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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 23.06.17

Coisas muito doidas de mãe

A Maria tem andado constipada e, consequentemente, muito ranhosa.

 

Por mais que lhe limpemos o nariz com soro fisiológico e aspiremos a ranhoca com aquele aspirador de nariz para bebés (aquele com um tubinho de plástico em que nós puxamos a ranhoca aspirando o ar com a boca, como se fosse uma palhinha), existem dias em que nunca fica com o nariz completamente dentupido.

 

De noite costuma ressonar bastante. Nunca pensei que um bebé com menos de um ano pudesse fazeraquele barulho todo a ressonar! Parece que estão a serrar uma árvore ao lado da nossa cama.

 

O Milton não consegue dormir com a Maria a ressonar.

 

Eu... nunca dormi tão bem! É a coisa mais estranha mas é verdade!

 

O barulho da Maria a ressonar é a melhor música de embalar para mim. Não devo demorar nem três minutos a adormecer profundamente.

 

O que se passa é que, como muitas outras mães, tenho a paranóia de estar sempre a ver se as miúdas estão a respirar. Lá de vez em quando (o que significa duas ou três vezes por noite), lá vou eu ao berço ver se a Maria está a respirar bem (o Milton passa-se com isto).

Ora se ela está a ressonar, não preciso de estar sempre a levantar-me para ver se está a respirar. Por mim, execelente! Acaba-se o meu stresse e adormeço que é uma maravilha! :D

 

 

Qui | 22.06.17

Tomei um banho de mar quente! Mesmo quente! Nos Açores, claro.

Vivo nos Açores há mais de 7 anos e nunca tinha tomado banho ali.

 

Já ali tinha ido, poucas vezes (é um sítio com um caminho ligeiramente íngreme), mas nunca tinha tomado banho, nem sequer entrado na água.

 

Podia jurar que não tinha pé mas um colega no trabalho garantiu-me que havia uma zona em que tinha pé, e que se me agarrasse a umas cordas que lá havia, a coisa tornava-se mais fácil.

 

E lá fui eu. Confiante que era naquele dia que tomaria banho na Ponta da Ferraria.

 

O lugar, como muitos nos Açores, é quase irreal de tão bonito e diferente. Ali, nota-se como em poucos sítios, que estamos numa ilha de origem vulcânica.

 

Toda a paisagem faz lembrar um mar de lava incandescente apagado: as cores e as formas das rochas vulcânicas são muito características.

Em algumas zonas das rochas sai um fumo quente o que, mesmo para quem vive nos Açores há tantos anos, não deixa de ser fascinante.

 

Cheguei, por fim, à zona do mar onde é possível tomar banho. É uma pequena baía nas rochas, com uma corda presa perto de uma das extremidades.

O Milton foi primeiro, avaliar "o pé". 

 

Parecia tudo ok mas as rochas eram escorregadias e existia alguma ondulaçao. Não havia vigia ali.

 

Mas comecei a ver tantas crianças ali e uma senhora que parecia saber nada tanto como eu (ou seja, nada) que ganhei coragem e fui.

 

Lá me agarrei ao Milton e às cordas e entrei pelo mar quente dentro. E era mesmo quente, espantosamente quente.

 

A determinada altura tive que tirar os pés do chão porque as rochas, além de escorregadias, eram muito acidentadas. Tinham imensos buracos onde os pés ficavam presos e, quando vinha uma onda que nos arrastava alguns metros, parecia mesmo fácil torcer ou partir um pé.

 

Assim, decidi agarrar-me à corda, tirar os pés das rochas e boiar. Com a ondulação que havia, era mesmo o melhor a fazer.

 

E assim fiquei, com uma série de pessoas, a maioria turistas (mulheres, crianças e séniores...) agarrada à corda e maravilhada de cada vez que vinha uma onda quente (era com as ondas que a água ficava mais quente).

 

As ondas eram surpreendentemente quentes! Não quentes a ferver mas também não eram mornas. Eram quentes como um banho no inverno. Fiquei impressionada!

 

Vou regressar com certeza mas da próxima vez espero já saber nadar para poder usufruir melhor daquele espaço fantástico no mar.

 

Vou lembrar-me é de levar sapatos apropriados para andar em rochas escorregadias, como vi muita gente inteligente a usar.

