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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 05.08.16

O melhor que podemos dar aos nossos filhos


filhos

 

Para além de cuidar das suas necessidades básicas como a alimentação, a saúde e a educação devemos dar-lhes muito amor.Parece uma coisa básica (e é, sem dúvida) mas não é tão fácil como parece.Desde que sou mãe que sei mais sobre o amor dos pais pelos filhos. Sei como é, que ele existe mesmo quando não se manifesta em gestos e palavras e que ( salvo exceções que quero acreditar que são mesmo muito raras) todos os pais e mães amam os filhos mais do que tudo na vida.

 

Mesmo os pais ausentes, os que passam o dia e a noite a trabalhar, os que não têm paciência para os filhos, os que não brincam com eles e aqueles que, sem querer, minam a sua auto estima desde tenra idade.

 

Acredito que os pais fazem sempre o melhor que sabem, e o que julgam que será melhor para os filhos. E, acima de tudo, acredito que têm pelos filhos um amor incondicional, mesmo quando afirmam o contrário.

 

O que se passa é que os pais são pessoas normais, com defeitos, fraquezas, preguiças, valores diferentes, alguns com fortes preconceitos, outros muito egoístas, outros teimosos e, muitos, simplesmente desconhecedores de formas diferentes de fazer as coisas.Acredito que, em geral, nunca existiram pais tão bons como os de hoje.

 

Olho à minha volta e vejo pais e mães presentes como nunca na vida dos seus filhos, interessados nas suas brincadeiras, na sua vida, nos seus sentimentos e opiniões. Creio que isto é também uma questão cultural e de "época".

 

As mentalidades mudaram e as crianças são vistas como pessoas que conseguem perceber o mundo à sua volta e merecem ser ouvidas e respeitadas. Antes não era assim.

 

Os pais (claro que não podemos generalizar) só olhavam de verdade para os filhos como pessoas quando eles saíam de casa e se tornavam independentes. Alguns chegavam a manifestar, nessa altura, um afeto pelos filhos que nunca haviam demostrado antes, como se agora, que são "mesmo pessoas" já merecessem demonstrações de carinho que antes não teriam tanto sentido.Nada mais errado.

 

O amor pelos nossos filhos, na minha opinião, deve ser demonstrado desde sempre e deve ser uma garantia incondicional na nossa relação com eles, desde que nascem e por toda a nossa vida

 

.Amamos os nossos filhos incondicionalmente, façam eles o que fizerem, e não vejo problema nenhum em demonstrar isso mesmo, em todas as ocasiões, mesmo quando estão a fazer uma birra ou uma asneira (quem sabe se até mais nessas situações que são, muitas vezes, um pedido desesperado de atenção).

 

Acredito firmemente que alguém que cresce a sentir-se amado, será um adulto melhor, mais confiante, mais feliz e com maior capacidade de amar.E amar os nossos filhos é fazer, também, um esforço para sermos melhores a cada dia e, muitas vezes, isso implica chateá-los mais, investir mais tempo na educação deles, levar uma hora a fazê-los arrumar os brinquedos quando o poderíamos fazer nós, mais comodamente, em 5 minutos.

 

É fazer uma cara séria quando só os queremos abraçar para que percebam que agiram mal em determinada situação e abraçá- los quando acordam aos gritos às 4h00 da manhã e nos sentimos como se nos estivessem a serrar a cabeça com um serrote velho.Não é nada fácil (falo por mim).

 

Nem sempre conseguimos fazer o melhor e nem sempre sabemos o que é o melhor. Alguma vez saberemos?

 

O grande desafio está em saber quando ceder, quando não ceder, quando é pertinente ficar meia hora a fazer escorregar o pateta pelo escorrega de brincar, depois dele dizer olá à Minnie e adeus ao tio Patinhas, sempre com a mesma sequência, 50 vezes seguidas, mesmo quando estamos a morrer de tédio, e quando é mais pertinente incentivar os nossos filhos a brincarem sozinhos e fazê-los perceber que, de vez em quando, os pais estão ocupados e eles devem entender isso.Todos os dias duvido das minhas atitudes e da minha capacidade de educar seres humanos.

 

E todos os dias tento ser melhor.Mas isto, julgo saber: em relação ao amor pelas minhas filhas prefiro pecar por excesso de demonstrações de afeto do que o contrário.

 

Tenho a certeza de que criaremos seres humanos com mais valor para a sociedade e mais felizes se os fizermos sentir amados todos os dias, a cada momento, do que se os deixarmos crescer sem perceberem como são importantes para nós e como são muito e muito amados.

 

Os nossos filhos, em princípio, são uma escolha nossa. Tudo o que lhes devemos são os cuidados essenciais para uma vida digna e saudável e muito amor. E para isso não precisamos de lhes fazer as vontades todas, comprar presentes caros e estar de volta deles a toda a hora. Nem precisamos de viver em função deles (embora muitas vezes o escolhamos fazer e essa decisão será, também, muito válida), basta-nos olhar para eles todos os dias, respeitando-os como pessoas e amando-os. Sobretudo, deixando muito claro em gestos e palavras o nosso amor por eles.

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