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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 31.08.17

Coisas que mudam depois de sermos mães #1

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Antes gostava muito de praia, de fazer castelos na areia, e muralhas, e túneis, e esculturas...

Gostava de sentir o sal na pele, gostava das brincadeiras na areia onde se ficava apenas com o pescoço de fora, considerava a areia um esfoliante natural e nem os dias ventosos na praia, qual tempestade de areia no saara, me demoviam de passar todo o tempo que pudesse na praia.

Ia para a praia de autocarro, em qualquer altura do ano ou do dia, e até em roupa interior já fui.

Gostava de mergulhar debaixo das ondas e (para aí com 10 anos de idade) de ser enrolada nas ondas e ficar com areia até aos tímpanos.

Praia é que era bom. Aliás praia é que era para os bons. Qual tanques de água doce, qual quê. Praia da boa, natural, forte e selvagem é que era. 

Isso era antes.

Agora, com duas filhas pequenas, já não gosto tanto.

Agora que são quatro rabos cheios de areia para lavar já olho para as piscinas com outros olhinhos.

Bom... na prática, para eu lavar são só 3 rabos (que o Milton lava o seu) mas, ainda assim são rabos trabalhosos. 

De maneira que estou a modos de dispensar por uns tempos as toalhas cheias de areia, o couro cabeludo cheio de areia, as orelhas (e os ouvidos) cheios de areia, as malas cheias de areia... e os rabos cheios de areia.

De maneira que ainda hoje fui à praia e vim de lá com esta estranha convicção.

De maneira que mesmo quando pago para entrar numa piscina, se houver por lá um praia pequena que seja, é na praia que me instalo e, se ninguém estiver a ver, enrolo-me na areia como se fosse um croquete caseiro e finjo que estou só a brincar com as minhas filhas e que aquilo me custa muito.

O que é que posso fazer? Acho que não nasci para ser uma senhora aprumada. :D

Temos pena. Pouca. Nenhuma.

Mas a sério. Vou mesmo passar a ir mais à piscina. Ir à praia é uma trabalheira enorme. 

 

Qua | 30.08.17

As nossas conversas #10

Comprei uns chinelos no chinês, por cerca de 3 euros, para usar nas aulas de natação (durante um curso intensivo de 8 dias).

São branquinhos, giros, e uso-os em casa. Ontem, quando fomos dar um passeio à noite, esqueci-me de trocar de chinelos e levei esses.

A dada altura começa a doer-me um pé, num sítio em que o chinelo fazia fricção ao andar. Tive que me amanhar até casa com alguma dificuldade (por pouco não fui descalça o resto do caminho).

De noite, na cama, queixo-me de ter ficado com uma bolha nos pés bastante dolorosa.

Diz-me o Milton: "Queres poupar comprando chinelos a 3 euros e depois gastas 3000 euros no médico para tratar dos pés."


PS: Tenho um variadíssimo número de artigos comprados no chinês que uso sem orgulho nem preconceito. :P

Ter | 29.08.17

O meu gatinho Acácio precisa de um lar

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Quem acompanha este blogue há algum tempo, sabe que tive que dar o meu gato Acácio, há uns meses.

Descobrimos que a Maria era alérgica e não tivemos mesmo alternativa. Podem ver aqui, o que se passou.


Soubemos hoje que o colega do Milton que ficou com o gato, vai mudar de casa e não consegue alugar uma casa onde aceitem os gatinhos dele (o Acácio e outro gatinho que ele já tinha). Ou, pelo menos, os dois gatos.

Por isso estamos, novamente, à procura de dono para o nosso gatinho. Ele é um gatinho de casa, muito meiguinho e carente. Tudo o que ele quer é um sofá e um colinho. Não tem unhas nas quatro patas e é castrado.

Se alguém quiser um companheiro amarelo e muito meiguinho, ou conhecer alguém que queira, por favor entre em contacto através do email: vinilepurpurina@gmail.com

Podem saber mais sobre ele aqui.

 

Ter | 29.08.17

Coisas que me apoquentam muito e "Bowie 70"

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Adoro David Bowie. Mesmo muito.

Não o cantor, não a voz dele. Gosto dele como performer mas gosto dele, sobretudo, como escritor de canções. 

Reconheço nele um génio único para escrever canções e tenho nas músicas dele (muitas interpretadas por outras pessoas) as minhas preferidas de todos os tempos.

Do David Fonseca não gosto muito. Não gosto, pessoalmente, do estilo dele como artista. Não acho horrível e reconheço-lhe bastante mérito, mas não me identifico.