Pouco depois, naquele dia, descobri outra coisa maravilhosa mesmo ali ao lado.

 

Conto-vos em breve sobre isso.

Entretanto deixo-vos algumas fotos (algumas estão tortas mas... vá, encarem-nas como artísticas, o pessoal aqui não é fotógrafo profissional). :P

 

 

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Qua | 21.06.17

Um livro delicioso!

A insustentavel leveza do ser.JPG

 

Comecei a ler este livro completamente por acaso.


Na semana passada eu e o Milton tiramos um dia para nós e, depois de uma paragem na Ponta da Ferraria para uns banhos, fomos até às Sete Cidades almoçar e estender-nos naquele relvão maravilhoso à beira da lagoa.


Com a pressa para sair de casa, deixar as miúdas na creche, e ainda ir a umas lojas, acabei por me esquecer de levar algo para ler. Até me lembrei antes de sair de casa mas, como não tinha nada preparado, decidi ir mesmo assim.

 

O Milton, ao contrário de mim, não tinha levado um mas sim dois livros. Emprestou-me o que não estava a ler: A Insustentável Leveza do Ser.

 

Já tinha ouvido falar do livro mas confesso que não fazia ideia do que tratava e peguei nele só porque não tinha mais nada para ler e estava mesmo a apetecer-me ler ali, sentada à sombra de uma árvore e rodeada por uma paisagem fantástica.


Comecei a ler sem grande fé quando, logo às primeiras linhas, fiquei completamente presa ao estilo narrativo do livro. Este livro é completamente "a minha cara". É um romance muito bem escrito, repleto de considerações filosóficas e existênciais.

 

Mas não se pense que por isso é um livro aborrecido, nada disso! É um livro delicioso e extremamente bem estruturado, com ideias profundas apresentadas de uma forma clara e fascinante.

Li apenas algumas dezenas de páginas mas espero demorar bastante tempo com este livro.

 

Este, é daqueles que quero ler devagar e saborear cada palavra, para o fazer durar o máximo de tempo possível.


Mas como é que eu não o tinha lido antes? Esta é a questão.

 

Ter | 20.06.17

Mais amor, por favor

O que as pessoas precisam, neste momento, é de empatia, daquela prática, que nos faz levantar e ir ajudar quem precisa.

 

Daquela que nos faz esquecer coisas pequenas e nos guia toda a acção para as coisas necessárias, para aquelas que são realmente urgentes e essenciais.

 

Se é importante ter formas de jornalismo mais sério e respeitoso? Claro que é. Sempre foi. Há tanto tempo que é!

 

Se é importante agora? Se é o mais importante agora? Acredito que não é.

 

Agora, o que é importante para todos não é a raiva, a revolta e a indignação.

 

Deixemos isto para depois.

 

Acertemos as contas (as que houver para acertar) depois.

 

Agora ajudemos quem precisa de ser ajudado. Canalizemos os nossos esforços para o amor ao próximo, para a solidariedade, para aquilo que faz de nós humanos: a humanidade.

 

Vamos ajudar quem precisa de ser ajudado, naquilo que realmente precisam.

 


Agora, o que podemos fazer é isto: https://www.publico.pt/.../o-que-fazer-para-ajudar...

Ter | 20.06.17

Tenho vivido numa grande ilusão

Sou uma pessoa cheia de teorias e de respostas, essencialmente no que concerne aos problemas dos outros.

 

Quando é comigo é tudo muito intenso e emocional. O meu poder de raciocínio fica completamente toldado e tenho comportamentos completamente opostos àquilo que acredito ser o melhor.

 

Sou totalmente a favor de uma vida mais calma, sem stresses nem grandes ambições materiais. Tenho uma casa pequena, com poucas coisas, uso apenas 1/3 do roupeiro com as minhas coisas, não preciso de muito para ser feliz (digo eu).

 

Costumo sentir-me feliz com a vida que tenho, que está totalmente de acordo com as minhas expetativas, e sinto-me grata todos os dias.


No entanto, depois de ter começado a experimentar uma atitude mais meditativa nas várias coisas que faço ao longo do dia, vejo que tenho uma atitude completamente inversa àquilo em que acredito.


