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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Sex | 30.12.16

A minha última sessão de psicoterapia

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Esta imagem representa o tamanho do meu problema na última sessão de psicoterapia que fiz. É uma bolinha pequenina e transparente que pouco ou nada chateia. Ainda por cima está desfocada, é para verem o meu grau de preocupação neste momento. 

 

Nunca tinha procurado ajuda psicológica “à séria”. Tinha feito uns testes psicotécnicos aqui e ali com o apoio de um amigo psicólogo mais por brincadeira do que outra coisa qualquer, e talvez tenha falado uma vez ou duas com a psicóloga da escola secundária a propósito de vocações e temas semelhantes.

 

Desta vez senti que precisava mesmo de dar uma organização na minha cabeça e nas minhas emoções. Tenho duas filhas para criar. Tenho duas pessoas a meu cargo e preciso de fazer bem a minha parte desta tarefa maravilhosa e difícil que é ensiná-las a serem felizes. Não podia fazer isso cheia de ruído na mente.

 

Foi por isso que fui fazer na psicoterapia.


A terapia foi um pouco diferente do que esperava. Funciona com equipas de duas pessoas: uma que estava comigo e outra que estava a observar-me, através de uma câmara, numa outra sala. Achei curioso mas pareceu-me funcionar muito bem.

 

Esta semana foi a última sessão da terapia. A determinada altura a psicóloga pede-me para retirar duma caixa cheia de vários objetos, um que representasse o meu problema. Retirei uma bolinha de plástico transparente. Na verdade, foi a coisa mais discreta que encontrei. É assim que está o meu problema, discreto, tão discreto que muitas vezes nem dou por ele.

 

Isto para dizer que fazer psicoterapia foi um dos melhores investimentos que fiz nos últimos anos! Não sei se funcionará assim com todas as pessoas mas comigo foi fantástico! Depois de cada sessão eu conseguia refletir com toda a clareza na minha vida e na minha forma de estar. Conseguia perceber coisas em que nunca tinha pensado (e eu penso bastante) e alterar de forma muito eficiente o fluxo dos meus pensamentos e sentimentos em relação às coisas que me incomodavam.

 

Às vezes chega a ser chocante percebermos as atitudes que temos de tomar para ser mais felizes. Às vezes aquilo que temos de fazer vai contra tudo aquilo que sempre acreditamos ser o mais correto. Às vezes temos mesmo que admitir que estamos presos a uma série de ilusões inúteis e pesadas.

 

Depois vamos largando os pensamentos e as atitudes nocivas que tínhamos aos poucos, como quem larga uma dependência. Quando dei por isso vi que estava muito mais leve e feliz e, aquelas atitudes que eu achava que precisava de ter para estar em paz e bem comigo mesma, não me fizeram falta nenhuma. Estar bem e mais “despreocupada” tornou-se uma forma de estar, a única possível.

 

É evidente que não estou sempre despreocupada e “zen”. Existem momentos em que existe tensão e ansiedade na minha mente, mas esses momentos aparecem com uma regularidade muito mais saudável e não várias vezes durante o dia e a noite, como acontecia antes.

 

Para mim, tratou-se muito de aceitação. Aceitar que não posso e não devo controlar tudo.

 

Estou numa fase de aceitação tão grande que o Milton está ali a jogar playstation todo contente e eu estou para aqui a escrever, enquanto a cozinha está toda desarrumada e estou a achar ótimo. 

 

Estou ou não estou fantástica?!