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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Qua | 09.05.18

O meu segredo para lidar com as birras aos 4 anos

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Sempre considerei a Lara muito bem comportada e obediente.

Claro que na fase dos 2 anos foi mais difícil, teve a fase de nos levantar a mão, de fazer birras e de testar os nossos limites mas sempre conseguimos lidar com tudo mais ou menos serenamente e sem grandes stresses.

Por volta dos 3 anos já tudo parecia controladíssimo. A Lara nunca mais voltou a tentar bater-nos nem a fazer grandes birras.

Agora aos 4, quando já estávamos todos descansadinhos e convencidos de que a fase pior já tinha passado, eis que a Lara nos surpreende com comportamentos desafiantes mas bastante mais agressivos do que antes: desde chorar e gritar incontrolavelmente, espernear imenso dando-nos uns pontapés que ainda não percebi bem se seriam voluntários ou não, cuspir-nos para a cara. Bom... isto aconteceu duas vezes mas foi o suficiente para nos deixar desnorteados.

Na primeira vez estavamos em casa de amigos e logo que vimos a coisa a descontrolar-se demais fomos para casa o que a contrariou ainda mais e intensificou a birra. Faz parte da educação que lhe damos retira-la do ambiente onde está se começa a ter comportamentos menos adequados, da mesma forma que lhe tiramos um brinquedo se o tenta danificar de propósito ou deixa de comer se começa a mandar a comida para o chão.

Confesso que ao sermos apanhados de surpresa também reagimos de uma forma menos adequada e mais brusca. Também gritámos com ela e colocámos imediatamente de castigo sem grandes explicações.

Depois de um período de desorientação e reflexão voltamos àquilo que consideramos ser a forma mais adequada de educar os nossos filhos e tudo começou a correr bem. Já lá vão semanas e nunca mais existiu nenhum episódio semelhante.

O que verificámos é que as birras acontecem quase sempre que não estamos a dar atenção à Lara ou lhe tiramos alguma coisa sem grandes explicações.

No caso de que falei, tudo começou quando a impedi de comer mais bolachas ao aperceber-me que tinha comido imensas e estava quase a acabar com todas. Depois de a avisar algumas vezes tirei as bolachas da mesa.

O que devia ter feito seria estar mais atenta ao que ela estava a fazer e explicar-lhe logo que só poderia comer algumas bolachas porque muitas lhe fariam mal à saúde e também teria que deixar bolachas para as outras crianças que estavam ali. Descuidei-me, quando vi ela já tinha comido imenso e tirei-lhe as bolachas de repente.

Por outro lado a Lara pode estar numa fase mais difícil ao ter que lidar com uma irmã pequena que se torna cada vez mais desafiadora e cheia de vontades, invadindo muitas vezes o espaço dela. Não sei dizer.

Posso, todavia, falar do que fazemos por aqui e que, a meu ver, tem feito com que as birras da Lara nunca mais se tenham manifestado de uma forma tão desmesurada.

Tudo se resume a 3 palavras: paciência, atenção e limites.


Paciência

Esta, na minha opinião, é a parte mais importante e a mais difícil. Precisamos ter muita paciência para aguentar comportamentos que não toleraríamos normalmente. Mas temos que fazer um esforço consciente para nos mantermos calmos.
Da minha parte tudo se torna mais complicado quando estou preocupada com alguma coisa, cansada ou com pressa. Nessas alturas sai-me um grito ou dois ou umas palavras mais bruscas. Corre sempre pior, já se sabe, mas há alturas em que não consigo fazer um esforço maior.
Mas como em quase tudo na vida, a paciência é algo que melhora com a prática. Quanto mais nos esforçarmos por ter paciência em situações difíceis menos nos vai custar da próxima vez. E o resultado é tão compensador que vale mesmo a pena.


Atenção

Tudo o que os nossos filhos mais desejam é a nossa atenção e preferem ter-nos a repreende-los do que a ignora-los por isso, se tiverem que fazer asneiras para ter a nossa atenção vão fazê-lo sem hesitar. Por isso devemos dar-lhes toda a nossa atenção sempre.  E, na minha opinião, dar-lhes atenção não é estar com eles o tempo todo mas, sempre que necessário, baixar-nos ao nível deles, e explicar-lhes com carinho que estamos a fazer algo importante e que, logo que possível, vamos dar-lhes atenção. 
Creio que se estivermos atentos aos nossos filhos a maior parte do tempo, vamos evitar muitas birras e chamadas de atenção desnecessárias. Principalmente quando já têm 4 anos e compreendem melhor o que lhes dizemos. Precisamos é de, efetivamente, explicar-lhes as coisas com respeito e amor.
Outra coisa muito importante é valorizarmos mais os comportamentos positivos do que os negativos. Se os elogiarmos mais quando fazem algo muito bem mais do que os repreendermos quando fazem mal, creio que tendem a chamar a nossa atenção de uma forma muito mais positiva.


Limites

Para mim, uma das melhores formas de controlar as birras é manter os limites e regras sempre muito claros. Se formos consistentes e claros na imposição de regras e limites os nossos filhos terão mais dificuldade em ultrapassa-los.
Mas isto dá mesmo muito trabalho e muitas vezes, com o cansaço, acabamos por ser nós a arrumar os brinquedos, ou a ler 5 histórias depois de 30 minutos de desenhos animados mais não sei quantas massagens nos pés na esperança que adormeçam mais rápido. Ou deixamos-los comer mais bolachas para se entreterem mais tempo, ou deixamos-los comer na sala, etc, etc, etc.
Não digo que não se ignorem algumas regras de vez em quando mas, no dia a dia, é necessário sermos consistentes. Se sujam alguma coisa ou mandam ao chão de propósito têm que arrumar sempre, se não jantaram não podem comer sobremesa, se tiveram um comportamento desadequado saímos do parque infantil... sem grandes exceções.
Creio que isto também dá segurança às crianças que sabem que os pais estão atentos e disponíveis para os guiarem e também protegerem sempre.



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