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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 06.03.17

Dicas de felicidade #3

A arte da gentileza

 

Ser gentil para com o próximo inicia uma cadeia de coisas boas que pode melhorar o nosso dia e o dia de uma data de gente à nossa volta.

 

Começo por dizer a pouco bonita verdade. Sou daquelas pessoas que acredita que o próximo é culpado até que se prove o contrário. Não tenho empatia imediata pelas pessoas e, durante muito tempo, insisti em ver nas pessoas menos o bom do que o menos bom.

 

Acho que sou gentil na maior parte das vezes, mas mais por hábito do que por sentimento. Como trabalhei muito tempo a atender pessoas, e sempre tive a mania de tentar fazer um trabalho mais ou menos decente, cultivei a gentileza como um hábito prático e desprovido de grande sentimento.

 

Agora é diferente. Trabalho emocionalmente para ser mais gentil. Principalmente com as pessoas com que costumava ser menos gentil.

 

Dou-vos um exemplo:

 

Sempre me enervei muito com as pessoas que nos telefonam para vender produtos e serviços. Gosto pouco de falar ao telefone, gosto ainda menos de gastar dinheiro, e juntar as duas coisas num só acto era um inferno para mim. Claro que não era rude nem mal educada com as pessoas, mas era muito assertiva quando lhes dizia que não estava interessada nos produtos e que tirassem imediatamente o meu contacto da sua base de dados. Perguntava o nome da pessoa que me estava a telefonar e declarava-o responsável oficial por fazer desaparecer o meu contacto da base de dados daquela empresa.

Esta semana voltaram a telefonar-me. Para vender seguros de saúde. Eu estava mesmo na disposição de ser gentil (andava a treinar). Então, gentilmente (de verdade e não de forma forçada), disse que já tinha seguro e estava satisfeita mas, se não tivesse, provavelmente estaria interessada porque considero muito importante ter seguro de saúde. Aproveitei para agradecer a gentileza de me terem contactado.
Não sei se tive sorte ou se foi efeito da minha calma mas a senhora do outro lado da linha (que, notoriamente tinha uma formação de qualidade para aquele serviço) compreendeu perfeitamente, à primeira, que eu não estava interessada, não insitiu uma única vez e foi extremamente simpática, ainda fizemos conversa sobre Ponta Delgada, e a chamada foi bastante mais rápida do que é costume. Toda a gente ficou feliz e contente.

Acredito que isto funciona em qualquer situação: gentileza abre portas assim como ser rude fecha portas. Acima de tudo, ser gentil torna-nos mais felizes porque torna os outros mais felizes. Até uma pedra com olhos (a nível de sentimentos e empatia para com os outros) como eu percebe isso.

Não digo que consiga ser um rebuçado de caramelo com todas as pessoas e o dia todo - até porque isso havia de ser um bocado esquisito e as pessoas haviam de começar a interrogar-se se eu andava a consumir produtos ilícitos - mas, em geral, vou optar por andar mais bem disposta com o próximo.

É de experimentar pessoas, é de experimentar.