Apesar de não andar a correr atrás de dinheiro ou bens materiais, percebi que tenho andado sempre a correr, principalmente depois de ter duas filhas. 


E tenho anddo a correr atrás do quê? 


De tudo.

 

Quero estar sempre presente na vida das minhas filhas, mas também quero estar presente na vida de outras pessoas, quero continuar a ler regularmente, a ver filmes, a escrever neste blogue, pensar em novas formas de trabalhar, a ler muito sobre os 1000 interesses que tenho, a estudar sobre os mais variados assuntos, a organizar e tratar da casa, a aprender novas receitas saudáveis, a ver vídeos no youtube sobre maternidade, decoração, mindfulness, meditação, minimalismo, quero ouvir música, sair, ver concertos, exposições, aprender a nadar, praticar yoga, fazer caminhadas, cuidar mais de mim...


Eu estou sempre a correr. E não consigo fazer nenhuma coisa com o mínimo de concentração. Parece que estou sempre a despachar tudo.

 

Se me sento no sofá por 5 minutos, começo a ficar nervosa e tenho que me levantar para fazer qualquer coisa. Se, por acaso, me encontro sozinha em casa, sinto-me perdida e sem perceber o que fazer com o tempo...

 

É uma desorientação total que me está a causar mesmo muita ansiedade.


De modo que resolvi abrandar. 

 

E para isso escrevi este texto, como uma espécie de autoreflexão e tomada de consciência desta situação, e aceitei que algumas coisas vão deixar de ter prioridade na minha vida.

 

Então seguem as dicisões que tomei recentemente:


- Não vou correr para (quase) nada. Vou caminhar devagar, não vou apressar as minhas filhas para andarem mais depressa, comerem mais depressa ou qualquer outra coisa. Talvez chegue atrasada a alguns locais mais vezes, talvez faça menos coisas, mas tenho a certeza que terei uma vida mais feliz se andar mais devagar.

 

- Desisti de ver séries. Vejo na mesma mas só quando é possível (já não faço tempo para isso).

 

- Vou livrar-me de metade dos poucos livros que tenho na sala. Não vou conseguir ler tudo nos próximos tempos por isso vou livrar-me do ruído visual que me provocam. Se já foram lidos ou se não serão lidos tão depressa, vão ser arrumados longe da vista.

 

- Vou meditar mais vezes, embora não o torne uma obrigação. Será quando puder e me apetecer.

 

- Vou continuar a aprender coisas novas mas apenas uma de cada vez e de acordo com prioridades muito bem definidas. 



- Vou fazer um esforço mesmo muito grande para me focar verdadeiramente em tudo o que faço. Isto vai ser o mais difícil para mim que tenho sempre 1000 ideias e pensamentos a dançar na minha cabeça (que mulher não tem?) mas creio que será o mais compensador de todos os meus objetivos.

 

Para colocar este novo modo de vida em prática tive que tomar decisões que me custaram um bocado. Tive que abdicar de coisas que eram importantes para mim para poder fazer outras mais plenamente. 

Mas, depois de aceitar que teria de ser assim, o sentimento de tranquilidade é muito compensador. 

 

No seguimento desta "conversa" vou continuar por aqui, talvez com menos frequência, mas (espero eu) com muito mais qualidade. :D

 

Beijinhos 

 

 

Seg | 19.06.17

Bolo de Limão

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Sabem aqueles dias em que precisam de fazer um bolinho rápido para levar a casa de alguém, para receber visitas ou só porque vos apetece uma coisinha doce e não têm paciência para ir à loja comprar ingredientes?

 

Esta é uma receita para um desses dias. Super fácil de fazer, muito saboroso e com ingredientes muito básicos que qualquer pessoas tem em casa.

 

O bolo foi feito à pressa e, ainda assim, ficou uma delícia. Simples mas muito saboroso, com um travo gostosinho a canela. Perfeito para acompanhar um café ou um chá ao final da tarde.

 

Cá vai a receita:

 

Bolo simples de limão

 


300 g açúcar
2 limões
260 g farinha
170 g óleo
70 g de farinha maizena
4 ovos
170 g leite
1 c. chá de fermento para bolos



Pre aquecer o forno a 180º .

