem em qualquer ocasião. Uso ténis com tudo: calças, calções, saias, vestidos curtos e compridos.

Sempre gostei dos modelos da Converse e ultimamente estou completamente fixada nos brancos e outros tons claros (Converse e outras marcas também).

Acho estes abaixo lindos e ainda estou para decidir quais vou colocar na lista de Natal.

Clicar nas imagens para ver os preços e as sapatinhas em detalhe.


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