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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Sab | 07.11.20

A melhor amiga da Lara

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Desde os 2 anos que a Lara tem o mesmo melhor amigo e a mesma melhor amiga. Tem outros amiguinhos, de quem gosta muito, mas estes sempre foram os "melhores amigos". São amigos que a Lara escolheu, crianças com quem sente uma afinidade especial.

E eu, que não tinha amigos escolhidos por mim com esta idade, ainda estou a aprender sobre a dimensão destas amizades aos 6 anos.

Hoje, aprendi mais um pouco.

Ontem, a Lara disse-me que ia haver uma corrida na escola, entre as turmas do 1º ano. Ia haver uma medalha para os vencedores e uma surpresa para os vencidos. Todos ficavam a ganhar.

Ainda assim, a Lara disse-me que queria muito ganhar uma medalha. Ela estava verdadeiramente entusiasmada com a corrida, com a competição em si e com a possibilidade de se ver distinguida com uma medalha.

Em geral, não aprecio nenhuma competição. Não me considero competitiva e estabeleço metas em relação a mim mesma e à minha evolução constante, e não em comparação com outros.

Mas a Lara gosta de competir. E não me pareceu que a ligeira ansiedade que estava a mostrar fosse algo desconfortável ou menos bom. Pareceu-me uma animação perante a possibilidade de competir e ganhar qualquer coisa.

Então achei por bem dizer-lhe que se queria ganhar, devia dar o seu melhor. Disse-lhe que acreditava que ela ia ganhar porque era muito determinada quando queria alguma coisa. Disse-lhe também que se não ganhasse não fazia mal, que o importante era que se divertisse.


Hoje, quando veio da escola, estava muito contente. Tinha ficado em 2º lugar, o que dava direito a uma medalha. Abracei-a e dei-lhe os parabéns por ter conseguido uma medalha. Disse-lhe que o 2º lugar era muito bom e que estava muito orgulhosa dela. A Lara, com o seu jeito envergonhado, estava realmente feliz.

Mais tarde, quando estávamos a conversar sobre o seu dia. Disse-me que a sua melhor amiga ficou triste porque não tinha ganho uma medalha. Mas,  tinha ficado feliz por ela e que lhe tinha dito: "Muito bem!"

Para a animar a Lara deu-lhe um pequeno "diamante" de plástico que outra amiga lhe tinha dado. Ela disse-me que quando o tinha na mão, pensou logo em dá-lo à melhor amiga, para tentar que ela ficasse mais animada.

As crianças conseguem ser realmente justas e amorosas. Conseguem ver para além da sua felicidade e consolar quem está triste. E, ainda mais extraordinário, conseguem sair da sua tristeza pessoal para dar os parabéns a uma amiga que conseguiu aquilo que almejavam para si próprias.

As crianças são adoráveis!



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