Colocar no copo da bimby o açúcar e a casca de um limão e pulverizar 10 seg/ vel10.

Adicionar os restantes ingredientes e bater 30 seg/ vel5.

Deitar numa forma de silicone de buraco e levar ao forno cerca de 35-45 minutos.

Servir polvilhado com um pouco de açúcar.

 
 
Dom | 18.06.17

Mini omeletes de legumes

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 A Lara anda a incompatibilizar-se com a sopa. E, sinceramente, ando cansada de insistir todos os dias para ela comer a sopa.

De modo que aceitei calmamente que ela não coma sopa todos os dias.

Como ela precisa de comer legumes na mesma decidi fazer pratos diferentes, e potencialmente interessantes para uma criança, onde possa incluir "disfarçadamente" os legumes.

Recentemente fiz umas mini omeletes de legumes que ela adorou. Come com a mão mesmo e sem reclamar. :P


Fica ela contente que come "bolinhos salgados" e eu também que não preciso de lhe dar o jantar à boca, depois de muita argumentação sobre os benefícios da sopa.

 

Segue receita.

 

Mini omeletes de legumes

 

Ingredientes:

 

6 ovos batidos

250 g couve-flor

250 g de bróculos

250 g de ervilhas

1 cougete

2 cenouras raladas

Molho de soja

Azeite q.b.

Pimenta preta, alho em pó, orégãos, q.b.

 

Saltear os legumes num pouco de azeite. Juntar molho de soja, sal e pimenta. Deixar amolecer.

Misturar os ovos, previamente batidos com óregãos e alho em pó, e levar ao forno em pequenas formas de silicone (daquelas de queques) a 180ºC cerca de 20 minutos.

 

Bom apetite!

Receita original daqui .

Sab | 17.06.17

Cansaditos

A Maria acorda sempre entre as 6 e as 6h30 da manhã.

 

Sempre.

 

Já andamos um bocadinho zombies depois de quase um ano a acordar praticamente de madrugada.

 

Há, todavia, dias piores que outros.

 

No sábado, o Milton estava deitado na cama da Lara a fazer um puzzle com ela.

 

De repente, diz-me que tem mesmo que ir à rua tomar café.

 

Diz-me ele que está tão mal que sente os olhos a rolarem para trás (seja lá isto o que for).

 

 

Sex | 16.06.17

Dizem que é mais fácil com o segundo filho mas não é

 

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Dizem que é mais fácil com o segundo filho mas não é.

 

A Maria foi para a creche. Foi para a mesma creche onde anda a Lara e onde eu tenho a certeza absoluta que é tratada com cuidado e carinho.

 

Mas, ainda assim, custou muito.

 

Deixar o nosso bebé, a chorar, num ambiente que lhe é estranho, com pessoas que não conhece, é um momento bem desafiante para uma mãe (para não dizer desolador).

 

Eu sei que, fisicamente, ela fica bem. Não tenho dúvida nenhuma que, quem ficou com ela vai fazer tudo o que puder para a entreter e para colmatar o melhor que possa a ausência dos pais.

 

Mas eu não conseguia deixar de pensar no que a Maria podia estar a sentir. Será que se sentia assustada, abandonada, confusa? Os três?

 

A Lara entrou na creche com 18 meses e, julgo eu, foi mais fácil para ela compreender as coisas. Já tinha falado com ela algum tempo antes, a explicar o que ia acontecer. A Lara já andava e percebia tudo o que dizíamos.

 

A Maria é ainda um bebé.  Não percebe as coisas da mesma forma.

 

Apesar de, nos dois primeiros dias, ficar na creche apenas algumas horas, saí de lá a chorar e com um nó no peito. Acho que é comum a toda as mães.

 

No terceiro dia já não me custou tanto. Já me mentalizei, já vi que acaba por ficar bem. Ela come, dorme e até se entretém a brincar. Às vezes ainda chora. Chora sempre que nos vê chegar…

 

Mas vai passar, vai melhorar e vai chegar o dia em que nos pedirá para esperar antes de irmos para casa porque quer brincar mais um pouco. Vai chegar o dia em que, tal como a Lara faz, se manda para os braços das educadoras com a alegria de quem sabe que está junto de amigos e que o dia vai ser maravilhoso e animado.