O recente trabalho dele "David 70" em que, com a colaboração de vários músicos portugueses, faz um tributo a David Bowie através da reinterpretação de alguns dos seus temas mais marcantes, é fantástico!

Este trabalho fez-me reconhecer um talento e sensibilidade que não tinha tido abertura para conhecer antes, e fez-me considerar uma série de artistas portugueses que, anteriormente, me passavam completamente ao lado.

Quando li alguns comentários a este projeto no Youtube, fiquei (pasme-se) incomodada com a falta de educação e civismo de algumas pessoas. 

A música e a arte em geral nunca deveriam gerar comentários e opiniões dadas de forma tão desagradável. Estamos a falar de opinião caramba! Não podemos gostar todos do mesmo.

Ser desagradável para com o trabalho dos outros em nome da admiração que têm por um artista é simplesmente parvo e infantil. E é desrespeitoso para com um artista que acredito que estava bem longe desse tipo de comportamento tolo, para com os admiradores do trabalho do David Fonseca e para as pessoas que admiravam o David Bowie mas respeitam todos os artistas e todos os músicos, que é como quem diz, todas as pessoas. Haja educaçao e civismo.

 

Claro que existe liberdade de expressão e podemos e devemos aliviar-nos dando a nossa opinião mesmo quando ela não é a mais positiva (estou nesse preciso momento a fazer isso) mas não é preciso mandar abaixo o trabalho de alguém como se ele fosse uma ofensa gravíssima à integridade auditiva alheia.

Sejamos crescidos e graciosos (minimamente) nos nossos comentários.

E, não sei se já disse, "David 70" é, na minha opinião que vale o que vale (portanto, pouco), um trabalho bonito, competente, sensível e muito bom.

 

 

 

Seg | 28.08.17

O mau feitio da Maria

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Quando a Maria nasceu achei-a linda.

Já nasceu com a cara que tem hoje que, para mim era perfeitinha e maravilhosa, ainda que em nada parecida com a minha.

Mas havia uma peculiaridade na Maria: a expressão dela. Ela estava séria, verdadeiramente séria, parecia quase zangada. A verdade é que a Maria não tinha aquele ar de bebé dorminhoco e inocente, ela estava de mau humor com aquela situação toda.


Ora bem, quem é que a pode censurar?

Durante 9 meses, esteve confortável, quentinha, sempre alimentada, sem o incómodo de ter que trocar a fralda por estar toda cagada, sem ouvir ruídos estridentes e sem ser transportada continuamente para situações em que a sua opinião não é tida nem achada.

Como rapariga inteligente que acredito que seja, a Maria viu logo que a coisa, naquela altura, não estava a correr de feição para ela e que este novo mundo (para já) estava recheado de incómodos. 

E o tempo passou, a Maria ganhou experiência de vida, aprendeu depressa, e tornou-se numa criatura adorável com uma personalidade fortíssima (isto para usar um eufemismo, como o outro cantava).


A Maria simplesmente controla-nos completamente com a sua força de pulmões. Quando ela não quer uma coisa, berra e esperneia até conseguir o que quer. E, como ainda não fala grande coisa, temos que andar de tentativa em tentaviva, entre gritos e guinchos, a tentar perceber se a senhora pretende uma massagem no pé direito com força média, ou quem sabe ouvir uma música da Nina Simone enquanto é embalada suavemente.

Tem sido muito isto.

 

Há vezes em que a Maria grita como se lhe estivessem a arrancar um braço porque não quer estar no berço. A cara cheia de lágrimas, a expressão dramática, todo um teatro montado. Pois basta pegar nela para se calar imediatamente e começar a tagarelar toda animada. Chega a ser impressionante.


Na creche, se a colocam a brincar no chão para receber outras crianças, cola a testa ao chão (devagarinho, para não se magoar, que não é doida nenhuma) e fica a soluçar desconsolada como se tivesse sofrido uma grande desfeita.

Cá por casa, nem estávamos aborrecidos com este feitio da Maria. Estávemos mesmo "apenas" surpreendidos e desnorteados com isto.

Até que fomos à consulta de 12 meses da Maria e colocámos as nossas dúvidas à pediatra que, felizmente, teve oportunidade de assistir a um pouco do que é a personalidade da nossa filha mais nova.

