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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 28.07.16

Diferenças e semelhanças entre o primeiro e o segundo parto

parto normal

 

O que foi igual no parto da Lara e no parto da Maria

 

Conto como foi o parto da Lara aqui e o da Maria aqui.

 

- Ambos os partos foram provocados. Passaram as 40 semanas e nenhum sinal de parto iminente. Marquei a indução e dirigi-me para o hospital onde fiquei internada para a indução. O mesmo método nas duas vezes.

 

- A dilatação demorou muito a passar dos 2 dedos, e depois dos 4 dedos. Igual nas duas vezes. Passou um dia inteiro e nada de grandes avanços. Igual das duas vezes sendo que a Lara nasceu ao terceiro dia depois de iniciada a indução e a Maria ao segundo dia.

 

Basicamente, as únicas semelhanças foram estas. Tudo o resto foi completamente diferente.Ora vejamos:

 

Nervos

- Na primeira vez estava muito calma na semana antes do parto e no dia da indução. Era tudo uma novidade e estava até animada com a experiência nova.

 

- No segundo parto, alguns dias antes do dia marcado para a indução, comecei a sentir-me muito ansiosa e nervosa. Tive mais receio de que algo não corresse bem. Pensava muito na Lara e nas saudades que teria dela durante aqueles dias no hospital. Tudo passou no dia em que fui para o hospital. Estava muito tranquila e otimista.

 

Quando o tempo começou a passar e a dilatação não desenvolvia com a rapidez desejável

 

- Na primeira vez, foi aqui que comecei a ficar nervosa. Passei uma noite no hospital ligada a agulhas e fios, a fazer chichi para uma arrastadeira ou através de algália (o que me custou imenso).Depois passou mais uma noite. Ouvia outras mulheres a entrar e a ter os seus filhos rapidamente e eu ali, quase há 3 dias. Fiquei desanimada nesta altura.

 

- Na segunda vez, passou uma noite depois da indução e eu mantive-me calma. Já conhecia os procedimentos e sabia que aquilo podia acontecer. Nunca me deixei desanimar e mantive-me sempre confiante de que iria correr tudo bem, demorasse o tempo que demorasse.Estou convencida de que este estado de espírito positivo foi essencial para que tudo corresse bem, como correu.

 

Epidural

 

- Na primeira vez foram muito cerimoniosos nos reforços da epidural. Nem todas as enfermeiras e médicos me davam epidural quando eu pedia. Uma enfermeira disse-me que só podia dar com autorização médica, e uma médica disse-me que preferia que eu tivesse algumas dores para saber quando estava a chegar uma contração e poder fazer força adequadamente.

 

- Na segunda vez, não só me reforçaram a epidural sempre que pedi, como me deram algumas vezes mesmo sem eu pedir, como antes de irmos para a sala de partos. Isso fez toda a diferença.

 

Informação

 

- No parto da Lara, pouca informação me deram. Acabei por apanhar equipas diferentes e, à excessão do meu obstetra, mais ninguém me explicou o porquê dos procedimentos. Fui para a sala de partos, muito surpreendida por já ter a dilatação toda, e fartei-me de ter dores com pessoas a empurrarem-me a barriga, fiquei nervosa ao ver que estavam a usar ventosas e que estas se partiam (apenas à terceira ventosa é que a Lara nasceu) e estavam sempre a dizer-me que não estava a colaborar o suficiente a fazer força. Por isso não queriam dar-me epidural. E eu já nem tinha a epidural a fazer efeito, tanto que senti os muitos pontos que tive que levar.

 

- No parto da Maria as duas equipas que apanhei (Dr. Rui Mendonça, o meu médico, e o Dr. André Sampaio com a querida enfermeira Elisabete) sempre me disseram o que se estava a passar e quais eram as possibilidades. Desta vez, eu também já tinha mais conhecimento mas a postura dos profissionais do hospital foi bastante melhor. Sabia que poderia ser necessário ajuda no parto e o porquê. Sabia a posição do bebé, a evolução da dilatação, etc.Durante o parto, as palavras que tive foram sempre de motivação e otimismo, nenhuma de recriminação.

Gritos e coisas assim

- Fartei-me de gritar na primeira vez. Tinha dores e ficava aflita quando me empurravam a barriga. Parecia que me iam esmagar os pulmões. Sempre que fazia força e me empurravam a barriga ficava muito desorientada com dores.

 

- Na segunda vez, nem um grito. Talvez uma ou outra exclamação de força mas nenhum grito de dor. Não havia dor, nem nervos. Estava muito tranquila e confiante, em muito graças à enfermeira Elisabete.

 

O parto

 

- Na primeira vez, demorou uns 15 minutos. Entre espremidelas de barriga, ventosas e forças, a Lara nasceu bem. Levei imensos pontos. Mal a Lara nasceu, comecei a tremer com um frio incontrolável, como nunca senti na vida. Depois fiquei com a tensão assustadoramente baixa. Depois melhorei. Estava tão cansada que só senti alivio.

 

- Desta vez, o parto demorou (se tanto) 5 minutos. Fiz força umas 4 vezes e  Maria nasceu. Não existiram cortes, nem empurrões de barriga. Levei apenas 3 pontos num pequeno rasgão pouco profundo. Nem senti os pontos. Mesmo nesta fase, a enfermeira (que era super meiga e competente) explicou tudo o que estava a fazer e o porquê. Não tive frio, nem tensão baixa. Desta vez emocionei-me.

 

Pessoal presente no parto

- Na primeira vez, mais de meia dúzia de pessoas entre médicos, enfermeiros e auxiliares.

 

- Na segunda vez, eu, o Milton, a enfermeira Elisabete que fez o parto, e uma auxiliar. Foi perfeito assim.

 

Pós parto no hospital

 

Foi semelhante das duas vezes mas, desta vez, já não estava nervosa nem tremia de cada vez que pegava na bebé. Pedi ajuda para o banho mas iniciei sozinha, e naturalmente, a amamentação.

 

Foram estas as principais diferenças. No meu caso a epidural fez toda a diferença. Não tive dores desde que levei epidural e consegui fazer a força adequada precisamente por isso. Conseguia sentir, da mesma forma, as contrações na barriga e, assim, fazia força de forma tranquila e convicta.Posso dizer que, apesar do primeiro parto não ter sido traumatizante nem nada que se pareça (afinal eu e a Lara ficámos bem que é o que mais interessa), o segundo foi uma maravilha.

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