Demos banho ao coelhinho
A Lara anda numa fase em que não larga a chucha nem o coelhinho com que dorme sempre.
Leva-o para a creche, para o parque, para o jardim... todo o lado. O resultado é a cor do coelhinho ter mudado de rosa pálido para uma cor indefinida a que podemos chamar de "encardido básico".
Um dia destes decidi que estava na altura de o lavar e, para tentar minorar qualquer aborrecimento que a miúda pudesse sentir por ficar sem o coelho durante uma pequena temporada, optei por envolvê-la na operação.
Pusemos água morna e detergente no bidé e mergulhámos lá o coelho.
A Lara gostou imenso de "dar banho" ao coelhinho. Esfregou-o afincadamente (a água ficou castanha) e manteve-se sempre muito tranquila e participativa.Na hora de o colocar a secar a história foi outra.Começou a ficar muito aflita e, quando o viu pendurado no estendal, começou a chorar.
Expliquei-lhe com muita calma que ele estava molhado e precisava de secar. Que ela iria dormir com o coelhinho mais pequeno (que passaria a ser o coelho da rua, que levava consigo sempre que saísse). Chorou mais um bocadinho mas acabou por compreender e aceitar.Para evitar lavá-lo todas as semanas, ficou instituído que o coelhinho maior é o de casa e o outro (praticamente igual mas mais pequenino) é o que levamos a passear connosco.
Acho muito curioso este apego ao coelhinho.
Sempre que está triste ou abatida procura logo por ele para lhe dar conforto e gosta sempre de o ter por perto em algumas situações, como quando toma o pequeno almoço.Já tinha ouvido falar da importância do "brinquedo de conforto das crianças" mas não me tinha apercebido do impacto emocional dele. É espantoso como aquele coelhinho gasto e amarfanhado é capaz de dar tanta segurança a uma criança.