Pareceu achar muita graça às atitudes dela e diagnosticou ali uma "drama queen" com uma personalidade muito forte. :D

O mais pitoresco disto tudo é que a rapariga tem piada. Rabuja com estilo, eu sei lá. Se calhar é por ser mãe dela mas chega a apetecer-me aplaudir aquelas birras. São fenomenais. Efetivas. Eficientes. 

Ela percebe exatamente como obter o que quer e usa tudo o que tem para isso. Quem é que a pode censurar por usar as suas armas a seu favor?! :P

Dom | 27.08.17

Desejos vs realidade

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Lembro-me bem de quase todas as mochilas que tive.

Lembro-me em especial de ter ido ao Cartaxo comprar uma mochila (não sei bem porquê mas íamos muitas vezes ao Cartaxo a uma zona comercial que havia lá) e ter dado de caras com uma mochila vintage, do género da mochila da imagem acima, de um amarelo mostarda, completamente diferente de qualquer mochila que alguma vez tivesse visto.


Quis logo aquela, mesmo não sabendo se a iria conseguir usar ou não (na altura importava-me bem mais com aquilo que pudessem dizer de mim e com a possibilidade de vir a ser gozada de alguma forma).

Já não me lembro quanto tempo a usei (parece-me que não foi muito), mas lembro-me bem da sensação especial de ter aquela mochila tão retro, que parecia ter saído das ilustrações de um livro escolar antigo.

Há qualquer coisa de mágico nas mochilas escolares. Acho que há qualquer coisa de mágico e renovador em todos os ínicios de ano letivo: uma magia de recomeço e de possibilidades infinitas.

O facto é que aquele "saco" vai acompanhar-nos um ano inteiro atrás das costas por isso, convém termos algum sentimento de simpatia e apreço por ele.

É por isso que vou deixar as minhas filhas escolherem sempre as suas mochilas (e também as outras coisas que usam). Claro que as primeiras fui eu que escolhi e quando são oferecidas também não são elas a escolher mas, sempre que possível, vou com elas à loja, faço uma pré seleção de meia dúzia de possibilidades e elas é que escolhem o que preferem (mesmo que seja o artigo de que menos gosto).

 

E hoje em dia há mochilas tão bonitas! Eu, que adoro mochilas e ainda hoje uso todos os dias, iria deliciar-me a escolher mochilas para elas. Muitas, parecem autênticas obras de arte, de tão giras que são.

Se fosse eu a escolher as mochilas das miúdas, usavam qualquer coisa parecida com estas mochilas (a terceira mochila, com uma espécie de homens das cavernas a fazer snowboard é fantástica! :D):

(Clicar nas imagens se quiserem saber preços e detalhes).

 

 

Mas, a realidade, é que elas escolhem mochilas como estas:

E digo-vos que as mochilas do filme Frozen com a Elsa e a Anna, são mesmo fofinhas para duas irmãs. :D
Pronto, tive duas filhas e fiquei assim, capaz de tudo, até de as vestir de igual e comprar mochilas da Elsa e da Anna para as miúdas. :P

Dom | 27.08.17

Fazer férias com várias crianças pequenas - Santa Maria 2017 #4

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Quando surgiu a oportunidade de fazer férias com os nossos amigos que têm dois filhos pequenos achei logo a ideia maravilhosa. 

 

Gosto de pequenos ajuntamentos de pessoas e as melhores memórias que guardo da infância são os momentos em que me juntava com os meus primos e fazíamos uma pequena bagunça todos os dias. São memórias que guardo na mente com muito carinho e que, sem dúvida, me fazem desejar muito proporcionar às minhas filhas uma infância com muito convívio com outras crianças nos mais variados contextos.

 

Infelizmente, apesar de ter uma família grande e repleta de gente boa e muitas crianças, vivo a milhares de quilómetros de todos eles e encontramo-nos muito menos vezes do que gostaria.

Por outro lado e para colmatar um bocadinho esta situação, temos daqueles amigos que são a nossa família por afinidade e com quem convivemos regularmente. Fazemos churrascos, vamos para casa uns dos outros ao fim de semana, vamos à praia, a festas, e aproveitamos todas as oportunidades para juntar as crianças que, por feliz coincidência ou pela ordem natural das coisas, todos temos com idades semelhantes.

Este ano pudemos ir de férias com um casal de amigos e passar muitos dias, 24 horas por dia, juntos. Quatro adultos e quatro miúdos: o Henrique de 4 anos, a Lara de 3, a Maria de 1 ano e o Tiago de 3 meses.

