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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Qua | 28.11.18

Black Friday e o poder da paciência

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Fui ao centro comercial na Black Friday.

Nem acredito que estou a escrever isto. Eu, que fujo dos saldos e de qualquer enchente de gente, eu minimalista convicta, fui ao centro comercial atrás de promoções num dia em que se prevê filas e mais filas de gente.

Fui, e sobrevivi. E gostei.

Lembrei-me de ir à Worten comprar uma máquina de lavar loiça porque andamos há meses a pensar em comprar uma e achámos que valia a pena tentar obter algum desconto.

E, pelas 12h00, lá estava eu na Worten, a olhar para as máquinas e para o telemóvel (à caça de informações e reviews) a tentar perceber alguma coisa daquilo. O facto é que nunca tive uma máquina de lavar a loiça minha e não fazia ideia do que comprar.

Tendo em consideração o orçamento limitado, não foi difícil chegar a um pequeno grupo de 3 máquinas do qual teria que escolher uma.

Tentei que um dos ocupados funcionários da loja me ajudasse e foi aí que este dia começou a ter muita piada. E foi também aqui que pude observar os bons efeitos da meditação que tenho praticado regularmente.

Rapidamente percebi que a loja estava cheia de pessoas apressadas e nervosas, todas a tentar ser atendidas o mais rápido possível e algumas a arrastar crianças atrás que, como é evidente e compreensível, estavam aborrecidas e birrentas. 

Decidi rapidamente que não tinha pressa nenhuma, que ia deixar passar passar pessoas à minha frente se fosse preciso, e que ia aproveitar para observar calmamente o comportamento humano. E foi o que fiz. E foi mesmo divertido. No meio do processo, aproveitei para sorrir às pessoas em geral.

Sorri à criancinha que estava atrás de mim aos berros, sorri à mãe da criança (e revi-me imenso nela), sorri ao funcionário que me atendeu e também ao que não me atendeu e, depois de me ver à espera já há algum tempo disse-me que não ia poder atender-me num breve espaço de tempo e que o melhor seria procurar outro colega.

Antes disso ainda sorri à senhora que estava à minha frente no atendimento, um pouco zangada, e à senhora que estava antes dela, a ser atendida e que estava tão pacífica como eu.

Foi mesmo engraçado isto tudo.

Saí da loja depois de ter estado numa bela fila e ainda achei que demorei pouco e que tinha sido tudo muito agradável.

Como é poderosa a capacidade da paciência. Como é bom decidirmos que não temos pressa.

Ainda fui comprar mercearia de que precisava e umas botas para a Maria (comprei numa loja em segunda mão e fiquei bem satisfeita).

No continente perguntei a uma funcionária se podia tirar papel de embrulho e fita e ela disse que sim, à vontade. Que simpatia, que disponibilidade, que delícia!

Cheguei a casa carregada e com as costas a doer (tenho o hábito de comprar mercearia e andar a carrega-la pela cidade, até casa) mas muitíssimo bem disposta.

Neste dia, em que muitas coisas não estiveram de acordo com as minhas expetativas, consegui verificar muito bem o poder que temos dentro de nós para controlar as nossas emoções. Como é poderosa esta sensação! Como é bom podermos escolher, de forma consciente, não nos zangarmos, não sentirmos raiva, ganância ou pressa. Como é bom podermos ficar serenos, a observar e até a ceder perante o próximo, com toda a tranquilidade do mundo.

Que sensação boa minha gente! 

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