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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sab | 12.09.15

Primeira semana de creche

depois da escola

 

A uma semana de fazer 18 meses, lá foi a Lara para a creche.

 

Claro que eu estava um pouco ansiosa, sem saber como ela iria reagir e, sobretudo, sem saber como eu iria reagir se ela não gostasse da creche ou chorasse muito sempre que a deixássemos lá.

 

Tivemos a possibilidade de fazer a coisa aos poucos e, nos primeiros dois dias ela foi apenas duas horas, no terceiro dia foi durante a manhã e no 4º e 5º dias já foi o tempo todo.

 

Logo no primeiro dia, quando a fui levar, vi uma mãe a deixar o filho na receção e sair a chorar. O menino, pequeno, também ficou a chorar, no colo de um funcionário da creche.

 

Confesso que aquilo abalou-me um bocado. Sempre me abalou muito ver adultos a chorar. Contra mim falo mas acho que os adultos deviam ser mais poupados nas lágrimas, devia ser proibido chorarem assim, só porque algo lhes aperta o coração. Supostamente os adultos são fortes e sabem sempre o que fazer e como se comportar... Isto é a criança que há em mim a falar. Adiante. Tive vontade de chorar logo ali mas contive-me.

 

Depois, não chorei mais. Não chorei quando deixei a Lara, a chorar, ao colo da educadora. Não chorei quando ela me chamou assustada enquanto tentava trepar para o meu colo.

 

Sou muito boa a engolir emoções, a afastá-las totalmente da minha mente e do meu coração. Ou faço isso ou desabo completamente. Então faço isso.Sei com o coração que a creche é o melhor para a minha filha. Mas, como em muitas coisas na vida, por vezes o que é melhor vem associado a algum tipo de sacrifícios. O sacrifício da creche seriam uns dias de choro.

 

Afinal, correu muito melhor do que esperava. Ao terceiro dia já não chorou de manhã e, ao 4º e 5º dias, ela não queria vir comigo para casa. Eu ia buscá-la, ela sorria  para mim, com sorte vinha ter comigo e mostrava-me um ou outro brinquedo e, voltava muito rapidamente para a sala, repleta de brincadeiras e meninos.

 

Num dos dias, vi uma das auxiliares com o peluche dela na mão, enquanto a ajudava a andar de escorrega e fiquei muito, muito feliz. Tive ainda mais a certeza de que ela está muito bem ali.

 

Curiosamente o problema é a hora de almoço. Faz uma fita terrível para comer e, quando chega a casa tem restos de comida pela roupa e cabelo. Quase que a consigo ver a bater com a mãozinha aberta dentro da sopa, em contestação, e a espalhá-la por todo o lado. Tenho esperança que, com o tempo, melhore.

 

A culpa também é nossa, que sempre a habituámos a comer em frente ao iPad. Já não o fazemos e a hora da refeição, em consequência da falta de desenhos animados para entreter, tem sido mais lenta e problemática. Mas, aos poucos, vai fazendo menos birras e comendo melhor.

 

O lanche, felizmente, come muito bem. Sou eu que envio e geralmente consiste numa tarte de aveia com fruta, quase sem açúcar e sem farinha. É saudável, prático, e ela gosta muito. Podem ver a receita aqui.

 

Quando chegamos a casa, depois de ir buscá-la à creche, a primeira coisa que a Lara faz é ligar a televisão e debruçar-se sobre a mesinha de sala a ver desenhos animados.

 

Decidimos que durante a semana, não há desenhos animados. Só ao fim de semana, durante uma hora por dia.  De modo que deixo-a ali durante uns minutos, enquanto arrumo as coisas, e depois vamos brincar para o quarto, com livros e coisas mais didáticas.

 

Antes de terminar, devo dizer que, nesta semana que passou na creche (que não chegou a ser uma semana inteira) já se nota uma diferença grande no comportamento da Lara. Já anda sozinha no escorrega pequeno, subindo as escadas com cuidado e escorregando com juízo, já se segura sozinha no baloiço (claro que estamos sempre atrás dela prontos para ajudar se for necessário), dá-nos beijinhos espontaneamente e parece um pouco mais bem comportada.

 

Devo dizer que, ao contrário do que esperava, estou muito entusiasmada com esta fase da creche. Posso até afirmar que não custou quase nada.