Não sei se isto é o efeito do tempo (e das saudades) mas parece-me que correu tudo muito bem. O bebé é uma coisa doce que passava o tempo a sorrir e a exercer uma fofice extrema. A Maria reclamava o tempo todo como é próprio da sua personalidade (hei-de falar disso num outro texto) mas é engraçada até a reclamar e adorou estar dentro de água, dormiu sempre a noite toda e comeu bem. Com um ano, o que se pode pedir mais?

A Lara e o Henrique, amigos desde que se conhecem por gente, consolaram-se a brincar o dia todo. Discutiram, claro, normalmente pela posse de um brinquedo qualquer, fizeram algumas birras em conjunto mas, pensando com racionalidade, se não o fizessem seria caso de ir com eles ao psicólogo. Agiram normalmente portanto.

E proporcionaram-nos os momentos mais queridos de todos: a ver estrelas deitados numa mantinha no quintal, a chamarem pelo outro a todo o momento, a conversarem imenso (de que falariam eles tanto?), a brincarem juntos de uma forma tão madura que me espantou ver a Lara tão crescida, a tomarem banho juntos, a nadarem juntos na "piscina grande", a fazerem brincadeiras com água no quintal como eu fazia quando era pequena... a serem crianças felizes.

Juntos percorreram "o calhau", pegaram em estrelas do mar e em búzios, viram peixinhos, molharam as roupas e o cabelo durante os passeios, viram os Minions e o Frozen vezes sem fim, adormeceram junto ao outro, brincaram com a gatinha Manteiga e tantas outras coisas boas que contribuirão para fazer deles um dia adultos felizes, empáticos e com valores humanistas.

Pode parecer exagero mas acredito mesmo que crescer convivendo com várias pessoas regularmente molda a personalidade no melhor sentido, tornando as crianças mais sensíveis ao próximo, mais capacitadas para a entre-ajuda e para contríbuirem para tornar este mundo um local mais bonito e habitável para todos.

É nestes convívios, também, que quero basear a educação das minhas filhas. 

 

Sab | 26.08.17

As minhas filhas já dormem no mesmo quarto

Quando viemos de férias aproveitámos toda a bagunça que estava criada com as roupas para lavar e a casa desarrumada, para fazer algumas mudanças.

 

Uma delas foi colocar o berço da Maria no quarto da Lara e alterar a configuração dos móveis para transformar o quarto de uma menina no quarto de duas meninas.

Até correu bem. O espaço ficou menor mas até ficou com um ar mais aconchegante e fofinho.

Colocámos o berço em frente à cama da Lara e coube mesmo na perfeição. Não colocámos lado a lado porque iria roubar muito espaço ao quarto e queremos que o centro fique livre para as miúdas brincarem à vontade.

A mudança foi muito pacífica e as duas dormiram lindamente desde a primeira noite. A Maria continua a deitar-se mais cedo e a acordar mais cedo que a Lara sem que isso interfira com o sono da irmã.

Já tinhamos falado com a Lara sobre esta mudança (ela até já tinha pedido para a Maria ir para o quarto dela) e ela reagiu muito bem.

A mim custou-me um bocado ver a Maria sair do nosso quarto. É um sinal de independência e acho que os sentimentos de uma mãe nestes casos são sempre contraditórios. Adoro vê-la crescer e precisar cada vez menos de mim mas, ao mesmo tempo, isso deixa-me muito emotiva (mesmo demais para o meu gosto).

Mas, também confesso que gostei muito de ver o meu quarto ficar mais espaçoso e mais "privado".

Acho que nos vamos todos abraçar a esta fase com alegria e bom humor.


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Sex | 25.08.17

Mas que espirros são estes????

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Não sei muito bem quando é que isto começou a acontecer. Pode ter sido há um ano, ou muito mais, sinceramente não me lembro.

 

Mas, de vez em quando, começo a espirrar como uma louca, de 2 em 2 minutos (ou de 2 em 2 segundos), durante dias.

 

Nunca me lembro de ter tido estes episódios antes ou de ser alérgica a alguma coisa.

 

Acho que tudo começou num dia de limpezas gerais à arrecadação. Algum tempo depois de ter iniciado as limpezas fiquei completamente aflita do nariz e a espirrar como uma doida. Depois disso, os episódios são frequentes e acontecem sem motivo aparente.

Se vou para o trabalho começo a espirrar como uma maluca (coitados dos meus colegas), em casa idem, se vou de férias para outra casa tenho direito a mais uns dias de espirros constantes e assim sucessivamente.


Parecendo que não, é uma situação muito chata. Não sendo dolorosa, acarreta as suas dificuldades e aborrecimentos.

Em primeiro lugar, a aflição dos espirros bastante fortes que muito facilmente me fazem entornar qualquer coisa que tenha na mão. Sou acometida por um espasmo tão grande que qualquer coisa que tenha na mão voa. Também chego a ficar com dores de garganta de tanto espirrar.

 

Depois existe a poluição sonora e os chuviscos que podem atingir as pessoas à minha volta. É sempre desagradável levar com chuviscos alheios na cara (digo eu).


Para além dos espirros, o meu nariz transforma-se numa torneira que pinga incessantemente. Chega a um ponto em que, se quero fazer alguma coisa sem correr o risco de mandar com liquidos nasais para o chão ou para o que quer que esteja debaixo do meu nariz, tenho que colocar uma bola de lenço de papel amarfalhado (ou papel higiénico ou papel de cozinha) em cada narina. Cheguei a fazer isso fora do círculo social fechado cá de casa. Sim, já várias pessoas tiveram a caricata visualização da minha pessoa transformada numa espécie de King Kong recém operado ao nariz.

 

É a vida. Era isso ou a isolação total numa sala cheia de lenços de papel amarfalhados à minha volta durante um período de tempo variável (que podia ser de vários dias).

 

Bom... ainda não fui ao médico mas fui á farmácia comprar um anti-histamínico em comprimidos e já tomei um. Passou e não tomei mais. Sei que não devia fazer isso mas estava um bocadito desesperada.

 

Na próxima consulta de rotina do médico de família vou falar disto e tentar perceber o que se passa.


Alguém por aí que também sofra de espirros e me saiba explicar que choça é esta?

 

Qui | 24.08.17

Estive 10 dias incontactável - Santa Maria 2017 #3

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Quando cheguei à Maia, uma freguesia localizada no sopé de uma falésia, na costa Sudeste da Ilha de Santa Maria, percebi que não havia rede vodafone ali. Ia estar literalmente alheia do mundo durante 10 dias.

Na verdade não posso dizer que tenha ficado muito preocupada. Precisava muito de descansar o corpo e a mente e nada como estar completamente offline para isso. 


O tempo passou, os dias seguiram-se uns aos outros, e entre os banhos de mar, os jantares de churrasco, a alegria de estar com amigos 24 horas por dia a partilhar tempos de lazer e também as coisas mais comuns dos dias, não dei por falta da Internet.

 

E percebi que sim, é possível viver sem Internet. Mais do que isso: é muito bom viver sem Internet.

 

Brincámos na rua, jogámos scrabble, conversámos bastante, cozinhámos juntos e... consegui tirar alguns momentos só para ficar a ver o inacreditável mar de Santa Maria e creio que cheguei o mais perto possível daquele famoso estado mental dos homens (aquele em que eles dizem refugiar-se numa "gaveta vazia da mente" e não pensar em absolutamente nada.

Consegui em Santa Maria o que não consigo em casa e com Internet. Em casa temos sempre algo para fazer, mesmo quando estamos de férias. É impossível não aproveitar o tempo para consertar algo, para tratar de assuntos pendentes, para remendar aquelas roupas esquecidas numa gaveta, pintar aquelas paredes, fazer aquelas arrumações gerais, chegar aquele quadro mais para o lado ou, quem sabe, trocar algum móvel de sítio. Em  casa não se descansa mesmo. Descansa-se alguma coisa, claro, mas não da forma que descansamos na Maia.

E sem Internet é perfeito. Sem aquele impulso de estar sempre a ver o que se passa, sem aquele receio de estar a perder alguma informação importante... E perceber que, tal como há 20 ou 25 anos, vivemos lindamente assim.

 

Aproveitei para pegar numa revista de 2013 e ler artigos, crónicas e entrevistas maravilhosas. Coisa que não fazia há meses e meses.


Se eu desejo viver sem Internet? Não, nem por isso. Tenho uma necessidade quase patológica de escrever e de comunicar com os outros e a Internet, para mim, é uma ferramenta maravilhosa quando bem usada.

 

Mas desejo muito viver com menos Internet. Quero utilizar a tecnologia de acordo com os meus interesses e não ser controlada por ela.

 

É por isso que decidi limitar a minha utilização da Internet em casa a uma hora por dia. Se possível menos. Em alguns dias mais.

A ideia será ter uma hora estipulada para trabalhar no blogue e aceder a outros blogues e redes sociais. Fora dessa hora é tempo para estar completamente presente em casa, com a minha família. 

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